EUA se fazem de vítima e 'mocinho', mas são a verdadeira ameaça no Indo-Pacífico
Durante
entrevista à CBS News, o almirante Samuel Paparo, comandante da Frota do
Pacífico dos EUA, destacou o "perigo" representado pela Força de
Foguetes da China, definindo-a como a principal ameaça para a Marinha
americana.
O
oficial americano também afirmou que os chineses estão redefinindo os
princípios de guerra naval, ressaltando estar profundamente preocupado com as
forças chinesas.
Na
entrevista, Paparo ainda destacou a rápida modernização da Força de Foguetes do
gigante asiático, e que há um grande temor de um possível ataque à ilha de
Taiwan ou às forças americanas.
Diante
dessas afirmações, o portal chinês China Military destacou que o gigante
asiático não é uma ameaça e que todo esse cenário é criado por aqueles que
apoiam as ações militares de Taiwan na região.
Sendo
assim, a interferência externa é a verdadeira ameaça, colocando a soberania e a
integridade territorial da China em risco.
A
mídia chinesa destacou que são os EUA que possuem mais de 800 bases militares
em torno do mundo, sendo 313 delas em torno da China.
"Será
realmente a China que está ameaçando os militares dos EUA?", questionou a
mídia.
Com
relação a Taiwan, a mídia observou que os EUA seguem tentando mudar o status
quo da região, mobilizando grande parte de suas forças militares para a área.
Em
resposta às declarações do oficial americano, o PLA Daily afirmou que as forças
chinesas têm como objetivo proteger a segurança nacional e não ameaçar outros
países ou alvos específicos.
Além
disso, ressaltou que, desde que os militares americanos não provoquem ou
intimidem a China, não devem se preocupar com os foguetes. Contudo, se alguém
tentar invadir qualquer parte do país, as forças chinesas reagirão e derrotarão
os inimigos.
·
Especialistas:
confissão de ataque à Ponte da Crimeia mostra que Zelensky e EUA não 'fingem
mais'
O
ataque de 8 de outubro de 2022 à Ponte da Crimeia foi um momento limite na
crise ucraniana, liberando as mãos de Moscou para suspender as restrições
autoimpostas aos ataques de mísseis de precisão contra a infraestrutura
ucraniana. Por que Kiev decidiu admitir a responsabilidade agora? Os
observadores consultados pela Sputnik têm algumas ideias.
A
vice-ministra da Defesa ucraniana, Anna Malyar, admitiu no sábado (8) que a
Ucrânia foi responsável pelo ataque do ano passado à Ponte da Crimeia.
"Há
273 dias, realizamos nosso primeiro ataque contra a Ponte da Crimeia para
interromper a logística dos russos", escreveu Malyar em um post no
Telegram dedicado às "conquistas" de Kiev ao longo do conflito,
quando este atingiu a marca de 500 dias.
Sua
declaração contradiz meses de negações de autoridades em Kiev de que a Ucrânia
tenha algo a ver com o incidente terrorista. "Definitivamente, não
ordenamos isso, até onde eu sei", disse o presidente Vladimir Zelensky em
entrevista à mídia ocidental em outubro, depois que a Rússia iniciou uma série
de ataques com mísseis contra a infraestrutura de energia ucraniana. Kiev e
seus aliados no Ocidente alternaram entre culpar atores internos russos rivais
e alegar que Moscou bombardeou sua própria ponte em um ataque de bandeira
falsa, mas a confissão de Malyar serve para confirmar o que a Rússia vem
dizendo o tempo todo: que o incidente terrorista foi ordenado, inventado e
realizada pelos serviços de segurança da Ucrânia.
A
representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova,
respondeu à admissão de culpa no sábado com duas palavras, chamando o governo
ucraniano de "regime terrorista".
