Lula escolhe
general Amaro para comandar GSI
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu nesta quinta-feira (27) o
general da reserva Marcos Antônio Amaro dos Santos para assumir o cargo de
ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República. A informação foi confirmada à CNN por um ministro do governo.
A
escolha do general para comandar a pasta representa uma derrota para uma ala de
ministros e auxiliares do presidente que pregam uma desmilitarização do governo
e um maior protagonismo de policiais federais e agentes de segurança pública.
Integram
essa ala, entre outros, o ministro Flávio Dino (PSB-MA), da Justiça e Segurança
Pública, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e a
primeira-dama Rosângela Lula Silva, a Janja.
Na
semana passada, Lula se reuniu brevemente com o general antes de embarcar para
sua primeira viagem para a Europa e apresentar a ele sua visão sobre a pasta. O
nome do general Amaro é bem avaliado entre militares da ativa e da reserva
ouvidos pela CNN.
Integrantes
das Forças Armadas classificam o general como sendo um homem calmo, ponderado e
conciliador e acreditam que, por conta de seu perfil, pode ser a escolha ideal
para o atual momento de reestruturação do GSI.
A
saída do general Gonçalves Dias do GSI na semana passada, após a revelação pela
CNN de vídeos mostrando sua atuação no dia 8 de janeiro, reacendeu no governo a
discussão em torno do futuro da pasta, que foi esvaziada desde o início do ano.
O
GSI perdeu duas de suas principais atribuições nos últimos meses. A Agência
Brasileira de Inteligência (Abin), subordinada à pasta, passou a responder à
Casa Civil, chefiada pelo ministro Rui Costa.
Já
a segurança do presidente e do vice-presidente deixou de ser feita
exclusivamente por militares e passou a ser realizada majoritariamente por
policiais federais subordinados à Secretaria Extraordinária de Segurança
Imediata do Presidente da República.
A
estrutura do GSI sob o comando do general Amaro ainda é incerta. O novo
ministro terá de buscar o consenso entre a ala que defende um fortalecimento da
presença de policiais federais e agentes de outras forças de segurança na
proteção presidencial em detrimento de quem defende a permanência de militares
no governo.
Um
dos entraves diz respeito à relação de cooperação entre civis – representados
por policiais federais – e militares em um eventual GSI repaginado. O fim da
Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República
previsto para o dia 30 de junho poderia levar esses agentes que atuam na
segurança de Lula e Alckmin para o guarda-chuva do GSI.
Policiais
federais ouvidos pela CNN, no entanto, dizem não querer responder a militares.
A escolha pelo nome do general Amaro representa agora um obstáculo para os
civis que defendem uma maior participação de policiais federais e agentes de
segurança no governo.
Recentemente,
em entrevista ao portal “Terra”, Amaro desaprovou a ideia de militares no GSI
compartilharem a função de segurança e proteção do presidente e do vice com
policiais federais.
General convidado para comandar o GSI
aproxima Lula do meio militar
Elogiado
por governistas e opositores a Lula, o general da reserva Marcos Antônio Amaro
dos Santos, que deverá assumir o Gabinete de Segurança Institucional, é a nova
aposta do Planalto para melhorar a relação do governo com o setor militar.
De
acordo com um ministro ouvido nesta sexta-feira (28) pela CNN, a escolha de
Amaro “é excelente, porque ele é muito respeitado no Exército”.
Para
um ex-ministro do governo Bolsonaro, da ala militar, a escolha também acertada.
O general Amaro, na avaliação dele, “é bastante considerado por equilíbrio,
seriedade, inteligência e discrição”, declarou à CNN.
A
escolha é um gesto de pacificação de Lula com o meio militar, principalmente a
caserna, como são denominados os generais mais antigos.
Conhecido
como “sombra” da ex-presidente Dilma Rousseff, porque ocupou o posto mais
importante da então segurança presidencial, o oficial Marcos Antônio Amaro dos
Santos e Lula se encontraram antes da viagem a Portugal, e ficaram de retomar a
conversa nos próximos dias.
Lula
ainda não definiu qual será o modelo de reestruturação do GSI e poderá adotar
um sistema misto, com a presença também de civis em posições estratégicas.
O
GSI existe desde 1938, quando ainda era chamado de Casa Militar. Em 1999,
passou a ser chamado de Gabinete de Segurança Institucional.
Na
gestão Dilma, em 2015, perdeu o status de ministério e voltou a ser chamado
pelo nome antigo. O GSI foi reativado como pasta de governo um ano depois, pelo
então presidente Michel Temer.
Saiba quem é o general Amaro
O
general Marcos Antonio Amaro dos Santos foi convidado, nesta quinta-feira (27),
pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para assumir o comando do
Gabinete de Segurança Institucional (GSI) após a demissão do ex-ministro-chefe
da pasta general Gonçalves Dias. A informação foi confirmada à CNN por um
ministro do governo.
Gonçalves
Dias saiu do GSI em 19 de abril depois da divulgação com exclusividade pela CNN
de imagens que o mostram no Palácio do Planalto durante os ataques criminosos
contra os Três Poderes em 8 de janeiro.
O
nome do general Amaro é bem avaliado entre militares da ativa e da reserva
ouvidos pela CNN.
Integrantes
das Forças Armadas classificam o militar como um homem calmo, ponderado e
conciliador e acreditam que, por conta de seu perfil, pode ser a escolha ideal
para o atual momento de reestruturação do GSI.
A
escolha de Amaro para comandar a pasta representa uma derrota para uma ala de
ministros e auxiliares do presidente que pregam uma desmilitarização do governo
e um maior protagonismo de policiais federais e agentes de segurança pública.
Integram
essa ala, entre outros, o ministro Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública,
o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e a primeira-dama Janja
da Silva.
Na
semana passada, Lula se reuniu brevemente com o general antes de embarcar para
sua primeira viagem para a Europa e apresentou a ele sua visão sobre a pasta.
O
GSI perdeu duas de suas principais atribuições nos últimos meses. A Agência
Brasileira de Inteligência (Abin) passou a responder à Casa Civil, chefiada
pelo ministro Rui Costa.
Já
a segurança do presidente e do vice-presidente deixou de ser feita
exclusivamente por militares e passou a ser realizada majoritariamente por
policiais federais subordinados à Secretaria Extraordinária de Segurança
Imediata do Presidente da República.
• Quem é o general Amaro
Marcos
Antonio Amaro dos Santos nasceu em 25 de setembro de 1957 na cidade de Motuca,
no interior de São Paulo. É filho de Joaquim Amaro dos Santos e de Iolanda
Zanon.
Seu
ingresso no Exército Brasileiro aconteceu em 4 de março de 1974, na Escola
Preparatória de Cadetes, onde concluiu o curso em 1976. No ano seguinte, entrou
para a Academia Militar das Agulhas Negras. Se formou em 1980, sendo declarado
aspirante a oficial de Artilharia.
Amaro
realizou os cursos de formação, aperfeiçoamento, altos estudos, política,
estratégia e alta administração do Exército, além do básico de paraquedista e o
de observador aéreo.
Nos
Estados Unidos realizou os cursos de busca de alvos de artilharia e o avançado
de artilharia de campanha.
Concluiu
os MBAs em Excelência Gerencial com ênfase em Gestão Pública pela Fundação
Armando Alvares Penteado (FAAP) e em Administração pela Fundação Getúlio Vargas
(FGV).
Em
sua vida militar serviu nas unidades militares de Artilharia em Jundiaí (SP),
no Rio de Janeiro e em Olinda (PE). Retornou às Agulhas Negras como instrutor e
executou a mesma função na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais.
Como
coronel comandou a Escola Preparatória de Cadetes do Exército entre 2004 e
2005. De 2007 a 2010 foi chefe da Divisão de Inteligência do Centro de
Inteligência do Exército.
Ao
chegar ao generalato, liderou a 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, em
Cuiabá.
Em
2015, com a reforma ministerial executada pela então presidente Dilma Rousseff
(PT), o GSI perdeu o status de ministério e foi integrado à Secretaria de
Governo. Na ocasião, ficou mantida exclusivamente a Casa Militar, que foi
ligada à Presidência da República, com Amaro à frente. Anteriormente, foi
secretário de Segurança Presidencial.
Depois
assumiu a 3ª Divisão de Exército em Santa Maria (RS). Em 2018 se tornou
secretário de Economia e Finanças do Exército.
Durante
o governo de Jair Bolsonaro (PL), em abril de 2020, assumiu a chefia de
Estado-Maior do Exército. Em julho do mesmo ano passou a acumular a função de
comandante militar do Sudeste.
O
general Amaro foi para a reserva da força em janeiro deste ano.
Fonte:
CNN Brasil
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