sábado, 29 de abril de 2023

Putin permite fornecimento de petróleo a países amigáveis a preços fora do teto

O presidente russo, Vladimir Putin, retirou da proibição da exportação de petróleo e produtos petrolíferos nos termos do limite máximo de preços as entregas por contratos já concluídos com países amigáveis. As alterações entram em vigor na data da sua publicação oficial, em 28 de abril.

Assim, de acordo com o novo decreto, a proibição não se aplica às entregas realizadas em conformidade com os contratos celebrados nos termos dos acordos internacionais da Federação da Rússia no domínio do fornecimento de petróleo, vigentes no dia da entrada em vigor deste decreto, a países não incluídos na lista de Estados hostis.

"O presente decreto não se aplica ao fornecimento de petróleo russo em conformidade com os contratos celebrados nos termos dos acordos internacionais da Federação da Rússia no domínio do fornecimento de petróleo, vigentes na data de entrada em vigor do presente decreto, a países não incluídos na lista de Estados e territórios estrangeiros que realizam ações hostis contra a Rússia e pessoas jurídicas e físicas russas", referidas no documento.

Estão a ser feitas alterações relevantes ao decreto presidencial sobre medidas para responder à imposição por alguns Estados estrangeiros de um limite aos preços do petróleo e dos produtos petrolíferos russos, que entrou em vigor em 1º de fevereiro deste ano.

Em dezembro de 2022, o presidente russo assinou um decreto proibindo o fornecimento de petróleo e produtos petrolíferos russos a compradores sob os termos do teto de preços, reservando o direito de tomar decisões especiais para excluir uma série de suprimentos da ação do decreto.

Em 5 de dezembro do ano passado, simultaneamente com o embargo da União Europeia ao fornecimento de petróleo russo por mar, entrou em vigor o teto de preços – uma proibição do G7, da UE e da Austrália da prestação de serviços de transporte por mar de petróleo acima de um determinado preço, que agora é de US$ 60 (R$ 300,53) por barril.

Desde 5 de fevereiro de 2023, restrições semelhantes começaram a se aplicar ao fornecimento de produtos petrolíferos da Rússia. O limite foi fixado em US$ 100 (R$ 500,89) e US$ 45 (225,40) por barril, dependendo da categoria dos produtos petrolíferos.

·         Mudando a rota: Rússia vai desviar 140 milhões de toneladas de petróleo da Europa para Ásia

Em 2023, a Rússia redirecionará 140 milhões de toneladas das exportações de petróleo e produtos petrolíferos para a Ásia das 220 milhões de toneladas antes destinadas à Europa, disse o vice-primeiro-ministro Aleksandr Novak à margem da reunião do Conselho da Administração do Instituto de Energia de Moscou.

"Neste ano serão tomados 140 milhões de toneladas de petróleo e derivados. Haverá cerca de 80 a 90 milhões de toneladas no Ocidente", disse ele.

Em 2022, cerca de 40 milhões de toneladas foram dos mercados europeus para o Oriente. Assim, a Rússia em 2023 planeja redirecionar para a Ásia mais de 60% das exportações de petróleo e produtos petrolíferos anteriormente destinadas para a Europa.

Em fevereiro, o vice-primeiro-ministro russo informou que as exportações de petróleo da Rússia em 2022 atingiram 242 milhões de toneladas, um aumento de 7,6%. De acordo com o Serviço Federal Alfandegário, em termos monetários, os exportadores aumentaram as exportações de combustíveis minerais, petróleo e produtos de destilação em 42,8% em comparação com 2021, até US$ 383,7 bilhões (R$ 1,935 trilhão).

Ao mesmo tempo, os ganhos do orçamento de petróleo e gás para o primeiro trimestre deste ano diminuíram 45% ao ano, que, de acordo com o Ministério das Finanças, "é principalmente devido ao declínio nas cotações de preço do petróleo da marca russa Urals e uma diminuição no volume de exportações de gás natural".

