domingo, 30 de abril de 2023

Globalização e ajuda à Ucrânia escoaram capacidade dos EUA de suportar grande guerra

Segundo um ex-membro do Pentágono, os EUA deslocalizaram dezenas de milhares de suas fábricas ao longo dos anos e estão drenando sua capacidade militar meramente com a ajuda à Ucrânia.

Em junho de 2021 houve uma explosão na fábrica de pólvora negra em Minden, Louisiana, EUA, deixou o complexo militar-industrial dos EUA dependente dos estoques e das importações estrangeiras de material crucial, incluindo para obuseiros de 155 mm e mísseis de cruzeiro Tomahawk.

O Departamento de Defesa e os novos proprietários da fábrica esperam que a fábrica seja reaberta e retome suas operações ainda em 2023, após ser remodelada.

Como os EUA chegaram a uma situação em que dependiam de uma única fábrica para todo o seu suprimento de pólvora negra? Cortes pós-Guerra Fria e um processo de "consolidação", na opinião de David Pyne, ex-oficial da equipe do quartel-general do Exército dos EUA.

"Durante a Guerra Fria, os EUA tinham um número aparentemente vasto de fabricantes de armas, explosivos e munições, mas desde então o Departamento de Defesa tem incentivado a consolidação de fornecedores, reduzindo o número para um montante muito menor de grandes fabricantes", disse em uma entrevista à Sputnik o especialista, que atualmente é vice-diretor de operações nacionais da Força-tarefa Sobre Defesa Contra Ataques de Pulso Eletromagnético (EMP) da Segurança Nacional e Interna.

Pyne também destacou políticas como a globalização, sob as quais "os EUA fizeram outsourcing e transferiram dezenas de milhares de suas fábricas de alta tecnologia para outros países, incluindo a RPC [República Popular da China, o que] serviu para reduzir em massa as capacidades de produção industrial militar dos EUA, enquanto a China agora tem uma base de fabricação duas vezes maior que a nossa".

Ele citou o exemplo de terras raras, 90% das quais são compradas na China, o que tornaria "duvidosas" as possibilidades de os EUA prevalecerem em um conflito com a Rússia e a China. O ex-membro do Pentágono sublinhou que os grandes estoques de mísseis antitanque Javelin, mísseis terra-ar Stinger, lançadores múltiplos de foguetes Himars e sistemas de defesa antiaérea Patriot enviados para a Ucrânia demorarão "quase uma década" a reabastecer.

·         Efeito da Ucrânia?

Enquanto isso, notou, os legisladores de Washington estão envolvidos em um teatro político de uma nova resolução da Câmara dos Representantes, que afirma que a política dos EUA será ver a Ucrânia sair "vitoriosa" contra a Rússia.

De acordo com o ex-oficial do Exército, a resolução não passa de retórica vazia, lembrando que a Rússia é 35 vezes maior do que a Ucrânia, tem uma economia 11 vezes maior e tem "cinco vezes mais pessoas, tanques, aviões de combate e sistemas de artilharia" do que a o vizinho, sem mencionar as armas nucleares.

Citando uma estimativa recente, David Pyne disse que Kiev precisaria de pelo menos dois ou três milhões de militares para recapturar os territórios perdidos, tendo já perdido a vida de 150.000, e 300.000 feridos. Os vazamentos do Pentágono também apontariam para uma falta de confiança nos bastidores sobre o potencial da esperada "ofensiva" de Kiev, o que poderia levar a uma resolução em forma de negociações, como os líderes russos têm sugerido no último ano.

Ao mesmo tempo, o membro da Força-tarefa Sobre Defesa Contra Ataques de Pulso Eletromagnético está animado com o fato de que ambos os principais candidatos republicanos em 2024, o ex-presidente Donald Trump (2017-2021) e o governador da Flórida, Ron DeSantis, apoiarem um cessar-fogo para acabar com o conflito ucraniano, sendo que do lado democrata, Robert F. Kennedy Jr., principal desafiante de Joe Biden, também apresentou um plano para resolver a situação.

Ø  Mídia: confisco de petroleiro que seguia aos EUA pelo Irã foi em resposta a ação norte-americana

A Reuters escreve que, cinco dias antes da apreensão de um navio de bandeira das Ilhas Marshall, os EUA assumiram controle de uma outra embarcação de bandeira desse país.

