Noites em porões,
almoço na caridade: violações se mantêm na serra gaúcha após caso de trabalho
escravo
*
Por razões de segurança, os nomes de alguns entrevistados foram alterados ou
omitidos nesta reportagem.
Um
mês após o resgate de 210
trabalhadores em
condições análogas à escravidão em Bento Gonçalves, na serra gaúcha, enquanto
turistas agendavam tours pelas vinícolas locais e tiravam fotos fantasiados de
imigrantes italianos, dezenas de trabalhadores seguiam entocados em alojamentos
clandestinos da cidade.
Dormindo
em porões escuros e úmidos e se alimentando graças à doação de marmitas, eles
esperavam ser realocados em novas frentes de serviço ou aguardavam pagamentos
atrasados para voltarem às suas cidades natais. Enquanto isso não acontece,
passam o tempo conversando à sombra das árvores da praça Vico Barbieri, no centro da cidade.
São
homens que compõem a frente de trabalho temporário da região, que atua conforme
a safra ou a demanda industrial do momento – pode ser na apanha de frango ou na
uva; na maçã ou na laranja. Alguns eram ex-funcionários de Pedro Santana, o
dono da Fênix, empresa
contratada pelas vinícolas Aurora, Garibaldi e Salton que está no centro do
escândalo de exploração de
trabalhadores, descoberto no final de fevereiro e ainda em investigação
pela Polícia Federal (PF),
Ministério Público do Trabalho (MPT)
e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Assim
como os baianos resgatados na ocasião, a maioria vem de outros estados do
Brasil, de forma organizada e coordenada por empresas ou indivíduos a quem eles
chamam de “empreiteiros” – uma realidade que modificou as feições do trabalho
na região nos últimos anos, sobretudo depois de 2017, quando o então presidente
Michel Temer (MDB) aprovou, em um curto intervalo de tempo, a reforma trabalhista e a lei que liberou a terceirização das
atividades fim.
“Quem
nos trouxe foi um empreiteiro de colheita”, explica o jovem Aquiles*,
que havia chegado na manhã de 20 de março vindo de Chapecó, Santa
Catarina, acompanhado da esposa. Confiantes em dias melhores e “na graça
de Deus”, o casal não sabia em qual safra iria trabalhar, se na da laranja, da
uva ou da maçã. Também não sabia em qual cidade nem quando começaria o serviço.
Não tinham internet nem crédito no telefone. Aquiles* também tinha
perdido os documentos, e por isso foi barrado na casa de passagem da
prefeitura. A primeira noite na tão sonhada Bento Gonçalves foi passada ali mesmo, na praça.
A
vinda de trabalhadores de regiões distantes do Brasil através de empresas terceirizadas e
atravessadores é novidade em um setor em que as relações de trabalho costumavam
ser baseadas nos laços familiares e de amizade. “Antes não se verificava
na safra da uva esse
atravessador da mão de obra, que ganha em cima do trabalho dos outros”,
explica Vanius Corte,
gerente do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em Caxias do Sul. “Como as propriedades são menores, era
comum a própria família trabalhar na colheita e um vizinho vir ajudar”.
A lei da terceirização da atividade fim caiu
como uma luva no momento em que a demanda produtiva crescia ao mesmo tempo em
que as famílias de agricultores reduziam o número de filhos por casal. Com a
nova legislação, não só Pedro
Santana direcionou sua empresa para a colheita de uva e as
vinícolas – antes, ele atuava em outros segmentos – mas a região viu surgir
outras firmas interessadas no novo modelo de negócio.
“Hoje
está cheio de empresas terceirizadas, tem crescido nos últimos anos de forma
assustadora”, confirma Sérgio Poletto, segundo secretário da Fetar-RS, a
Federação dos Trabalhadores Assalariados Rurais no Rio Grande Sul. “Mas tem
empresas que cuidam dos funcionários, seguem as recomendações. E tem essas que
fazem o que fizeram com estes trabalhadores”, completa.
A
facilidade na contratação desse tipo de serviço levou uma dessas companhias, a Via Rural, a se apresentar como
o “Uber da colheita”: “Graças a essa
lei nós podemos tocar na uva, que para o produtor rural é atividade fim”,
explica o advogado Jarbas Fagundes, diretor executivo da empresa. “Antes a
gente só podia fazer o café, ficar na portaria, dirigir o caminhão”, completa.
Fagundes ressalva que, embora terceirize mão de obra, sua firma não explora
trabalhadores. A Repórter Brasil encontrou
apenas um processo trabalhista contra a Via Rural, de um ex-funcionário que
teve um pedido de danos morais negado pela justiça.
