terça-feira, 4 de abril de 2023

POLÍCIA FEDERAL INVESTIGA IDA DE ANDERSON TORRES À BAHIA NO SEGUNDO TURNO

A Polícia Federal apura uma viagem do ex-ministro da Justiça Anderson Torres à Bahia, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais de 2022, sob pretexto de reforçar o contingente da Polícia Federal (PF) no estado contra supostos crimes eleitorais – como compra de votos, por exemplo.

Na ocasião, Torres pediu pessoalmente à superintendência da PF da Bahia que atuasse em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que, como é praxe, deveria fazer a fiscalização comum de rodovias. Mas, segundo investigadores ouvidos pelo blog, estava pautada para interromper o fluxo de eleitores na região a fim de prejudicar a eleição do petista Luiz Inácio Lula da Silva.

A Bahia é um dos estados onde o presidente Lula tem a sua maior votação. Para se ter uma ideia, no primeiro turno, Lula obteve 69,7% dos votos no estado, enquanto Bolsonaro teve 24,3%. No segundo turno, pouco mais de 2 milhões de votos garantiram vantagem a Lula.

A presença de Torres na Bahia chocou investigadores ouvidos à época pelo blog, e é classificada como pressão do governo Bolsonaro à superintendência regional para favorecer o então presidente da República com o uso da máquina. A PF é polícia judiciária e tem como uma de suas missões a realização de investigações. Já a PRF é polícia ostensiva, e atua, por exemplo, na fiscalização de rodovias.

Na gestão Bolsonaro e nas eleições, o ministro da Justiça, segundo investigadores da PF, pressionou para que a PF atuasse como a PRF, então comandada por um indicado da família Bolsonaro – Silvinei Vasques, que está na mira da Justiça, inclusive, por sua atuação nas eleições.

Como o blog publicou ainda em outubro de 2022, Torres foi escalado por Bolsonaro para colocar em prática no Nordeste, por ser uma região majoritariamente pró-Lula, o plano da campanha bolsonarista envolvendo o uso político da Polícia Rodoviária Federal no dia 30 de outubro, segundo turno da eleição.

Naquele dia, a PRF realizou múltiplas blitze e parou veículos que transportavam eleitores em todo o país. A maior parte das operações – que haviam sido proibidas no dia anterior pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes – aconteceu em estados do Nordeste.

Anderson Torres, um dos principais aliados de Bolsonaro, tinha ciência do mapa feito por integrantes da campanha do ex-presidente em que foram apontadas as regiões do país em que Lula era mais forte.

A viagem de Torres à Bahia foi vista com estranheza por integrantes da Polícia Federal. Torres não foi só: estava acompanhado pelo então diretor-geral da PF, Marcio Nunes.

Segundo apurou o blog, Torres foi ao estado sem agenda prévia ou pauta marcada junto à superintendência da PF na Bahia. Ele chegou a Salvador um dia após ter atuado em outro episódio polêmico – o caso de Roberto Jefferson, que recebeu a tiros agentes da PF que foram prendê-lo, no interior do RJ.

Na Bahia, Torres se reuniu com Leandro Almada, ex-superintendente da PF no estado, e outros integrantes da PF. Na ocasião, Torres pediu que a PF atuasse nas ruas junto com a PRF no dia do segundo turno, para reforçar a operação e coibir eventuais crimes eleitorais.

Depois do encontro, a equipe do ex-ministro encaminhou um documento com uma lista de cidades em que o efetivo policial deveria ser reforçado – em cidades, por exemplo, em que Lula havia sido o candidato mais votado no primeiro turno.

Este documento, como revelado pelo colunista Lauro Jardim, do jornal “O Globo”, foi elaborado pela delegada Marília Ferreira Alencar. Na época, ela atuava no Ministério da Justiça e, posteriormente, foi trabalhar com Anderson Torres na Secretaria de Segurança Pública do DF.

Marília Ferreira Alencar é investigada pela PF, por suspeita de ter agido para esconder provas relacionadas aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

•        Ataque de Roberto Jefferson à PF

A ida de Torres à Bahia aconteceu logo após o ex-deputado Roberto Jefferson desrespeitar ordem de prisão e atacar policiais federais que foram detê-lo. Naquele dia, 23 de outubro, Torres foi escalado por Bolsonaro para ir a Comendador Levy Gasparian (RJ), onde Jefferson estava, acompanhar o caso.

Entretanto, como publicou o blog na ocasião, o ex-ministro recuou da decisão e não foi ao local, por receio de ser acusado de prevaricação por impedir ou atrasar o cumprimento do mandado de prisão de Jefferson.

Apesar da orientação às vésperas da eleição, a superintendência da PF na Bahia simplesmente ignorou Torres e Marcio. As ordens não passavam de mais uma tentativa de interferência política na PF - o que foi blindado por Almada e a equipe que ele comandava na Bahia.

