Kit robótica:
compra de fazenda de Lira com dinheiro vivo reforça suspeita da PF de
"caixa" oriundo de desvios
Um
acordo firmado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL),
com uma família do interior de Alagoas reforça as suspeitas da Polícia Federal
(PF) de que pagamentos de despesas pessoais do parlamentar teriam sido feitos
por um assessor investigado por desvio de dinheiro público, diz a coluna do
jornalista Rodrigo Rangel, do Metrópoles.
Documentos
apreendidos com Luciano Cavalcante, considerado braço-direito de Lira, e com o
motorista dele, Wanderson de Jesus, durante a Operação Hefesto, deflagrada no
início de junho com o objetivo de investigar a suspeita de fraudes na compra de
kits de robótica com recursos do Ministério da Educação, indicam que o mesmo
assessor apontado como participante do esquema gerenciava um fundo utilizado
para cobrir as contas de Lira.
O
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão do Ministério da
Educação responsável pelas transferências de recursos sob investigação, era
administrado na época pelos membros do PP, partido ao qual o presidente da
Câmara é filiado. A PF suspeita que o esquema se estendia além disso, incluindo
dinheiro desviado de outros órgãos administrados pelo partido.
No
material apreendido pela PF, constam anotações com vários valores relacionados
ao nome "Arthur". Muitos desses valores indicam, de fato, despesas do
presidente da Câmara, como as contas de um hotel em São Paulo, onde Lira
costuma se hospedar, além de gastos com automóveis e até mesmo sessões de
fisioterapia para o pai do deputado.
• Desvios do kit robótica financiaram os
gastos pessoais de Arthur Lira
Uma
investigação conduzida pela Polícia Federal revelou que os gastos pessoais do
presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foram supostamente financiados por
meio de desvios de verbas destinadas à compra de kits de robótica. A lista
apreendida pelos investigadores mostra que Luciano Cavalcante, um dos
assessores mais próximos de Lira, teria utilizado recursos provenientes desses
desvios para pagamentos relacionados à vida pessoal e política do presidente da
Câmara, segundo apontam os jornalistas Fabio Serapião e Paulo Saldaña, da Folha
de S. Paulo.
Os
pagamentos registrados incluem aquisição de bebidas alcoólicas, como vinhos e
uísques, gastos com festas, consertos de carros e até mesmo a compra de um
chuveiro. Luciano foi encontrado pela PF com documentos que mencionam Lira e
uma lista de pagamentos vinculados ao nome "Arthur". Essa descoberta
é uma ramificação das investigações sobre supostos desvios em contratos de
compra dos kits de robótica com recursos públicos.
A
PF rastreou transferências suspeitas de dinheiro dos sócios da empresa
responsável pela venda dos kits, a Megalic, assim como de pessoas e empresas
associadas a eles. Essa investigação levou os policiais até Luciano,
reconhecido em Brasília e Alagoas como um dos principais auxiliares de Lira.
Além disso, documentos apreendidos mostram gastos relacionados à vida pessoal
de Lira, como pagamento de impostos e revisão de veículos.
No
ano passado, a Folha de S.Paulo revelou que o governo de Jair Bolsonaro
destinou R$ 26 milhões para a compra dos kits de robótica em sete cidades alagoanas,
mesmo essas cidades enfrentando sérias deficiências de infraestrutura. Todas as
cidades envolvidas possuíam contratos com a empresa Megalic, cujos sócios são
próximos de Lira. Esses recursos federais foram liberados e transferidos em
velocidade incomum, utilizando emendas controladas por Lira no Orçamento da
União.
A
investigação também revelou que Luciano e Edmundo Catunda, um dos sócios da
Megalic, estiveram juntos no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE), órgão do Ministério da Educação responsável pelas transferências de
recursos sob investigação.
Os
gastos pessoais de Lira, que incluem festas na residência oficial da Câmara dos
Deputados, foram anotados na lista apreendida, totalizando pelo menos R$ 60
mil. Além disso, registros indicam pagamentos relacionados a bebidas, jantares
e até mesmo a prefeitos. A lista também revela pagamentos feitos pelo motorista
de Luciano, Wanderson de Oliveira, associados ao nome "Arthur".
Diante
dessas revelações, surgem fortes indícios de que os desvios dos recursos
destinados à compra dos kits de robótica tenham sido utilizados para custear os
gastos pessoais e políticos de Arthur Lira. A investigação continua e as
autoridades estão analisando detalhadamente as evidências obtidas durante a
operação para esclarecer os fatos e responsabilizar os envolvidos.