Os EUA confiscaram um petroleiro do Irã no mar cinco dias antes de um petroleiro de bandeira das Ilhas Marshall destinado ao país norte-americano ter sido apreendido por Teerã, de acordo com um artigo de sábado (29) da agência britânica Reuters.

As fontes da mídia dizem que "Washington assumiu o controle da carga de petróleo a bordo do petroleiro Suez Rajan, das Ilhas Marshall, após obter uma ordem judicial anterior. A última posição relatada do navio-tanque era próxima ao sul da África em 22 de abril [último sábado], segundo dados de rastreamento de navios".

Conforme relatado na sexta-feira (29) por mídia iraniana, o petroleiro das Ilhas Marshall, chamado Advantage Sweet, ignorou chamadas de rádio por oito horas após colidir com um barco iraniano, o que deixou vários tripulantes feridos e três desaparecidos.

A empresa de segurança marítima Ambrey determinou que "a apreensão pela Marinha iraniana aconteceu em resposta à ação dos EUA".

"Ambos os petroleiros eram do tamanho Suezmax. O Irã já havia respondido anteriormente após apreensões de cargas de petróleo iraniano", explicou.

Em 2022 os EUA tentaram confiscar dois navios com petróleo iraniano perto da Grécia, o que levou Teerã a confiscar dois petroleiros gregos no golfo Pérsico. A Suprema Corte da Grécia ordenou que a carga fosse devolvida ao Irã, e as duas embarcações foram liberadas posteriormente.

Em 2020, Washington confiscou quatro cargas de combustível iraniano a bordo de navios estrangeiros que tinham como destino a Venezuela, e as transferiu com a ajuda de parceiros estrangeiros não revelados para dois outros navios que, em seguida, navegaram para os EUA.

 

Ø  Irmã do líder da Coreia do Norte diz que Biden parece ser 'homem velho sem futuro'

 

Kim Yo-jong, a vice-chefe do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte e irmã do líder norte-coreano Kim Jong-un, disse que o presidente dos EUA Joe Biden parece ser "um homem velho sem futuro", incapaz de assumir a responsabilidade pela segurança dos EUA, informa agência KCNA.

Comentando as palavras de Biden sobre "mudança de regime na Coreia do Norte", ela disse que suas palavras poderiam ser tomadas como declarações sem sentido de um homem em idade avançada, um velho sem futuro.

As declarações "podem ser tomadas como uma observação sem sentido de uma pessoa em idade avançada, que não é de todo capaz de assumir a responsabilidade pela segurança e pelo futuro dos EUA, um homem velho sem futuro, pois para ele é demais servir os restantes dois anos de seu mandato".

A irmã do líder norte-coreano disse que o mais recente acordo de Seul com Washington reflete "a vontade de ação mais hostil e agressiva" contra Pyongyang, que "só resultará em tornar a paz e a segurança do nordeste da Ásia e do mundo expostos a perigos mais graves", acrescentou a agência norte-coreana KCNA.

A Coreia do Sul também prometeu aos EUA implantar prontamente "toda a força da aliança", incluindo armas nucleares, no caso de um ataque nuclear pela Coreia do Norte.

 

Ø  Rússia promete 'resposta dura e consequências' à apreensão da escola da embaixada russa pela Polônia

 

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse em um comunicado que as autoridades polonesas invadiram o terreno da escola da embaixada com o objetivo de aproveitá-la.

Neste sábado (29), policiais sob ordens da prefeitura de Varsóvia arrombaram o portão em frente à escola da missão diplomática da embaixada após terem seu pedido de entrada recusado pelas autoridades russas, informou correspondente da Sputnik.

O MRE russo disse em comunicado que pbserva o movimento como "mais um ato hostil das autoridades polonesas" e "uma violação flagrante da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961", prometendo uma dura resposta ao caso.

"Tal movimento insolente, que vai além da interação civilizada de Estado para Estado, tomada por Varsóvia, não permanecerá sem nossa dura reação e consequências para as autoridades polonesas e os interesses poloneses na Rússia. Aqueles que iniciaram esses empreendimentos controversos e provocativos precisam entenda isso", dizia o comunicado.

Também nesta semana, promotores poloneses apreenderam "uma quantidade significativa" de dinheiro das contas da Embaixada da Rússia em Varsóvia, conforme noticiado.

