domingo, 9 de julho de 2023

Noblat: Nem para cabo eleitoral de luxo Bolsonaro presta mais

Bolsonaro não precisava perder mais uma – mas perdeu. Por soberba, ignorância e despreparo, ele escolheu sair como o maior derrotado na votação da reforma tributária.

Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, teve a sabedoria de apoiar a reforma, saindo como vitorioso; cinco outros governadores, aliados de Bolsonaro, também.

Esse é o homem que se oferece como cabo eleitoral de luxo do próximo candidato da direita a presidente em 2026. Ou que imagina que o candidato ainda poderá ser ele.

Quem vai querer sua companhia? Nove em cada 10 políticos, independentemente de partidos, apostam que o período de inelegibilidade de Bolsonaro deverá aumentar. É certo que sim.

Cinco em cada cinco admitem que ele acabará preso. No Tribunal Superior Eleitoral, Bolsonaro responde a mais 14 ou 15 processos. Fora os que correm no Supremo Tribunal Federal e os que virão.

Quem ri por último ri melhor. Rimos muito em 30 de outubro do ano passado, quando Bolsonaro, que passou quatro anos rindo da nossa cara, tornou-se o primeiro presidente a não se reeleger.

Nesta quinta-feira (7/7), ao ouvir Michelle defendê-lo em uma reunião do PL, a dizer que ele não tem projeto de poder, Bolsonaro chorou. É bom ator. Chora quando quer e se enfurece quando quer.

É muito difícil saber quando está sendo sincero. Mas, ontem, pareceu sincero ao dizer que a reforma tributária jamais seria aprovada na Câmara se o PL, em peso, votasse contra.

Em declaração postada nas redes sociais, Bolsonaro orientou o PL a fechar questão contra a aprovação da reforma, o que obrigaria os 90 deputados federais do partido a dizerem não a ela.

Valdemar Costa Neto, presidente do PL, que paga as contas de Bolsonaro e de Michelle, não fechou. Limitou-se a encaminhar o voto contra, deixando que os deputados votassem livremente.

Vinte deles votaram a favor da reforma. Se não tivessem votado, a reforma teria sido aprovada do mesmo jeito. Ou seja: Bolsonaro estava errado. Mais uma vez estava errado.

Como errado esteve nos momentos mais cruciais de sua desastrosa administração. Errou ao associar-se à Covid para que matasse “os que tivessem de morrer”. O vírus matou mais de 700 mil pessoas.

Errou ao antagonizar a Justiça, pensando que ela se renderia às suas vontades. Errou ao acreditar que, gastando além do permitido, seria reeleito. Errou, por fim, ao tentar destruir a democracia.

Não o subestimem, porém. O campeão de tiros disparados no próprio pé seguirá atirando no próprio pé. Com mais de 30 anos de mandatos, Bolsonaro nada aprendeu e nada esqueceu.

É frase feita “nada aprendeu e nada esqueceu”? Sim, é. Mas a frase bem define quem foi o político que se apresentou como antipolítico para se eleger em 2018, e que tanto mal fez e faz ao Brasil.

Delenda Bolsonaro!

 

Ø  Villa: Bolsonaro ainda acha que é presidente da República

 

O comentarista da CNN Marco Antonio Villa lamentou, nesta sexta-feira (7), a “deselegância” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o governador de São PauloTarcísio de Freitas (Republicanos), em uma reunião do PL e disse que o ex-mandatário “ainda acha que é presidente”.

Tarcísio foi interrompido por Bolsonaro, de quem foi ministro da Infraestrutura durante todo o seu mandato na presidência, enquanto fazia uma defesa pelo endosso da direita à aprovação da reforma tributária. O governador ainda recebeu vaias de parlamentares do PL, que na Câmara votaram em maioria contra o projeto.

 “Tarcísio saiu como um grande vencedor. Teve racionalidade e coragem política em uma reunião que sabia que seria difícil para ele e mostrou uma concepção de direita racional, pensando no país”, afirmou Villa.

·         Lira diz que telefonou para Bolsonaro e defendeu Tarcísio como “um amigo a ser preservado”

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), conversou por telefone com ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na noite da quinta-feira (6) sobre a votação da reforma tributária e defendeu a posição do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em relação à matéria.

