Doenças renais são
silenciosas, quadros graves podem levar a tratamento por hemodiálise
Controlar
a pressão sanguínea, regular a formação do sangue e dos ossos e equilibrar o
balanço químico e de líquidos do organismo. Estas são algumas das funções dos
rins, essenciais para o funcionamento do corpo humano.
Os distúrbios renais podem ser
silenciosos, deixando de apresentar sintomas em estágio inicial. Essa
característica aumenta os riscos de evolução para formas crônicas das doenças.
Atualmente, estima-se que cerca de dez milhões de brasileiros convivam com
doenças relacionadas, segundo o Ministério da Saúde.
As
doenças renais crônicas estão diretamente relacionadas a estilos e condições de
vida. Alimentação saudável, exercícios físicos regulares e
ingestão de bastante água ajudam a evitar o problema. Tratar e controlar os
fatores de risco como diabetes, hipertensão, obesidade, doenças
cardiovasculares e tabagismo são as principais formas de prevenir doenças
renais. O diagnóstico precoce ajuda a evitar o avanço da doença na maioria dos
casos.
O
cenário é agravado devido a alta incidência de hipertensão arterial e diabetes na
população. Como os rins são responsáveis pelo controle da pressão arterial,
tais doenças tendem a sobrecarregar os órgãos.
Enquanto
a hipertensão arterial pode tanto ser a causa como a consequência de uma
disfunção renal, o diabetes por sua vez
danifica os vasos sanguíneos do órgão, interferindo o funcionamento dos rins
que não conseguem filtrar o sangue corretamente. Com isso, cerca de 25% das
pessoas com diabetes tipo I e entre 5 e 10% das pessoas com diabetes tipo II
desenvolvem insuficiência renal.
·
Riscos de agravamento
Silenciosa
na maior parte do tempo, a doença renal crônica é caracterizada por uma perda
gradativa da função renal. Existe uma série de doenças que, dependendo da gravidade
ou tratamento inadequado, podem contribuir para os danos aos rins.
“As
principais causas que levam à doença renal crônica, ou seja, à perda de função
renal, são diabetes e hipertensão. São muito comuns à população e estão ligadas
à obesidade e ao
sedentarismo. Existem outras causas que também podem levar à perda de função
renal, como o calculose renal, infecções urinárias que acometem o rim – não
aquela cistite simples que só dá a dor para urinar, mas aquela infecção
urinária que é acompanhada de febre”, explica o médico nefrologista Hugo
Abensur, responsável pela diálise do Hospital das Clínicas de São Paulo.
A
disfunção renal pode ser identificada pela análise da urina e pelo exame de
sangue. No primeiro caso, o profissional poderá identificar a presença de uma
proteína chamada albumina, enquanto nos testes sanguíneos pode ser investigada a
presença da creatinina, que indicará o mau funcionamento do rim.
“Os
pacientes diabéticos, com hipertensão arterial, as pessoas com antecedentes de
doença renal na família e os idosos são o grupo de maior risco para o
desenvolvimento de doença renal crônica”, acrescenta Abensur.
A
doença renal crônica não tem cura, mas o tratamento permite
retardar ou interromper a progressão do quadro e impedir o desenvolvimento de
outras condições graves. O uso de medicamentos e o controle da dieta podem ser
prescritos por médicos especializados. Em casos mais extremos, pode ser
necessária a realização de sessões de diálise ou o transplante renal, como
medida definitiva de substituição da função renal.
·
Transplante de rim
Os
rins são os principais filtros do corpo humano e chegam a filtrar mais de 180
litros de sangue por dia no corpo humano. São responsáveis por eliminar toxinas
e excesso de água presentes no sangue. Além disso, o órgão tem papel
fundamental na formação dos ossos, hormônios e na
regulação da pressão arterial.
Os
dois órgãos de cor marrom-avermelhada, com formato de feijão, ficam na região
lombar, por trás do fígado e estômago, nos dois lados da
coluna vertebral. Por serem um par, além da doação após o falecimento, é
possível ceder um dos órgãos para transplante ainda em vida, já que a função
renal pode ser mantida por um único rim, sem que isso cause prejuízos à saúde
do doador.
Para
que um paciente receba a doação, é necessário apresentar um quadro de
insuficiência irreversível, ou seja, quando os órgãos perderam as funções
básicas. Antes de chegar a esse ponto, no entanto, o maior risco é porque as
doenças renais não apresentam sintomas significativos
no estágio inicial.
Quando
não tratadas corretamente, elas podem evoluir para quadros graves como a
insuficiência renal, em que o paciente precisa de tratamento como diálise ou
transplante.