•        “Boletim de inteligência” de Anderson Torres detalhava locais em que Lula era mais votado

A Polícia Federal (PF) descobriu um “boletim de inteligência” produzido pela então diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, Marília Alencar, que detalhava os locais em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia sido mais votado no primeiro turno.

O documento foi elaborado em outubro do ano passado pela delegada que, posteriormente, foi trabalhar com o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, na Secretaria de Segurança do DF.

•        Tentativa atrapalhada

O levantamento serviu para que Anderson botasse de pé a tentativa de atrapalhar a chegada dos eleitores aos locais de votação nestas regiões, com a célebre operação feita pela PRF no dia 30 de outubro.

Ele tentou apagar o documento do seu celular, mas a PF recuperou parte do material.

Há ainda uma viagem fora de agenda de Anderson à Bahia, num avião da FAB, dias antes do segundo turno.

Ele viajou acompanhado do então diretor da PF Marcio Nunes. O objetivo foi pressionar o então superintendente regional, Leandro Almada, a atuar na operação no dia da eleição, dando apoio à PRF.

 

Ø  Servidor da Justiça elaborou mapa para ações da PRF no 2º turno. Por Blog de Andreia Sadi

 

O documento com uma lista de cidades em que o efetivo policial deveria ser reforçado em 30 de outubro de 2022, quando foi realizado o segundo turno nas eleições presidenciais, foi feito por um servidor do Ministério da Justiça e contemplava todos os estados da região Nordeste, apurou o blog.

Como o blog publicou na segunda-feira (3)Anderson Torres, então ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), se reuniu com integrantes da Polícia Federal (PF) na Bahia, para pedir que a corporação atuasse nas ruas junto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no dia do segundo turno, reforçando a operação e coibindo eventuais crimes eleitorais.

A equipe do ex-ministro, segundo investigadores ouvidos pelo blog, promoveu este encontro com base em um mapeamento de cidades em que o efetivo policial deveria ser reforçado – cidades, por exemplo, nas quais Lula havia sido o candidato mais votado no primeiro turno. No estado da Bahia, ao qual o ministro foi pessoalmente discutir a ação da PF no segundo turno, Lula obteve 69,7% dos votos na primeira etapa da eleição, enquanto Bolsonaro teve 24,3%.

Como revelado pelo colunista Lauro Jardim, do jornal “O Globo”, a responsável pelo documento seria a delegada Marília Ferreira Alencar. O mapeamento, conforme apurou o blog, foi pedido por Anderson Torres a Alencar, que na época atuava no Ministério da Justiça. Alencar teria, então, pedido a um servidor da área de Tecnologia da Informação (TI) do ministério que fizesse o levantamento.

Ainda em outubro de 2022, o blog publicou que Torres foi escalado por Bolsonaro para colocar em prática no Nordeste, por ser uma região majoritariamente pró-Lula, o plano da campanha bolsonarista envolvendo o uso político da Polícia Rodoviária Federal no dia 30 de outubro, segundo turno da eleição.

Naquele dia, a PRF realizou múltiplas blitze e parou veículos que transportavam eleitores em todo o país. A maior parte das operações – que haviam sido proibidas no dia anterior pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes – aconteceu em estados do Nordeste.

Anderson Torres está preso em Brasília desde 14 de janeiro, e é investigado por suspeita de omissão e conivência com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro; Marília Alencar também é alvo de investigação, por suspeita de ter agido para esconder provas relacionadas aos atos daquele dia.

 

       “Minuta do golpe”: PF avança nas investigações e pode complicar Torres

 

As investigações da Polícia Federal em relação à “minuta do golpe” e o envolvimento do ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, com o processo eleitoral estão cada vez mais avançadas, o que pode complicar ainda mais a situação de Torres.

Entre as discrepâncias apuradas no caso, está a negativa da secretária de Torres de que ela teria entregado o documento golpista a ele. Em depoimento, a mulher teria sido taxativa: “Nunca entreguei nada”. O ex-ministro teria declarado que recebeu a minuta por meio dela. A informação é do jornalista Lauro Jardim, em O Globo.

Já em relação ao envolvimento nas eleições, a PF descobriu um “boletim de inteligência” que teria sido produzido em outubro pela então diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, Marília Alencar – delegada que, posteriormente, trabalhou com Torres na Secretaria de Segurança do Distrito Federal (DF).

O documento detalha os locais onde o então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva havia (PT) sido mais votado no primeiro turno das eleições de 2022. Na análise dos investigadores, o boletim serviu para que o ex-ministro viabilizasse a tentativa de complicar a chegada dos eleitores aos locais de votação em algumas regiões, com a operação realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no dia do segundo turno.

O documento chegou a ser apagado do celular de Marília. No entanto, foi recuperado parcialmente pela PF.

