Medvedev diz que
conflito na Ucrânia pode ser “permanente”
Dmitry Medvedev, ex-presidente
da Rússia, alertou que o
confronto de Moscou com o Ocidente durará décadas e que seu conflito com
a Ucrânia pode se
tornar permanente.
Medvedev,
antes visto no Ocidente como um modernizador liberal, emergiu como um dos
defensores mais diretos da Rússia desde que Moscou lançou o que chamou de
“operação militar especial” na Ucrânia no ano passado.
Agora
vice-chefe do Conselho de Segurança, suas opiniões refletem parte do pensamento
do alto escalão do Kremlin, segundo autoridades russas.
Em
um artigo para o jornal do governo Rossiiskaya Gazeta, ele disse que as tensões
entre a Rússia e o Ocidente eram “muito piores” do que durante a crise dos
mísseis cubanos de 1962, quando o mundo oscilou à beira de uma conflagração
nuclear.
Uma
guerra nuclear é “bastante provável”, mas é improvável que haja vencedores,
afirmou Medvedev, que tem dito repetidamente que o apoio ocidental à Ucrânia
aumenta as chances de um conflito nuclear.
Ele
citou diferenças acentuadas sobre a Ucrânia, a direção da humanidade e a forma
como a ordem mundial está estruturada.
“Uma
coisa que os políticos de todos os tipos não gostam de admitir: tal Apocalipse
não é apenas possível, mas também bastante provável”, escreveu Medvedev.
Analistas
ocidentais classificam o que dizem ser o “barulho de sabre nuclear” de Medvedev
como uma tática destinada a assustar o Ocidente para reduzir o apoio militar à
Ucrânia e, em vez disso, pressionar Kiev a iniciar negociações de paz com
Moscou.
Muitos
países do Ocidente, que dizem estar ajudando a Ucrânia a se defender de uma
brutal guerra colonial de conquista, prometeram apoiar Kiev pelo tempo que for necessário.
·
Rússia está
“ameaçada” pela possível adesão da Ucrânia à Otan, diz Medvedev
A Rússia está “ameaçada” pelo potencial
da Ucrânia de se juntar
à Organização do Tratado do
Atlântico Norte (Otan), afirmou Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho
de Segurança da Rússia, no domingo (2).
“Nós
[Rússia] sempre pedimos apenas uma coisa – levar em conta nossas preocupações e
não convidar as antigas partes de nosso país para a Otan”, escreveu Medvedev,
ex-presidente e primeiro-ministro russo, em um artigo para jornal estatal Rossiyskaya
Gazeta.
“Especialmente
aqueles com quem temos disputas territoriais. Portanto, nosso objetivo é
simples – eliminar a ameaça de adesão da Ucrânia à Otan”.
Parte da premissa da Rússia para a invasão da Ucrânia era evitar que a Otan se
expandisse perto de suas fronteiras.
Medvedev
disse que Moscou está pronta
para deliberadamente tornar o conflito atual permanente, porque “esta é uma
questão da existência da Rússia”.
A
questão da adesão da Ucrânia à Otan é uma das várias questões que os líderes
abordarão quando se reunirem na capital da Lituânia, Vilnius, em 11 e 12 de
julho.
A
questão será um dos maiores pontos de conflito para o grupo, que conseguiu
permanecer notavelmente unido em meio à invasão não provocada da Rússia.
Alguns
aliados, particularmente aqueles na Europa Oriental que estão localizados mais
perto da Ucrânia e da Rússia, defenderam um caminho mais concreto para Kiev se
juntar à aliança defensiva assim que a guerra terminar.
Outras
autoridades europeias, particularmente as da Europa Ocidental e Meridional,
argumentaram que uma entrada acelerada da Ucrânia na Otan poderia ser muito
provocativa e que poderia representar uma aposta extremamente arriscada para a
aliança, mesmo que houvesse um fim para os combates, particularmente se a
Rússia ainda reivindica o território ucraniano.