No
Brasil, os rins são os órgãos mais transplantados. Em 2021, foram 4.831
procedimentos e, no ano passado, 5.368, sendo que 88% e 86% dos procedimentos,
respectivamente, tiveram o financiamento integral do transplante realizado
pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Ø
20
milhões de brasileiros têm alguma perda de função renal; saiba como prevenir
A
Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), busca conscientizar a população sobre
a importância da prevenção e diagnóstico precoce das doenças renais.
o
secretário geral da SBN Lucio Requião disse que 10% da população brasileira tem
“algum grau de perda de funcionamento dos rins”, o que equivale a 20 milhões de
pessoas.
“A
doença renal crônica costuma ser silenciosa, não apresenta qualquer sintoma ou
sinal”, destacou.
Por
esse motivo, “quando o médico se dá conta o paciente já perdeu a capacidade de
filtragem do sangue.”
Na
avaliação do nefrologista “por isso a campanha de conscientização e prevenção é
importante”, a fim de se obter o diagnóstico inicial e parar a progressão da
doença, evitando a necessidade de diálise ou mesmo transplante de
rins.
A
melhor forma de identificar as doenças relacionadas ao funcionamento dos rins é
simples, de acordo com o médico: um exame de sangue.
“A
taxa de creatinina é um exame de sangue que está disponível no SUS”, informou.
E
ele completou: “Creatinina alta significa rim funcionando pouco, e isso é mais
nocivo do que colesterol alto.”
Requião
alertou que o diagnóstico nos estágios iniciais é essencial, especialmente,
para as pessoas sob o risco da doença.
Este
grupo é composto por quem tem pressão alta, diabetes, histórico familiar de
doença renal crônica, uso constante de medicamentos como anti-inflamatórios e
pacientes com idade avançada.
Na
fase mais avançada da doença, sintomas como alta de ar, falta de apetite,
enjoo, inchaço nas pernas e dificuldade para dormir servem de alerta.
O
foco da campanha é “o grande problema de saúde pública que é a doença renal
crônica”, mas Requião lembra que o órgão é “facilmente acometido por diversas
doenças, como infecções urinárias e pedras nos rins”.
Ø
Brasil
é o terceiro maior transplantador de rins do mundo
O Brasil ocupa a terceira posição entre os
países que mais realizam transplante de rins no mundo, perdendo apenas para
os Estados Unidos e a Índia, que ocupam a primeira e segunda
colocação, respectivamente. O dado foi divulgado nesta quinta-feira (10),
pelo Ministério da Saúde, no Dia Mundial do
Rim, celebrado na segunda quinta-feira de março.
De
acordo com a pasta, o transplante de rim representa cerca de 70% do total de
órgãos transplantados no país, sendo que 90% são financiados integralmente
pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2021, foram
registrados 4.828 procedimentos do tipo. O Ministério estima que mais de dez
milhões de pessoas tenham doenças renais no país.
No
ano passado, o órgão federal investiu R$ 3,2 bilhões em tratamentos
relacionados a essas doenças. A Saúde afirma que existem 729 estabelecimentos
de saúde habilitados na alta complexidade para cuidado de doenças renais
crônicas no SUS, com oferta de hemodiálise, diálise peritoneal e cuidado do
pré-dialítico. É estimado que existam 850 milhões de pessoas com doença renal
no mundo.
·
Importância do órgão
Os
rins têm como função básica filtrar o sangue e auxiliar na eliminação de
toxinas do organismo. Por serem um par, eles podem ser doados tanto em vida
quanto após o falecimento, já que a função renal pode ser mantida por um único
rim sem que isso cause prejuízos à saúde do doador.
O
transplante renal é recomendado para pacientes com insuficiência irreversível –
quando os rins perdem as funções básicas – normalmente provocada pelo avanço de
uma doença renal crônica.
Em
geral, esse tipo de condição não apresenta sintomas significativos nos estágios
iniciais, mas se não tratada corretamente pode evoluir para quadros graves,
como insuficiência renal, em que o paciente necessita de tratamentos como a
diálise e o transplante renal.
As
doenças renais crônicas estão diretamente relacionadas a estilos e condições de
vida. Alimentação saudável, exercícios físicos regulares e ingestão de bastante
água ajudam a evitar essas condições.
Tratar
e controlar os fatores de risco como diabetes, hipertensão, obesidade, doenças
cardiovasculares e tabagismo são as principais formas de prevenir doenças
renais. O diagnóstico precoce ajuda a evitar o avanço da doença na maioria dos
casos.
Fonte:
CNN Brasil
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