·
Timing
perfeito
"O
momento da admissão [de culpa] da vice-ministra da Defesa provavelmente não é
um acidente", disse à Sputnik o Dr. Joe Siracusa, especialista em política
dos EUA e reitor de Futuros Globais da Curtin University na Austrália,
apontando que a confissão ocorre poucos dias antes da cúpula da Organização do
Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na próxima semana em Vilnius.
"Em
vez disso, foi concebido para exercer pressão máxima sobre os membros da OTAN
na preparação para a cúpula de Vilnius. Ficando sem munição, a Ucrânia é
compelida a alavancar tudo o que puder sobre membros simpáticos da OTAN antes
da cúpula", disse Siracusa. "Qual é o próximo? Eu não ficaria
surpreso se Kiev [assumisse] o crédito por explodir [os] gasodutos Nord Stream
[Corrente do Norte]."
·
A
confissão é uma boa estratégia?
Adriel
Kasonta, analista de relações exteriores, jornalista e comentarista baseado em
Londres, disse que no espaço de 48 horas, Kiev e Washington demonstraram, por
meio da confissão de Malyar e do anúncio dos EUA de que enviariam munições
cluster letais para a Ucrânia, que eles simplesmente não se importam mais em
fingir manter o "território moral elevado" na guerra por procuração
contra a Rússia.
"Todo
mundo que acompanha o que está acontecendo na Ucrânia desde 2014 sabia desde o
início que era o lado ucraniano que estava por trás do bombardeio da Ponte da
Crimeia. Talvez o lado ucraniano, por causa das enormes perdas [na
contraofensiva em andamento] e a garantia do lado americano [...] por trás dos
ataques terroristas conduzidos ao longo deste conflito", disse Kasonta à
Sputnik.
Sugerindo
que os benfeitores ocidentais de Kiev já alcançaram o objetivo de transformar a
Ucrânia em um banqueiro estrangeiro e vassalo controlado por corporações, cujo
único propósito é "enfraquecer a Rússia", Kasonta argumentou que os
funcionários do governo do presidente Zelensky simplesmente "não se
importam mais em fingir que eles são os mocinhos".
"Então
a máscara caiu e todos ao redor do mundo [podem] ver esse conflito pelo que ele
é", disse ele.
·
A
mais recente admissão de uma série de outras
A
declaração de sábado de Maliar é importante, mas certamente não é a primeira
vez que as autoridades ucranianas admitem seu papel na escalada do conflito.
Em
janeiro, o ministro da Defesa ucraniano, Aleksei Reznikov, reconheceu que a
crise ucraniana é realmente uma guerra por procuração Rússia-OTAN e que
"hoje" Kiev está "cumprindo a missão da OTAN", eliminando a
vida de seus soldados e servindo como um "escudo [...] [para] todo o mundo
civilizado, todo o Ocidente", da Rússia.
No
final de 2022 e início de 2023, Zelensky, o ex-presidente ucraniano, Petro
Poroshenko, a ex-chanceler alemã, Angela Merkel, e o ex-presidente francês,
François Hollande, admitiram separadamente que Kiev nunca pretendeu aderir aos
termos do acordo de paz de Minsk de 2015 com a Rússia e que o acordo foi
assinado apenas para ganhar tempo e se preparar para um conflito com Moscou.
·
Munições
de fragmentação que EUA enviarão a Kiev representam grande risco para civis,
diz mídia
O
jornal The New York Times afirma que, ao anunciar a decisão de enviar munições
de fragmentação à Ucrânia, o Pentágono assegurou que se trata de uma versão
melhorada para minimizar vítimas civis.
No
entanto, declarações de funcionários norte-americanos da Defesa indicam o
contrário, destacou a mídia.
Um
dos representantes do Pentágono, Patrick Ryder, ressaltou que as munições
convencionais melhoradas de duplo propósito (DPICM, na sigla em inglês) que
Washington vai fornecer a Kiev têm uma taxa de não detonação inferior a 2,35%.
Por
sua vez, o subsecretário do Departamento de Defesa para Assuntos Políticos,
Colin Kahl, observou que esta taxa foi obtida e verificada durante "cinco
testes exaustivos" realizados pelos militares norte-americanos entre 1998
e 2020.
