sábado, 1 de abril de 2023

A incrível trajetória da jornalista pioneira que, há 130 anos, deu a volta ao mundo em 72 dias

A jornalista americana Nellie Bly tinha 25 anos e uma carreira de sucesso quando, em 1889, embarcou em uma viagem ao redor do mundo com o desafio de completar o roteiro mais rápido que Phileas Fogg, personagem do livro A Volta ao Mundo em 80 Dias, do escritor francês Júlio Verne, que havia sido publicado poucos anos antes, em 1873.

Quando a ideia da viagem surgiu, seu editor no New York World, um dos maiores jornais dos Estados Unidos na época, queria enviar um homem. Ele duvidava que uma mulher pudesse viajar ao redor do mundo sozinha.

"Muito bem. Mande um homem e eu começarei (a viagem) no mesmo dia por outro jornal e vou derrotá-lo", respondeu Bly. Ela acabou convencendo o chefe de que poderia cumprir a missão.

Na tarde de 25 de janeiro de 1890, depois de percorrer mais de 40 mil quilômetros pela Europa, África, Ásia e América viajando de navio a vapor, barco, trem, riquixá, cavalo e até em um burro, Bly desembarcou na estação de trem de Jersey City diante de milhares de fãs que aguardavam sua chegada.

Ela havia concluído o percurso em 72 dias, seis horas, 11 minutos e 14 segundos, superando não apenas o personagem de Verne, mas também sua própria meta, que era de completar o roteiro em 75 dias, e estabelecendo o recorde mundial de circunavegação do globo.

A viagem, há 130 anos, consagrou Bly como pioneira do jornalismo investigativo e a transformou em celebridade mundial.

"Essa era uma época em que editores não deixavam suas jornalistas mulheres irem nem mesmo ao outro lado da cidade desacompanhadas, muito menos ao redor do mundo", diz à BBC News Brasil o escritor Matthew Goodman, autor de Eighty Days: Nellie Bly and Elizabeth Bisland's History-Making Race Around the World ("Oitenta Dias: A Histórica Corrida de Nellie Bly e Elizabeth Bisland ao Redor do Mundo", em tradução livre).

"A ideia de que uma mulher sozinha, falando somente inglês, fosse dar a volta ao mundo, e mais rápido do que qualquer outra pessoa já havia feito, era inédita. Ela foi extremamente ousada ao tentar isso", ressalta Goodman.

·         Jornalismo investigativo

Antes mesmo da viagem, Bly já era uma jornalista reconhecida nacionalmente por sua coragem e determinação e por reportagens que costumavam expor injustiças sociais.

Nascida Elizabeth Jane Cochran, em 1864, em uma área que hoje fica nos arredores de Pittsburgh, no Estado da Pensilvânia, ela começou sua carreira aos 21 anos de idade, quando escreveu uma carta ao jornal Pittsburgh Dispatch em protesto contra um artigo que declarava que mulheres serviam para ter filhos e cuidar da casa. O editor, impressionado com sua resposta, lhe ofereceu uma vaga como jornalista.

Como era costume entre mulheres na época, ela passou a assinar usando um pseudônimo: Nellie Bly. Logo começou a chamar atenção por reportagens que fugiam dos temas considerados "femininos", como moda e culinária. Ela investigou as condições de trabalho para mulheres em fábricas e passou seis meses como correspondente no México — de onde saiu após ser ameaçada por ter criticado a prisão de um jornalista local.

Aos 23 anos, mudou-se para Nova York. "Ela queria entrar no mundo jornalístico de Nova York, que era dominado por homens. Queria publicar histórias de primeira página. Estava disposta a provar que as mulheres eram jornalistas tão capazes quanto os homens", ressalta Goodman.

Depois de alguns meses sem emprego, Bly ganhou a oportunidade de fazer uma reportagem para o New York World, jornal que pertencia ao renomado editor Joseph Pulitzer. Sua missão era fingir ser uma paciente para investigar as condições do manicômio feminino de Blackwell's Island, ilha em Nova York que hoje é chamada de Roosevelt Island.

·         Dez dias no hospício

Em setembro de 1887, depois de praticar em frente ao espelho um "olhar fixo e distante", Bly se hospedou em uma pensão para mulheres sob o nome de Nellie Brown. Logo, começou a agir de forma incoerente, assustando as outras moradoras. Levou poucos dias para que a polícia fosse chamada. Diante de um juiz, ela disse que seu nome era na verdade Nellie Moreno e que vinha de Cuba e fingiu ter amnésia. O juiz determinou que fosse internada.

Durante dez dias, Bly testemunhou as condições brutais e os abusos físicos e emocionais a que as mulheres eram submetidas. Com temperaturas abaixo de zero, eram obrigadas a tomar banho gelado, e dezenas tinham de compartilhar a mesma toalha. A comida era podre, o local imundo, e era comum pacientes serem amarradas e espancadas pelas enfermeiras e drogadas com morfina.

