Multinacionais
estão otimistas com governo Lula e futuro do Brasil pós-Bolsonaro
Diante
do cenário de aprovação do Arcabouço Fiscal, Reforma Tributária e contenção da
inflação, multinacionais que atuam no Brasil estão otimistas com o governo Lula
e o futuro do Brasil pós-Bolsonaro.
Os
dados fazem parte de um levantamento feito pela Folha de S. Paulo, que revela
que 80% dos executivos estão otimistas com o futuro econômico do país e apenas
20% ainda mantêm algum tipo de preocupação.
Segundo
o levantamento feito pela Folha, o termômetro das multinacionais aponta para
boas perspectivas de vendas no Brasil na áreas de alimentação, tecnologia,
suprimentos agrícolas e medicamentos.
Entre
os executivos que estão otimistas com o futuro econômico do Brasil estão Tim
Cook, CEO da Apple, e Marcelo Rabach, CEO da Arcos Dorados, que opera as
franquias do McDonald 's no país.
Também
trabalham com boa expectativa quanto ao Brasil pós-Bolsonaro as companhias de
alimentos e bebidas como Kellogg (dona da marca Pringles), Hormel Foods
(Ceratti), a gigante cervejaria AB Inbev e a Brown-Forman (Jack Daniel's)
relatam crescimento de vendas ou apontam confiança nos próximos meses.
• Brasil com Lula: juros e inflação em
baixa, PIB em alta, aponta Relatório Focus
Os
especialistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC)
reduziram novamente a estimativa de inflação para o ano de 2023, de acordo com
o Relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (19).
Segundo
o relatório, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a medida
oficial da inflação no país, agora é projetado para encerrar o ano em 5,12%.
Essa estimativa é menor do que a da semana passada, que era de 5,42%. Essa foi
a quinta redução consecutiva na projeção.
O
Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu uma meta de inflação de 3,25%
para este ano, com uma faixa de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou
para baixo. Portanto, a meta será considerada cumprida se a inflação ficar
entre 1,75% e 4,75%.
Os
economistas consultados pelo BC também reduziram suas estimativas de inflação
para 2024 (de 4,04% para 4%) e 2025 (de 3,9% para 3,8%).
Quanto
ao Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, o Relatório Focus projeta um
crescimento de 2,14% para 2023, o que é superior à estimativa da semana
anterior (1,84%). Essa é a sexta revisão consecutiva para cima.
No
entanto, a previsão de crescimento econômico para 2024 foi revisada para baixo,
passando de 1,27% para 1,2%. Para 2025, a estimativa permaneceu em 1,8%.
• Taxa Selic
Em
relação à taxa básica de juros da economia, a Selic, o mercado financeiro
reduziu a estimativa para o final de 2023, passando de 12,5% para 12,25% ao
ano, após oito semanas de estabilidade. A projeção para 2024 também diminuiu,
de 10% para 9,5% ao ano.
Na
última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a Selic foi mantida em
13,75% ao ano. O comitê se reunirá novamente nesta semana para definir a taxa
de juros. A maioria dos analistas espera que a Selic seja mantida no nível
atual, mas preveem uma redução a partir de agosto.
A
taxa básica de juros, conhecida como Selic, é a principal ferramenta utilizada
pelo BC para controlar a inflação. Ela é empregada nas negociações de títulos
públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e
Custódia (Selic) e serve de referência para outras taxas da economia.
No
que diz respeito ao dólar, os analistas consultados pelo BC reduziram a
projeção para o valor da moeda, estimando que o dólar fechará em R$ 5 em 2023.
Para 2024, a estimativa foi revisada de R$ 5,17 para R$ 5,10.
O
Relatório Focus resume as expectativas do mercado coletadas até a sexta-feira
anterior à sua divulgação. Ele é divulgado regularmente às segundas-feiras.
Reforma tributária: as ações mais
afetadas pela 1ª etapa das mudanças de taxação – e no que já ficar de olho
sobre o que virá
Após
30 anos de discussões, a Câmara dos Deputados aprovou a reforma tributária dos
impostos sobre o consumo no fim da semana passada. A emenda constitucional
transforma cinco tributos diferentes em dois: a Contribuição sobre Bens e
serviços (CBS) que será administrada pela União, e o Imposto sobre Bens e
Serviços (IBS), que será administrado por Estados e Municípios em comitê
conjunto.
