Ex-ministro de
Bolsonaro sugere que ele sabota o país
Horas
depois de a Câmara dos Deputados aprovar a reforma tributária, que enfrentou a
oposição do ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) foi
às redes sociais afirmar que “nenhuma oposição pode ser contra o Brasil”.
Em
uma indireta ao ex-chefe e ainda aliado, o ex-ministro da Casa Civil do governo
Bolsonaro escreveu que há no país uma unanimidade:
“o
Brasil precisa mudar”. “Precisa porque o povo não pode esperar 4 anos sofrendo,
abandonado, enquanto questões que são de país, e não de governos, precisam ser
enfrentadas”, disse Nogueira, sem citar a reforma tributária ou o
ex-presidente.
“Dizia
isso ontem, digo hoje e direi sempre: nenhuma oposição pode ser contra o
Brasil. O Brasil que queremos é maior do que todos nós, o Brasil que queremos
pode não ser o de hoje, mas é hoje que temos a obrigação de construí-lo”,
concluiu o senador, que é presidente nacional do Progressistas — legenda do
relator da proposta na Câmara, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PB).
Ø
Janones
elogia Tarcísio por apoiar reforma tributária
O
governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos -SP) virou alvo da
ira bolsonarista após trabalhar a favor da Reforma Tributária no Congresso,
aprovada na Câmara nesta quinta-feira. Por outro lado, após o posicionamento, o
político ganhou elogios de personagens inesperados, como o do deputado federal
André Janones (Avante-MG), que chamou de companheiro nas redes.
Em
post no Twitter, o parlamentar comemorou a expressiva votação do Republicanos,
partido de Tarcísio, para aprovação da proposta, e chamou o governador paulista
chamou de “essencial”.
“Republicanos
votou em peso conosco , e o PL garantiu mais 20 votos favoráveis! O meu muito
obrigado ao companheiro Tarcísio, que foi essencial pra isso!”, escreveu
Janoes.
Por
outro lado, a postura do governador incomodou antigos aliados do Bolsonarismo.
O deputado federal Ricardo Salles, repostou a publicação de Janones, ironizando
a homenagem. “Companheiro Tarcísio?”, questiona o texto da postagem de Salles
nas redes.
A
insatisfação com a postura de Tarcísio já havia sido demonstrada por Salles
ainda na tarde desta quinta-feira, quando ele enviou um recado para o
governador durante reunião dos deputados da bancada com o ex-presidente Jair
Bolsonaro.
—
Não vem aqui colocar faixa de representante da direita, porque não é. Nós temos
as nossas próprios convicções, nós temos os nossos princípios e muitos de nós
têm pelo presidente Bolsonaro uma lealdade verdadeira. (…)Nós não queremos e
não seremos representados por alguém que vem aqui se dizer de direita e na hora
de governar o estado para o qual foi designado pelo ex-presidente (Bolsonaro),
não governa como alguém de direita — falou Salles durante discurso.
Quem
também atacou diretamente o governador paulista foi o deputado federal Carlos
Jordy (PL-RJ), que em suas redes pontuou, sem citar nominalmente o político,
que ele “não ouviu aliados de primeira hora e foi elogiado pelo PT”.
“Alguém
tem duvida de quem está certo?”, questionou o parlamentar na postagem.
Em
uma reunião no PL, enquanto o governador se posicionava a favor do texto, foi
interrompido pelo padrinho político, que afirmou que o texto não seria aprovado
se o PL estivesse “unido”. Apesar dos esforços de Bolsonaro, 20 deputados
votaram pela aprovação, enquanto 75 foram contra.
·
Lira
sugere a Bolsonaro não brigar com Tarcísio
O
presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que entrou em
contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e defendeu o governador de São
Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em meio ao conflito entre os dois.
Em pronunciamento na Câmara, Lira disse que ligou e mandou mensagem para Bolsonaro
ontem, dia da aprovação da reforma tributária na Casa. “Colocando justamente,
sem fazer juízo de valor nem pedindo posicionamento, que essa reforma nasceu no
governo dele, foi tocada dentro do Congresso e de que ela era do Brasil”.
O
presidente da Câmara defendeu a postura de Tarcísio durante a discussão da
reforma, considerada decisiva para aprovação. “Fiz uma observação: de que o
governador Tarcísio foi muito correto com o tratamento da PEC e que é um amigo
que precisa ser preservado”.
Autor
da proposta, o deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP) declarou que o momento em
que ficou claro que haveria aprovação foi quando Tarcísio sinalizou apoio.
Arthur Lira afirmou que o estado de São Paulo sempre foi um obstáculo e desta
vez trabalhou pela reforma. Durante o pronunciamento, Lira também agradeceu ao
presidente Lula (PT) e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela atuação na
reforma tributária. Segundo o presidente da Câmara, os dois ligaram para ele
para parabenizar pela aprovação e “saber do ambiente. Ele não quis estimar um
prazo para finalização da apreciação da reforma tributária pelo Congresso, mas
disse acreditar que o projeto ainda deve voltar para Câmara, já que o Senado
pode fazer alterações. “O Senado vai ter a oportunidade de fazer uma discussão
mais pausada, com um olhar mais agudo, e saberemos avaliar o texto que, com
certeza, deve voltar do Senado”, disse.