Magno Malta compara povo do nordeste a
gado
O
senador Magno Malta (PL-ES) afirmou que o povo do Nordeste foi “laçado” pelo
Bolsa Família, programa de assistência social do governo Lula (PT).
O
senador diz que os eleitores do Nordeste “precisam entender que foram laçados
pelo Bolsa Família”.
A
declaração foi dada no evento Foro do Brasil, que reuniu bolsonaristas na
quinta (29). As informações são do Estadão.
Malta
diz que conversou sobre o assunto com Bolsonaro durante a campanha de 2018.
Naquele ano, o então candidato Fernando Haddad (PT) venceu Bolsonaro no
Nordeste com 69,7% dos votos válidos.
O
Nordeste não é comunista, o Nordeste não é socialista, esse povo não sabe nem o
que é isso. O Nordeste é Padre Cícero Romão, é Frei Damião, o Nordeste é Assembleia
de Deus, o Nordeste é Igreja Batista, o Nordeste é o padroeiro da vaquejada. O
problema é que eles precisam entender que eles foram laçados pelo Bolsa
Família.
Magno
Malta Em 2022, no segundo turno das eleições, o presidente Lula (PT) venceu
Jair Bolsonaro no Nordeste por uma diferença de 12,5 milhões de votos válidos.
A
região foi a única onde o petista saiu vitorioso e foi decisiva para a eleição
de Lula. O Foro do Brasil foi organizado por Padre Kelmon (PTB) e pretende ser
um contraponto do Foro de São Paulo, que faz encontros em Brasília até domingo
(2).
Projeto para coibir desvios na Codevasf
está avançando, diz CGU
O
ministro da CGU (Controladoria Geral da União), Vinicius Marques de Carvalho,
disse nesta 4ª feira (28.jun.2023) que o projeto piloto para criar sistemas de
integridade que coíbam desvios está em processo de desenvolvimento, mas ainda
não há data para ser concluído. As medidas devem ser implementadas em empresas
e órgãos como a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São
Francisco e do Parnaíba).
“O
programa está em uma fase de diagnóstico, junto à equipe da própria Codevasf”,
declarou ao Poder360 depois de participar do painel “Integridade, Diversidade e
Governança ESG: Setor Privado Como Instrumento de Políticas Públicas”, no 11º
Fórum Jurídico de Lisboa. Segundo o ministro, estão sendo mapeados os riscos
atuais e formas de mitigá-los. “Mas está muito no começo”, disse.
O
objetivo da CGU é fortalecer institucionalmente empresas estatais e autarquias
do governo federal para evitar o mau uso de dinheiro público.
“Esse
é um projeto para ajudarmos as empresas a implementar programas de integridade
–inclusive, construir um modelo que possa ser adaptado para cada empresa, mas
que tenha um modelo de referência de programa de integridade para toda a
Esplanada”, disse Carvalho.
“É
importante esclarecer que todos os ministérios, todos os órgãos públicos e
todas as autarquias têm de desenvolver essa agenda de integridade.”
Comandado
pelo Centrão e alvo de desavenças entre o União Brasil e a atual gestão do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Codevasf mais do que duplicou os
recursos para obras durante o mandato de Jair Bolsonaro (PL). A empresa estatal
foi um dos principais destinos das emendas de relator em 2022.
Essas
emendas foram alvo de disputas entre o governo Bolsonaro e a oposição pela
baixa transparência em sua execução. O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu
extingui-las em dezembro de 2022.
Prisão de assessores de Bolsonaro é
prorrogada; defesa pede revogação
Advogados
dos seguranças e ex-assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmaram à
CNN que a prisão de Max Guilherme Machado e Sérgio Rocha Cordeiro foi
prorrogada por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre
de Moraes.
Ambos
estão presos há 55 dias por uma suposta inserção de dados no cartão de
vacinação no sistema do Ministério da Saúde.
Segundo
os advogados, as investigações agora querem saber se houve alguma participação
dos ex-assessores em uma suposta tentativa de golpe, após agentes da Polícia
Federal encontrarem mensagens e um plano de execução no celular do ex-ajudante
de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid.
“Não
se pode estender uma prisão por causa de uma conversa sobre suposto golpe de
terceiros, que não tenha conexão com aquilo que determinou a prisão. O Max
jamais falou em golpe com quem quer que seja. Ele nem estava no Brasil”,
afirmou a defesa.
De
acordo com um dos advogados, os seguranças foram presos após a Polícia Federal
ter identificado a inserção de dados de vacinação de Max no sistema do
Ministério da Saúde, o ConecteSUS.