Conforme
destaca a XP, a reforma tende a ser positiva no âmbito macroeconômico, pois
visa criar um sistema mais transparente, equilibrado e simples. Isso reduziria
as taxas de litígio, custos de conformidade e má alocação de capital, ajudando
a estimular a produtividade no longo prazo.
Entre
as empresas, o impacto de curto prazo é ambíguo, pois a carga tributária pode
aumentar ou diminuir dependendo do setor.
Analistas
têm se debruçado sobre os impactos da reforma para setores específicos e o que
está por vir, uma vez que, além de ter que passar pelo Senado, discussões sobre
a segunda etapa (da reforma sobre o imposto de renda) estão no radar.
Em
relatório, o Goldman Sachs destacou que a reforma (em sua primeira e segunda
fases) tem potencial de afetar 70% das empresas listadas no Ibovespa.
Os
impactos são diferentes com a potencial unificação de impostos sobre bens e
serviços, com o banco apontando que a alíquota do Imposto sobre Serviços (ISS)
cobrada pelos municípios varia entre 2% a 5%, enquanto a do Imposto sobre
produtos industrializados (IPI) tem diferença entre 1% e 40%. Enquanto isso, o
percentual sobre a alíquota do Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) deve ficar
em torno de 25%.
O
time de analistas do banco também avalia que, dado que a proposta do IVA é de
unificar os impostos com um impacto neutro na arrecadação, a reforma tributária
pode aumentar os impostos sobre empresas de serviços, ao mesmo tempo em que
potencialmente reduziria os impostos sobre os segmentos mais tributados do
setor industrial.
Enquanto
isso, as empresas de serviços podem se ver pressionadas a subir os preços para
compensar os impostos maiores, com consequente redução da demanda.
Neste
sentido, bancos e empresas de transportes aparecem entre os nomes mais expostos
à reforma voltada para o consumo.
Não
se descarta ainda uma taxa diferenciada a ser cobrada das instituições
financeiras, que já pagam uma alíquota de 45% (25% de imposto de renda e 20% de
contribuição social), contra uma média de 34% para as grandes empresas.
Olhando
para as empresas em si, embora alguns detalhes venham a ser definidos, os
analistas do Goldman veem as empresas com os menores níveis de impostos sobre a
receita como as mais expostas, caso os impostos sobre a receita existentes
sejam consolidados em um único imposto. Entre as ações de sua cobertura com
deduções de receita bruta abaixo da mediana estão PRIO (PRIO3), XP (XPBR31), Nu
(NU), Localiza (RENT3), Rede D’Or (RDOR3), Suzano (SUZB3), Rumo (RAIL3), JBS
(JBSS3), Raia Drogasil (RADL3), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3), Itaú
(ITUB4) e Santander Brasil (SANB11).
Contudo,
notam os seguintes pontos:
Exportadores
como PRIO, Suzano e JBS podem não ser tão impactados, já que não há previsão no
projeto de lei para a aplicação do IVA nas exportações no momento.
Na
perspectiva da Rede D’Or, os analistas notam que há previsão no projeto de lei
para impostos reduzidos sobre serviços médicos.
Os
bancos e serviços financeiros, como já destacado acima, podem pagar uma taxa de
imposto diferente (a ser definida no futuro) de acordo com o projeto de lei.
O
projeto de lei permite tributação especial em alguns segmentos, que podem
incluir o setor de bebidas alcoólicas. Essa alíquota especial ainda será
definida, com potencial impacto negativo para a Ambev (ABEV3).
O
projeto de lei acrescenta uma previsão de subsídios para determinados itens –
“cesta básica” (produtos básicos de alimentação) – que podem eventualmente
beneficiar a JBS.
As
empresas com alta exposição a clientes corporativos podem ter mais facilidade
em repassar os impostos mais altos aos preços, pois as empresas podem receber
um crédito fiscal pelos impostos pagos aos fornecedores.
• Varejo, agro e construção civil
Em
relatórios, a XP também destacou os possíveis impactos da primeira fase da
reforma sobre setores específicos de varejo e agropecuária.