·
Moscou
levou 700 mil crianças ucranianas que teriam buscado refúgio, afirma político russo;
Ucrânia diz investigar
A Rússia levou 700.000 crianças ucranianas
sob custódia em programa para proteger os órfãos e os abandonados durante os combates,
afirmou um legislador russo.
O
número informado é mais de 35 vezes maior do que as estimativas ucranianas do
número de crianças retiradas à força de suas casas e levadas para a Rússia.
Em
uma postagem no Telegram, o legislador russo Grigory Karasin afirmou que as
crianças “buscaram refúgio” na Rússia.
“Muitos com seus pais e crianças de orfanatos
com seus professores”, disse Karasin.
O
presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que o
número total de crianças deportadas para a Rússia é de pelo menos 19.505.
Kiev disse que milhares de casos já estão
sob investigação.
Um
relatório divulgado em fevereiro detalhou alegações de uma extensa rede de
dezenas de campos na Rússia, onde as crianças passaram por “reeducação
política”, incluindo educação acadêmica, cultural e, em alguns casos, militar
centrada na Rússia.
A
Rússia negou que esteja fazendo algo ilegal, alegando que está trazendo
crianças ucranianas para um lugar seguro.
Ø
Ucrânia
tem apenas uma opção: ofensiva total antes da cúpula da OTAN em Vilnius, diz
especialista
Kiev
está preparando a segunda etapa da contraofensiva porque a primeira, apesar de
usar grandes quantidades de equipamento militar ocidental e tropas ucranianas,
não trouxe resultados, disse o funcionário veterano da inteligência estrangeira
russa, Leonid Reshetnikov, à Sputnik.
Kiev
está ansiosa para receber um convite para iniciar o processo de adesão à
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) durante a próxima cúpula em
Vilnius, de acordo com um assessor presidencial ucraniano.
Como
Kiev espera uma resposta ao seu pedido de adesão, apresentado em setembro de
2022, o presidente Vladimir Zelensky afirmou que não vai comparecer à cúpula a
menos que os líderes da OTAN mostrem "coragem" em sua decisão.
Leonid
Reshetnikov, um tenente-general aposentado do Serviço de Inteligência
Estrangeira da Rússia (SVR), disse à Sputnik que a segunda etapa da
contraofensiva da Ucrânia no campo de batalha é esperada para o momento em que
a cúpula de Vilnius começar em apenas dez dias. Segundo ele, o regime de Kiev
precisa de resultados para obter decisões a favor de mais armas e apoio
financeiro, e até mesmo adesão à OTAN.
"Confrontado
com opções limitadas, o regime de Kiev não tem outra escolha senão continuar.
Esta próxima fase envolve uma revisão abrangente de táticas e estratégias,
juntamente com a implantação de reservas anteriormente inexploradas",
disse ele.
Segundo
Reshetnikov, as informações indicam a possibilidade de introduzir novos
elementos, como grandes provocações, semelhantes a quando os ucranianos
explodiram a barragem da usina Hidrelétrica de Kakhovka.
"Até
agora, essa explosão não teve o resultado desejado. Talvez algo nesse sentido,
incluindo possivelmente relacionado à usina nuclear de Zaporozhie. Eles estão
aumentando a tensão a esse respeito. É possível que sirva para a
ofensiva", frisou.
Espera-se
que esta ofensiva seja lançada antes da próxima cúpula em Vilnius. A
mobilização nacional em andamento sinaliza uma compreensão crescente de que as
forças atuais de Kiev podem não ser suficientes para alcançar um avanço.
"Esses
planos existem. Mas repito, a ofensiva deles é inevitável", observou
Reshetnikov.
No
entanto, o principal objetivo da Ucrânia continua sendo romper as linhas de
defesa russas para chegar ao mar de Azov e à fronteira com a Crimeia, observou
o especialista.