Mas
essa não é a regra. Segundo Maurício
Krepsky, auditor-fiscal do trabalho e chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do
Trabalho Escravo do MTE, o impacto da terceirização nos casos de
trabalho escravo contemporâneo registrados no Brasil foi progressivo
e acabou se revelando “avassalador”. “Mesmo sem ainda haver estudos sobre isso,
por experiência sabemos que grande parte dos resgates envolvem terceirizados,
incluindo os dois grandes no Rio
Grande do Sul neste ano, em Bento Gonçalves e Uruguaiana”, explica. “Aliás,
nos maiores casos de resgate de trabalhadores em condições de escravidão
moderna em 2023 havia terceirização, lícita ou ilícita, que somam mais de 500
vítimas de trabalho escravo”, complementa.
·
Produção em alta demandou mão de obra
Nem
todos os trabalhadores
terceirizados que chegam a Bento Gonçalves e região tem contrato formalizado com alguma
empresa, como a Fênix ou
a Via Rural. Há vários que
chegam conduzidos por “gatos”, atravessadores ilegais que já existiam, mas que
se proliferaram com a reforma trabalhista, aprovada um mês após a lei de terceirização e que
flexibilizou as relações de trabalho.
“A reforma trabalhista deu uma
sensação para muitos empregadores de que agora pode tudo. Por outro lado, as
pessoas estão topando qualquer coisa para poder trabalhar. Estas duas coisas
fizeram aumentar muito a informalidade, mas muito mesmo”, observa Corte, do MTE de Caxias do Sul. “O grande monstro que ronda o campo é a
informalidade”, confirma Nelson Wild, presidente da Fetar-RS.
A
questão é que muita coisa havia mudado desde o final dos anos 1990 no setor
vitivinícola. Depois que o governo do Rio Grande do Sul instituiu o Fundivitis – fundo que injetou dinheiro na atividade e levou
à criação do Instituto Brasileiro do Vinho –, o vinho brasileiro ganhou
qualidade e ficou mais conhecido. Os espumantes da serra gaúcha caíram no gosto
dos consumidores e a demanda por alimentos naturais também impulsionou as
vendas de suco de uva integral.
“Nossas
colheitas saltaram de 500 milhões para quase 800 milhões de quilos nos últimos
dez anos”, afirma Helio Marchioro,
diretor-executivo da Federação das
Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul, a Fecovinho. Mas o setor subestimou o
gargalo da mão de obra: “Ninguém levou muito em conta isso. Estava todo mundo
preocupado com a produção da parreira, o preço da uva, a vinificação, o
mercado… Mas como eu faço para produzir tudo isso?”.
De
início, quando havia necessidade de mais braços, a regra era que o agricultor
abrigasse os trabalhadores vindos
de fora na própria casa, oferecendo também a alimentação – tudo muito informal.
“No
momento de ir embora, eles ainda levam de presente caixas de uva, garrafas de
vinho e salames”, observa Cedenir
Postal, presidente do Sindicato
dos Trabalhadores Rurais e Agricultura Familiar de Bento Gonçalves, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira e Santa Tereza. Uma realidade que ainda
subsiste, mas é cada vez mais rara diante dos riscos jurídicos de um contrato
sem nenhuma garantia legal.
A
adoção de tecnologia na aplicação de agrotóxicos e outros insumos também permitiu a concentração
de áreas de parreira cada vez maiores nas mãos de famílias reduzidas, e cujos
filhos não querem permanecer no campo. “Está ficando gente velha nas
propriedades, casais de 50, 60 anos, às vezes com apenas um filho, e plantando
mais uva”, resume Luis Carlos Rupp,
professor de viticultura do Instituto
Federal do Rio Grande do Sul em Bento Gonçalves.
Para
piorar, as mudanças climáticas tornaram
o período de colheita mais imprevisível – depois que a uva chega no ponto,
precisa ser colhida em cerca de dez dias, sob o risco de sair dos padrões
exigidos pelas indústrias.
Foi
assim que Santana percebeu
na safra de uva uma
oportunidade de ampliar os lucros. Passou a oferecer aos pequenos agricultores
um pacote completo, que incluía transporte, alimentação e alojamento dos
trabalhadores. “Ele dizia que a gente não precisaria se preocupar com nada”,
confirma José*, um produtor rural que contratou o serviço de Santana
na safra passada. “Eles traziam o trabalhador de manhã, serviam a comida no
almoço e depois buscavam pra levar embora”, relata.
“Talvez
essa empresa tenha entrado com tanta força no mercado porque apresentou algo
que parecia uma vantagem competitiva, fornecendo a mão de obra e ainda se
encarregando da estadia, alimentação e transporte”, avalia Paulo Roberto Wünsch, professor de
sociologia do Instituto Federal do Rio Grande do Sul em Bento Gonçalves.
“Imagina uma mulher com 60 anos de idade tendo que fazer café da manhã, almoço
e jantar para um monte de trabalhadores por dez dias. Isso era um suador para
estas famílias”, concorda Rupp.