A
casa aponta que a versão final da reforma que passou na Câmara introduz quatro
regimes “especiais”: i) 60% de redução nos impostos para produtos ligados ao
agronegócios, saúde e educação, medicamentos, etc.; ii) redução de 100% do
imposto sobre frutas, legumes e ovos; iii) isenção fiscal nos produtos da cesta
básica nacional; e iv) crédito presumido para agricultores com faturamento
entre R$ 2 – 3,6 milhões.
Em
consequência do aumento das exceções aprovadas na reforma (renúncias fiscais),
a alíquota final pode ser superior à indicação inicial de 25%. No entanto, a
equipe de economia da XP acredita que a redução dos incentivos fiscais e maior
formalização do sistema tributário deve contribuir para evitar uma forte alta
na alíquota.
O
governo federal se comprometeu a atender às necessidades financeiras para
sustentar os incentivos fiscais durante o período de transição, cabendo aos
Estados definir o valor financeiro necessário para tanto. A implementação do
novo regime terá início em 2026, com a extinção do PIS/Cofins em 2027 e a
redução do ICMS/ISS a partir de 2029, caindo um décimo até 2023, quando eles
deixarão de existir.
A
competitividade da Zona Franca de Manaus (ZFM) será protegida por meio de um
imposto seletivo cobrado de empresas de fora da região e que fabricam bens
produzidos na região.
Para
os analistas, no setor de varejo, a principal mudança na versão aprovada em
relação à última foi a isenção de impostos para a cesta básica nacional.
“Embora
isso possa melhorar o poder de compra por meio de preços mais baixos, os
produtos da cesta básica brasileira já contam alíquotas de impostos mais
baixos. Quanto aos demais segmentos do varejo, mantemos nossa visão de que as
empresas terão tempo para se adequar ao novo regime e eventualmente realizar
repasses de preços durante o período de transição, visando mitigar possíveis
efeitos negativos”, avaliam.
Para
o setor agro, a XP reitera a observação de que a Zona Franca se mantém no mesmo
modelo, com IPI funcionando até 2032. Após esse período, é estabelecido um
imposto seletivo genérico para a manutenção da competitividade. Entretanto, a
casa não descarta a possibilidade dessa parte da reforma sofrer alguma
alteração no Senado.
Além
disso, existe uma diferença grande entre a isenção de um produto e a definição
de alíquota zero, dado que a alíquota zero implica em uma renúncia fiscal mais
relevante.
“Por
isso, não se espera uma definição exata dos produtos que compõem a cesta no
curto prazo. A ideia das discussões era primeiro definir o modelo e
posteriormente a discussão dos itens que compõem a cesta. Os consultores
políticos acham difícil que a alíquota padrão siga em 25% dada as mudanças no
texto na aprovação na sexta-feira”, destacam os analistas da casa.
De
maneira geral, a aprovação teve efeito líquido positivo para as empresas agro,
de alimentos e bebidas de sua cobertura, com potencial definição de alíquota
zero para a maior parte das empresas de alimentos, com a manutenção dos
benefícios da Zona Franca de Manaus para Ambev (o que é um ponto positivo para a
companhia de bebidas) e com pouco impacto nas empresas do agro. “A princípio, a
impressão que temos é que o cenário competitivo melhora para todas as empresas
no longo prazo”, avalia.
Entretanto,
ainda existem muitos pontos a serem definidos e o período de transição se
manteve, ou seja, veem pouco impacto no curto prazo.
O
Bradesco BBI, por sua vez, aponta que a reforma pode ser positiva para alguns
segmentos do setor de construção, uma vez que acaba com a diferença dos
impostos cobrados na construção tradicional –no canteiro de obras– e na
construção industrial, a chamada off-site. O segundo tipo não é comum no país,
justamente pela tributação mais alta até o momento.
“A
reforma favorece a isonomia entre a construção convencional e a
industrializada”, disse à Folha de S. Paulo Rodrigo Navarro, presidente da
Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção). Mas
ele observou que a preocupação do setor é principalmente com a alíquota que
será definida.
