PL diminui candidaturas no NE, e PT aumenta
no CO e no Sul: veja onde cada partido aposta as fichas nestas eleições
O Partido Liberal
(PL), de Jair Bolsonaro, aumentou as candidaturas de prefeito e vereador em 4
das 5 regiões do país nas eleições de 2024.
A exceção é o Nordeste
— a única em que, em 2022, Bolsonaro perdeu para Lula em todos os estados. Já
no Centro-Oeste, onde o ex-presidente ganhou em todos, o PL dobrou o número de
candidaturas nas eleições municipais.
O PT, por sua
vez, decidiu reduzir as candidaturas onde ganhou em todos os estados (Nordeste)
e aumentar onde perdeu em todos (Centro-Oeste e Sul).
É o que mostra um
levantamento do g1 nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
sobre os números de candidaturas lançadas pelos partidos em 2020 e em 2024 —
ano em que, em razão de reformas políticas recentes, o país terá o menor número
de candidaturas em 16 anos
<><> Veja
as apostas por partido:
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MDB
Em 2020, o MDB seguiu
como o partido que mais elegeu prefeitos no Brasil, mas encolheu: foi de 1.044
para 784. Em 2024, a legenda reduziu em 3% o número de candidaturas,
especialmente no Norte (-23%) e em cidades com mais de 50 mil habitantes (em
linha com o que fizeram cerca de metade dos partidos).
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PP
Partido que elegeu o
2º maior número de prefeitos em 2020, o PP aumentou em 2% as
candidaturas em 2024, na contramão do que farão 18 dos 29 partidos que disputam
a eleição de 2024. Assim como o PL, porém, reduziu as candidaturas no Nordeste
(-18%) e turbinou as do Sudeste (23%). É, também, uma das 7 legendas a aumentar
as candidaturas em municípios com 100 mil a 500 mil habitantes.
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PSD
Assim como o PP,
o PSD aumentou as candidaturas na região Sudeste (9,4%), puxadas pelo
aumento de 17% no estado de São Paulo. Em 2020, o PSD quintuplicou o número de
cidades governadas no estado, alcançando 329 municípios, o que explica a concentração
de suas candidaturas em São Paulo. No país, o partido enxugou as candidaturas
em cidades com mais de 10 mil habitantes, e aumentou nas menores que isso.
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UNIÃO
O União Brasil,
resultado da fusão de DEM e PSL, cortou em mais de 1/3 o número de candidaturas
em relação ao que esses dois partidos lançaram em 2020. O recuo é mais
acentuado no Sudeste (-46%) e no Centro-Oeste (-38%), e nas cidades com mais de
500 mil habitantes (-63%).
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PL
O PL aumentou
as candidaturas em todas as regiões, exceto o Nordeste. O maior aumento foi no
Centro-Oeste, 108%. "O PL ampliou sua presença em regiões onde o
agronegócio é mais forte, parte importante do eleitorado do partido",
afirma Maria do Socorro Sousa Braga, professora da Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar).
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REPUBLICANOS
Assim como o PL,
o Republicanos aumentou as candidaturas em todas as regiões, exceto
no Nordeste, e com detaque para o Centro-Oeste (+40%). Além disso, houve um
crescimento em cidades com até 50 mil habitantes. "É um partido voltado
para alianças, mas que está buscando ampliar sua governabilidade no país",
afirma Marco Antônio Carvalho Teixeira, coordenador do mestrado em Gestão e
Políticas Públicas da FGV EAESP.
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PT
O PT reduziu
em 7% o número de candidaturas para todos os cargos nas eleições deste ano.
Especialistas apontam que essa decisão faz parte de uma estratégia política de
alianças locais, com o partido optando por apoiar candidatos com maiores chances
de vitória.
"Prefeitos são
importantes cabos eleitorais para deputados federais. E é preferível para o PT,
que já ocupa o maior cargo do país, conquistar também mais cadeiras
legislativas", analisa Marco Antônio Carvalho Teixeira. Além disso, o
partido aumentou o número de candidatos em cidades com até 20 mil habitantes, e
reduziu nas maiores.
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PSB
O PSB diminuiu
em 3% as candidaturas, mas aumentou no Sudeste e no Nordeste. Um dos estados
com aumento é o Ceará, onde o partido passou a abrir o senador Cid Gomes (antes
PDT) e mais de 40 prefeitos que seguiam a liderança. A sigla também aumentou as
candidaturas em cidades de 5 a 10 mil habitantes (como fizeram outros 12
partidos).
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PODEMOS
O Podemos viu
uma redução de 39% nas candidaturas em todo o país. A queda foi mais acentuada
no Norte, onde as candidaturas diminuíram 56,9%, seguido pelo Centro-Oeste com
uma redução de 52,1%. O Amazonas registrou a maior queda, com uma redução de
70,64% no número de candidatos. O partido reduziu candidaturas em municípios de
todos os tamanhos.
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PDT
O PDT registrou
uma queda de 21% no número de candidaturas no país, com reduções em municípios
de todos os portes, especialmente nas regiões Centro-Oeste (-42%) e Nordeste
(-36%), esta última historicamente um reduto eleitoral do partido. No Ceará, o
número de candidaturas caiu 61%.
"Com a perda de
parte da família Gomes, o partido vem perdendo força não só no Ceará, onde
sempre foi muito forte, mas também em outras regiões", observa Teixeira.