A PF também teria descoberto uma viagem de Torres, fora de agenda, à Bahia, num avião da FAB, dias antes do segundo turno. Na ocasião, ele teria sido acompanhado pelo então diretor da PF, Marcio Nunes, para pressionar o então superintendente regional, Leandro Almada, a atuar na operação no dia da eleição, dando apoio à PRF.

•        Prisão

Torres, ex-secretário de Segurança Pública do DF, está preso no âmbito da investigação sobre possível omissão durante a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro, por bolsonaristas radicais. Torres continua detido nas instalações do Batalhão de Aviação Operacional, no 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM) do Distrito Federal.

No dia dos atentados, Anderson Torres viajava para os Estados Unidos. Ele foi preso em 14 de janeiro, ao voltar para o Brasil. Em 1º de março, Alexandre de Moraes indeferiu pedido da defesa do ex-secretário de Segurança Pública pela revogação da prisão.

O ministro considerou não haver, no momento, “como dissociar as condutas omissivas de Anderson Gustavo Torres dos atos ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023, com ataque às instituições democráticas e depredação e vandalismo dos prédios públicos na Praça dos Três Poderes”.

•        Rodrigo Roca deixa a defesa de Anderson Torres

Rodrigo Roca não é mais o advogado do ex-secretário de Segurança do DF Anderson Torres, preso desde janeiro por suposta omissão nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.  O ex-chefe da casa civil de Ibaneis, Eumar Novacki assume a defesa.

A troca de advogados acontece em meio a rumores de que Anderson Torres estaria negociando uma delação premiada junto a Polícia Federal, que já teria recebido a proposta.

Segundo fontes ligadas a Torres, um dos motivos para a troca de advogado seria um desconforto do ex-secretário com a proximidade de relação de Rodrigo Roca com a família Bolsonaro, que sempre declarou ser frontalmente contra a delação premiada.

 

       Serviço de inteligência alertou Torres que CACs queriam "sitiar Brasília"

 

Um relatório da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), emitido no dia 6 de janeiro — dias antes dos atos golpistas de 8 de janeiro —, mostra que a área da inteligência alertou sobre a convocação de atos. O documento aponta que Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs) queriam “sitiar Brasília”. O relatório foi emitido no mesmo dia em que Anderson Torres viajou aos Estados Unidos.

Torres está preso desde 14 de janeiro, no 4° Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal. No relatório elaborado pela Subsecretaria de Inteligência da SSP, responsável por assessorar o secretário sobre possíveis tomadas de decisões, a área da pasta emitiu alertas sobre os atos do fim de semana de 8 de janeiro.

“Circula divulgação sobre a realização dos atos, em Brasília, entre os dias 06 e 8 de janeiro, com vinda de caravanas de outros Estados, em oposição ao atual governo federal. Em desdobramento, a partir do dia 9 de janeiro, estaria prevista a realização de uma “greve geral”. Entre as eventuais ações estariam invasão a órgãos públicos e bloqueio em refinarias e/ou distribuidoras e combustíveis”, cita o resumo do documento enviado pela inteligência.

A inteligência apontou que, em 5 de janeiro, verificou situações que dariam início ao potencial ataque a sede dos Três Poderes, como estacionamento de terra com acesso bloqueado e com quatro tendas; recolhimento de material pelos militares em tendas desocupadas; e presença de cerca de 100 pessoas em frente do Quartel-General do Exército. Esses monitoramentos ocorriam por meio de drones. “Em que pese a mencionada desmobilização, nota-se convocação para novas mobilizações pelas redes sociais e previstas para ocorrer em Brasília contra o atual governo federal”, diz o documento, obtido com exclusividade pela reportagem do Correio.

Os investigadores apontaram que ocorreriam mobilizações de oposição contra o atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre os dias 6 e 8 de janeiro. A convocação, intitulada “Tomada de Poder pelo povo”, previa a invasão, inicialmente, no Congresso Nacional. Os organizadores, segundo o monitoramento da inteligência, eram autodenominados “patriotas”. Além deles, os integrantes do movimento também seriam dos segmentos do agronegócio e caminhoneiros.

O monitoramento da pasta era feito também por meio das redes sociais. Os membros citam que, em transmissão realizada ao vivo em uma rede social, os manifestantes davam ênfase para as manifestações a partir de 7 de janeiro, com a participação de pessoas e vinda de caravanas de outros estados. “Assinala-se ainda grupo de mensagem, no qual os integrantes seriam pessoas conhecidas por CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores) e com postagens sobre 'sitiar Brasília' e que denotam a intenção de prática de atos de violência no dia 8 de janeiro”, destaca o relatório.

