Kremlin:
ideias de Trump de parar imediatamente o apoio a Kiev não são realistas
As
suposições de que o novo presidente dos Estados Unidos, em seu discurso de
posse, vai declarar o fim do apoio à Ucrânia e convocar as partes a se sentarem
à mesa de negociações são do reino da fantasia, disse o porta-voz da
presidência russa, Dmitry Peskov.
O
representante do Kremlin comentou dessa forma as declarações pré-eleitorais de
Donald Trump, que disse que seria capaz de resolver o conflito na Ucrânia
imediatamente após sua eleição.
"Se
supusermos que o próximo presidente dos EUA fará uma declaração, em seu
discurso de posse, de que os EUA são a favor da paz, encerrando, portanto, seu
apoio à Ucrânia, interrompendo todos os programas de ajuda militar e pedindo
que as partes se sentem à mesa de negociações, em geral, nessa manhã, algo terá
mudado no cérebro de alguém, especialmente em Kiev. É possível imaginar isso
hipoteticamente. Mas isso é do reino da fantasia", disse Peskov em uma
entrevista com o jornalista Pavel Zarubin, cujo vídeo foi postado em seu canal
no Telegram.
Ele
acrescentou que não acredita que Trump tenha uma "varinha mágica" e
"não há nada que possa ser feito em um dia".
Peskov
destacou que os EUA estão diretamente envolvidos no conflito ucraniano, apesar
de muitas alegações em contrário, havendo ainda uma tendência de aumentarem seu
envolvimento na crise.
O
porta-voz disse também que a presidência de Joe Biden nos EUA foi o ponto
culminante dos problemas nas relações entre a Rússia e os EUA, que agora estão
em seu ponto mais baixo.
"[As
relações] chegaram a um ponto de ruptura, que estava se aproximando
inexoravelmente. A paciência da Rússia estava chegando ao fim."
A
nova política dos democratas norte-americanos em relação à Rússia é previsível,
assim como a continuação da pressão sobre os países da União Europeia e sua
maior subjugação política e econômica pelos EUA, afirma Peskov.
Ele
acrescentou que a candidata à presidência norte-americana Kamala Harris é
previsível tal como Biden.
"Não
temos um candidato [preferido]. Mas, é claro, os democratas são mais
previsíveis. E o que Putin disse sobre a previsibilidade de Biden se aplica a
praticamente todos os democratas, incluindo a Sra. Harris", disse.
Segundo
ele, o "efeito cumulativo" de todas as ações dos EUA que pisotearam
os interesses da Rússia durante a presidência de Biden foi além dos limites
permitidos.
Peskov
assegurou que agora não há perspectivas de as relações entre os EUA e a Rússia
entrarem em uma trajetória de crescimento.
¨
Famílias de reféns
americanos estão insatisfeitas com ação de Biden para os resgatar, diz mídia
Famílias
de reféns norte-americanos estão insatisfeitas com os esforços do governo do
presidente dos EUA, Joe Biden, para os libertar e com o fato de estarem
recebendo poucas informações sobre o andamento das negociações, informa o The
Wall Street Journal.
De
acordo com o jornal, a família de George Glezmann, que foi capturado no
Afeganistão em 2022, disse à Casa Branca que vai negociar diretamente com o
Talibã (organização sob sanções da ONU por atividade terrorista) para tentar
garantir sua libertação.
O
artigo diz que a família acusou o governo Biden de dar pouca atenção ao caso de
Glezmann, "deixando-o definhar em uma cela enquanto sua saúde se
deteriora".
Observa-se
que a família tem exigido repetidamente mais atenção dos altos funcionários do
governo americano, mas não se sabe se Biden leu essas declarações ou se elas
foram sequer "colocadas em sua mesa".
"Destaca-se
a crescente tensão entre as famílias dos reféns e o governo [dos EUA], [...]
especialmente nos últimos meses do governo Biden. Essa é uma provação
inerentemente frustrante, pois as famílias querem informações atualizadas,
enquanto o governo mantém muitas de suas ações em segredo", disse o
relatório.
Por
sua vez, as autoridades norte-americanas observam que muitas comunicações
diplomáticas são confidenciais, o que dificulta a transmissão das informações
do governo para as famílias dos reféns.
O
jornal também diz que há um sentimento crescente entre algumas famílias de que
os reféns "famosos" estão recebendo quase toda a atenção presidencial
e da mídia.
