quarta-feira, 25 de setembro de 2024

As 'facas-zumbi' que alimentam violência entre gangues na Inglaterra — e estão agora na mira da lei

Comprar uma "faca-zumbi" — tipo de faca ornamental ou arma branca, inspirada em filmes e séries de TV sobre zumbis — é tão fácil quanto pedir comida por aplicativo, diz o britânico Matthew, de 20 anos. Ele adquiriu sua primeira faca, no estilo "Rambo", aos 16.

Numa estrada tranquila ao sul de Luton, ao norte de Londres, Matthew — nome fictício — afirma que "todo mundo" anda com uma faca.

"As pessoas acham que precisam", explica ele, usando uma balaclava. "Se você tem um canivete e alguém aparece com uma Rambo, você vai pensar: 'Por que não arranjo uma maior?'"

"Se você tiver a arma maior, tem mais chances. Se minha faca for maior que a deles, eu vou vencer." No entanto, Matthew diz que está pronto para se desfazer dela.

"Você amadurece. Percebe que não vale a pena, eu já perdi pessoas."

A partir desta terça-feira (24/9), será ilegal possuir "facas-zumbi" e facões na Inglaterra e no País de Gales.

A nova legislação fechará uma brecha e tornará crime passível de prisão a posse, fabricação, transporte ou venda de uma grande variedade de facas "de exibição" preferidas por gangues criminosas.

Facas estilo "zumbi" e outros facões são classificadas como armas com lâminas de mais de 20 cm de comprimento, geralmente com bordas serrilhadas.

Um esquema de anistia e compensação está em vigor, incentivando as pessoas a entregarem suas armas antes que a proibição entre em vigor.

No Reino Unido, o acesso a armas de fogo pela população é altamente regulamentado e sujeito a rigorosas medidas de controle.

·        'Vejo muitas facas Rambo e zumbi'

Mas Matthew não vai entregar seu facão à polícia. Em vez disso, ele decidiu entregá-lo a Faron Paul, um ativista que administra uma iniciativa para recolher facas.

Faron, que quase perdeu a vida após ser esfaqueado, conhece bem os efeitos devastadores do crime com facas. Ele viaja pelo Reino Unido coletando centenas de armas de pessoas que desejam se desfazer delas, entregando-as à polícia ou as destruindo.

"Vejo muitas facas Rambo e zumbi", diz Faron à BBC News. "São as mais comuns que vejo. Recebo tantas mensagens de todo o Reino Unido que é difícil acompanhar."

Desde 2018, Faron opera esse serviço de anistia e diz que as facas estão ficando cada vez maiores.

Dados obtidos pela BBC indicam que crimes com armas brancas de grandes lâminas têm crescido no Reino Unido.

O número de crimes registrados que mencionam facões, espadas ou "facas-zumbi" quase dobrou em cinco anos, de acordo com informações obtidas por pedidos via Lei de Acesso à Informação.

Em 2023, essas armas foram mencionadas em mais de 14 mil registros criminais, conforme dados de 32 distritos policiais na Inglaterra e no País de Gales.

Facões representaram quase 10 mil desses casos, o dobro do número registrado cinco anos antes.

Embora a nova legislação inclua facões e outras lâminas grandes, ela não abrange todas as espadas.

Pooja Kanda, mãe de Ronan Kanda, de 16 anos, que foi assassinado em um ataque com espada em Wolverhampton em junho de 2022, tem feito campanha para que a venda online de todas as facas grandes seja proibida.

"Uma espada atravessou o coração do meu filho. Fico chocada que elas estavam disponíveis quando isso aconteceu, e mais chocada ainda que continuam sendo vendidas após o ocorrido com Ronan", diz ela.

O governo começou a registrar o tipo de lâmina envolvida em homicídios em abril de 2022.

No primeiro ano de dados disponíveis, 244 assassinatos na Inglaterra e no País de Gales envolveram instrumentos cortantes, sendo 14 com machetes, sete com facas zombie e três com espadas. Facas de cozinha foram as mais utilizadas, responsáveis por 101 homicídios.

Nikita, irmã de Ronan, afirma que os jovens estão cada vez mais atraídos por facas maiores.

"É sobre a cultura que envolve a venda de machetes, facas zombie e espadas", comenta ela. Nikita acredita que o adolescente que matou Ronan foi "atraído" por grandes facas.

Ela culpa a facilidade de compra dessas armas online.

·        'Fácil de comprar, difícil de entregar'

Em Londres, Faron está a caminho de recolher dois facões de um jovem de 21 anos, "Jon" (nome fictício), que os comprou após ser sequestrado e esfaqueado 12 vezes em 2022 por ex-colegas de escola que queriam dinheiro.

"Eu estava voltando para casa à noite quando me levaram para um campo", conta Jon.