A agência espera uma "redução gradual nos descontos de preços" da Urals e a recuperação das receitas fiscais no segundo semestre de 2023.

·         Putin: Rússia não está isolada, construirá relações com quem valoriza a reputação e a cooperação

O presidente russo avaliou a situação internacional da Rússia em meio às sanções, garantindo que o país seguirá em frente, apesar de todas as dificuldades.

A Rússia seguirá consistentemente apenas em frente aos seus objetivos, disse nesta sexta-feira (28) Vladimir Putin, presidente russo.

"Os valores do serviço dedicado ao povo e à pátria determinam a força e a sustentabilidade do poder do Estado. Eles confirmam a unidade e a coesão de nosso povo, são a garantia fundamental e imutável de que superaremos juntos todas as provações. Avançaremos de forma consistente e firme rumo às metas grandiosas e ambiciosas que estabelecemos", disse Putin na reunião do Conselho de Legisladores russo.

O mandatário rejeitou a narrativa de "isolamento" da Rússia.

"Nós não vamos nos isolar, pelo contrário, expandiremos as relações pragmáticas, igualitárias, mutuamente benéficas e exclusivamente de parceria com países amigos da Eurásia, África e América Latina", disse Putin, acrescentando que, apesar do sentimento entre as "elites" nos EUA e na Europa, suas políticas nem sempre condizem com os interesses de seus povos.

"No entanto, apesar de todos esses esforços, a intensidade dos contatos internacionais, incluindo aqueles por meio do nosso parlamento, não só não está diminuindo, como até está aumentando, o que é uma tendência muito boa, correta e indicativa", sublinhou o presidente da Rússia.

A Rússia está pronta para trabalhar com os parceiros estrangeiros, com empresas e corporações globais que valorizam sua reputação comercial e querem cooperar com a Rússia, apontou.

Segundo ele, os países ocidentais, que "estão destruindo maniacamente a estrutura jurídica e os canais de diálogo, tentam impor suas opiniões e as chamadas 'regras' a todos. Que regras? Ninguém as viu, quem escreveu essas regras?".

"Vejam as previsões das organizações internacionais, as previsões de crescimento da economia russa. Tudo lá está mais ou menos estável para nós. Mesmo aqueles que não gostariam de mostrar essas perspectivas são forçados a mostrá-las. E olhem para aqueles que estão criando problemas para nós. Eles parecem estar criando-os para si mesmos", assinalou Vladimir Putin.

O alto responsável ainda sugeriu a necessidade de defender os cidadãos russos nas novas regiões russas.

 

Ø  FMI explica inesperada 'resiliência' da economia russa às sanções ocidentais

 

A Rússia lidou com a pressão das sanções externas melhor do que o esperado, diz o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a situação econômica na Europa.

"A economia russa se mostrou mais resistente às sanções do que muitos especialistas esperavam inicialmente. Depois de uma queda acentuada no segundo trimestre do ano passado, a economia se recuperou de forma significativa no terceiro e quarto trimestres, reduzindo o declínio da produção em 2022 para 2,1 por cento", disseram os autores do documento.

Os "resultados inesperadamente fortes" do ano passado são atribuídos à sustentabilidade das exportações de petróleo. Além disso, a indústria russa de petróleo e gás conseguiu manter seus volumes de fornecimento em meio ao aumento dos preços.

No entanto, o FMI espera uma queda acentuada nas receitas fiscais em 2023 devido à queda nos preços do petróleo e do gás.

Ao mesmo tempo, o produto interno bruto (PIB) deve crescer 0,7%. Segundo Maksim Oreshkin, assessor do presidente russo, o PIB da Rússia crescerá em 1% - 2% neste ano.

O Ocidente intensificou as sanções contra a Rússia por causa de sua operação militar especial na Ucrânia, o que fez disparar os preços da eletricidade, do combustível e dos alimentos na Europa e nos Estados Unidos.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a política de conter e enfraquecer a Rússia é uma estratégia de longo prazo do Ocidente, e as sanções foram um duro golpe para toda a economia mundial. As autoridades russas insistiram repetidamente que Moscou vai resolver todos os problemas ocasionados pelo Ocidente.

 

Ø  UE diz que acordo foi alcançado para retomar trânsito de grãos da Ucrânia com 5 países do bloco

 

A Comissão Europeia disse nesta sexta-feira (28) que, a princípio, chegou a um acordo para permitir que o trânsito de grãos ucranianos seja retomado através de cinco países da União Europeia que impuseram restrições.

Os países que impuseram as medidas foram Bulgária, Hungria, Polônia, Romênia e Eslováquia, citando preocupações de que grãos da Ucrânia destinados a serem exportados para outros países tivessem acabado em seus mercados locais, o que estava derrubando os preços para os agricultores locais.

O vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, disse que o executivo da UE havia alcançado "um acordo de princípio" com os cinco países "para atender às preocupações dos agricultores dos países vizinhos da UE e da Ucrânia", relata a Reuters.

A autoridade disse que o acordo inclui "medidas de proteção" para quatro produtos – trigo, milho, colza e semente de girassol. Ele também disse que o acordo inclui um pacote de apoio no valor de € 100 milhões (R$ 549 milhões) para agricultores locais, disse Dombrovskis.

Os cinco países se tornaram rotas de trânsito para grãos ucranianos que não podiam ser exportados pelos portos do país pelo conflito entre Rússia e Ucrânia.

Os gargalos prenderam milhões de toneladas de grãos nos países que fazem fronteira com a Ucrânia, forçando os agricultores locais a competir com um influxo de importações ucranianas baratas que, segundo eles, distorceram os preços e a demanda.

·         Erdogan fala a Putin sobre necessidade de estender acordo de grãos, segundo mídia turca

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse durante as conversações telefônicas na quinta-feira (27) com seu homólogo russo, Vladimir Putin, que o acordo de grãos deve ser estendido, segundo fontes do jornal Sabah.

Anteriormente, o gabinete do líder turco informou que, durante as conversações, os líderes também discutiram a situação na Ucrânia. Erdogan disse que novas iniciativas podem ser desenvolvidas por grupos de trabalho.

"Durante as conversas, o presidente Erdogan declarou a necessidade de estender o corredor de grãos, e Putin respondeu dizendo que 'damos importância à proposta da Turquia'", escreveu o jornal.

Anteriormente, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a mensagem do secretário-geral da ONU, António Guterres, ao presidente russo Vladimir Putin sobre o acordo de grãos inclui um conjunto detalhado de argumentos sobre os esforços em andamento, mas o assunto não avançou.

·         Iniciativa de Grãos do Mar Negro

Em 22 de julho de 2022, Rússia, Ucrânia, Turquia e as Nações Unidas fecharam um pacote de acordos, chamado a Iniciativa de Grãos do Mar Negro, para fornecer um corredor marítimo humanitário para navios com alimentos e fertilizantes para o mercado internacional.

Um deles aprovou um mecanismo para exportar grãos dos portos do mar Negro controlados pela Ucrânia. Outra parte dos acordos diz respeito ao acesso aos mercados globais de alimentos russos.

As autoridades russas têm repetidamente apontado que a segunda parte não está de fato implementada.

Inicialmente, os acordos foram assinados por 120 dias e mais tarde, em novembro, foram prorrogados pelo mesmo período.

Em 18 de março, a Rússia anunciou uma prorrogação de 60 dias do acordo, alertando que esse seria o tempo suficiente para avaliar a implementação do memorando assinado com a ONU.

 

Ø  Lockheed ganha contrato de US$ 4,8 bilhões de produção de foguetes para sistemas Himars

 

A montadora norte-americana recebeu autorização para produzir maiores quantidades dos Sistemas de Foguete de Lançamento Múltiplo Guiado até 2026.

O Exército dos EUA na quinta-feira (27) atribuiu à montadora norte-americana Lockheed Martin um contrato de US$ 4,8 bilhões (R$ 24 bilhões) para sistemas de foguetes de lançamento múltiplo guiados, que os EUA enviaram em grande número para a Ucrânia, escreve na sexta-feira (28) o portal Defense News.

O ramo militar planeja aumentar a produção do Sistema de Foguete de Lançamento Múltiplo Guiado (GMLRS, na sigla em inglês), usado nos lança-foguetes Himars, de 6.000 foguetes por ano para 14.000, e espera assinar um contrato plurianual para eles no ano fiscal de 2024, graças a uma autoridade do Congresso aprovada em dezembro de 2022. Os contratos plurianuais, geralmente reservados para programas grandes e caros, oferecem certeza de longo prazo que pode reduzir o custo, de acordo com o Defense News.

Espera-se que o trabalho no contrato seja concluído até 30 de outubro de 2026, conforme comunicado pelo Pentágono.

Além de aumentar a produção do GMLRS, a Lockheed Martin também está trabalhando em uma versão de maior alcance do foguete e planeja realizar outro teste de voo do sistema atualizado ainda em 2023, contou na quinta-feira (27) Becky Withrow, gestor sênior de desenvolvimento de negócios da área de mísseis da montadora, ao Defense News, durante a conferência anual da Associação de Aviação do Exército da América (AAAA, na sigla em inglês).

A Lockheed espera que o Exército dos EUA tome uma decisão em 2024 sobre a possibilidade de fabricar a versão de maior alcance, acrescentou Withrow.

Os EUA têm fornecido GMLRS, juntamente com os lançadores do Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade usados para dispará-los, para a Ucrânia desde o verão passado para ajudá-la a se defender da invasão russa. (O Pentágono não divulgou o número de GMLRS enviados ao país).

 

Ø  Reino Unido vai entregar sistemas de defesa antiaérea para Polônia no valor de £ 1,9 bilhão

 

A empresa britânica MBDA fornecerá à Polônia mísseis antiaéreos e lançadores no valor de £ 1,9 bilhão (R$ 11,8 bilhões) como parte da modernização de sua força de defesa antiaérea, informa o comunicado da MBDA.

"No total, a MBDA fornecerá mísseis e lançadores de mísseis avaliados em £ 1,9 bilhão para apoiar a modernização e a criação pela Polônia de um total de 22 baterias de defesa antiaérea do [programa] PILICA+, tornando-o o maior programa europeu da OTAN de aquisição de defesa antiaérea de curto alcance", diz o comunicado.

Também o ministro da Defesa Nacional da Polônia, Mariusz Blaszczak, confirma no Twitter o fechamento do contrato.

"Mais um passo no programa PILICA+. Foram assinados contratos para a entrega de lançadores Launcher e mísseis CAMM, bem como sistemas de mísseis antiaéreos e artilharia PSR-A PILICA. Isso representa um grande salto na capacidade de abater alvos aéreos e o aumento das capacidades da defesa antiaérea polonesa", escreveu ele.

O Ministério da Defesa do Reino Unido descreveu o custo do acordo como "recorde", destacando que é "um dos maiores acordos bilaterais europeus de defesa antiaérea na OTAN".

"Os mísseis sofisticados podem ser utilizados para proteger ativos de alto valor, como forças militares instaladas ou infraestruturas nacionais essenciais [...] O sistema pode atacar alvos aéreos e mísseis avançados a até 25 km de distância e é capaz de atingir um objeto do tamanho de uma bola de tênis que viaja além da velocidade do som", afirma o comunicado do ministério sobre o acordo.

O acordo tem como objetivo fortalecer as capacidades de defesa antiaérea da Polônia e aumentar a cooperação entre as indústrias de defesa dos dois países, informou o Ministério da Defesa britânico.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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