terça-feira, 11 de julho de 2023


 EUA se fazem de vítima e 'mocinho', mas são a verdadeira ameaça no Indo-Pacífico

Durante entrevista à CBS News, o almirante Samuel Paparo, comandante da Frota do Pacífico dos EUA, destacou o "perigo" representado pela Força de Foguetes da China, definindo-a como a principal ameaça para a Marinha americana.

O oficial americano também afirmou que os chineses estão redefinindo os princípios de guerra naval, ressaltando estar profundamente preocupado com as forças chinesas.

Na entrevista, Paparo ainda destacou a rápida modernização da Força de Foguetes do gigante asiático, e que há um grande temor de um possível ataque à ilha de Taiwan ou às forças americanas.

Diante dessas afirmações, o portal chinês China Military destacou que o gigante asiático não é uma ameaça e que todo esse cenário é criado por aqueles que apoiam as ações militares de Taiwan na região.

Sendo assim, a interferência externa é a verdadeira ameaça, colocando a soberania e a integridade territorial da China em risco.

A mídia chinesa destacou que são os EUA que possuem mais de 800 bases militares em torno do mundo, sendo 313 delas em torno da China.

"Será realmente a China que está ameaçando os militares dos EUA?", questionou a mídia.

Com relação a Taiwan, a mídia observou que os EUA seguem tentando mudar o status quo da região, mobilizando grande parte de suas forças militares para a área.

Em resposta às declarações do oficial americano, o PLA Daily afirmou que as forças chinesas têm como objetivo proteger a segurança nacional e não ameaçar outros países ou alvos específicos.

Além disso, ressaltou que, desde que os militares americanos não provoquem ou intimidem a China, não devem se preocupar com os foguetes. Contudo, se alguém tentar invadir qualquer parte do país, as forças chinesas reagirão e derrotarão os inimigos.

·         Especialistas: confissão de ataque à Ponte da Crimeia mostra que Zelensky e EUA não 'fingem mais'

O ataque de 8 de outubro de 2022 à Ponte da Crimeia foi um momento limite na crise ucraniana, liberando as mãos de Moscou para suspender as restrições autoimpostas aos ataques de mísseis de precisão contra a infraestrutura ucraniana. Por que Kiev decidiu admitir a responsabilidade agora? Os observadores consultados pela Sputnik têm algumas ideias.

A vice-ministra da Defesa ucraniana, Anna Malyar, admitiu no sábado (8) que a Ucrânia foi responsável pelo ataque do ano passado à Ponte da Crimeia.

"Há 273 dias, realizamos nosso primeiro ataque contra a Ponte da Crimeia para interromper a logística dos russos", escreveu Malyar em um post no Telegram dedicado às "conquistas" de Kiev ao longo do conflito, quando este atingiu a marca de 500 dias.

Sua declaração contradiz meses de negações de autoridades em Kiev de que a Ucrânia tenha algo a ver com o incidente terrorista. "Definitivamente, não ordenamos isso, até onde eu sei", disse o presidente Vladimir Zelensky em entrevista à mídia ocidental em outubro, depois que a Rússia iniciou uma série de ataques com mísseis contra a infraestrutura de energia ucraniana. Kiev e seus aliados no Ocidente alternaram entre culpar atores internos russos rivais e alegar que Moscou bombardeou sua própria ponte em um ataque de bandeira falsa, mas a confissão de Malyar serve para confirmar o que a Rússia vem dizendo o tempo todo: que o incidente terrorista foi ordenado, inventado e realizada pelos serviços de segurança da Ucrânia.

A representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, respondeu à admissão de culpa no sábado com duas palavras, chamando o governo ucraniano de "regime terrorista".

·         Timing perfeito

"O momento da admissão [de culpa] da vice-ministra da Defesa provavelmente não é um acidente", disse à Sputnik o Dr. Joe Siracusa, especialista em política dos EUA e reitor de Futuros Globais da Curtin University na Austrália, apontando que a confissão ocorre poucos dias antes da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na próxima semana em Vilnius.

"Em vez disso, foi concebido para exercer pressão máxima sobre os membros da OTAN na preparação para a cúpula de Vilnius. Ficando sem munição, a Ucrânia é compelida a alavancar tudo o que puder sobre membros simpáticos da OTAN antes da cúpula", disse Siracusa. "Qual é o próximo? Eu não ficaria surpreso se Kiev [assumisse] o crédito por explodir [os] gasodutos Nord Stream [Corrente do Norte]."

·         A confissão é uma boa estratégia?

Adriel Kasonta, analista de relações exteriores, jornalista e comentarista baseado em Londres, disse que no espaço de 48 horas, Kiev e Washington demonstraram, por meio da confissão de Malyar e do anúncio dos EUA de que enviariam munições cluster letais para a Ucrânia, que eles simplesmente não se importam mais em fingir manter o "território moral elevado" na guerra por procuração contra a Rússia.