Mas
as investigações da Polícia
Federal e do Ministério
do Trabalho e Emprego revelam que as estratégias de Pedro Santana
para lucrar mais incluíam jornadas exaustivas, condições degradantes e servidão
por dívida – três características de trabalho análogo à escravidão previstas no
Código Penal brasileiro. A reportagem ouviu depoimentos que corroboram os
achados das autoridades, que ainda estão trabalhando no caso.
·
Jornadas de trabalho de 20 horas
São
4 horas da manhã, e você acorda por bem ou por mal – neste caso, com choques elétricos. Embarca em uma
van, onde ganha meio copo de café preto e um pacote de bolachas Maria. Antes
das 5:30, já está embaixo do parreiral colhendo uva. O almoço é engolido ali
mesmo, sob o sol. Depois, ainda é preciso carregar as caixas de uva para cima
do caminhão.
Você
está de pé há nove horas, mas o expediente ainda não chegou nem na metade.
Da
propriedade rural, a van te leva para uma das três vinícolas clientes da Fênix: Garibaldi, Aurora ou Salton. Ali, começa uma nova jornada
que só vai terminar perto da meia-noite, e que inclui o descarregamento das
caixas vindas das propriedades rurais e a limpeza da prensa de uva. Vinte horas
de trabalho depois, você volta pro alojamento para dormir por quatro horas,
antes de começar tudo de novo.
Assim
como o “pacote completo” oferecido ao produtor rural, incluindo transporte,
alojamento e alimentação do trabalhador, Pedro Santana instituiu a seus
homens jornadas de 20 horas,
segundo relatos ouvidos pela reportagem – o que levava alguns homens a dormir
de pé sob as parreiras ou em cima de caminhões. Com isso, dizem os
entrevistados, lucrava duas vezes em cima de um mesmo trabalhador: através de
um contrato com a vinícola e outro com o produtor rural.
No
final do mês, era comum estes trabalhadores não receberem nenhum centavo. Pelo
contrário: muitas vezes, eles que acabavam devendo para os patrões, graças a um
esquema que envolvia multas por faltar ao trabalho ou por envolvimento em
brigas e atrasos no pagamento dos salários – o que deixava os trabalhadores
dependentes de vales e empréstimos a juros exorbitantes fornecidos por Fábio Daros, parceiro de Santana no negócio e dono do
alojamento onde aconteciam agressões com armas de choque,
spray de pimenta e balas de borracha.
“Esses
vales eram fornecidos a juros extorsivos, que em alguns casos chegava a 100%”,
afirma o delegado da Polícia
Federal em Caxias do
Sul, Adriano Medeiros do
Amaral. “Eles pegavam empréstimo com o dono da pousada [Fábio Daros], e depois o valor era
descontado em folha pela Fênix [Pedro Santana], o que mostra que eles
atuavam em conjunto”, completa.
Em
nota, a defesa de Fábio Daros informou
que a pousada não tinha qualquer envolvimento nas questões trabalhistas e
relativas à intermediação de mão de obra. “A pousada possuía situação de
funcionamento regular perante os órgãos municipais e jamais chegou ao seu
conhecimento os fatos narrados pelos trabalhadores”, informou a advogada
de Daros. A íntegra pode ser lida aqui.
A
defesa de Pedro Santana preferiu
não responder aos questionamentos da reportagem: “Não iremos nos manifestar
perante o vosso canal, face a afiliação com o site Headline, que possui viés
político e, consequentemente, não visa a informação do leitor, mas sim criar
uma narrativa que atenda aos seus ideais”, justificou o advogado Augusto Giacomini Werner. A Repórter Brasil esclarece que
todos os fatos narrados neste texto foram apurados por jornalistas
profissionais guiados pelo interesse público e passaram por verificação. O
espaço permanece aberto para a manifestação de Pedro Santana e de seus advogados.
Como mostrou o
Headline,
além das vinícolas, Santana fornecia mão de obra para a safra de uva e para a produção de
frango da Brazilian Food, a BRF, e era comum os mesmos homens atuarem nas
duas atividades – uva e frango – a depender da demanda dos empregadores.
Segundo a PF, há indícios de que todos eles estavam submetidos ao mesmo esquema
de vales e descontos na folha.
Trabalhadores
ouvidos pela reportagem relataram que as condições da jornada no frango eram
ainda piores do que na uva. Nesse caso, o pesadelo era o “batidão”, em
que os funcionários ficavam três dias trabalhando ininterruptamente, indo de
granja em granja para apanhar frangos e levá-los para a BRF.
Na
avaliação do Ministério do
Trabalho e Emprego, entretanto, as condições de trabalho eram diferentes
nos dois casos. “Estas pessoas que vem pra apanha de frango não têm uma
atividade sazonal, mas trabalham continuamente, então a relação é diferente.