Defensor
da reforma tributária, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, foi
interrompido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e vaiado ontem durante reunião
do PL que discutia o assunto. Alguns deputados bolsonaristas afirmaram que o
ex-ministro está “queimado”. No vídeo compartilhado em páginas bolsonaristas,
Tarcísio defende a reforma tributária. Ele está ao lado de Bolsonaro e de
outras lideranças do PL, como o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho
(RN). Bolsonaro fez uma crítica pública ao ex-ministro dizendo que “todo mundo
aqui sabe que o Tarcísio não entende de política”, segundo fontes presentes na
reunião relataram ao UOL. O governador de SP disse que a direita deve discutir
a proposta. “Nós não podemos perder a narrativa. A direita não pode perder a
narrativa de ser favorável na reforma tributária. Senão, ela acaba sendo
aprovada, e quem aprovou?” Após a fala, Tarcísio é interrompido pelo
ex-presidente, que diz: “Se o PL estiver unido, não aprova nada”. O
ex-presidente havia se reunido com Tarcísio antes e deixado claro que é contra
a reforma. Durante a tarde, Jair Bolsonaro concedeu entrevista a Jovem Pan e
tratou o governador de São Paulo de forma cordial. Mas ele não deixou de
eleogiar Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais que também é cotado como
possível candidato da direita a presidente em 2026.
O
plenário da Câmara aprovou hoje em segundo turno, por 375 votos a 113, o
texto-base da PEC da reforma tributária. Falta votar os destaques (possível
alteração no texto) antes de a proposta ir para o Senado. Vitória do governo
Lula e momento histórico. A reforma tributária era discutida há cerca de 30
anos, sem ter avançado no Congresso Nacional durante os governos anteriores. O
sistema atual foi criado na década de 1960. Com exceção do PL e do Novo, todas
as bancadas orientaram favoravelmente ao projeto.
Ø
Críticas
a bolsonaristas que votaram reforma viram piada
Partido
com a maior bancada da Câmara dos Deputados, com 99 parlamentares, o PL marcou
posição contrária sobre a Reforma Tributária, aprovada nesta quinta-feira com
382 votos no plenário da Casa. No entanto, 20 integrantes da sigla do
ex-presidente Jair Bolsonaro votaram pelo texto. O ex-presidente se empenhou
pessoalmente na campanha pelo “não”, uma semana após ser declarado inelegível
por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Entre
os deputados que votaram a favor da proposta estão parlamentares da ala mais
moderada do partido, que contam com bom trânsito na Câmara, como Antonio Carlos
Rodrigues (PL-SP), que já foi ministro no governo Dilma. Wellington Roberto
(PB), outra liderança da sigla, também foi favorável à proposta, assim como Zé
Vitor (MG), outro parlamentar que circula bem nos corredores do Congresso.
Veterano
no PL, o humorista Tiririca também não seguiu a orientação do PL. Rosângela
Reis, escolhida por Michelle Bolsonaro para um cargo dentro do PL Mulher, foi
outro nome a votar pelo “sim”. Deputada mais votada pelo Maranhão, Detinha e o
marido, Josimar Maranhãozinho, também corroboraram a decisão da maioria da
Casa.
Durante
encontro na sede do partido, nesta quinta-feira em Brasília, Bolsonaro chegou a
dizer que se a sigla votasse junto, a reforma não seria aprovada. O pedido do
ex-presidente não foi ouvido. O resultado demonstra uma divisão clara dentro da
legenda do ex-presidente e uma perspectiva de que a parte da bancada do PL está
ao alcance do governo, ao menos em algumas pautas da Câmara.
Após
vinte parlamentares do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
descumprirem a orientação da sigla e votarem a favor da Reforma Tributária, o
deputado federal Luciano Alves (PSD-PR) subiu à tribuna para parabenizar o
posicionamento do grupo. O discurso exaltado fez com que outro deputado
gritasse, em tom de brincadeira, “comunistas do PL”, o que arrancou risadas de
todos os presentes, incluindo o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
—
Eu tenho a lista de 20 deputados do PL que votaram a favor do que está
acontecendo aqui hoje. 20 deputados do PL que votaram a favor dessa mudança no
país. Parabéns a vocês — disse Luciano Alves antes de citar nominalmente todos
os deputados que foram contra à recomendação do partido.
Logo
após o discurso de Alves, já às 1h12 da manhã desta sexta-feira, um outro
deputado brincou e chamou o grupo de “comunistas”, o que provocou risadas de
todos.
Veja
os deputados do PL que votaram a favor da Reforma:
Antonio Carlos Rodrigues (SP)
Detinha (MA)
Giacobo (PR)
Icaro de Valmir (SE)
João Carlos Bacelar (BA)
João Maia (RN)
Josimar Maranhãozinho (MA)
Junior Lourenço (MA)
Júnior Mano (CE)
Luciano Vieira (RJ)
Luiz Carlos Motta (SP)
Matheus Noronha (CE)
Robinson Faria (RN)
Rosângela Reis (MG)
Samuel Viana (MG)
Tiririca (SP)
Vermelho (PR)
Vinicius Gurgel (AP)
Wellington Roberto (PB)
Zé Vitor (MG)
Fonte:
Veja/UOL/O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário