Globalização e
ajuda à Ucrânia escoaram capacidade dos EUA de suportar grande guerra
Segundo
um ex-membro do Pentágono, os EUA deslocalizaram dezenas de milhares de suas
fábricas ao longo dos anos e estão drenando sua capacidade militar meramente
com a ajuda à Ucrânia.
Em
junho de 2021 houve uma explosão na fábrica de pólvora negra em Minden,
Louisiana, EUA, deixou o complexo militar-industrial dos EUA dependente dos
estoques e das importações estrangeiras de material crucial, incluindo para
obuseiros de 155 mm e mísseis de cruzeiro Tomahawk.
O
Departamento de Defesa e os novos proprietários da fábrica esperam que a
fábrica seja reaberta e retome suas operações ainda em 2023, após ser
remodelada.
Como
os EUA chegaram a uma situação em que dependiam de uma única fábrica para todo
o seu suprimento de pólvora negra? Cortes pós-Guerra Fria e um processo de
"consolidação", na opinião de David Pyne, ex-oficial da equipe do
quartel-general do Exército dos EUA.
"Durante
a Guerra Fria, os EUA tinham um número aparentemente vasto de fabricantes de
armas, explosivos e munições, mas desde então o Departamento de Defesa tem
incentivado a consolidação de fornecedores, reduzindo o número para um montante
muito menor de grandes fabricantes", disse em uma entrevista à Sputnik o
especialista, que atualmente é vice-diretor de operações nacionais da
Força-tarefa Sobre Defesa Contra Ataques de Pulso Eletromagnético (EMP) da
Segurança Nacional e Interna.
Pyne
também destacou políticas como a globalização, sob as quais "os EUA
fizeram outsourcing e transferiram dezenas de milhares de suas fábricas de alta
tecnologia para outros países, incluindo a RPC [República Popular da China, o
que] serviu para reduzir em massa as capacidades de produção industrial militar
dos EUA, enquanto a China agora tem uma base de fabricação duas vezes maior que
a nossa".
Ele
citou o exemplo de terras raras, 90% das quais são compradas na China, o que
tornaria "duvidosas" as possibilidades de os EUA prevalecerem em um
conflito com a Rússia e a China. O ex-membro do Pentágono sublinhou que os
grandes estoques de mísseis antitanque Javelin, mísseis terra-ar Stinger,
lançadores múltiplos de foguetes Himars e sistemas de defesa antiaérea Patriot
enviados para a Ucrânia demorarão "quase uma década" a reabastecer.
·
Efeito
da Ucrânia?
Enquanto
isso, notou, os legisladores de Washington estão envolvidos em um teatro
político de uma nova resolução da Câmara dos Representantes, que afirma que a
política dos EUA será ver a Ucrânia sair "vitoriosa" contra a Rússia.
De
acordo com o ex-oficial do Exército, a resolução não passa de retórica vazia,
lembrando que a Rússia é 35 vezes maior do que a Ucrânia, tem uma economia 11
vezes maior e tem "cinco vezes mais pessoas, tanques, aviões de combate e
sistemas de artilharia" do que a o vizinho, sem mencionar as armas
nucleares.
Citando
uma estimativa recente, David Pyne disse que Kiev precisaria de pelo menos dois
ou três milhões de militares para recapturar os territórios perdidos, tendo já
perdido a vida de 150.000, e 300.000 feridos. Os vazamentos do Pentágono também
apontariam para uma falta de confiança nos bastidores sobre o potencial da
esperada "ofensiva" de Kiev, o que poderia levar a uma resolução em
forma de negociações, como os líderes russos têm sugerido no último ano.
Ao
mesmo tempo, o membro da Força-tarefa Sobre Defesa Contra Ataques de Pulso
Eletromagnético está animado com o fato de que ambos os principais candidatos
republicanos em 2024, o ex-presidente Donald Trump (2017-2021) e o governador
da Flórida, Ron DeSantis, apoiarem um cessar-fogo para acabar com o conflito
ucraniano, sendo que do lado democrata, Robert F. Kennedy Jr., principal
desafiante de Joe Biden, também apresentou um plano para resolver a situação.
Ø
Mídia:
confisco de petroleiro que seguia aos EUA pelo Irã foi em resposta a ação
norte-americana
A
Reuters escreve que, cinco dias antes da apreensão de um navio de bandeira das
Ilhas Marshall, os EUA assumiram controle de uma outra embarcação de bandeira
desse país.