Eles tinham pagamento de salários e muitos não ficavam no alojamento, e sim em
moradias que eles mesmos alugavam”, afirma Corte.
“Isso
não quer dizer que as condições de
trabalho fossem ideais, e há inquérito em tramitação para apuração
da situação específica dos trabalhadores da apanha do frango”, acrescenta Ana Lúcia Stumpf González,
coordenadora da unidade do Ministério
Público do Trabalho, o MPT,
em Caxias do Sul, que
concedeu entrevista por e-mail (íntegra aqui). O órgão é
responsável por buscar a responsabilização de toda a cadeia produtiva após a
operação de resgate.
Por
não terem sido considerados vítimas de trabalho escravo, vários funcionários de
Santana não tiveram direito à indenização de quase R$ 10 mil pagos pelas
vinícolas após assinatura de Termo
de Ajustamento de Conduta com o MPT e acabaram permanecendo em Bento
Gonçalves. Alguns querem voltar para a Bahia, mas não têm dinheiro para a
passagem. “Eu não me adaptei no Sul. Vim trabalhar na uva, acabei no frango, e
ia embora depois da safra. Bateu esse revertério aí, ficaram com nosso dinheiro
e eu fiquei sem condição de ir embora”, diz Dirceu*, um trabalhador que perdeu
o ônibus oferecido no dia do resgate. Ele também alega que Pedro Santana ainda
não pagou o que lhe deve.
Outros
querem continuar tentando a vida no Rio Grande do Sul – com sorte, desta vez em
um trabalho digno. “Depois que eu saí da Fênix, eu passei dias só dormindo e me
alimentando. Agora que estou começando a me recuperar”, conta Hamilton*.
·
Convenção coletiva pode ser acordo histórico
Pouca
coisa parece ter mudado depois do resgate dos trabalhadores – cujo número foi
atualizado para 210 pelo Ministério
Público do Trabalho, com a inclusão de três pessoas que não estavam no
local no momento em que ocorreu a ação, mas faziam parte do grupo.
Mesmo
oficialmente interditado, o alojamento de Fábio Daros, no bairro Borgo, segue em funcionamento – não se sabe
se os trabalhadores estão prestando serviços para as empresas de Santana ou
apenas permanecem ali por não terem para onde ir. O imóvel até chegou a ser
desocupado no dia 20 de março, mas só por algumas horas, antes da visita do
ministro do Trabalho, Luiz Marinho:
ele tirou uma foto na frente do galpão, falou rapidamente com jornalistas, e
foi embora. Dali a pouco, um grupo de cerca de 50 trabalhadores voltou ao
local. “Foi uma cena de cinema que montaram para o ministro”, relatou um
morador do bairro que prefere não se identificar.
O Sindicato dos Trabalhadores Rurais e
Agricultura Familiar aproveitou o escândalo e a visita do ministro
para pedir mais “flexibilização” nas contratações e “uma visão mais sensível”
para a realidade do setor. “A gente não quer fazer algo fora da lei, mas tem
que ser algo viável para os pequenos agricultores. Os custos são altos, as
propriedades são pequenas e muitos produtores esperam mais de um ano para
receber o pagamento da safra”, justifica Postal, que entregou um ofício ao
ministro.
Para
o lado das indústrias, há inclusive vitórias. O governo federal, que havia suspendido a participação de Aurora, Garibaldi e Salton em
eventos e negociações internacionais capitaneados pela Agência Brasileira de
Exportações e Investimentos (Apex), voltou atrás na decisão de excluir as
vinícolas das rodadas de negócio. Vinhos e sucos de uva das três marcas também
seguem nas prateleiras nas principais redes de supermercados, incluindo aqueles
que assumiram compromissos públicos contra o trabalho escravo.
Na
capital do estado, empresários
brindaram com vinhos e espumantes da Salton, Garibaldi e Aurora, em ato de
desagravo às três empresas. Para os donos do dinheiro, o assunto é página
virada, como decretou o editorial do maior grupo de comunicação do estado.
Aos trabalhadores terceirizados da agricultura resta
a esperança de que, ao menos, o escândalo sirva para garantir direitos. “A
região da serra é bem problemática. Há uma resistência por parte dos próprios
sindicatos com relação ao assalariado rural”, explica Sérgio Poletto, segundo secretário da
Federação dos Trabalhadores Assalariados Rurais no Rio Grande Sul.
Mas
a categoria está decidida a pressionar e suas reivindicações ganharam força:
depois da repercussão do caso de trabalho
escravo, a Fetar conseguiu
retomar negociações que estavam travadas há anos para a assinatura de
convenções coletivas de trabalho que podem mudar a vida dos assalariados em
nove cidades da região, incluindo Bento
Gonçalves e Caxias do
Sul, onde nunca houve acordo coletivo.
Fonte:
Repórter Brasil
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