China 'disparou a
1ª salva de retaliação' na guerra de sanções contra os EUA, diz especialista
A
secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, chegou à China nesta quinta (6),
no que parece ser a segunda tentativa de Washington neste ano de salvar as
relações com Pequim por meio de conversas conduzidas por um alto funcionário
dos EUA.
O
secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, visitou Pequim apenas no mês
passado, mas ainda não está claro se ele conseguiu ajudar a melhorar as
relações entre os EUA e a China. Não muito depois de sua viagem, o presidente
dos EUA, Joe Biden, chamou publicamente o presidente chinês Xi Jinping de
"ditador", potencialmente retrocedendo em qualquer progresso.
Durante
uma entrevista à Sputnik, o jornalista e analista político especializado na
região da Ásia-Pacífico, K.J. Noh, observou que Pequim aparentemente mudou sua
abordagem para lidar com Washington devido à maneira como os EUA se comportam.
Quando
a China pediu aos EUA que "recuassem" suas sanções à indústria de
fabricação de chips da China, Blinken disse que os EUA basicamente se absteriam
de tentar "impedir o desenvolvimento da China" depois de se reunir
com o presidente chinês Xi Jinping, argumentou Noh.
"Então,
logo após o término desta reunião, o que aconteceu?" ele perguntou,
referindo-se ao encontro mencionado entre Xi e Blinken durante a visita do
secretário de Estado dos EUA à China. "Biden chamou Xi de ditador, Blinken
afirma que ele é um ditador. Eles enviam o USS Ronald Reagan bem perto da
China."
Mais
importante, Noh disse que os EUA pressionaram o governo holandês "para
impedir que a ASML, o fabricante, enviasse máquinas de litografia ultravioleta
profunda para a China", apesar do fato de que esta é uma "tecnologia
estabelecida" e não uma "nova tecnologia de ponta".
Portanto,
argumentou o especialista, a China "disparou sua primeira salva em
resposta" ao restringir as exportações de gálio e germânio, dois elementos
de terras raras usados na fabricação de semicondutores. A partir de 1º de
agosto, todas as entidades que desejam exportar essas terras raras da China
devem obter as licenças apropriadas do Ministério do Comércio chinês.
Embora
os Estados Unidos tenham seu próprio suprimento de germânio, não extraem esse
recurso há décadas devido à poluição causada pelo processo, observou Noh,
acrescentando que os EUA teriam que "ignorar muitas leis ambientais"
se decidissem para começar a minerar este elemento em seu próprio território.
"Então,
acho que o resultado disso é que vai aumentar o preço desses minerais. Isso
também aumentará o preço das fichas", refletiu.
Noh
sugeriu ainda que a China pode eventualmente decidir adicionar "metais mais
críticos à sua lista de sanções" e que o plano dos Estados Unidos de
"isolar a China da indústria de chips não funcionará", já que Pequim
estaria efetivamente dizendo a Washington: você pode controlar o maquinário,
mas possuímos as matérias-primas.
"Eventualmente,
a China inventará o maquinário, as máquinas de litografia que os EUA não estão
dando ou impedindo de ir para a China", explicou Noh. "Mas você não
pode inventar um metal, você não pode inventar um elemento. Não tem
jeito."
As
relações entre os Estados Unidos e a China seguem se deteriorando desde o
início de uma verdadeira guerra comercial entre os dois Estados, iniciada em
2018 pelo então presidente dos EUA, Donald Trump.
Nos
últimos anos, os EUA vêm impondo restrições à exportação de semicondutores e
microchips para a China, pressionando seus aliados a fazerem o mesmo.
Washington
também reprimiu as exportações de tecnologia de chips para a China em um
esforço para impedir que Pequim desenvolva sua própria indústria avançada de
microchips.
·
Musk elogia avanços da China em IA em evento: se
decidirem, conseguem tudo
O
empresário participou remotamente de um evento de inteligência artificial na
China, onde, além de elogiar os esforços chineses na área, advertiu sobre os
potenciais perigos da tecnologia.
Elon
Musk, executivo-chefe da Tesla, reafirmou nestaa quinta-feira (6) na China sua
visão de um futuro movido a robôs, abordando a supervisão regulatória da
inteligência artificial e os avanços do país asiático.