"Eles queriam que eu dissesse onde estava o dinheiro [da loja onde trabalhava], provavelmente por causa do meu Instagram."

Jon relata que foi cortado com um facão no braço e esfaqueado na coxa, quase atingindo uma artéria importante. Após o ataque, ele decidiu comprar "algo do mesmo tamanho" para se proteger, mas agora acredita que isso não é mais necessário.

Faron observa que muitas facas que recebe são tão grandes que não cabem nas caixas de coleta distribuídas pelas delegacias de Londres.

Mesmo com a nova lei e o esquema de anistia, Faron diz que muitas pessoas ainda têm medo de entregar suas armas na polícia. Muitos jovens sentem-se inseguros ao ir a delegacias.

As facas de Jon são apenas algumas das dezenas que Faron recolheu recentemente.

O Ministério do Interior declarou que, além da nova legislação, há planos para proibir espadas ninja. O governo também está revisando a venda de facas online, com um relatório previsto para o final do ano.

Essa revisão buscará identificar falhas na legislação que permitem a compra ilegal dessas armas pela internet.

Jon confirma que foi "fácil" comprar suas facas online.

"Eram as mais baratas que encontrei, e não houve verificação de identidade. Fiz o que achei necessário."

¨      Reino Unido proíbe e recolhe todas as facas e facões de estilo zumbi

O Governo do Reino Unido anunciou que a partir de 24 de setembro de 2024, será ilegal possuir facas e facões de estilo zumbi. Trata-se de armas perigosas que são adicionadas à lista de itens perigosos proibidos, e onde se incluem facas zumbis, facas borboleta, espadas de samurai e adagas de pressão.

Assim, antes da entrada em vigor da proibição as pessoas que tenha uma dessas armas deveriam entregá-la, de forma segura e legal, nas esquadras de polícia na Inglaterra e no País de Gales, entre 26 de agosto e 23 de setembro de 2024.

Os possuidores das facas também podem descartar-se das mesmas anonimamente usando recipientes seguros onde as podem deixar.

Depois de 24 de setembro de 2024, qualquer pessoa que tenha uma faca estilo zumbi ficará sujeito a uma pena de prisão.

Para a Ministra da Polícia, Diana Johnson, a implementação de proibição de facas estilo zumbi é apenas o primeiro passo de um ambicioso e dedicado plano para reduzir a metade os crimes com facas numa década, e será seguido de perto pela ilegalização das espadas ninja.

 

¨      O resultado de um fake News: Protestos no Reino Unido escancaram racismo

A sociedade britânica está quebrada. Em resposta ao assassinato de três crianças menores de nove anos em Southport, no norte do país, pelo adolescente Axel Muganwa Rudakuban, bandos racistas e supremacistas brancos causaram pavor na população muçulmana e imigrante do Reino Unido, organizando motins e tumultos em diversas cidades.

Os radicais incendiaram hotéis que abrigavam requerentes de asilo político e refugiados, e membros de minorias raciais foram agredidos nas ruas. Mais de 400 pessoas foram presas.

Os ataques racistas foram resultado de uma mentira irresponsável espalhada por políticos e líderes de opinião, de que o assassino era muçulmano e solicitante de asilo no Reino Unido. Rudakuban, porém, nasceu em Gales, filho de pais cristãos de origem ruandesa.

E claro, mesmo se esta mentira fosse verdade, os ataques racistas ainda assim seriam injustificados.

Os grupos racistas anunciaram até 100 protestos em diferentes cidades do país para o dia 7 de agosto. Em resposta, milhares de pessoas e grupos antirracistas saíram às ruas para proteger as populações vulneráveis e em demonstração de solidariedade.

Ao grito de “escória racista fora das nossas ruas”, a sociedade britânica acordou no dia seguinte aliviada. O jornal conservador Daily Mail, por exemplo, reportou em sua capa: “Noite em que os protestos antirracistas enfrentaram os criminosos”, sem refletir sobre o papel que o jornal já desempenhou na disseminação de conspirações racistas no país.

<><> ‘Preocupação legítima’

Seria um erro para o Reino Unido achar que os contraprotestos resolveram o problema. A verdade é que o racismo e a xenofobia são talvez o maior problema estratégico que o novo governo do país deverá enfrentar.

Numa recente pesquisa do instituto YouGov, revelou-se que apenas 8% do país sente “simpatia” pelos protestos violentos, mas 58% do país simpatiza com as ideias racistas e anti-imigração quando expressadas de forma pacífica.

A ideia de que a imigração está “fora de controle” é um argumento comum não só nos círculos conservadores, como também nos centros da classe trabalhadora, tradicionalmente de esquerda. O tema é comumente chamado pela imprensa de legitimate concern, ou seja, uma “preocupação legítima” da população.