Os
advogados, no entanto, afirmam que o cartão não foi criado pelos seguranças, e
sim por terceiros.
Segundo
os advogados, Max acessou o ConecteSUS uma só vez. Porém, não o utilizou,
porque jamais solicitaram e pelo fato de se utilizarem de passaportes de
serviço. Além disso, todos fizeram exames em Miami antes de votarem ao Brasil.
“Vamos
seguir recorrendo com pedido de revogação, porque as prisões são
desnecessárias. Além disso, um deles tem dois filhos autistas, que estão tendo
as suas situações agravadas em face da longa ausência do pai e do sofrimento da
mãe. Vamos lembrar que o Ministério Público Federal foi contra essa prisão e
foi a favor da revogação”, destacaram a defesa.
A
CNN entrou em contato com o STF, que informou que não se manifestará sobre o
processo.
Lula deixará parlamentares surfarem no
PAC
Sem
conseguir montar uma base sólida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um
gesto de deferência ao Congresso, vai dar prioridade aos parlamentares na
apresentação do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A atitude
ocorre no momento em que deputados e senadores demonstram insatisfação pela
ausência de convites para inaugurações do governo federal. O programa é a
aposta do Palácio do Planalto para geração de empregos por meio de obras em
todos os estados.
A
intenção do Planalto é detalhar aos líderes partidários de Câmara e Senado as
informações das obras de infraestrutura e diretrizes do PAC antes do lançamento
oficial.
Após
se reunir com os 27 governadores e levantar as prioridades de investimentos em
cada estado, a Casa Civil trabalha para fechar os últimos detalhes. A versão
final deve ser apresentada a Lula nos próximos dias. Após a chancela do
presidente em relação à carteira de projetos, o programa será levado para
conhecimento dos congressistas.
Auxiliares
do presidente afirmam que o novo PAC é dinâmico e que sugestões de eventuais
alterações por parlamentares poderão ser acolhidas dentro do orçamento reservado
para a rubrica.
Um
dos principais porta-vozes da insatisfação da base aliada, o presidente da
Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já afirmou que o governo teria que negociar no
varejo se quisesse aprovar medidas de seu interesse na Casa. Mesmo partidos que
têm ministros no governo, como União Brasil, MDB e PSD, não têm sido fiéis.
Em
janeiro, o desenho do novo PAC teve, como ponto de partida, uma lista de 417
obras, empreendimentos prioritários e projetos apresentados pelos governadores
em uma reunião com Lula. Agora, essa relação foi reduzida para cerca de 350.
O
valor total de investimento, que contemplará obras para os próximos três anos e
vai contar também com parcerias público-privadas, ainda não está fechado, mas
dependerá do espaço fiscal aprovado no novo arcabouço. Após passar pelo Senado,
a nova regra fiscal precisa ser analisada mais uma vez pela Câmara.
O
Planalto ainda discute os detalhes de como fará essa apresentação ao
Legislativo. Uma das alternativas debatidas é Lula chamarLira e o presidente do
Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Outra é os ministros Rui Costa (Casa Civil) e
Alexandre Padilha (Relações Institucionais) detalharem as obras em um encontro
com os líderes das duas Casas.
O
objetivo é fazer um gesto de cortesia ao Congresso, principalmente em um
momento em que Rui Costa, ministro que está à frente da coordenação do
programa, tenta melhorar sua relação com os parlamentares.
Chefe
do novo PAC, Costa tenta se blindar de críticas. O ministro foi duramente
atacado por líderes por não estar aberto ao diálogo com parlamentares. Avesso a
dedicar tempo à articulação, enquanto sua principal função é gerenciar os
projetos do governo, Costa tem mudado de postura diante da dificuldade na
formação de uma base. Ele passou a marcar, por exemplo, uma série de encontros
com integrantes do Legislativo.
Marca
das gestões petistas, o PAC deve ser lançado na segunda quinzena de julho. O
programa terá sete eixos de investimentos: transportes (como rodovias e
portos), água (em projetos como abastecimento e saneamento), transição e
segurança energética (petróleo, gás, linhas de transmissão, mineração),
infraestrutura urbana (Minha Casa, Minha Vida, prevenção de desastres,
mobilidade), inclusão digital, infraestrutura social (educação, saúde, cultura)
e defesa.
As
obras do novo PAC terão um monitoramento centralizado na Casa Civil. Com isso,
o governo espera identificar gargalos em comum e soluções transversais.
Fonte:
Brasil 247/Poder 360/CNN Brasil/O Globo
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