Os
EUA confiscaram um petroleiro do Irã no mar cinco dias antes de um petroleiro
de bandeira das Ilhas Marshall destinado ao país norte-americano ter sido
apreendido por Teerã, de acordo com um artigo de sábado (29) da agência
britânica Reuters.
As
fontes da mídia dizem que "Washington assumiu o controle da carga de
petróleo a bordo do petroleiro Suez Rajan, das Ilhas Marshall, após obter uma
ordem judicial anterior. A última posição relatada do navio-tanque era próxima
ao sul da África em 22 de abril [último sábado], segundo dados de rastreamento
de navios".
Conforme
relatado na sexta-feira (29) por mídia iraniana, o petroleiro das Ilhas
Marshall, chamado Advantage Sweet, ignorou chamadas de rádio por oito horas
após colidir com um barco iraniano, o que deixou vários tripulantes feridos e
três desaparecidos.
A
empresa de segurança marítima Ambrey determinou que "a apreensão pela
Marinha iraniana aconteceu em resposta à ação dos EUA".
"Ambos
os petroleiros eram do tamanho Suezmax. O Irã já havia respondido anteriormente
após apreensões de cargas de petróleo iraniano", explicou.
Em
2022 os EUA tentaram confiscar dois navios com petróleo iraniano perto da
Grécia, o que levou Teerã a confiscar dois petroleiros gregos no golfo Pérsico.
A Suprema Corte da Grécia ordenou que a carga fosse devolvida ao Irã, e as duas
embarcações foram liberadas posteriormente.
Em
2020, Washington confiscou quatro cargas de combustível iraniano a bordo de
navios estrangeiros que tinham como destino a Venezuela, e as transferiu com a
ajuda de parceiros estrangeiros não revelados para dois outros navios que, em
seguida, navegaram para os EUA.
Ø
Irmã
do líder da Coreia do Norte diz que Biden parece ser 'homem velho sem futuro'
Kim
Yo-jong, a vice-chefe do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia
do Norte e irmã do líder norte-coreano Kim Jong-un, disse que o presidente dos EUA
Joe Biden parece ser "um homem velho sem futuro", incapaz de assumir
a responsabilidade pela segurança dos EUA, informa agência KCNA.
Comentando
as palavras de Biden sobre "mudança de regime na Coreia do Norte",
ela disse que suas palavras poderiam ser tomadas como declarações sem sentido
de um homem em idade avançada, um velho sem futuro.
As
declarações "podem ser tomadas como uma observação sem sentido de uma
pessoa em idade avançada, que não é de todo capaz de assumir a responsabilidade
pela segurança e pelo futuro dos EUA, um homem velho sem futuro, pois para ele
é demais servir os restantes dois anos de seu mandato".
A
irmã do líder norte-coreano disse que o mais recente acordo de Seul com
Washington reflete "a vontade de ação mais hostil e agressiva" contra
Pyongyang, que "só resultará em tornar a paz e a segurança do nordeste da
Ásia e do mundo expostos a perigos mais graves", acrescentou a agência
norte-coreana KCNA.
A
Coreia do Sul também prometeu aos EUA implantar prontamente "toda a força
da aliança", incluindo armas nucleares, no caso de um ataque nuclear pela
Coreia do Norte.
Ø
Rússia
promete 'resposta dura e consequências' à apreensão da escola da embaixada
russa pela Polônia
O
Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse em um comunicado que as
autoridades polonesas invadiram o terreno da escola da embaixada com o objetivo
de aproveitá-la.
Neste
sábado (29), policiais sob ordens da prefeitura de Varsóvia arrombaram o portão
em frente à escola da missão diplomática da embaixada após terem seu pedido de
entrada recusado pelas autoridades russas, informou correspondente da Sputnik.
O
MRE russo disse em comunicado que pbserva o movimento como "mais um ato
hostil das autoridades polonesas" e "uma violação flagrante da
Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961", prometendo uma
dura resposta ao caso.
"Tal
movimento insolente, que vai além da interação civilizada de Estado para
Estado, tomada por Varsóvia, não permanecerá sem nossa dura reação e
consequências para as autoridades polonesas e os interesses poloneses na
Rússia. Aqueles que iniciaram esses empreendimentos controversos e provocativos
precisam entenda isso", dizia o comunicado.
Também
nesta semana, promotores poloneses apreenderam "uma quantidade
significativa" de dinheiro das contas da Embaixada da Rússia em Varsóvia,
conforme noticiado.