•        Preparo físico

A inteligência, no documento endereçado à cúpula da SSP, detalha que, no monitoramento feito pela equipe, foi constatada uma orientação curiosa por meio dos manifestantes: fossem adultos e com boa condição física. A orientação, nos grupos de WhatsApp e Telegram, é que fosse vedada a participação de crianças e “daqueles que apresentam dificuldade de locomoção”.

Após os atos, os manifestantes planejaram fazer uma “greve geral” no país em 9 de janeiro. Os atos entraram no radar da Inteligência em 3 de janeiro, principalmente após uma hashtag pedindo a greve ter sido levantada pelo Twitter. Apesar disso, a inteligência detalhou que, apesar dos atos, as informações eram inconsistentes sobre os dias, horários e locais das manifestações.

“Destaca-se que um dos organizadores alega ser liderança entre os caminhoneiros, todavia, como corrobora em eventos passados, o mesmo não tem representatividade junto ao segmento. Outrossim, a divulgação da mobilização prevista ocorreu recentemente (3 de janeiro), e, geralmente, manifestações com prazo exíguo comprometem a organização dos atos, a vinda de caravanas dos outros Estados e a adesão de público geral”, completa o relatório da inteligência.

•        CPI na CLDF

No depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, o coronel da PMDF Jorge Henrique da Silva Pinto — que ocupava um cargo na Subsecretaria de Inteligência — detalhou que enviou alertas, na véspera dos atos do 8 de janeiro, nos grupos de WhatsApp. Ele confrontou uma versão do depoimento de Torres à PF, quando o ex-secretário disse que a inteligência da pasta o municiava de informações estratégicas, mas que não foi informado dos movimentos para os atos.

"A princípio, ele estava no grupo Difusão. O alcance desse grupo era exatamente o secretário de Segurança Pública. Se ele não estava exercendo (o cargo), o destinatário dessas informações (da inteligência) seria o secretário-executivo", garantiu o coronel.

À CPI, o coronel esclareceu que a inteligência exerce duas funções: suporte ao secretário da pasta para tomada de decisões — no âmbito da inteligência — e assessoramento a todas as outras subsecretarias. Sem acompanhamento de um advogado, o policial pontuou que todos os monitoramentos foram repassados aos superiores. Na data, segundo o coronel, quem respondia pela SSP-DF era o então secretário-executivo Fernando de Sousa Oliveira, que, no início do mês, apontou Anderson Torres como responsável pelo órgão.

"Teve dois momentos de repasse de informações. O primeiro, que foi elaborado um relatório de inteligência mais completo e, depois da criação da cédula, foram estabelecidos os grupos (no WhatsApp). Todo o tipo de conhecimento, dado ou informação relativo aos eventos, foram repassadas no grupo. Esse grupo permitiu que a gente elaborasse essas frações que chegavam ao secretário-executivo. Todas as informações que chegaram a ele (Fernando), chegava aos outros órgãos que faziam parte dos grupos", disse.

O coordenador de inteligência explicou que, dentro da SSP, não tinha o entendimento do que poderia ocorrer naquele fim de semana dos atos de 8 de janeiro, mesmo com as convocações de apoiadores de Jair Bolsonaro nas redes sociais, para a "tomada do Poder". O coronel contou que, até sexta-feira (6/1), havia 250 a 300 pessoas e que esse quantitativo não seria suficiente para enquadrar a manifestação como "de risco".

"Muito provavelmente (se os alertas fossem levados em contas para evitar os atos), mas eu não sei de que forma os tomadores de decisão entenderam os meus alertas. A inteligência produz conhecimento e ajuda no processo decisório. Quem decide não é a inteligência", esclareceu. "A inteligência se presta à obrigação de informar ao decisor. Se essa informação chega ao decisor, é o mais importante. No caso da SSP, chegou", finalizou.

•        Baixo risco

Os alertas dos dois atos, de 12 de dezembro e 8 de janeiro, eram considerados de baixo risco pela inteligência da SSP. O policial citou que, no caso do dia 12, a pasta monitorava essa manifestação, mas que os ânimos ficaram exaltados após a prisão do indígena José Acácio Serere Xavante, 42, efetuada pela Polícia Federal.

"Nós acompanhamos (na inteligência), desde o acampamento, até o deslocamento e o Palácio do Alvorada (...) Algumas pessoas somente executaram ações após a prisão (do indígena). Essas ações, verificamos pelo acompanhamento de inteligência, que elas eram totalmente descentralizadas. Algumas delas foram para posto de combustível, outras para a sede da PF. Não foi algo premeditado. A sequência dos atos foi espontânea", analisou.

O coronel revelou que na SSP existe uma tabela para mapear o grau de potencial das manifestações. Dentro da inteligência, nos dias que antecederam os atos de 8 de janeiro, os atos golpistas eram considerados pela equipe como de risco "baixo", por ter menos de mil pessoas.

 Fonte: G1/Fórum/Metrópoles/O Antagonista/Correio Braziliense

 

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