As 'facas-zumbi' que alimentam violência
entre gangues na Inglaterra — e estão agora na mira da lei
Comprar uma
"faca-zumbi" — tipo de faca ornamental ou arma branca, inspirada em
filmes e séries de TV sobre zumbis — é tão fácil quanto pedir comida por
aplicativo, diz o britânico Matthew, de 20 anos. Ele adquiriu sua primeira
faca, no estilo "Rambo", aos 16.
Numa estrada tranquila
ao sul de Luton, ao norte de Londres, Matthew — nome
fictício — afirma que "todo mundo" anda com uma faca.
"As pessoas acham
que precisam", explica ele, usando uma balaclava. "Se você tem um
canivete e alguém aparece com uma Rambo, você vai pensar: 'Por que não arranjo
uma maior?'"
"Se você tiver a
arma maior, tem mais chances. Se minha faca for maior que a deles, eu vou
vencer." No entanto, Matthew diz que está pronto para se desfazer dela.
"Você amadurece.
Percebe que não vale a pena, eu já perdi pessoas."
A partir desta
terça-feira (24/9), será ilegal possuir "facas-zumbi" e facões
na Inglaterra e no País de Gales.
A nova legislação
fechará uma brecha e tornará crime passível de prisão a posse, fabricação,
transporte ou venda de uma grande variedade de facas "de exibição"
preferidas por gangues criminosas.
Facas estilo
"zumbi" e outros facões são classificadas como armas com lâminas de
mais de 20 cm de comprimento, geralmente com bordas serrilhadas.
Um esquema de anistia
e compensação está em vigor, incentivando as pessoas a entregarem suas armas
antes que a proibição entre em vigor.
No Reino Unido, o
acesso a armas de fogo pela população é altamente regulamentado e sujeito a
rigorosas medidas de controle.
·
'Vejo muitas facas
Rambo e zumbi'
Mas Matthew não vai
entregar seu facão à polícia. Em vez disso, ele decidiu entregá-lo a Faron
Paul, um ativista que administra uma iniciativa para recolher facas.
Faron, que quase
perdeu a vida após ser esfaqueado, conhece bem os efeitos devastadores do crime
com facas. Ele viaja pelo Reino Unido coletando centenas de armas de pessoas
que desejam se desfazer delas, entregando-as à polícia ou as destruindo.
"Vejo muitas
facas Rambo e zumbi", diz Faron à BBC News. "São as mais comuns que
vejo. Recebo tantas mensagens de todo o Reino Unido que é difícil
acompanhar."
Desde 2018, Faron
opera esse serviço de anistia e diz que as facas estão ficando cada vez
maiores.
Dados obtidos pela BBC
indicam que crimes com armas brancas de grandes lâminas têm crescido no Reino
Unido.
O número de crimes
registrados que mencionam facões, espadas ou "facas-zumbi" quase dobrou
em cinco anos, de acordo com informações obtidas por pedidos via Lei de Acesso
à Informação.
Em 2023, essas armas
foram mencionadas em mais de 14 mil registros criminais, conforme dados de 32
distritos policiais na Inglaterra e no País de Gales.
Facões representaram
quase 10 mil desses casos, o dobro do número registrado cinco anos antes.
Embora a nova
legislação inclua facões e outras lâminas grandes, ela não abrange todas as
espadas.
Pooja Kanda, mãe de
Ronan Kanda, de 16 anos, que foi assassinado em um ataque com espada em
Wolverhampton em junho de 2022, tem feito campanha para que a venda online de
todas as facas grandes seja proibida.
"Uma espada
atravessou o coração do meu filho. Fico chocada que elas estavam disponíveis
quando isso aconteceu, e mais chocada ainda que continuam sendo vendidas após o
ocorrido com Ronan", diz ela.
O governo começou a
registrar o tipo de lâmina envolvida em homicídios em abril de 2022.
No primeiro ano de
dados disponíveis, 244 assassinatos na Inglaterra e no País de Gales envolveram
instrumentos cortantes, sendo 14 com machetes, sete com facas zombie e três com
espadas. Facas de cozinha foram as mais utilizadas, responsáveis por 101 homicídios.
Nikita, irmã de Ronan,
afirma que os jovens estão cada vez mais atraídos por facas maiores.
"É sobre a
cultura que envolve a venda de machetes, facas zombie e espadas", comenta
ela. Nikita acredita que o adolescente que matou Ronan foi "atraído"
por grandes facas.
Ela culpa a facilidade
de compra dessas armas online.
·
'Fácil de comprar,
difícil de entregar'
Em Londres, Faron está
a caminho de recolher dois facões de um jovem de 21 anos, "Jon" (nome
fictício), que os comprou após ser sequestrado e esfaqueado 12 vezes em 2022
por ex-colegas de escola que queriam dinheiro.
"Eu estava
voltando para casa à noite quando me levaram para um campo", conta Jon.
"Eles queriam que
eu dissesse onde estava o dinheiro [da loja onde trabalhava], provavelmente por
causa do meu Instagram."
Jon relata que foi
cortado com um facão no braço e esfaqueado na coxa, quase atingindo uma artéria
importante. Após o ataque, ele decidiu comprar "algo do mesmo
tamanho" para se proteger, mas agora acredita que isso não é mais
necessário.
Faron observa que
muitas facas que recebe são tão grandes que não cabem nas caixas de coleta
distribuídas pelas delegacias de Londres.
Mesmo com a nova lei e
o esquema de anistia, Faron diz que muitas pessoas ainda têm medo de entregar
suas armas na polícia. Muitos jovens sentem-se inseguros ao ir a delegacias.
As facas de Jon são
apenas algumas das dezenas que Faron recolheu recentemente.
O Ministério do
Interior declarou que, além da nova legislação, há planos para proibir espadas
ninja. O governo também está revisando a venda de facas online, com um
relatório previsto para o final do ano.
Essa revisão buscará
identificar falhas na legislação que permitem a compra ilegal dessas armas pela
internet.
Jon confirma que foi
"fácil" comprar suas facas online.
"Eram as mais
baratas que encontrei, e não houve verificação de identidade. Fiz o que achei
necessário."
¨ Reino Unido proíbe e recolhe todas as facas e facões de estilo
zumbi
O Governo do Reino
Unido anunciou que a partir de 24 de setembro de 2024, será ilegal possuir
facas e facões de estilo zumbi. Trata-se de armas perigosas que são adicionadas
à lista de itens perigosos proibidos, e onde se incluem facas zumbis, facas
borboleta, espadas de samurai e adagas de pressão.
Assim, antes da
entrada em vigor da proibição as pessoas que tenha uma dessas armas deveriam
entregá-la, de forma segura e legal, nas esquadras de polícia na Inglaterra e
no País de Gales, entre 26 de agosto e 23 de setembro de 2024.
Os possuidores das
facas também podem descartar-se das mesmas anonimamente usando recipientes
seguros onde as podem deixar.
Depois de 24 de
setembro de 2024, qualquer pessoa que tenha uma faca estilo zumbi ficará
sujeito a uma pena de prisão.
Para a Ministra da
Polícia, Diana Johnson, a implementação de proibição de facas estilo zumbi é
apenas o primeiro passo de um ambicioso e dedicado plano para reduzir a metade
os crimes com facas numa década, e será seguido de perto pela ilegalização das
espadas ninja.
¨ O resultado de um fake News: Protestos no Reino Unido escancaram
racismo
A sociedade
britânica está quebrada. Em resposta ao assassinato de três crianças
menores de nove anos em Southport, no norte do país, pelo adolescente Axel
Muganwa Rudakuban, bandos racistas e supremacistas brancos causaram pavor na
população muçulmana e imigrante do Reino Unido, organizando motins e tumultos
em diversas cidades.
Os radicais
incendiaram hotéis que abrigavam requerentes de asilo político e refugiados, e
membros de minorias raciais foram agredidos nas ruas. Mais de 400 pessoas foram
presas.
Os ataques racistas
foram resultado de uma mentira irresponsável espalhada por políticos e líderes
de opinião, de que o assassino era muçulmano e solicitante de asilo no Reino
Unido. Rudakuban, porém, nasceu em Gales, filho de pais cristãos de origem ruandesa.
E claro, mesmo se esta
mentira fosse verdade, os ataques racistas ainda assim seriam injustificados.
Os grupos racistas
anunciaram até 100 protestos em diferentes cidades do país para o dia 7 de
agosto. Em resposta, milhares de pessoas e grupos antirracistas saíram às ruas
para proteger as populações vulneráveis e em demonstração de solidariedade.
Ao grito de “escória
racista fora das nossas ruas”, a sociedade britânica acordou no dia seguinte
aliviada. O jornal conservador Daily Mail, por exemplo, reportou em sua capa:
“Noite em que os protestos antirracistas enfrentaram os criminosos”, sem refletir
sobre o papel que o jornal já desempenhou na disseminação de conspirações
racistas no país.
<><> ‘Preocupação
legítima’
Seria um erro para o
Reino Unido achar que os contraprotestos resolveram o problema. A verdade é que
o racismo e a xenofobia são talvez o maior problema estratégico que o novo
governo do país deverá enfrentar.
Numa recente pesquisa
do instituto YouGov,
revelou-se que apenas 8% do país sente “simpatia” pelos protestos violentos,
mas 58% do país simpatiza com as ideias racistas e anti-imigração quando
expressadas de forma pacífica.
A ideia de que a
imigração está “fora de controle” é um argumento comum não só nos círculos
conservadores, como também nos centros da classe trabalhadora, tradicionalmente
de esquerda. O tema é comumente chamado pela imprensa de legitimate
concern, ou seja, uma “preocupação legítima” da população.
Foi essa forma de
pensar, por exemplo, que levou o país ao Brexit, possivelmente a maior
catástrofe estratégica autoinfligida na história do Reino Unido. O consequente
aumento da imigração vinda do Sul Global em resposta à saída dos imigrantes
europeus hoje inspira os motins racistas.
De fato, na tentativa
de acalmar os eleitores mais extremistas do partido, os conservadores proibiram
que alunos de mestrado venham ao Reino Unido com suas famílias, o que resultou
em muitos estrangeiros desistirem de estudar no país, despencando a receita das
universidades e levando muitas à beira da falência.
Do mesmo modo, o Reino
Unido também está ficando sem trabalhadores na agroindústria, nos lares de
idosos, nos hospitais etc.
<><> Muito
mais do que a capa do jornal
Para enfrentar o
desafio do racismo estrutural, o Reino Unido precisará de muito mais do que
capas inspiradoras no Daily Mail. A reconciliação nacional é um desafio que
muitos países já tentaram enfrentar, às vezes sem êxito.
O Reino Unido não é
diferente. Se o objetivo é resolver o problema, o povo britânico primeiro terá
que enfrentar seu passado racista e imperialista para ponderar qual o país que
quer ser no presente.
Esse processo pode
tomar a forma de uma comissão da verdade ou algum outro mecanismo similar. O
que não dá certo é achar que existe uma forma pacífica de propor xenofobia e
islamofobia como “legitimate concerns”; estas simplesmente não são ideias
legítimas ou pacíficas. A violência é inerente nelas.
¨ Compreendendo a faca zumbi: um guia completo
O termo “faca zumbi”
pode evocar imagens de filmes de terror e cenários de sobrevivência
apocalípticos. No entanto, além do seu nome dramático e aparência distinta, a
faca zumbi ocupa um lugar no mundo dos esportes e atividades ao ar livre. Este
artigo tem como objetivo desmistificar essa ferramenta intrigante, detalhando
seus recursos, usos, legalidade e considerações de segurança. Ao oferecer uma
exploração clara e empática, convidamos os leitores a compreender a faca zumbi
além de seus aspectos sensacionalistas.
·
O que é uma faca
zumbi?
O conceito de faca
zumbi origina-se do fascínio pelas narrativas de apocalipse zumbi. Em sua
essência, é um tipo de faca projetada com características que muitas vezes são
exageradas e estilizadas para se adequar ao tema da sobrevivência contra uma
ameaça fictícia de mortos-vivos. Apesar de suas raízes fantásticas, a faca
zumbi encontrou um lugar no mundo real, principalmente entre colecionadores e
entusiastas de esportes ao ar livre.
·
Principais recursos e
design
As facas zumbis são
conhecidas por seus designs distintos, que geralmente incluem bordas
serrilhadas, cores fortes e motivos que evocam uma estética pós-apocalíptica.
Os materiais utilizados em sua construção são normalmente metais de alta
qualidade, projetados para garantir durabilidade e confiabilidade. O design não
trata apenas de estética; também foca na funcionalidade, com recursos que
aprimoram a utilidade da faca em diversas situações ao ar livre e de
sobrevivência.
¨ Usos em esportes e atividades ao ar livre
Além de seus designs
atraentes, as facas zumbis são utilizadas em uma variedade de esportes e
atividades ao ar livre. A sua construção robusta torna-os adequados para
tarefas como cortar vegetação densa, preparar lenha ou mesmo como ferramenta em
exercícios de treino de sobrevivência. Para entusiastas de aventuras ao ar
livre, uma faca zumbi pode ser um complemento versátil e prático ao seu
equipamento.
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Considerações legais
A legalidade de
possuir e portar uma faca zumbi varia de acordo com a jurisdição. Em algumas
áreas, o design distinto e o uso implícito podem classificar estas facas sob
regulamentos de armas. É crucial que os entusiastas se familiarizem com as leis
locais para garantir que permaneçam em conformidade ao comprar, possuir ou
portar uma faca zumbi. Esta secção enfatiza a importância da apropriação
responsável e da consciência da lei.
<><>
Dicas de segurança e manuseio
Manusear uma faca
zumbi, como qualquer ferramenta, requer conhecimento e respeito pelos seus
perigos potenciais. São essenciais medidas de segurança adequadas, incluindo a
utilização de equipamento de proteção e a compreensão das práticas de
manuseamento seguro. Esta seção fornece conselhos práticos sobre armazenamento,
manutenção e uso seguro de facas zumbis, ressaltando a importância da educação
na prevenção de acidentes.
<><>
Conclusão:
A faca zumbi, com seu
design exclusivo e funcionalidade versátil, captura a imaginação de muitos
entusiastas de esportes e atividades ao ar livre. Compreender as suas
características, utilizações e as considerações legais e de segurança que a
rodeiam permite que os indivíduos apreciem esta ferramenta de forma
responsável. Seja para uso prático ou como parte de uma coleção, a faca zumbi
se destaca como símbolo de sobrevivência e resiliência.
Fonte: BBC News/TV
Europa/Alibaba.com
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