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Pronto envio de armas dos EUA para Israel revela que Harris não 'trabalha'
por cessar-fogo, diz analista
Na
quinta-feira (29), em comício na Geórgia, a candidata democrata à presidência
norte-americana, Kamala Harris, disse que ela e o atual presidente dos EUA
estão "trabalhando dia e noite" por um acordo de reféns e um
cessar-fogo em Gaza. No mesmo dia, um jornal israelense relatou que os EUA
estavam "apressando" as remessas de armas para Israel.
Desde
sua ascensão ao topo da chapa presidencial democrata, Kamala Harris tentou
parecer simpática à causa palestina enquanto reafirmava seu forte compromisso
com o Estado de Israel, duas posturas contraditórias que não podem existir no
mesmo lugar ao mesmo tempo.
Por
meio de suas ações, Harris e o resto do Partido Democrata mostraram qual dessas
duas posturas eles apoiam na prática e qual é apenas retórica vazia. De acordo
com a apuração, os EUA têm aumentado as remessas de armas para Israel desde
julho. Agosto foi o segundo mês desde outubro em que os EUA enviaram mais
remessas de armas para Tel Aviv.
A
apuração observa que as armas são oficialmente utilizadas para ajudar Israel a
responder aos ataques do Hezbollah no Líbano e a um possível ataque do Irã,
mas, como a edição Antiwar.com aponta, elas também estão sendo usadas para
massacrar palestinos em Gaza e na Cisjordânia.
Como
presidente, Biden tem o poder de encerrar unilateralmente as remessas de armas
para Israel sob a Lei Leahy, que proíbe transferências de armas que possam ser
usadas para violar direitos humanos.
"Houve
relatos no The New York Times mostrando Joe Biden, a portas fechadas, xingando
[Benjamin] Netanyahu para sua equipe. E isso não significa nada. É muito
parecido com a conversa de 'oh, cessar-fogo agora' na convenção", explicou
o apresentador do podcast Left is Dead (A Esquerda está Morta), James Carey, à
Sputnik. "Ok, bem, o que poderia facilitar isso? Provavelmente é a grande
potência mundial que está enviando as armas para Israel que alimenta essas
coisas. São nossos F-16 e F-15 voando sobre a Cisjordânia e o Líbano. Estes são
nossos aviões abastecidos com nossas bombas."
"Tudo
o que vamos ter é mais linguagem dura e mais demandas vazias por um cessar-fogo
porque, obviamente, o Partido Democrata não está disposto a reconhecer uma
coisa muito clara para todos que estão assistindo: sem os EUA abastecendo
Israel, um cessar-fogo seria muito mais fácil porque [Israel] teria que
fazê-lo", afirmou Carey.
Enquanto
Biden e Harris supostamente trabalham para garantir um cessar-fogo, os
israelenses aumentaram muito suas operações na Cisjordânia, destruindo ruas e
demolindo monumentos sob o pretexto de operações antiterroristas. Pelo menos 12
palestinos foram mortos no campo de refugiados de Jenin, incluindo Tawfiq Ahmad
Younis Qandil, de 83 anos, que foi baleado por um atirador israelense ao sair
de casa. Sua família disse que ele ia comprar mantimentos.
Kamala
Harris, vice-presidente dos EUA, fala durante entrevista coletiva com Vladimir
"Acho
que estamos vendo a direita de Israel meio que tentando mudar seu tipo de
guerra genocida para ambas as áreas. E agora você está vendo ministros
israelenses falando sobre, 'ah, bem, vamos ter que evacuar as pessoas das
aldeias na Cisjordânia'", explicou Carey. "E você sabe como funciona
lá. Você consegue voltar? Quando você consegue voltar? E as chances são, para
responder a ambas as perguntas: nunca."
O
ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse que Israel
usaria as mesmas táticas que está usando em Gaza, na Cisjordânia. "Devemos
lidar com a ameaça assim como lidamos com a infraestrutura terrorista em Gaza,
incluindo a evacuação temporária de moradores palestinos e quaisquer medidas
necessárias", escreveu.
No
sábado (31), Israel cortou o fornecimento de água, eletricidade e Internet para
Jenin.
"É
simplesmente, como em Gaza, arrasar. Destruir tudo o que puder e garantir que
não haja nada para onde voltar", explicou Carey, descrevendo o plano
israelense.
¨
Senegal diz que é 'preciso isolar Israel
politicamente' para acabar com guerra em Gaza
O
primeiro-ministro do Senegal, Ousmane Sonko, defendeu neste domingo (31) que a
guerra promovida por Israel na Faixa de Gaza só vai parar quando o país for
isolado politicamente pela comunidade internacional. O conflito na região
começou em outubro do ano passado e já provocou a morte de mais de 40 mil
palestinos.