"Todo mundo que acompanha o que está acontecendo na Ucrânia desde 2014 sabia desde o início que era o lado ucraniano que estava por trás do bombardeio da Ponte da Crimeia. Talvez o lado ucraniano, por causa das enormes perdas [na contraofensiva em andamento] e a garantia do lado americano [...] por trás dos ataques terroristas conduzidos ao longo deste conflito", disse Kasonta à Sputnik.

Sugerindo que os benfeitores ocidentais de Kiev já alcançaram o objetivo de transformar a Ucrânia em um banqueiro estrangeiro e vassalo controlado por corporações, cujo único propósito é "enfraquecer a Rússia", Kasonta argumentou que os funcionários do governo do presidente Zelensky simplesmente "não se importam mais em fingir que eles são os mocinhos".

"Então a máscara caiu e todos ao redor do mundo [podem] ver esse conflito pelo que ele é", disse ele.

·         A mais recente admissão de uma série de outras

A declaração de sábado de Maliar é importante, mas certamente não é a primeira vez que as autoridades ucranianas admitem seu papel na escalada do conflito.

Em janeiro, o ministro da Defesa ucraniano, Aleksei Reznikov, reconheceu que a crise ucraniana é realmente uma guerra por procuração Rússia-OTAN e que "hoje" Kiev está "cumprindo a missão da OTAN", eliminando a vida de seus soldados e servindo como um "escudo [...] [para] todo o mundo civilizado, todo o Ocidente", da Rússia.

No final de 2022 e início de 2023, Zelensky, o ex-presidente ucraniano, Petro Poroshenko, a ex-chanceler alemã, Angela Merkel, e o ex-presidente francês, François Hollande, admitiram separadamente que Kiev nunca pretendeu aderir aos termos do acordo de paz de Minsk de 2015 com a Rússia e que o acordo foi assinado apenas para ganhar tempo e se preparar para um conflito com Moscou.

·         Munições de fragmentação que EUA enviarão a Kiev representam grande risco para civis, diz mídia

O jornal The New York Times afirma que, ao anunciar a decisão de enviar munições de fragmentação à Ucrânia, o Pentágono assegurou que se trata de uma versão melhorada para minimizar vítimas civis.

No entanto, declarações de funcionários norte-americanos da Defesa indicam o contrário, destacou a mídia.

Um dos representantes do Pentágono, Patrick Ryder, ressaltou que as munições convencionais melhoradas de duplo propósito (DPICM, na sigla em inglês) que Washington vai fornecer a Kiev têm uma taxa de não detonação inferior a 2,35%.

Por sua vez, o subsecretário do Departamento de Defesa para Assuntos Políticos, Colin Kahl, observou que esta taxa foi obtida e verificada durante "cinco testes exaustivos" realizados pelos militares norte-americanos entre 1998 e 2020.

Outro funcionário da Defesa americana informou que os últimos testes de fogo real relativos à confiabilidade das munições de fragmentação foram do modelo M864 e ocorreram em 2020, no Arizona.

Este é um projétil de artilharia de 155 milímetros que, ao ser disparado, é capaz de voar até 30 quilômetros até se abrir em pleno voo, espalhando 72 minibombas sobre uma área maior que um campo de futebol.

"Os projéteis enviados a Kiev podem voar mais longe do que as versões anteriores, porém possuem as mesmas granadas, cuja porcentagem de falha é inaceitavelmente alta para o Pentágono", relatou o NYT.

É de salientar que a porcentagem de falha, ou seja, não detonação, significa que essas minibombas permanecerão ativas no local e poderão explodir posteriormente à passagem de civis, inclusive crianças.

Um relatório divulgado em 2002 indica que as munições americanas usadas na guerra do Golfo tiveram uma taxa de não detonação superior a 14%, e apesar de ser um número alto, este pode ser ainda maior, visto que o Pentágono não revela os números reais.

Devido ao risco que estas armas representam para os civis, 123 países adotaram em 2008 uma convenção que proíbe a utilização de munições de fragmentação, visto que é estimado que mais da metade das vítimas dessas munições sejam civis.

·         França vai aumentar apoio militar à Ucrânia com novas entregas, diz ministra das Relações Exteriores

A França vai aumentar seu apoio militar à Ucrânia com novas entregas de assistência junto com seus aliados para atender às necessidades expressas pelas autoridades ucranianas e espera que a próxima cúpula da OTAN em Vilnius traga detalhes sobre adesão de Kiev à aliança, disse a ministra das Relações Exteriores, Catherine Colonna, neste domingo (9).

"Estamos fornecendo o apoio que visa atender às necessidades expressas pelas autoridades ucranianas em cooperação com nossos aliados e parceiros [...]. Esta assistência continuará e se intensificará. Novas entregas de assistência militar estão sendo preparadas para atender continuamente às necessidades mais urgentes expressas pela Ucrânia", disse Colonna à emissora francesa RFI.

A ministra das Relações Exteriores também disse que a França e seus aliados estão trabalhando em garantias de segurança que possam ser fornecidas a Kiev simultaneamente com a possível adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

"Queremos que a cúpula de Vilnius seja uma oportunidade para consolidar o apoio da aliança à Ucrânia a longo prazo e trazer mais detalhes sobre suas perspectivas de adesão à OTAN", disse Colonna à emissora.