Do
lado polonês, o porta-voz do MRE, Lukasz Jasina, disse à Reuters que "era
direito da Rússia protestar, mas que a Polônia estava agindo dentro da
lei", dizendo que "a propriedade pertence ao Estado polonês e foi
tomada ilegalmente pela Rússia", disse ele.
Sergei
Andreyev, embaixador russo na Polônia, havia dito anteriormente às agências de
notícias que o prédio que abriga a escola da embaixada era diplomático e as
autoridades polonesas não tinham o direito de se apoderar.
Ø
Ucrânia
diz à UE e Polônia que restrições à importação de grãos ucranianos são
'inaceitáveis'
Kiev
protestou contra importantes aliados, como a União Europeia e a Polônia,
relativo às restrições ao fornecimento de grãos na sexta-feira (28), antes de a
Comissão Europeia anunciar no final do dia que um acordo havia sido alcançado
em princípio.
A
chancelaria ucraniana afirmou neste sábado (29) que enviou notas à Embaixada da
Polônia e ao escritório de representação da UE em Kiev ontem (29) expressando
desapontamento com a situação e dizendo que as restrições às exportações de
grãos através do bloco comercial europeu são "categoricamente
inaceitáveis".
O
porta-voz do Ministério das Relações Exteriores ucraniano, Oleg Nikolenko,
disse hoje (29), em resposta a uma pergunta da agência britânica, que as notas
foram enviadas antes do anúncio da comissão.
Questionado
se o anúncio mudou a posição do ministério, ele apenas disse: "Deve haver
exportação [desobstruída] para todos os produtos ucranianos".
Ao
impor restrições às importações de grãos ucranianos, esses cinco países citaram
preocupações de que grãos da Ucrânia destinados a serem exportados para outros
países tenham acabado em seus mercados locais, reduzindo os preços para os agricultores
locais.
Na
tarde de ontem, o bloco europeu anunciou que, a princípio, um acordo tinha sido
feito para resolver a questão e confirmou a destinação de uma no valor de € 100
milhões (R$ 549 milhões) para agricultores locais, conforme noticiado.
·
Polônia
gasta mais de R$ 15 bilhões para aprimorar sistemas de defesa antiaérea de
curto alcance
Varsóvia
quer reforçar sua capacidade de defesa antiaérea com sistemas europeus, além
dos Patriot que a Polônia adquiriu em 2022.
O
Ministério da Defesa Nacional da Polônia concedeu dois contratos no valor de
cerca de 13 bilhões de zloty (R$ 15,57 bilhões) para aumentar as capacidades de
defesa antiaérea de curto alcance do país, cita na sexta-feira (28) o portal
Defense News.
Varsóvia
encomendou, entre outras armas, mísseis modulares antiaéreos comuns (CAMM, na
sigla em inglês) e iLaunchers da fabricante pan-europeia de mísseis MBDA. As
armas farão parte das 22 baterias de defesa antiaérea de alcance muito curto
Pilica+ da Polônia.
O
tenente-coronel Krzysztof Platek, porta-voz da Agência de Armamento do
Ministério da Defesa, declarou que a MBDA entregará 44 iLaunchers e
"várias centenas" de CAMM para as Forças Armadas da Polônia entre
2025 e 2029.
O
segundo contrato foi concedido a um consórcio liderado pela PGZ, gigante
estatal de defesa da Polônia, que deverá fornecer às forças polonesas 16 novas
baterias Pilica+ e seis baterias atualizadas por cerca de 3 bilhões de zloty
(R$ 3,59 bilhões).
"O
Pilica+ complementa a proteção antiaérea e antimísseis de múltiplas camadas dos
céus poloneses que está sendo desenvolvida pelos militares", disse
Sebastian Chwalek, presidente da PGZ, sublinhando que o "escudo antimísseis"
permite atacar "entre outros, veículos aéreos não tripulados".
O
interceptador CAMM é capaz de derrotar ameaças aéreas em um alcance de 25 km,
de acordo com dados da MBDA. A última chamou a futura aquisição de "maior
programa europeu de aquisição de defesa antiaérea de curto alcance da
OTAN".
O
sistema de defesa antiaérea de curto alcance Narew, produzido por um grupo de
indústria europeia, cuja aquisição foi confirmada em abril de 2022,
complementará as duas baterias Patriot de configuração 3+ que a Polônia
adquiriu nesse ano no âmbito do programa de defesa antiaérea de médio alcance
Wisla. Blaszczak anunciou em maio de 2022 que a Polônia solicitou aos EUA a
venda de mais seis baterias Patriot com equipamentos relacionados.
Fonte:
Sputnik Brasil
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