Outro
funcionário da Defesa americana informou que os últimos testes de fogo real
relativos à confiabilidade das munições de fragmentação foram do modelo M864 e
ocorreram em 2020, no Arizona.
Este
é um projétil de artilharia de 155 milímetros que, ao ser disparado, é capaz de
voar até 30 quilômetros até se abrir em pleno voo, espalhando 72 minibombas
sobre uma área maior que um campo de futebol.
"Os
projéteis enviados a Kiev podem voar mais longe do que as versões anteriores,
porém possuem as mesmas granadas, cuja porcentagem de falha é inaceitavelmente
alta para o Pentágono", relatou o NYT.
É
de salientar que a porcentagem de falha, ou seja, não detonação, significa que
essas minibombas permanecerão ativas no local e poderão explodir posteriormente
à passagem de civis, inclusive crianças.
Um
relatório divulgado em 2002 indica que as munições americanas usadas na guerra
do Golfo tiveram uma taxa de não detonação superior a 14%, e apesar de ser um
número alto, este pode ser ainda maior, visto que o Pentágono não revela os
números reais.
Devido
ao risco que estas armas representam para os civis, 123 países adotaram em 2008
uma convenção que proíbe a utilização de munições de fragmentação, visto que é
estimado que mais da metade das vítimas dessas munições sejam civis.
·
França
vai aumentar apoio militar à Ucrânia com novas entregas, diz ministra das
Relações Exteriores
A
França vai aumentar seu apoio militar à Ucrânia com novas entregas de
assistência junto com seus aliados para atender às necessidades expressas pelas
autoridades ucranianas e espera que a próxima cúpula da OTAN em Vilnius traga
detalhes sobre adesão de Kiev à aliança, disse a ministra das Relações
Exteriores, Catherine Colonna, neste domingo (9).
"Estamos
fornecendo o apoio que visa atender às necessidades expressas pelas autoridades
ucranianas em cooperação com nossos aliados e parceiros [...]. Esta assistência
continuará e se intensificará. Novas entregas de assistência militar estão
sendo preparadas para atender continuamente às necessidades mais urgentes
expressas pela Ucrânia", disse Colonna à emissora francesa RFI.
A
ministra das Relações Exteriores também disse que a França e seus aliados estão
trabalhando em garantias de segurança que possam ser fornecidas a Kiev
simultaneamente com a possível adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do
Atlântico Norte (OTAN).
"Queremos
que a cúpula de Vilnius seja uma oportunidade para consolidar o apoio da
aliança à Ucrânia a longo prazo e trazer mais detalhes sobre suas perspectivas
de adesão à OTAN", disse Colonna à emissora.
A
capital da Lituânia, Vilnius, vai sediar a cúpula da OTAN de 11 a 12 de julho.
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, deve presidir a reunião. As
discussões sobre as perspectivas da Ucrânia para a OTAN, o fortalecimento do
flanco oriental da aliança e os gastos com defesa devem estar no topo da agenda
da cúpula. No dia 19 de junho, Stoltenberg disse que a cúpula não discutiria um
convite formal, mas sim maneiras de "aproximar a Ucrânia da OTAN".
Os
países ocidentais têm fornecido apoio financeiro, humanitário e militar à
Ucrânia desde o início da operação militar especial da Rússia em fevereiro de
2022. O apoio evoluiu de munições de artilharia mais leves e treinamento em
2022 para armas mais pesadas, incluindo tanques, no final do mesmo ano e em
2023. O Kremlin tem alertado contra novas entregas de armas a Kiev, dizendo que
elas seriam consideradas um alvo militar legítimo.
Ø
Preocupada
com 'ameaça' da Rússia e de Belarus, OTAN militariza espaço em torno de Vilnius
A
cúpula da OTAN, que é realizada nesta semana na capital da Lituânia, está tendo
sua segurança reforçada com todo o tipo de armamentos, incluindo sistemas de
defesa antiaérea Patriot e obuseiros autopropulsados Caesar.