O
empreendedor e bilionário falou por videochamada em uma conferência de alto
nível de dois dias centrada na área da inteligência artificial (IA) chinesa,
escreve na quinta-feira (6) a agência norte-americana Bloomberg.
Musk
reiterou sua opinião de que a condução totalmente autônoma deve surgir ainda em
2023, à medida que o mundo caminha para um futuro em que os robôs superarão os
humanos. Ele repetiu as promessas de compartilhar as descobertas de condução
autônoma da Tesla com seus concorrentes.
Ao
mesmo tempo, no passado Musk afirmou que o desenvolvimento da IA estava
acontecendo muito rapidamente.
O
empresário também expressou estar confiante de que a China poderá se tornar um
participante global em IA, elogiando seus avanços na área.
"Admiro
a sabedoria e a determinação do povo chinês. Enquanto o povo chinês decidir se
sair bem em uma coisa, ele o fará, inclusive na IA", disse ele ao público
por meio de um link de vídeo.
Elon
Musk visitou a China há cerca de um mês, a primeira vez após o começo da
pandemia da COVID-19, durante a qual visitou as instalações de Xangai,
responsáveis por mais da metade da produção global da Tesla. O empreendedor é
também dono da empresa aeroespacial SpaceX e da Neuralink, que se especializa
no desenvolvimento de interfaces para implantes de computadores em cérebros
humanos e até animais.
·
Militares
dos EUA treinam IA com informações secretas do Departamento de Defesa
De
acordo com a Bloomberg, os militares americanos treinaram com Modelos de
Linguagem (LLM, na sigla em inglês) e inteligência artificial (IA) utilizando
informações classificadas para receber respostas a perguntas delicadas.
O
coronel da Força Aérea dos EUA Matthew Strohmeyer confirmou à Bloomberg o êxito
em suas primeiras tentativas de utilizar a inteligência artificial para tarefas
militares.
Conforme
o coronel, um algoritmo de aprendizagem "foi muito rápido" e em um
dos testes, completou uma solicitação em apenas dez minutos.
Além
disso, ele também revelou que os militares treinaram a inteligência artificial
com informações classificadas para informar sobre questões delicadas.
O
objetivo a longo prazo seria fazer com que os militares norte-americanos
pudessem utilizar os dados facilitados pela IA na tomada de decisões, nos
radares e, em última instância, para decidir a potência de fogo.
Os
Modelos de Linguagem grande são baseados nas ferramentas de inteligência
artificial como ChatGPT da OpenAI e são treinados com grandes bases de dados da
Internet para poder fazer previsões e gerar respostas parecidas às dadas pelos
humanos.
Segundo
a mídia, o exercício vai servir para determinar se os militares podem utilizar
a tecnologia para gerar opções totalmente novas, bem como para estimar a
confiabilidade dessas ferramentas.
Por
enquanto, a tecnologia é usada apenas para fornecer ajudar no planejamento de
uma resposta militar em meio a uma crise global, contudo, futuramente,
provavelmente vai ser utilizada na indústria de Defesa do país.
Ø
Restrição
de exportação 'é só o começo', diz conselheiro de Comércio chinês; Alemanha
cita 'impacto'
Apesar
da ação ter sido classificada como importante para segurança nacional, sabe-se
que há muita influência da política cada vez mais pesada aplicada pelos Estados
Unidos e aliados sob o país asiático a fim de restringir seu desenvolvimento
tecnológico e militar.
Nesta
quarta-feira (5), o ex-vice-ministro do Comércio, Wei Jianguo, disse que o
mundo deve se preparar para mais casos de restrição chinesas enquanto EUA e
Europa continuarem a pressionar a China, descrevendo os controles como um
"soco pesado bem pensado" e "apenas um começo".
"Se
as restrições contra o setor de alta tecnologia da China continuarem, as
contramedidas aumentarão", acrescentou Wei, vice-ministro do Comércio de
2003 a 2008 e agora vice-presidente do Centro de Intercâmbio Econômico
Internacional da China, um think tank do Estado chinês.