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PSDB
O PSDB reduziu
o número de candidaturas em 35%, refletindo uma queda na região Sudeste, onde
as candidaturas caíram quase pela metade. Após a primeira derrota do partido na
disputa pelo governo de São Paulo em quase três décadas em 2022, as candidaturas
no estado caíram 61%.
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PRD
Resultado da fusão
entre PTB e Patriota, o PRD lançou 56% menos candidaturas que as
legendas que lhe deram origem. Houve queda em todas as regiões e,
principalmente, nas cidades com mais de 600 mil habitantes (-64%).
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AVANTE
O Avante registrou
um aumento de 7% no número de candidaturas no país, principalmente nas regiões
Nordeste e Sul. Na Bahia, o crescimento foi de 137% de candidaturas. O partido
teve aumento de candidaturas em cidades até 100 mil habitantes, mas reduziu nas
com população acima disso.
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SOLIDARIEDADE
O Solidariedade teve
uma redução de quase metade das candidaturas neste ano em comparação a 2020. As
quedas ocorreram em todas as regiões e em cidades de todos os portes.
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NOVO
Em contraste com
outros partidos, o Novo teve um aumento de 1.114% no número de
candidaturas. Esta é a primeira eleição em que a sigla decidiu utilizar
recursos do Fundo Eleitoral. O partido apresentou crescimento em todas as
regiões e em municípios de todos os portes.
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AGIR
O Agir aumentou
as suas candidaturas em 6%, reduzindo no Nordeste e no Sul. Em relação aos
municípios, a maior queda é nas cidades com mais de 500 mil habitantes (-24%) e
o aumento, entre as que tem até 5 mil habitantes (78%).
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DC
O DC foi
um dos poucos partidos a aumentar o número de candidatos em relação a 2020
(+45%). O crescimento é maior no Centro-Oeste (+43,6%) e nas menores cidades,
com destaque nas que têm até 5 mil (+173%).
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MOBILIZA
O Mobiliza registrou
um aumento de 29% no número de candidaturas neste ano, sobretudo no Sudeste
(+63,5%) e nas cidades com até 5 mil habitantes (+188%).
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CIDADANIA
O Cidadania teve
redução de 72% nas candidaturas em todo o país, queda que está relacionada à
entrada na federação com o PSDB. O recuo acontece em todas as regiões, em
especial no Centro-Oeste (85%) e, na contramão da maioria dos partidos, nas
cidades com até 5 mil habitantes.
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PV
Parte da Federação
Brasil da Esperança, o PV reduziu em mais de 62% suas
candidaturas em 2024. O partido apresentou quedas maiores que 40% em todas as
regiões do país e em cidades de todos os tamanhos.
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REDE
A Rede,
que formou federação com o PSOL, registrou uma queda de 10% no número de
candidaturas, com a maior redução no Nordeste (-25%) e um aumento no Norte
(+28%). O partido optou por expandir sua presença em cidades com até 50 mil
habitantes, enquanto reduziu o número de candidaturas em municípios com
população acima desse número.
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PRTB
O PRTB sofreu
uma queda de 47% no número de candidaturas entre 2020 e 2024. As reduções mais
significativas ocorreram nas regiões Norte e Centro-Oeste, com quedas de 59,5%
e 57,1%, respectivamente. A sigla também apresentou queda em todos os tamanhos
de municípios brasileiros.
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PMB
O PMB apresentou
um aumento total de 42% no número de candidaturas. Os maiores destaques foram
nas regiões Sul, com uma expansão de 367,2%, e Nordeste, com um crescimento de
66,5%. O partido reduziu o número de candidaturas em cidades menores, com até 5
mil habitantes, e em grandes centros urbanos, com mais de 500 mil habitantes.
Entre 5 mil e 500 mil, aumentou.
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PSOL
O PSOL registrou
uma redução de 18% no total de candidaturas, com quedas mais acentuadas no
Norte (-31%) e no Nordeste (-25,3%) — regiões nas quais o partido Rede, com
quem se juntou em federação, aumentou. A sigla apresentou redução em todos os
tamanhos de cidades, com exceção daquelas com população entre 10 mil e 20 mil
habitantes, onde manteve quase o mesmo número de candidaturas.
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PCdoB
Também integrante da
federação com o PT e o PV, o PCdoB teve redução de 71% nas
candidaturas em 2024. Os recuos foram superiores a 65% em todas as regiões do
país. Houve queda, também, em todos os municípios brasileiros.
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PCO
O PCO teve
um aumento de 20% no número de candidaturas no país, com crescimento registrado
nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste. O partido não apresentou
candidatos nos estados do Amazonas, Maranhão, Rondônia e Tocantins. Não há
candidaturas em cidades com até 5 mil habitantes, nem em municípios com
população entre 10 mil e 20 mil.
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PSTU
O PSTU registrou
uma redução de 24% no número de candidaturas em todo o país, com a maior queda
ocorrendo no Sudeste (-52,4%). O partido apresentou reduções em municípios com
mais de 20 mil habitantes, mantendo o mesmo número de candidatos em cidades com
população entre 10 mil e 20 mil. Em cidades de até 10 mil habitantes, o partido
não registrou candidaturas para nenhum cargo.
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UP
O UP reduziu
o total de candidaturas em 18%, com aumento apenas na região Norte, onde dobrou
o número de postulantes.
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PCB
O PCB registrou
uma queda de 55% no número de candidaturas, com as reduções mais expressivas no
Centro-Oeste e no Norte do país. O partido não lançou candidatos em municípios
com menos de 50 mil habitantes, mas apresentou crescimento em cidades com
população entre 50 mil e 100 mil.
Fonte: g1
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