"É
necessário reunir todos aqueles que condenam essa injustiça e trabalhar em uma
solução política, ou seja, uma solução que consiste no isolamento do Estado de
Israel, no isolamento político", declarou Sonko durante um discurso em
apoio aos palestinos na mesquita de Dakar, segundo a transmissão do portal
Senenews.
Sonko
chamou o que ocorre em Gaza de "barbaridade" com a aprovação dos
países ocidentais, principalmente os Estados Unidos, que enviam armas e
recursos para financiar o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
"Todos
aqueles que nos falam sobre democracia e direitos humanos são os mesmos que
apoiam Israel e o armam", acrescentou Sonko.
<><>Conflito
dura mais de nove meses
Israel
sofreu um ataque de mísseis sem precedentes vindos da Faixa de Gaza em 7 de
outubro de 2023. Na sequência, combatentes do movimento palestino Hamas
invadiram áreas fronteiriças, quando capturaram mais de 200 reféns e provocaram
a morte de cerca de 1.200 pessoas.
Em
retaliação, Israel iniciou os bombardeios contra a Faixa de Gaza, que sequer
pouparam escolas, hospitais e abrigos para refugiados. Além disso, realizou um
bloqueio por terra, ar e mar que fez interromper o fornecimento de água,
eletricidade, combustível, alimentos e medicamentos. Segundo o Ministério da
Saúde de Gaza, mais de 40 mil pessoas morreram e 94 mil foram feridas.
O
Ministério das Relações Exteriores da Rússia apelou para que as partes cessem
as hostilidades. Para Moscou, a resolução das tensões no Oriente Médio é
possível apenas com base na fórmula aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU,
que prevê a criação de um Estado palestino dentro das fronteiras de 1967, com
capital em Jerusalém Oriental.
<><> Hamas acusa Exército de Israel de matar
prisioneiros do próprio país em Gaza durante operação
O
movimento palestino Hamas afirma que as Forças de Defesa de Israel (FDI)
provocaram a morte de alguns prisioneiros israelenses na Faixa de Gaza neste
domingo (1º) durante uma operação. O conflito na região já deixou mais de 40
mil palestinos mortos.
"Esses
seis prisioneiros e outros poderiam ter retornado vivos aos seus familiares
como parte de um acordo de troca, mas a insistência do Exército de ocupação
israelense, de [Benjamin] Netanyahu e seu governo extremista foi a causa da
morte dessas pessoas durante os bombardeios. Alguns prisioneiros do inimigo
foram mortos por eles", disse Khalil al-Hayya, membro do escritório
político do Hamas responsável pela questão das trocas, em uma entrevista ao
canal Al Jazeera.
Durante
a manhã, o Exército de Israel publicou os nomes de seis reféns cujos corpos
foram encontrados em um dos túneis subterrâneos na cidade de Rafah, no sul do
enclave palestino.
Entre
eles, estavam um russo e um norte-americano. Já Israel acredita que o grupo foi
morto pelo Hamas pouco antes da operação.
<><>
Greve geral em Israel
Enquanto
vários reféns seguem sob o poder do Hamas na Faixa de Gaza, o fracasso do
governo israelense em liberar o grupo ao anúncio também neste domingo de uma greve
geral no país. A informação foi confirmada pelo chefe da Federação Trabalhista
Histadrut em Israel, Arnon Bar-David.
O
Times of Israel citou Bar-David dizendo que a greve começaria às 6 da manhã e
estava programada para durar um dia, com outras decisões a serem tomadas após a
paralisação.
"Judeus
estão sendo mortos nos túneis de Gaza. Isso deve parar", disse o chefe da
Federação Trabalhista de Israel em uma entrevista coletiva após uma reunião com
o Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas em Tel Aviv.
Yair
Lapid, fundador do partido Yesh Atid, também criticou o fracasso israelense no
resgate dos reféns. O líder de oposição acusou o primeiro-ministro, Benjamin
Netanyahu, de só se importar consigo mesmo.
"O
que importa para ele é saber que chegar a um acordo pode levar ao
desmantelamento de seu governo, e tudo o que ele se importa é permanecer no
poder. Netanyahu não tem alma, esse é o nosso problema. Temos um
primeiro-ministro sem alma, é por isso que ele não está fazendo um acordo de
troca de prisioneiros", acrescentou Lapid.
Netanyahu
e as Forças de Defesa de Israel não tem recebido críticas apenas da oposição,
mas também do próprio partido governante, Likud.
Fonte:
Sputnik Brasil
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