"Na
primeira fase, as forças ucranianas não conseguiram romper a linha inicial das
defesas russas. Em resposta, a segunda etapa se baseia na esperança de que uma
defesa prolongada esgote os defensores psicologica e tecnologicamente", afirmou.
Reshetnikov
também observou que os militares ucranianos estão adotando uma estratégia de
enviar soldados inexperientes em ataques frenéticos em uma tentativa
desesperada de localizar possíveis elos fracos na defesa russa.
"No
entanto, as linhas de defesa russas foram fortificadas enquanto, tanto quanto
sabemos, uma parte significativa das reservas não foi colocada. Portanto, os
planos ucranianos são muito questionáveis", observou.
O
comandante das Forças Armadas da Ucrânia, general Valery Zaluzhny, disse
recentemente à mídia ocidental que seria impossível conduzir uma ofensiva sem
suprimentos adicionais de munição e aeronaves da OTAN. Reshetnikov acredita que
essas declarações servem a um duplo propósito: obter maior apoio ocidental e
justificar a falta de sucesso até agora.
"No
entanto, é importante notar que a assistência ocidental, embora valiosa, não
pode alterar sozinha a situação no terreno. Assistência substancial e
sustentada seria necessária para ter um impacto significativo", disse ele.
Em
uma tentativa de explicar as deficiências de Kiev, a vice-ministra da Defesa
ucraniana, Hanna Maliar, propagou a ideia de que as forças russas estão
conduzindo uma ofensiva em quatro direções – Avdeevka, Maryinka, Krasny Liman e
Svatovo. No entanto, Reshetnikov acredita que esta afirmação é puramente uma
tática de propaganda para racionalizar os contratempos ucranianos.
"Embora
as forças russas tenham adotado uma estratégia de defesa ativa que inclui
contra-ataques e avanços nas fortalezas inimigas [ucranianas], essas ações
ficam aquém de uma ofensiva de pleno direito. No caso de outra contraofensiva
fracassada, o Exército russo pode aproveitar a oportunidade para lançar uma
contraofensiva própria, aproveitando-se de um Exército ucraniano
desgastado", disse ele.
Enquanto
o regime de Kiev se prepara para a segunda fase de sua contraofensiva, as
perspectivas de sucesso permanecem incertas. A Ucrânia enfrenta desafios
formidáveis, incluindo a necessidade de revisar táticas e estratégias, a
dependência de reservas inexploradas e a possível introdução de novos elementos
para fazer pender a balança.
A
questão permanece se essas medidas vão ser suficientes para romper as defesas
russas e atingir seus "objetivos pretendidos". Nas próximas semanas,
o mundo verá se os esforços conjuntos da Ucrânia com a OTAN podem produzir os
resultados desejados ou se mais contratempos estão por vir.
·
Alemanha
diz que transferirá à Ucrânia dezenas de tanques Leopard nas próximas semanas
O
ministro da Defesa alemão Boris Pistorius revelou que Kiev receberá uma
quantidade significante de tanques enviados por Berlim e Copenhague.
A
Ucrânia receberá dezenas de tanques Leopard em um futuro próximo, disse Boris
Pistorius, ministro da Defesa da Alemanha, ao jornal polonês Rzeczpospolita.
"Nas
próximas semanas, a Ucrânia receberá dezenas de tanques de combate Leopard 1A5
fornecidos pela Alemanha e Dinamarca", falou Pistorius, em declarações
citadas no domingo (2).
O
ministro detalhou que o novo pacote de ajuda militar de € 2,7 bilhões (R$ 14,12
bilhões) incluía sistemas adicionais de defesa antiaérea IRIS-T.
Em
fevereiro, Berlim anunciou que transferiria até 180 Leopard 1A5 para a Ucrânia.
As
imagens de tanques ucranianos de fabricação alemã fumegando após o início da
chamada contraofensiva das Forças Armadas ucranianas causaram grande
consternação no Ocidente. Como Pistorius notou em meados de junho, a Alemanha
não poderá substituir todos os Leopard destruídos para Kiev, mas aumentará o
fornecimento de tanques recondicionados.
Na
segunda-feira (3) Sergei Shoigu, ministro da Defesa da Rússia, anunciou que
durante a contraofensiva ucraniana de um mês em Donbass e na região de
Zaporozhie, as Forças Armadas russas destruíram 920 veículos blindados
inimigos, incluindo 16 tanques Leopard, 15 aviões e três helicópteros.
Kiev
não compra drones chineses para não prejudicar relações com os EUA, diz MD
ucraniano
·
Kiev
não compra armas chineses para evitar irritar os EUA, afirmou o vice-ministro
da Defesa da Ucrânia, Vitaly Deinega, durante uma discussão sobre a importância
dos drones na guerra moderna na segunda-feira (3).
"Tanto
quanto me foi explicado [...] não podemos comprar nada chinês para não
prejudicar nosso relacionamento com os EUA", disse Deinega à agência de
notícias ucraniana Levy Bereg.
O
funcionário estava discutindo o uso de quadricópteros DJI Mavic fabricados na
China por tropas ucranianas. As forças ucranianas têm a aeronave "em
grandes quantidades", mas dependem de compras de voluntários para
suprimentos, porque "há a posição que o Ministério da Defesa não pode
obtê-los", explicou Deinega.
Assim,
Deinega está ciente que, no futuro próximo, os drones desempenharão um papel
maior no conflito, e eles não são menos importantes do que os aviões.
Portanto,
segundo o vice-ministro da Defesa, os novos modelos já são necessários agora.
Ele também observou que, por enquanto, as Forças Armadas da Rússia têm uma
vantagem nessa área.
Anteriormente,
relatos afirmaram que o medo de represálias de Washington levou o governo do
presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, a torpedear a venda da gigante
industrial Motor Sich para investidores chineses.
Motor
Sich era a fabricante de motores de helicópteros militares da era soviética que
tem estado programada para venda a compradores estrangeiros há anos, embora os
serviços de segurança ucranianos se opusessem à mudança.
·
Mídia:
Scholz rejeita enviar mísseis de longo alcance a Kiev para evitar ataques ao
território russo
O
chanceler alemão, Olaf Scholz, se recusou a fornecer mísseis de longo alcance à
Ucrânia, informou o portal Merkur. Alemanha já forneceu muitos tanques à
Ucrânia e continuará a fornecê-los, disse Scholz.
O
mesmo se aplica ao treinamento de soldados ucranianos e ao envio de sistemas de
defesa antiaérea para Kiev, por exemplo, o Iris-T, cita Merkur o chanceler.
Mas
há um princípio, sublinhou: "Não queremos que as armas que fornecemos
sejam usadas para atingir o território da Rússia".
Com
isso ele subentendia a entrega de mísseis Taurus de longo alcance. Além disso,
ele frustrou as esperanças da Ucrânia de uma adesão rápida à OTAN. O líder da
República Federal da Alemanha ressaltou que, para adesão à aliança, o país não
deve ter conflitos fronteiriços não resolvidos.
Ao
mesmo tempo, o chanceler alemão declarou que seu país estava ciente da sua
obrigação de fornecer garantias de segurança à Ucrânia. O chanceler acrescentou
que a Ucrânia já era um Estado independente membro da ONU durante a existência
da União Soviética.
A
Crimeia, segundo ele, "já pertence à Ucrânia há muito, muito tempo".
Scholz está convencido de que o futuro da península pode ser uma questão
decisiva na resolução do conflito atual.
A
Ucrânia ainda considera a Crimeia seu território temporariamente ocupado e
muitos países ocidentais apoiam Kiev nesta questão. Por sua vez, a liderança
russa declarou repetidamente que os residentes da Crimeia votaram pela
reunificação com a Rússia de forma democrática, em total conformidade com o
direito internacional e a Carta das Nações Unidas.
Fonte:
CNN Brasil/Sputnik Brasil
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