sábado, 29 de abril de 2023

Região preservada estimula turismo consciente e pequenos produtores

Um município do Rio de Janeiro com cerca de 70% de seu território em área de preservação ambiental tem conquistado a atenção de turistas e pequenos produtores. Localizada a 74 km da capital fluminense, Guapimirim tem estimulado o turismo consciente para evitar que o movimento de pessoas tenha efeito negativo na região.

Segundo o secretário Municipal de Turismo, Mário Seixas, áreas como o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso), o Cânion de Iconha e a Cachoeira da Concórdia se destacam nos projetos de ecoturismo.

“Eu falo muito da responsabilidade do trabalho que a gente tem. Não podemos errar na mão da promoção dos nossos atrativos naturais. O turista que a gente convida tem que ser responsável, consciente. A gente sabe que tem que fazer o trabalho de casa e é uma ação conjunta aqui dentro de conscientização e também de atrair turistas que possam manter aquilo que a gente tem de maior e melhor que é o nosso patrimônio natural”, relatou.

·         Respeito ambiental

Pequenos empreendedores reforçam a busca por qualidade e de respeito ambiental na região. “A marca da cidade traz o aspecto verde que a gente tem”, disse o secretário, mostrando a lata de uma cerveja artesanal produzida na cidade e vendida na Rota Cervejeira, projeto que inclui ainda as cidades de Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo e Cachoeiras de Macacu.

O produtor de cervejas artesanais Bruno Diniz dos Santos, de 38 anos, deixou a Ilha do Governador, na zona norte do Rio, para morar no município de Magé, ao pé do Parnaso.

“Quando eu me mudei para cá tive uma experiência meio transformadora na minha vida e percebi que o maior ativo que tinha aqui era a água muito diferenciada. A gente tem uma água natural sem tratamento algum, pura diretamente da natureza, da Mata Atlântica” disse. Segundo ele, a água pura da região é um dos elementos principais elementos da produção da cerveja artesanal.

Como autodidata, se dedicou a pesquisas e a fazer cursos. A ideia era fazer cervejas diferentes entre elas. Bruno compara a experiência, que considera uma terapia, com a culinária que também gosta muito. “É uma forma de ter cuidado com outras pessoas”.

O produtor, no entanto, não pretende comercializar seu produto. “Na verdade, sou cervejeiro caseiro e não tenho ideia de comercializar nada. O que eu gosto de fazer mesmo são experiências com pessoas e poder beber cerveja. Sou administrador e empreendedor, mas infelizmente não vejo um caminho se não for industrial, então, para mim é só a experiência, assim como cozinhar que eu adoro. É mais um hobby”, pontuou.

·         Cogumelos

Depois de concluir mestrado e doutorado na área de agricultura sustentável, a agrônoma Sandy Sampaio Videira, 43 anos, quis fazer mais do que pesquisas na área e atualmente se dedica à produção de cogumelos de diversos tipos, como shitake, paris e shimejis cinza, salmão e juba de leão, no distrito de Santo Aleixo, em Magé, na Baixada Fluminense.

“É um alimento extremamente saudável, é proteína também, está relacionado à parte imunológica. Tem um monte de benefício para saúde e se consegue produzir em um espaço menor”, disse.

Para superar a dificuldade de encontrar a matéria prima para a produção, a escolha foi trabalhar com substratos, resultantes de matéria orgânica da agricultura como palha de milho e bagaço de cana de açúcar, todos encontrados na região.

“Depois que o cogumelo é produzido, a gente tem um novo resíduo que é matéria orgânica. A partir disso, a gente faz o processo de compostagem e volta com esse resíduo para a agricultura. A gente tem um trabalho dentro da economia circular, com a menor geração de resíduo possível, que incentiva a economia local, porque usa subprodutos da agricultura local e faz uma cadeia de geração de alimentos em uma coisa que não ia ser utilizada para nada. Com isso, a gente consegue diminuir o custo e popularizar o consumo. Não quero um cogumelo gourmetizado, quero um cogumelo popular”, contou.

Segundo a produtora, o Rio de Janeiro ainda não tem uma cadeia de produção e logística do setor, o que faz com que parte dos cogumelos consumidos no estado seja oriundo de São Paulo.

Com uma bolsa de estudos, Sandy comprou os equipamentos necessários para montar um laboratório. Para facilitar o transporte, ele está localizado na área abaixo do caminho que leva ao sítio, que é o acesso mais difícil. A ideia da agrônoma é dar suporte a outros produtores de cogumelos do estado que não tenham assistência.

“Quanto mais produtores tiver é melhor. A gente tem acesso ao alimento mais fresco e gira a economia e renda para as microrregiões daqui”, apostou.

 

Ø  Ecoturismo: reservas naturais abrigam verdadeiros paraísos nacionais

 

As reservas naturais não são apenas oásis da biodiversidade em território nacional, mas também apresentam diversas modalidades de turismo. Esse é o caso da Reserva Natural Salto Morato, no litoral norte do Paraná.

Localizada a 18 km de Guaraqueçaba (cidade que fica a 173 km de Curitiba), a reserva abriga trilhas como a da Figueira, que recebeu nova sinalização e indicações sobre espécies de aves, insetos e plantas que podem ser observadas durante o trajeto. Ao fim do percurso, chega-se a uma árvore centenária.

Outra trilha que também pode ser percorrida é do Salto Morato, que leva a uma cascata que tem cerca de cem metros de altura e que dá nome à reserva natural.

Além das belezas naturais que qualquer visitante pode e deve desfrutar, existe a possibilidade de explorar outras atividades que atraem muitos turistas, como camping e birdwatching (ecoturismo que tem como objetivo observar as aves em seu habitat natural, sem interferir no seu comportamento ou no seu ambiente). Este último, apesar de não ser muito conhecido, é praticado por diversos grupos, por conta de o Brasil estar entre os três países com as maiores diversidades de aves no mundo, com 1825 espécies, de acordo com o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO)

Levando em conta esse fato, a Fundação Boticário (que administra a Reserva Natural de Salto Morato) disponibiliza em seu site informações para os amantes de birdwatching, como lista de aves que podem ser encontradas na reserva e as informações de funcionamento do local. Ainda no litoral norte paranaense, a Cooperguará, cooperativa de ecoturismo de Guaraqueçaba, promove um turismo de base comunitária como uma alternativa de inclusão social e econômica aos moradores locais da APA (áreas de proteção ambiental).

·         Ecoturismo no Brasil

O Brasil está repleto de lugares que são verdadeiros paraísos naturais. Em cada um desses lugares, particularidades surgem e transformam a visitação de turistas de todo mundo num momento único em suas vidas. Veja alguns destinos que merecem ser conhecidos (porém, antes é recomendável saber como funcionam as reservas naturais):

·         Bonito (Pantanal)

A região do Pantanal está situada no Centro-Oeste do Brasil. Ocupa 140 mil km² e 65% de sua área pertence ao estado do Mato Grosso do Sul.  É reconhecida como Reserva da Biosfera e Patrimônio Natural da Humanidade e tem como atração animais selvagens e os imensos “mares” de água doce da região. Ainda, a região conta com a beleza do famoso município de Bonito e com a riqueza de sua fauna e flora, suas praias de águas doces, cavernas, cachoeiras e grutas.

·         Caraíva

O município de Porto Seguro, no estado da Bahia, nos reserva, em Caraíva, a presença de praias paradisíacas, além de respeito à natureza – em Caraíva não entram carros, a energia é usada apenas para o básico e o controle do lixo é extremamente rigoroso. A região é uma Área de Preservação Ambiental e também Zona de Reserva Extrativista Marinha – RESEX – , por isso, respeita com rigor normas de preservação.

·         Jericoacoara

A Vila de Jericoacoara está situada entre as dunas do Parque Nacional Jericoacoara, localizado 300 km a oeste de Fortaleza, no estado do Ceará. A região possui diversos atrativos naturais além da praia em si e do seu ícone mais famoso, a Pedra Furada. O mangue seco, por onde se passa para observar cavalos marinhos, lagoas interdunares de água cristalina que surgem nos períodos chuvosos, dunas gigantes com mais de 40 metros de altura, são alguns dos muitos encantos da região. Além de não ter uma estrada para acesso direto, Jericoacoara possui uma série de restrições para construções; os carros são proibidos de circular dentro da vila e no parque, as ruas são de areia frouxa, sem pavimentação nem calçadas, o que contribui para preservar a natureza local.

·         Tibagi

A cidade de Tibagi, localizada a 198 km de Curitiba, é ideal para os amantes do ecoturismo e de esportes na natureza. A região reúne a beleza de paisagens naturais e o turismo de aventura, sem falar no centro histórico, que dá um clima aconchegante ao local. Sua principal atração é o Parque Estadual do Guartelá. Rios, cachoeiras e “canyons” são as principais paisagens e atrações do parque. O rafting no Rio Tibagi e o rapel nas cachoeiras Puxa Nervos e Sal de Santa Rosa são a melhor pedida para os mais aventureiros.

·         Lençóis Maranhenses

Localizado no litoral oeste do estado, o Polo Parque dos Lençóis abrange quatro municípios, sendo Barreirinhas o local de apoio que recebe mais turistas. O mar de dunas e lagoas são como o paraíso aos olhos dos turistas, que, para chegar até eles, devem percorrer de carro uma trilha de terra, areia e riachos e seguir a pé pelas primeiras dunas. 

·         Jalapão

Situada no estado de Tocantins, Jalapão é um dos principais destinos de ecoturismo e turismo de aventura do país. Com uma área de 34 mil km², seu cenário contempla cachoeiras exuberantes, dunas e corredeiras ideais para a prática de rafting. O Fervedouro, a Cachoeira da Velha e o Rio Novo são alguns dos principais atrativos da região.

·         Fernando de Noronha

O arquipélago de Fernando de Noronha é o lugar ideal para contemplar algumas das praias mais estonteantes do mundo. Trilhas ecológicas, diversas modalidades de mergulho e passeios de barco são algumas das atividades oferecidas àqueles dispostos a conhecer esse paraíso. Cerca de 70% da área é de proteção ambiental, preservada, e existe uma limitação no número de visitantes. Todos que entrarem na ilha devem pagar uma taxa de preservação ambiental de R$ 43 por dia e um ingresso para o Parque Nacional Marinho de R$ 65 para brasileiros e R$ 130 para estrangeiros, que é válido por 10 dias.

 

Fonte: Agencia Brasil/eCycle

 

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