Pequim
anunciou nesta semana que a partir de 1º de agosto alguns produtos como gálio e
germânio sofrerão controle de exportação. O anúncio chinês aconteceu poucos
dias antes da secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, chegar à
capital chinesa amanhã (6).
Analistas
descreveram a decisão chinesa de segunda-feira (3) como a segunda – e maior –
contramedida de Pequim na longa luta tecnológica EUA-China, após proibir
algumas indústrias domésticas importantes de comprar da fabricante de chips de
memória americana Micron em maio.
A
Alemanha se posicionou hoje (5) e disse que o país está trabalhando para
garantir o fornecimento de longo prazo de matérias-primas críticas e
estratégicas, enquanto avalia os possíveis efeitos dos controles de exportação
chineses sobre alguns metais usados em semicondutores.
"Ainda
não é possível prever se essas medidas terão impacto em nosso fornecimento
dessas matérias-primas. Com base no que se sabe até agora, é inicialmente
apenas uma medida de controle de exportação, não restrições [...] passos
importantes são diversificar as cadeias de abastecimento, usar matérias-primas
de forma mais eficiente, avançar na reciclagem e substituição e fortalecer o
processamento e extração de matérias-primas também na Europa", disse
Franziska Brantner, secretária de Estado do Ministério da Economia da Alemanha,
à agência britânica.
Berlim
não tem produção própria de gálio e germânio. Em 2022, a China forneceu 27
toneladas de gálio para a Alemanha, representando 55% do total das importações.
Em relação ao germânio, a China forneceu 3 toneladas, ou 75%, segundo dados do
Instituto Federal de Geociências e Recursos Naturais (BGR).
Em
sua recente estratégia de segurança divulgada em meados de junho, o Estado
alemão caracterizou a China como um "rival sistêmico", conforme
noticiado.
Ø
Estratégia
da UE para 'minimizar riscos' contra China é insensata e afeta empresas
europeias
O
jornal China Daily, relatou que a estratégia da União Europeia para
"minimizar riscos" econômicos é insensata e falha.
De
acordo com a mídia, os europeus apresentaram um plano detalhado, mas insensato,
para "minimizar os riscos decorrentes" de determinados fluxos
econômicos.
O
documento europeu insta seus membros a endurecerem os controles de exportação
sobre tecnologias que poderiam ser exploradas por seus concorrentes, além de
apontarem preocupações relacionadas a inteligência artificial e computação
quântica.
Apesar
de o documento evitar fazer referências diretas à China, fica claro que seu conteúdo
é literalmente voltado a Pequim, adotando uma doutrina de "redução de
riscos", bem como a chamada dependência "excessiva" da economia
chinesa, observa a mídia.
Sendo
assim, a mídia afirma que a estratégia europeia é insensata, pelo fato de a
China não significar qualquer risco inerente, impondo barreiras desnecessárias
ao investimento chinês na Europa, e dessa forma, afetando diretamente os
interesses das empresas da região.
A
mídia também destaca que a medida europeia é totalmente equivocada, e que deveria
considerar o fato de Pequim ser uma das maiores parceiras comerciais da região,
com grande potencial para gerar benefícios às partes envolvidas.
Em
vez de considerar a China um "risco econômico", a UE deveria
encontrar uma abordagem equilibrada, priorizando a compreensão e colaboração
mútua, abordando o multilateralismo para um mundo mais justo e equilibrado,
além de apoiar suas empresas e o crescimento de sua economia, enfatiza a mídia.
Ø
Em
guerra com China ou Rússia, armas de alta precisão dos EUA durariam apenas
horas ou dias
No
caso de um conflito direto com a Rússia ou a China, as armas de precisão dos
Estados Unidos se esgotarão em horas ou dias, afirma o The Wall Street Journal.
No
artigo aponta-se que o conflito ucraniano expôs enormes deficiências na
capacidade e organização da indústria de defesa ocidental.
"Se
os EUA colidirem de frente com a Rússia ou a China, os estoques de armamento de
precisão poderiam ser consumidos em horas ou dias. Outros suprimentos vitais
acabariam logo depois", observa-se no artigo, sem detalhar como os
cálculos foram feitos.