A capital da Lituânia, Vilnius, vai sediar a cúpula da OTAN de 11 a 12 de julho. O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, deve presidir a reunião. As discussões sobre as perspectivas da Ucrânia para a OTAN, o fortalecimento do flanco oriental da aliança e os gastos com defesa devem estar no topo da agenda da cúpula. No dia 19 de junho, Stoltenberg disse que a cúpula não discutiria um convite formal, mas sim maneiras de "aproximar a Ucrânia da OTAN".

Os países ocidentais têm fornecido apoio financeiro, humanitário e militar à Ucrânia desde o início da operação militar especial da Rússia em fevereiro de 2022. O apoio evoluiu de munições de artilharia mais leves e treinamento em 2022 para armas mais pesadas, incluindo tanques, no final do mesmo ano e em 2023. O Kremlin tem alertado contra novas entregas de armas a Kiev, dizendo que elas seriam consideradas um alvo militar legítimo.

 

Ø  Preocupada com 'ameaça' da Rússia e de Belarus, OTAN militariza espaço em torno de Vilnius

 

A cúpula da OTAN, que é realizada nesta semana na capital da Lituânia, está tendo sua segurança reforçada com todo o tipo de armamentos, incluindo sistemas de defesa antiaérea Patriot e obuseiros autopropulsados Caesar.

A OTAN transformou Vilnius em uma fortaleza defendida por armamento avançado para proteger os líderes dos Estados-membros da aliança militar, informou no sábado (8) a agência britânica Reuters.

Assim, 16 países da OTAN enviaram um total de cerca de 1.000 soldados para proteger a cúpula de terça-feira (11) e quarta-feira (12), a apenas 32 km da fronteira de arame farpado entre a Lituânia e Belarus, e a apenas 151 km da Rússia.

Muitos Estados-membros estão fornecendo sistemas avançados de defesa antiaérea que os Estados Bálticos não possuem.

"Seria mais do que irresponsável ter nosso céu desprotegido enquanto [o presidente dos EUA, Joe] Biden e líderes de 40 países estão chegando", disse Gitanas Nauseda, presidente da Lituânia.

A Alemanha implantou 12 sistemas de mísseis Patriot, que funcionam desde a manhã de sexta-feira (7) para interceptar mísseis balísticos e de cruzeiro ou aviões de guerra, incluindo oito deles no aeroporto de Vilnius apontados a ocidente, na direção da fronteira com o enclave russo de Kaliningrado, e dois virados na direção oriental, ou seja, da fronteira com Belarus.

A Espanha enviou um sistema de defesa aérea NASAMS, a França está enviando obuseiros autopropulsados Caesar, a França, a Finlândia e a Dinamarca estão instalando caças na Lituânia, e o Reino Unido e a França fornecem meios antidrone.

Enquanto isso, a Polônia e a Alemanha enviaram forças de operações especiais reforçadas com helicópteros. Outros países também estão enviando equipamentos para lidar com possíveis ataques químicos, biológicos, radiológicos e nucleares.

Para Nauseda, o esforço dos aliados em garantir a segurança aérea durante o evento significa que a OTAN precisa estabelecer urgentemente defesas antiaéreas permanentes nos Estados Bálticos.

"Pensamos no que acontecerá após o término da cúpula e trabalharemos com os aliados a fim de criar uma força rotativa para uma proteção aérea permanente", disse ele aos repórteres.

·         Alemanha se opõe à adesão da Ucrânia à OTAN, relata mídia

Durante a próxima cúpula da OTAN na Lituânia, a Alemanha planeja insistir que a Ucrânia não deve ser membro da OTAN, segundo a mídia britânica, citando fonte da aliança.

A fonte afirmou que Berlim planeja exortar outros países-membros da OTAN durante a cúpula de Vilnius, prevista para os dias 11 e 12 de julho, para que eles se concentrem nas garantias de segurança para Kiev, e não na adesão à aliança, para não correr riscos de um confronto com a Rússia.

De acordo com o The Telegraph, Berlim está apreensiva com a perspectiva de uma adesão imediata, e deseja tempo para desenvolver garantias, pois os alemães não querem ver Vladimir Putin "testar o Artigo 5" do tratado da OTAN.

Conforme a mídia, os EUA, Reino Unido e União Europeia estão atualmente trabalhando no "Bucareste-plus", uma série de propostas bilaterais de segurança para Kiev, em vez do ingresso pleno da Ucrânia na organização.

As propostas individuais de garantias de segurança a Kiev seriam estabelecidas em um acordo, "um memorando de entendimento", endossado pela OTAN e União Europeia, adicionou o jornal.

A Ucrânia solicitou a adesão acelerada à OTAN em setembro de 2022, após o início da operação especial russa em fevereiro daquele ano.

O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, afirmou em diversas ocasiões que o bloco apoia as aspirações de Kiev, mas não está pronto para aprovar já o pedido de adesão, principalmente devido ao envolvimento ativo da Ucrânia em um conflito armado.

 

Fonte: Sputnik Brasil

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