A
OTAN transformou Vilnius em uma fortaleza defendida por armamento avançado para
proteger os líderes dos Estados-membros da aliança militar, informou no sábado
(8) a agência britânica Reuters.
Assim,
16 países da OTAN enviaram um total de cerca de 1.000 soldados para proteger a
cúpula de terça-feira (11) e quarta-feira (12), a apenas 32 km da fronteira de
arame farpado entre a Lituânia e Belarus, e a apenas 151 km da Rússia.
Muitos
Estados-membros estão fornecendo sistemas avançados de defesa antiaérea que os
Estados Bálticos não possuem.
"Seria
mais do que irresponsável ter nosso céu desprotegido enquanto [o presidente dos
EUA, Joe] Biden e líderes de 40 países estão chegando", disse Gitanas
Nauseda, presidente da Lituânia.
A
Alemanha implantou 12 sistemas de mísseis Patriot, que funcionam desde a manhã
de sexta-feira (7) para interceptar mísseis balísticos e de cruzeiro ou aviões
de guerra, incluindo oito deles no aeroporto de Vilnius apontados a ocidente,
na direção da fronteira com o enclave russo de Kaliningrado, e dois virados na
direção oriental, ou seja, da fronteira com Belarus.
A
Espanha enviou um sistema de defesa aérea NASAMS, a França está enviando
obuseiros autopropulsados Caesar, a França, a Finlândia e a Dinamarca estão
instalando caças na Lituânia, e o Reino Unido e a França fornecem meios
antidrone.
Enquanto
isso, a Polônia e a Alemanha enviaram forças de operações especiais reforçadas
com helicópteros. Outros países também estão enviando equipamentos para lidar
com possíveis ataques químicos, biológicos, radiológicos e nucleares.
Para
Nauseda, o esforço dos aliados em garantir a segurança aérea durante o evento
significa que a OTAN precisa estabelecer urgentemente defesas antiaéreas
permanentes nos Estados Bálticos.
"Pensamos
no que acontecerá após o término da cúpula e trabalharemos com os aliados a fim
de criar uma força rotativa para uma proteção aérea permanente", disse ele
aos repórteres.
·
Alemanha
se opõe à adesão da Ucrânia à OTAN, relata mídia
Durante
a próxima cúpula da OTAN na Lituânia, a Alemanha planeja insistir que a Ucrânia
não deve ser membro da OTAN, segundo a mídia britânica, citando fonte da
aliança.
A
fonte afirmou que Berlim planeja exortar outros países-membros da OTAN durante
a cúpula de Vilnius, prevista para os dias 11 e 12 de julho, para que eles se
concentrem nas garantias de segurança para Kiev, e não na adesão à aliança,
para não correr riscos de um confronto com a Rússia.
De
acordo com o The Telegraph, Berlim está apreensiva com a perspectiva de uma
adesão imediata, e deseja tempo para desenvolver garantias, pois os alemães não
querem ver Vladimir Putin "testar o Artigo 5" do tratado da OTAN.
Conforme
a mídia, os EUA, Reino Unido e União Europeia estão atualmente trabalhando no
"Bucareste-plus", uma série de propostas bilaterais de segurança para
Kiev, em vez do ingresso pleno da Ucrânia na organização.
As
propostas individuais de garantias de segurança a Kiev seriam estabelecidas em
um acordo, "um memorando de entendimento", endossado pela OTAN e
União Europeia, adicionou o jornal.
A
Ucrânia solicitou a adesão acelerada à OTAN em setembro de 2022, após o início
da operação especial russa em fevereiro daquele ano.
O
secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, afirmou em diversas ocasiões que o
bloco apoia as aspirações de Kiev, mas não está pronto para aprovar já o pedido
de adesão, principalmente devido ao envolvimento ativo da Ucrânia em um
conflito armado.
Fonte:
Sputnik Brasil
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