“A
redução da tarifa de impostos na construção off-site deve ser positiva para a
Tenda (TEND3) e sua unidade de negócios nesse segmento Alea, embora notemos uma
falta de clareza formal sobre o tratamento do setor em termos de IVA (o mercado
parece ver a manutenção do RET, ou regime especial de incorporações
imobiliárias sem impacto no setor)”, avalia o BBI.
• Para BBA, é difícil apontar vencedores e
perdedores
Ao
analisar os principais pontos da reforma tributária, o Itaú BBA, por sua vez,
aponta que é muito difícil ainda saber nesse momento quem são os
setores/empresas vencedores/perdedores com a reforma. Os detalhes da reforma
ainda serão regulamentados via lei. A reforma agora segue para o Senado, onde
as discussões só devem começar em agosto, após o recesso parlamentar, avalia.
Os
analistas do BBA veem a aprovação da reforma tributária como positiva para os
mercados no geral pois poderia aumentar o potencial de crescimento do PIB a
longo prazo.
Com
o fim da guerra fiscal, os estados não poderão mais conceder benefícios, o que
pode direcionar os investimentos para onde faz mais sentido de acordo com o
negócio em vez de basear essas decisões em vantagens fiscais. Dado o longo
período de transição, as empresas terão de lidar tanto com ambos sistemas de
impostos (o antigo e o novo) nos próximos anos, aumentando a complexidade até o
período de transição terminar, em 2033. Após o período de transição, as
empresas gastarão menos horas com discussões tributárias dada a simplificação
do regime, reduzindo o tamanho de seus departamentos para tratar sobre o tema.
Nesse
sentido, citam que empresas varejistas, por exemplo, com benefícios fiscais de
ICMS poderão manter seus benefícios até 2032, embora comece a reduzir em 2029
com a implementação de o IBS. O mecanismo do período de transição mudou no
último minuto, reduzindo o impacto de 2029-32, o que é positivo para as
empresas com benefícios fiscais.
“O
impacto por setor/empresa é muito difícil de estimar, dado o efeito principal
não cumulativo. Como as empresas terão o direito de deduzir o IVA da aquisição
de bens e serviços, exceto para uso e consumo pessoal, haverá uma redução nos
seus custos, pelo que a análise deve considerar o impacto tanto nas receitas
como custos. As empresas brasileiras não divulgam o imposto pago por serviço ou
item adquirido, o que torna muito difícil entender o impacto potencial”,
avaliam os analistas.
Além
disso, a reforma tributária pode incentivar a terceirização de serviços pelo
efeito principal não cumulativo.
• Segunda etapa da reforma já está no
radar
A
primeira etapa da reforma tributária ainda não foi concluída, mas os analistas
do Goldman Sachs já destacaram os possíveis impactos de uma segunda fase da
reforma, que tratará de impostos sobre renda.
Em
destaque, estão as discussões sobre a tributação de dividendos e o fim dos
juros sobre o capital próprio, que já vem trazendo impactos para empresas como
a Ambev.
Em
relação ao fim do JCP, o impacto pode se materializar para as empresas listadas
na B3 negativamente já que a remuneração aos acionistas por essa forma é considerada
uma despesa financeira e diminui o lucro tributável, ou seja, a distribuição de
lucros via JCP reduz o valor de imposto a ser pago por uma companhia.
Entre
as ações na Bolsa de cobertura do Goldman Sach além de Ambev, Telefônica Brasil
(VIVT3), Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3), Lojas Renner (LREN3), Bradesco
(BBDC4) e Localiza (RENT3) estariam entre as mais afetadas com o fim do JCP,
uma vez que são as que mais se beneficiam com ele.
Já
com relação à taxação de dividendos, financeiras, empresas de commodities e
telecom teriam maior exposição devido ao pagamento de dividendos acima da média
(que concentra uma parcela relativamente maior dos retornos aos acionistas nos
anos anteriores à implementação do novo sistema tributário). As 7 ações em sua cobertura
mais expostas (com base na previsão de dividendos de 2024) seriam: Petrobras
(PETR3;PETR4), PRIO, Telefônica Brasil, BB Seguridade (BBSE3), Banco do Brasil
(BBAS3), B3 (B3SA3) e Cielo (CIEL3).