“Liguei para ele colocando justamente — sem fazer juízo de valor, nem pedir posicionamento — que essa reforma nasceu no governo dele, foi tocada dentro do Congresso, e é do Brasil“, disse o parlamentar em entrevista a jornalistas nesta sexta-feira (7).

“E fiz a ele uma observação: de que o governador Tarcísio foi muito correto com o tratamento da PEC [Proposta de Emenda à Constituição] e que é um amigo que precisa ser acima de tudo preservado”, completou.

Na noite da quinta-feira, ainda antes da aprovação da reforma, Lira disse a jornalistas que havia enviado mensagem a Bolsonaro, mas não foi respondido.

O ex-presidente defendia que o texto não fosse votado e pedia que os parlamentares do PL se posicionassem contra a proposição.

O governador de São Paulo participou de reunião do PL na manhã da quinta-feira. Tarcísio enfrentou críticas e animosidade ao ponderar a necessidade de fazer um aceno público à proposta.

Em seu discurso na reunião, mostraram vídeos publicados, Tarcísio foi interrompido bolsonaristas — e até pelo próprio ex-presidente. Com isso, entrou em rota de colisão com o grupo e passou a ser alvo de críticas.

·         Tempo vai dizer se Tarcísio sai menor ou maior depois de atrito com Bolsonaro, diz Salles 

O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) disse que “o tempo vai dizer” se o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sai maior ou menor após o atrito com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a aprovação da reforma tributária na quinta-feira (6).

A declaração do deputado foi dada durante o quadro CNN Dois Lados desta sexta-feira (7), com Ricardo Salles e o deputado federal Kiko Celeguim (PT-SP).

Durante a reunião de dirigentes de direita na sede nacional do PL, em Brasília, Tarcísio defendeu a aprovação da reforma tributária quando foi interrompido por Bolsonaro, que é contra a proposta. Em seguida, o governador de São Paulo chegou a ser vaiado.

“Dentro do espectro da direita ficou uma sensação ruim de que ele preferiu conversar com o Haddad, com os partidos do centrão e com o próprio PT do que dar suporte a uma visão super equilibrada e nada radical da oposição [de adiar a votação da reforma para semana que vem]”, disse Salles à CNN.

·         “Tarcísio não tem o direito de falar em nosso nome”

Em um vídeo da reunião do partido, é possível ver Salles falando que Tarcísio “não tem o direito de falar em nome da direita”.

“Ninguém aqui outorgou ao Tarcísio o direito de falar em nome dos deputados do PL e negociar o que quer que seja. Nós temos os nossos próprios votos. Então, não venha aqui botar a faixa de representante da direita, porque não é. Temos nossos próprios princípios e temos pelo presidente Bolsonaro uma lealdade verdadeira”, afirmou Salles.

O ex-ministro continuou com as críticas: “Nós não queremos e não seremos representados por alguém que vem aqui se dizer de direita e, depois, na hora de governar o estado para o qual foi designado pelo presidente, não governa como alguém de direita. Chega! Acabou essa brincadeira”.

De acordo com relatos feitos à CNN por autoridades presentes no encontro, a reunião foi marcada por um clima de animosidade.

Com posições divergentes sobre a reforma tributária, o ex-presidente Bolsonaro e o governador Tarcísio tiveram, inicialmente, uma conversa particular.

Segundo relatos feitos por aliados de ambos, Bolsonaro defendeu que a proposta da reforma tributária não fosse votada nesta quinta-feira (6), mas o governador ponderou a necessidade de fazer um aceno público com a sua aprovação.

Na sequência, o encontro foi ampliado. Tarcísio defendeu a aprovação da reforma tributária com alterações que podem ser feitas ainda nesta quinta-feira (6).

Em seu discurso, de acordo com autoridades presentes, Tarcísio foi interrompido uma série de vezes por deputados bolsonaristas. Em um certo momento, Bolsonaro e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, tiveram de intervir para deixar Tarcísio terminar o raciocínio.

·         Reconciliados? Bolsonaro diz que a reunião com Tarcísio foi positiva: “Tudo 100%”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta sexta-feira (7), que a reunião com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi positiva e “tudo 100%”. O encontro durou cerca de 1h30.

“Voltamos o que eramos antes. Tudo 100%, conversa positiva”, disse Bolsonaro à CNN.

Bolsonaro e Tarcísio divergiram quanto a questão da reforma tributária, aprovada na quinta-feira (6) na Câmara dos Deputados. Conforme o ex-chefe do Executivo, o governador paulista estava certo em alguns pontos sobre a medida.