Foi essa forma de pensar, por exemplo, que levou o país ao Brexit, possivelmente a maior catástrofe estratégica autoinfligida na história do Reino Unido. O consequente aumento da imigração vinda do Sul Global em resposta à saída dos imigrantes europeus hoje inspira os motins racistas.

De fato, na tentativa de acalmar os eleitores mais extremistas do partido, os conservadores proibiram que alunos de mestrado venham ao Reino Unido com suas famílias, o que resultou em muitos estrangeiros desistirem de estudar no país, despencando a receita das universidades e levando muitas à beira da falência.

Do mesmo modo, o Reino Unido também está ficando sem trabalhadores na agroindústria, nos lares de idosos, nos hospitais etc.

<><> Muito mais do que a capa do jornal

Para enfrentar o desafio do racismo estrutural, o Reino Unido precisará de muito mais do que capas inspiradoras no Daily Mail. A reconciliação nacional é um desafio que muitos países já tentaram enfrentar, às vezes sem êxito.

O Reino Unido não é diferente. Se o objetivo é resolver o problema, o povo britânico primeiro terá que enfrentar seu passado racista e imperialista para ponderar qual o país que quer ser no presente.

Esse processo pode tomar a forma de uma comissão da verdade ou algum outro mecanismo similar. O que não dá certo é achar que existe uma forma pacífica de propor xenofobia e islamofobia como “legitimate concerns”; estas simplesmente não são ideias legítimas ou pacíficas. A violência é inerente nelas.

 

¨      Compreendendo a faca zumbi: um guia completo

O termo “faca zumbi” pode evocar imagens de filmes de terror e cenários de sobrevivência apocalípticos. No entanto, além do seu nome dramático e aparência distinta, a faca zumbi ocupa um lugar no mundo dos esportes e atividades ao ar livre. Este artigo tem como objetivo desmistificar essa ferramenta intrigante, detalhando seus recursos, usos, legalidade e considerações de segurança. Ao oferecer uma exploração clara e empática, convidamos os leitores a compreender a faca zumbi além de seus aspectos sensacionalistas.

·        O que é uma faca zumbi?

O conceito de faca zumbi origina-se do fascínio pelas narrativas de apocalipse zumbi. Em sua essência, é um tipo de faca projetada com características que muitas vezes são exageradas e estilizadas para se adequar ao tema da sobrevivência contra uma ameaça fictícia de mortos-vivos. Apesar de suas raízes fantásticas, a faca zumbi encontrou um lugar no mundo real, principalmente entre colecionadores e entusiastas de esportes ao ar livre.

·        Principais recursos e design

As facas zumbis são conhecidas por seus designs distintos, que geralmente incluem bordas serrilhadas, cores fortes e motivos que evocam uma estética pós-apocalíptica. Os materiais utilizados em sua construção são normalmente metais de alta qualidade, projetados para garantir durabilidade e confiabilidade. O design não trata apenas de estética; também foca na funcionalidade, com recursos que aprimoram a utilidade da faca em diversas situações ao ar livre e de sobrevivência.

¨      Usos em esportes e atividades ao ar livre

Além de seus designs atraentes, as facas zumbis são utilizadas em uma variedade de esportes e atividades ao ar livre. A sua construção robusta torna-os adequados para tarefas como cortar vegetação densa, preparar lenha ou mesmo como ferramenta em exercícios de treino de sobrevivência. Para entusiastas de aventuras ao ar livre, uma faca zumbi pode ser um complemento versátil e prático ao seu equipamento.

<><> Considerações legais

A legalidade de possuir e portar uma faca zumbi varia de acordo com a jurisdição. Em algumas áreas, o design distinto e o uso implícito podem classificar estas facas sob regulamentos de armas. É crucial que os entusiastas se familiarizem com as leis locais para garantir que permaneçam em conformidade ao comprar, possuir ou portar uma faca zumbi. Esta secção enfatiza a importância da apropriação responsável e da consciência da lei.

<><> Dicas de segurança e manuseio

Manusear uma faca zumbi, como qualquer ferramenta, requer conhecimento e respeito pelos seus perigos potenciais. São essenciais medidas de segurança adequadas, incluindo a utilização de equipamento de proteção e a compreensão das práticas de manuseamento seguro. Esta seção fornece conselhos práticos sobre armazenamento, manutenção e uso seguro de facas zumbis, ressaltando a importância da educação na prevenção de acidentes.

<><> Conclusão:

A faca zumbi, com seu design exclusivo e funcionalidade versátil, captura a imaginação de muitos entusiastas de esportes e atividades ao ar livre. Compreender as suas características, utilizações e as considerações legais e de segurança que a rodeiam permite que os indivíduos apreciem esta ferramenta de forma responsável. Seja para uso prático ou como parte de uma coleção, a faca zumbi se destaca como símbolo de sobrevivência e resiliência.

 

Fonte: BBC News/TV Europa/Alibaba.com

 

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