“Estimamos
que a PRIO começará a pagar dividendos significativos em 2024 com um FCF [fluxo
de caixa livre] forte e sem fusões e aquisições no horizonte”, aponta.
Assim,
de uma forma geral, os analistas do banco apontam para dez ações cobertas por
eles mais expostas a uma série de mudanças na reforma tributária no Brasil
(seis delas classificadas com recomendação de compra pelo Goldman): Banco do
Brasil, PRIO, Itaú, Bradesco, Localiza , Santander Brasil (SANB11), BTG Pactual
(BPAC11), Telefônica Brasil, Ambev e B3.
Eles
lembram, contudo, que os bancos já enfrentam uma carga tributária relativamente
alta na forma de uma alíquota legal de 45% (25% de imposto de renda e 20% de
contribuição social). Além disso, atualmente não há propostas para aumentar os
impostos sobre exportadores como o PRIO.
O
Morgan Stanley, por sua vez, fez uma análise específica sobre o impacto das
duas etapas da reforma tributária para a Hypera (HYPE3.
De
acordo com os analistas do banco, a confirmação da reforma tributária aprovada
na Câmara dos Deputados reduziria os riscos fiscais para a Hypera em relação ao
Valor Presente Líquido (VPL) de R$ 15,8 bilhões para R$ 6,4 bilhões relativos
aos juros sobre capital próprio, ainda pendente de negociações políticas, pois
garante benefícios fiscais até 2032. A proposta também abre o porta para reduzir
os pagamentos de IVA.
Para
os analistas, a aprovada reforma tributária diminui os riscos fiscais. O
projeto de reforma tributária aprovado pela Câmara dos Deputados previa um
fundo compensatório para as empresas afetadas pela redução dos incentivos do
ICMS até 2032 (incluindo os benefícios fiscais da Hypera em Goiás).
“A
proposta de lei ainda pode ser alterada no Senado, mas acreditamos que a versão
atual deve reduzir a percepção de risco de mercado no Hypera, dado o tom mais
favorável ao mercado em relação às versões anteriores. Quantificamos esse risco
para o VPL em R$ 9,4 bilhões, ou 27% do EV (valor da firma) atual, um risco que
desaparece se a minuta atual for finalmente aprovada”, apontam.
O
Morgan ainda reforma que poderia haver mais notícias positivas, reforçando que
a nova alíquota do IVA brasileiro ainda não foi definida, mas espera-se que
seja de aproximadamente 25%. A minuta aprovada define que o ICMS dos
medicamentos será de apenas 40% desse valor (cerca de 10%), uma redução contra
os cerca de 18% de agora (11% de ICMS, não recolhido por causa de benefícios
fiscais, + 7% de outros impostos).
“Não
está claro agora quais medicamentos se beneficiariam com essa redução, mas isso
poderia significar uma carga tributária de IVA de longo prazo (pós-2032) mais
baixa para a Hypera”, aponta.
Com
a discussão sobre Juros sobre Capital Próprio sendo a próxima no radar, o
Morgan lembra que, anteriormente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
sugeriu que o governo poderia eliminar os incentivos do JCP, pois eles reduzem
o pagamento de imposto de renda.
“Estimamos
o VPL dos incentivos por conta do JCP da Hypera em R$ 6,4 bilhões, ou 19% do EV
atual, então ainda é uma parte relevante pendente de conclusão, potencialmente
impactando o desempenho de HYPE3”, apontam os analistas.
Contudo,
levando todos esses pontos em conta, o banco projeta uma melhora na relação
risco-recompensa. “Esperamos que a Hypera continue ganhando participação de
mercado, com espaço para aumentar ligeiramente as margens no médio prazo, já
refletido em nossas estimativas e guidance. A Hypera superou o Ibovespa e os
seus pares de saúde desde o início de 2022 e agora está negociando em linha com
múltiplos históricos. O mercado estava preocupado com a reforma, mas as últimas
informações reduzem esse risco”, avalia o banco, que no momento tem
recomendação equalweight (exposição em linha com a média do mercado,
equivalente à neutra) com preço-alvo de R$ 47,20, ou potencial de alta de 3%
frente o fechamento da véspera.
Fonte:
Fórum/Infomoney
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