Insulina semanal:
como funciona novo medicamento para diabetes
Um
tipo de insulina que permite a aplicação semanal foi uma das principais novidades do último Congresso da Associação Americana de Diabetes,
realizado entre 23 e 26 de junho, nos Estados Unidos.
A
indicação do medicamento permitirá que os pacientes com diabetes reduzam o número de aplicações da injeção de 365 para 52. Essa
versão de insulina é produzida pela farmacêutica Novo Nordisk e promete
facilitar a vida dos pacientes.
Com
a redução das doses necessárias para controlar a glicemia, os médicos acreditam
que haverá maior adesão ao tratamento. Atualmente, a necessidade diária de
injetar o hormônio anabólico leva a uma descontinuidade do tratamento nas
situações em que os pacientes se esquecem de aplicar a insulina. As falhas
podem levar a descontroles nos níveis de açúcar no sangue.
“Além
do conforto e comodidade para os pacientes, os estudos recentes mostraram que
essa forma de insulina semanal é melhor para a saúde ao ser comparada com as
versões diárias com a mesma finalidade”, afirma o endocrinologista Carlos
Eduardo Barra Couri, consultor convidado pela Novo Nordisk para explicar a
medicação a jornalistas.
A
insulina semanal será vendida comercialmente com o nome de Icodeca. Ela tem a
capacidade de modificar quimicamente as moléculas da insulina basal, criando
uma substância que permanece ativa no organismo por sete dias, com eficácia
igual ou superior ao medicamento tradicional.
Estudo
mostra que vacina semanal é mais eficiente
Durante
a conferência científica, foram apresentados dados de duas pesquisas envolvendo
1.510 pessoas com diabetes que estavam tendo dificuldades para controlar
adequadamente seus níveis de glicose com medicamentos orais. Os resultados
também foram publicados no The New
England Journal of Medicine.
Parte
dos voluntários recebeu a insulina semanal, aplicada com canetas semelhantes às
mais modernas disponíveis no mercado. A outra parte recebeu injeções diárias. A
Icodeca mostrou resultados superiores, controlando mais rapidamente e mantendo
os níveis de glicose dos participantes mais estáveis ao longo do tempo.
Os
pacientes que usaram a insulina semanal tiveram níveis ideais de glicose
durante 71,9% do tempo. Enquanto isso, a versão diária de injeções demonstrou o
controle de açúcar no sangue em 66,9% do tempo.
Riscos
da diabetes descontrolada
Os
principais sintomas da hiperglicemia são excesso de urina e de sede, no
entanto, sintomas como dores, dormência, formigamento das pernas, visão turva e
embaçada e prurido nas regiões genitais também podem aparecer.
Para
os portadores da diabetes tipo 1, a hiperglicemia pode levar ao coma e à
cetoacidose diabética. Para os portadores da diabetes tipo 2, os sintomas são
quase imperceptíveis e a demora no diagnóstico ocasiona complicações sérias nos
rins, no coração e nos olhos.
Pacientes
que ficam em hipoglicemia, ou seja, em níveis abaixo do normal de glicose no
sangue, podem sofrer sérios problemas de saúde, como desmaios e crises
convulsivas.
A
insulina semanal ainda não está à venda, mas os ensaios clínicos foram
encaminhados para a avaliação das agências reguladoras, inclusive a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Fonte:
Metrópoles
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