Por
sua vez, a Rússia enviou uma nota aos países da Organização do Tratado do
Atlântico Norte (OTAN) sobre o fornecimento de armas à Ucrânia. O chanceler
russo, Sergei Lavrov, observou que qualquer carga que contenha armas para a
Ucrânia se tornará um alvo legítimo para a Rússia.
O
Ministério das Relações Exteriores russo afirmou que os países da OTAN
"estão brincando com fogo" ao fornecerem armas à Ucrânia. O porta-voz
do presidente da Rússia, Dmitry Peskov, observou que o bombeamento da Ucrânia
com armas pelo Ocidente não contribui para o sucesso das negociações entre a
Rússia e a Ucrânia e terá um efeito negativo.
·
China
está preocupada com os planos dos EUA de enviar submarino nuclear para Coreia
do Sul
A
China está preocupada com os planos dos Estados Unidos de enviar um submarino
nuclear com mísseis balísticos para a costa da Coreia do Sul, disse nesta
quinta-feira (6) o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang
Wenbin.
Na
semana passada, o subcomandante do destacamento militar dos EUA na Coreia do
Sul, Scott Pleus, declarou que os EUA enviariam em breve um submarino nuclear
com mísseis balísticos para a costa sul-coreana.
"A
China expressa sua preocupação com as ações acima mencionadas", disse o
diplomata chinês.
Por
sua vez, a agência de notícias Yonhap havia afirmado que o submarino vai ser
equipado com armas nucleares.
Wang
enfatizou que Pequim insta Washington e Seul a perceber a essência da questão
da península coreana e resolvê-la sem intimidação militar.
No
dia 16 de junho, o submarino USS Michigan chegou ao porto sul-coreano de Busan,
um dia depois que a Coreia do Norte disparou dois mísseis balísticos de curto
alcance no mar do Japão (também conhecido como mar do Leste).
Foi
a primeira vez desde outubro de 2017 que os EUA enviaram um submarino nuclear
de mísseis guiados (SSGN, na sigla em inglês) para a Coreia do Sul.
O
USS Michigan tem 170 metros de comprimento e pesa 18.000 toneladas, além de ser
capaz de transportar 154 mísseis de cruzeiro Tomahawk com alcance de até 2.500
quilômetros.
Segundo
o chefe da Marinha sul-coreana, vice-almirante Kim Myung-soo, a visita deste
submarino se enquadra na chamada Declaração de Washington — que os dirigentes
da Coreia do Sul e dos EUA adotaram em abril — para "melhorar a
visibilidade regular dos ativos estratégicos na península coreana".
·
Ao
inspecionar comando que guarda estreito de Taiwan, Xi insta tropa sobre
'preparativo para guerra'
Presidente
chinês declarou que "o mundo entrou em um novo período de turbulência e
mudança, e que a situação de segurança da China se tornou mais instável e
incerta".
Nesta
quinta-feira (6), durante uma visita de inspeção no Comando do Teatro Oriental
do Exército Popular de Libertação (ELP), Xi Jinping pediu aos militares para
focarem nas metas do centenário do ELP e para abrirem novos caminhos ao
desenvolvimento da tropa e preparação para a guerra.
O
Comando do Teatro Oriental, com sede na província de Jiangsu, é responsável
pela segurança do leste chinês, incluindo o mar do Sul da China e do estreito
de Taiwan.
O
líder também renovou seu apelo às tropas para protegerem a soberania e o
território da China, de acordo com a agência Xinhua.
"Devemos
persistir em pensar e lidar com questões militares de uma perspectiva política,
ousar lutar, ser bons em lutar e defender resolutamente nossa soberania
nacional, segurança e interesses de desenvolvimento", afirmou.
No
início deste ano, Xi pediu ao país asiático que intensifique sua capacidade de
manter a segurança nacional e transforme suas Forças Armadas em uma
"grande muralha de aço".
O
apelo do líder para intensificar a prontidão para o combate ocorre quando a
secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, chegou hoje (6) a Pequim para
conversas com o objetivo de aliviar as tensões entre os Estados Unidos e a
China.
Fonte:
Sputnik Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário