Espectro da
cegueira: saiba como enxergam pessoas com diferentes problemas de visão
Quando
se fala em cegueira, o senso comum nos
leva a uma ideia de total escuridão. No entanto, os problemas oculares podem se
parecer mais com um espectro do que com uma perspectiva de tudo ou nada.
O
tema ganhou as redes sociais após uma
publicação do instrutor de reabilitação e mobilidade para cegos e deficientes
visuais Mike Mulligan, de New Hampshire, nos Estados Unidos.
No
vídeo, o especialista revela, a partir de óculos especiais, como enxergam pessoas
com diferentes graus de prejuízo à visão (veja abaixo).
Dados
da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam
que cerca de 285 milhões de pessoas no mundo têm a visão prejudicada. Além
disso, a maioria dos casos poderiam ser evitados ou contam com tratamentos que
permitem ampliar a qualidade de vida.
No
Brasil, o último Censo Demográfico (IBGE 2010) identificou mais de 35 milhões
de pessoas com algum grau de dificuldade visual.
As doenças oftalmológicas podem ocorrer
por diversos motivos, desde causas genéticas até hábitos de vida. Algumas, a
médio e longo prazo, podem acarretar problemas na visão e, em diagnósticos mais
graves, até levar à cegueira completa.
·
Conheça as principais doenças oculares
Na
formação da visão, a luz segue um trajeto que vai do sistema ocular ao cérebro.
Nesse caminho, ela atravessa a pupila, cruza o cristalino, passa pela retina e
percorre o nervo óptico rumo ao cérebro, a partir de estímulos elétricos.
Refração
é o fenômeno em que um feixe de luz atravessa as diferentes estruturas do globo
ocular, chegando até a retina, para a formação de uma imagem, que será enviada ao
cérebro.
Pessoas
que apresentam erro refrativo ou vício de refração enfrentam dificuldades para
que a luz chegue com nitidez à retina. As causas conhecidas são: tamanho do
globo ocular, irregularidades na córnea e opacidade dos meios ópticos. Entre
os diagnósticos mais comuns,
estão:
Miopia – Quando os
olhos podem ver objetos que estão perto, mas não conseguem enxergar claramente
os objetos que estão longe.
Hipermetropia – Quando o
olho é menor do que o normal, cria uma condição de dificuldade para que o
cristalino (espécie de “lente” que está localizada atrás da pupila) focalize na
retina os objetos próximos ao olho.
Astigmatismo – Quando
diferentes curvaturas na córnea formam a imagem em planos diferentes, o que
ocasiona a distorção.
Presbiopia – Também
chamada de “vista cansada”, é mais comum após os 40 anos, criando uma
dificuldade para enxergar de perto e de longe.
Outras
condições
Segundo
o médico Fernando Malerbi, coordenador do Departamento de Saúde Ocular da
Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e membro da comissão de Teleoftalmologia
da Sociedade Brasileira de Retina e Vitreo (SBRV), as principais causas da
cegueira em adultos são a catarata, o glaucoma, a degeneração macular relacionada
à idade (DMRI) e o diabetes (ou edema macular diabético – EMD).
A catarata consiste na
perda progressiva da transparência do cristalino, a lente natural do olho,
causada por uma opacidade. O problema é responsável por 47,8% dos casos de
cegueira no mundo, mas pode ser corrigido. O envelhecimento é a causa mais
comum no surgimento da catarata no olho. O diagnóstico é clínico, realizado
durante consulta oftalmológica e o tratamento é basicamente cirúrgico e
bastante eficaz.
Já
o glaucoma é uma doença
caracterizada por um grupo de condições relacionadas a danos ao nervo óptico e
perda do campo visual, geralmente associado ao aumento da pressão intraocular.
É a maior causa de cegueira irreversível no mundo. O tratamento para o glaucoma
é feito inicialmente com colírios que diminuem a pressão intraocular, mas ainda
não existe cura.
A retinopatia
diabética é uma complicação do diabetes, sendo a maior causa de
cegueira em pessoas ativas no mercado de trabalho. A Degeneração
Macular Relacionada à Idade (DMRI) é uma doença degenerativa que
atinge a mácula, uma pequena parte central da retina, responsável pela visão de
detalhes.
·
Sinais de alerta
Os
principais sintomas para as
doenças oculares, que devem servir de alerta assim que surgirem, são:
- Visão
embaçada;
- tremor nos
olhos;
- dificuldades
de se adaptar à luz;
- olhos
vermelhos;
- olhos
lacrimejando.
Nem
sempre esses sinais estão relacionados a problemas graves, mas em caso de
desconforto, é fundamental procurar auxílio médico especializado para tratar e
prevenir possíveis complicações.
·
Cuidados com os olhos
Alguns
cuidados diários e hábitos saudáveis podem
prevenir o desenvolvimento de possíveis doenças oculares. O cuidado com a
exposição excessiva às telas de TV, computador e smartphone, uma vez que ficar
muito tempo em frente às telas pode causar ressecamento dos olhos, cansaço
visual e distúrbios do sono.
O
uso de óculos de sol reduz a exposição dos olhos aos efeitos nocivos da radiação solar ultravioleta. Coçar os olhos pode
causar irritações, lesões oculares ou até problemas na córnea.
Em
clima seco, hidratar os olhos com colírios lubrificantes pode ser benéfico. O
uso deve ser feito a partir de orientação médica e deve-se evitar o excesso.
Dormir
pouco pode causar irritação nos olhos e cansaço visual, o ideal é que se tenha
o mínimo de 8 horas de sono por dia. A alimentação rica e diversificada, incluindo
vegetais verdes escuros e legumes, peixes e sementes, fornece vitaminas
benéficas para o funcionamento da retina.
Além
disso, é importante ter cuidado com produtos muito próximos aos olhos como
químicos, maquiagens e tinturas, que podem causar irritação e alergias nos
olhos e nas pálpebras. A maquiagem deve ser retirada dos olhos antes de dormir.
A
realização de consultas regulares permite avaliar a qualidade da visão e
atualizar o grau dos óculos, se necessário.
Fonte:
CNN Brasil
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