Entretanto, após a conversa, houve um consenso e tudo foi resolvido.

Tarcísio enfrentou um clima tenso na quinta ao defender a reforma tributária durante uma reunião do Partido Liberal (PL). Inicialmente, ele teve uma conversa particular com o ex-presidente.

Segundo relatos feitos por aliados de ambos, Bolsonaro defendeu que a proposta não fosse votada ontem, mas o governador ponderou a necessidade de fazer um aceno público com a sua aprovação.

Na sequência, o encontro foi ampliado. Tarcísio defendeu a aprovação da reforma tributária com alterações que podem ser feitas ainda nesta quinta.

Em seu discurso, de acordo com autoridades presentes, Tarcísio foi interrompido uma série de vezes por deputados bolsonaristas.

Em um certo momento, Bolsonaro e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, tiveram de intervir para deixar Tarcísio terminar o raciocínio.

No final do encontro, ficou o compromisso do governador paulista de levar a avaliação dos partidos de oposição a Lira.

Apesar da pressão de Bolsonaro para que o partido feche questão contra a reforma tributária, a cúpula nacional da legenda tende a liberar a bancada federal.

 

Ø  Atritos entre Tarcísio e Bolsonaro ocorrem desde as eleições de 2022

 

Os atritos entre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acontecem desde as eleições de 2022. As informações são da âncora da CNN Raquel Landim.

Em entrevista à CNN em dezembro do ano passado, Tarcísio afirmou que nunca foi um “bolsonarista raiz” e que não pretendia entrar em guerra ideológica no seu governo.

Durante a montagem de seu secretariado no governo paulista, nomes bolsonaristas foram cotados, mas poucos assumidamente ligados à pauta mais ideológica foram realmente nomeados. O ex-ministro da Infraestrutura optou por nomes mais técnicos.

Em fevereiro, durante as chuvas no Litoral Norte do estado, Tarcísio apareceu ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e trabalhou junto ao governo federal.

Por fim, mais recentemente, Bolsonaro e o governador de São Paulo tiveram posições divergentes sobre a reforma tributária. Ao defender a questão, Tarcísio apareceu ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

 

Ø  Tarcísio enfrenta crise com bolsonarismo e terá que ''provar que é de direita'', diz jornal

 

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), está perdendo crédito com aliados de Jair Bolsonaro (PL). De acordo com o jornal O Globo, aliados do ex-presidente estão insatisfeitos com as atitudes de Tarcísio. 

A crise se agravou após o governador paulista ter sido constrangido por Bolsonaro e pela bancada do PL na véspera da votação da reforma tributária.

Levado por Bolsonaro e o cacique Valdemar Costa Neto ao encontro, que reuniu a bancada para discutir o projeto, Tarcísio se viu isolado na defesa da reforma.

O governador foi criticado pelos aliados do ex-presidente. Registros da situação foram vazados nas redes sociais.

Bolsonaristas atribuíram a Tarcísio a pecha de traidor por ter apoiado o projeto ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e sendo um defensor da ideia no encontro do PL. 

Um interlocutor de Bolsonaro afirmou ao Globo que "Tarcísio deveria prestar atenção no recado", sob o risco de "perder totalmente o apoio do bolsonarismo". 

A crise agora deve ter repercussão prática na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Deputados bolsonaristas sugerem dois movimentos, sendo um deles que Tarcísio terá que "provar que é de direita", bem como escancarar o canal de diálogo com a base governista. O político teria mais influência do secretário de governo, Gilberto Kassab (PSD), que de Bolsonaro, de acordo com a reportagem. 

O ex-ministro do Meio Ambiente e hoje deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) foi um dos maiores críticos ao ex-colega de Esplanada.

"Ninguém aqui outorgou ao Tarcísio o direito de falar em nome dos deputados do PL e negociar o que quer que seja. Nós temos os nossos próprios votos. E se tem um lugar no Brasil hoje que não tem um governo de direita, é o Estado de São Paulo. Não venha aqui colocar a faixa de representante da direita, porque não é", declarou Salles.

Ainda de acordo com o Globo, Bolsonaro telefonou para Tarcísio para conversar sobre o episódio no PL, reconhecendo que a repercussão do caso "não ajudou", segundo um interlocutor do governador.

 

Fonte: Metrópoles/CNN Brasil/Terra

 

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