Do lado polonês, o porta-voz do MRE, Lukasz Jasina, disse à Reuters que "era direito da Rússia protestar, mas que a Polônia estava agindo dentro da lei", dizendo que "a propriedade pertence ao Estado polonês e foi tomada ilegalmente pela Rússia", disse ele.

Sergei Andreyev, embaixador russo na Polônia, havia dito anteriormente às agências de notícias que o prédio que abriga a escola da embaixada era diplomático e as autoridades polonesas não tinham o direito de se apoderar.

 

Ø  Ucrânia diz à UE e Polônia que restrições à importação de grãos ucranianos são 'inaceitáveis'

 

Kiev protestou contra importantes aliados, como a União Europeia e a Polônia, relativo às restrições ao fornecimento de grãos na sexta-feira (28), antes de a Comissão Europeia anunciar no final do dia que um acordo havia sido alcançado em princípio.

A chancelaria ucraniana afirmou neste sábado (29) que enviou notas à Embaixada da Polônia e ao escritório de representação da UE em Kiev ontem (29) expressando desapontamento com a situação e dizendo que as restrições às exportações de grãos através do bloco comercial europeu são "categoricamente inaceitáveis".

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores ucraniano, Oleg Nikolenko, disse hoje (29), em resposta a uma pergunta da agência britânica, que as notas foram enviadas antes do anúncio da comissão.

Questionado se o anúncio mudou a posição do ministério, ele apenas disse: "Deve haver exportação [desobstruída] para todos os produtos ucranianos".

Ao impor restrições às importações de grãos ucranianos, esses cinco países citaram preocupações de que grãos da Ucrânia destinados a serem exportados para outros países tenham acabado em seus mercados locais, reduzindo os preços para os agricultores locais.

Na tarde de ontem, o bloco europeu anunciou que, a princípio, um acordo tinha sido feito para resolver a questão e confirmou a destinação de uma no valor de € 100 milhões (R$ 549 milhões) para agricultores locais, conforme noticiado.

·         Polônia gasta mais de R$ 15 bilhões para aprimorar sistemas de defesa antiaérea de curto alcance

Varsóvia quer reforçar sua capacidade de defesa antiaérea com sistemas europeus, além dos Patriot que a Polônia adquiriu em 2022.

O Ministério da Defesa Nacional da Polônia concedeu dois contratos no valor de cerca de 13 bilhões de zloty (R$ 15,57 bilhões) para aumentar as capacidades de defesa antiaérea de curto alcance do país, cita na sexta-feira (28) o portal Defense News.

Varsóvia encomendou, entre outras armas, mísseis modulares antiaéreos comuns (CAMM, na sigla em inglês) e iLaunchers da fabricante pan-europeia de mísseis MBDA. As armas farão parte das 22 baterias de defesa antiaérea de alcance muito curto Pilica+ da Polônia.

O tenente-coronel Krzysztof Platek, porta-voz da Agência de Armamento do Ministério da Defesa, declarou que a MBDA entregará 44 iLaunchers e "várias centenas" de CAMM para as Forças Armadas da Polônia entre 2025 e 2029.

O segundo contrato foi concedido a um consórcio liderado pela PGZ, gigante estatal de defesa da Polônia, que deverá fornecer às forças polonesas 16 novas baterias Pilica+ e seis baterias atualizadas por cerca de 3 bilhões de zloty (R$ 3,59 bilhões).

"O Pilica+ complementa a proteção antiaérea e antimísseis de múltiplas camadas dos céus poloneses que está sendo desenvolvida pelos militares", disse Sebastian Chwalek, presidente da PGZ, sublinhando que o "escudo antimísseis" permite atacar "entre outros, veículos aéreos não tripulados".

O interceptador CAMM é capaz de derrotar ameaças aéreas em um alcance de 25 km, de acordo com dados da MBDA. A última chamou a futura aquisição de "maior programa europeu de aquisição de defesa antiaérea de curto alcance da OTAN".

O sistema de defesa antiaérea de curto alcance Narew, produzido por um grupo de indústria europeia, cuja aquisição foi confirmada em abril de 2022, complementará as duas baterias Patriot de configuração 3+ que a Polônia adquiriu nesse ano no âmbito do programa de defesa antiaérea de médio alcance Wisla. Blaszczak anunciou em maio de 2022 que a Polônia solicitou aos EUA a venda de mais seis baterias Patriot com equipamentos relacionados.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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