Segundo Bly, várias das mulheres não eram doentes mentais. Muitas vinham de famílias pobres ou eram imigrantes com conhecimento limitado de inglês. Sem entender o que diziam, enfermeiras e médicos achavam que estavam falando coisas sem sentido.

"Eu sempre fiz questão de dizer aos médicos que eu era sã e pedir para ser liberada. Mas quanto mais eu me empenhava para assegurá-los de minha sanidade, mais eles duvidavam", relatou Bly. "O hospício de Blackwell's Island é uma ratoeira humana. É fácil entrar, mas, uma vez lá, é impossível sair."

Ao fim de dez dias, ela foi retirada do manicômio por advogados do jornal. Sua série de reportagens, publicada a partir de 9 de outubro de 1887, chocou o público e gerou uma investigação oficial, que resultou em reformas e aporte extra de verbas para melhorar as condições em Blackwell's Island.

A reportagem resultou no livro Dez Dias em um Hospício e tornou Bly uma das jornalistas mais famosas dos Estados Unidos na época. Ela ganhou sua própria coluna e se consagrou em histórias do tipo. Em uma delas, conseguiu ser presa para investigar as condições na cadeia. Em outra, tentou comprar um bebê recém-nascido para expor o tráfico ilegal de crianças.

Seu sucesso inspirou os jornais concorrentes a começar a usar repórteres mulheres em matérias semelhantes. "Todos (os concorrentes) queriam encontrar sua própria versão de Nellie Bly. Isso é parte da influência que ela teve. Ela começou a abrir espaço no jornalismo para outras mulheres", observa Goodman.

·         A viagem

Mas nenhum de seus feitos anteriores se comparava ao desafio de uma viagem ao redor do mundo. Bly partiu na manhã de 14 de novembro de 1889. Contrariando aqueles que diziam que uma mulher não conseguiria viajar sem várias malas, carregava apenas uma pequena sacola de mão, na qual levava um vestido, um corpete, roupas íntimas e lenços, um par de chinelos, artigos de higiene, agulha e linha, cantil, copo, canetas, tinta e papel.

A primeira etapa do roteiro foi feita a bordo do navio Augusta Victoria, que partiu de Hoboken (cidade no Estado de Nova Jersey que fica em frente a Nova York, do outro lado do Rio Hudson) com destino à Inglaterra. De lá, Bly seguiu para a França, onde foi recebida por Júlio Verne em sua casa em Amiens. O escritor desejou boa sorte na empreitada.

Bly percorreu então a Itália e de lá foi para Porto Said, no Egito. De Suez, seguiu pelo Mar Vermelho até Aden (no atual Iêmen) e de lá para Colombo (atual Sri Lanka) e Cingapura. Quando chegou a Hong Kong, no dia de Natal, teve uma surpresa: descobriu que sua viagem era, na verdade, uma competição.

Sem que ela soubesse, no mesmo dia de sua partida para Londres, a revista Cosmopolitan também havia enviado uma jornalista, Elizabeth Bisland, com a missão de completar a volta ao mundo. Bisland viajava na direção oposta, rumo ao Oeste, partindo de Nova York para San Francisco e, de lá, embarcando em um navio rumo ao Japão.

A revelação foi feita pelo funcionário do escritório da companhia de navegação, onde Bly foi marcar sua passagem para o Japão. Segundo Goodman, o homem disse a Bly que achava que ela ia perder a corrida. Quando ela respondeu que estava apenas correndo contra o tempo, ele respondeu: "Tempo? Não acho que era este o nome dela." Bly pensou que o funcionário estava louco, mas ele completou: "A outra mulher. Ela vai ganhar. Ela partiu daqui há três dias."

Surpresa com a notícia de que tinha uma concorrente, Bly seguiu viagem, e passou a véspera de Ano-Novo entre Hong Kong e Yokohama. No Japão, embarcou no navio Oceanic rumo a San Francisco.

Apesar das dificuldades de comunicação na época, e da demora até que os relatos de Bly durante a viagem chegassem ao jornal, o New York World publicava atualizações diárias sobre a aventura, que era acompanhada fielmente por um público cada vez maior.

O jornal deu enorme destaque à cobertura. Havia apostas para adivinhar a data em que Bly completaria a viagem e vários produtos com sua imagem estavam à venda. Um hotel, um trem e um cavalo de corridas foram batizados com seu nome. Até um jogo de tabuleiro foi criado em comemoração à viagem.

·         Chegada triunfal

Quando Bly desembarcou em San Francisco, após cruzar o oceano Pacífico, um trem fretado pelo New York World a aguardava para cruzar o país e levá-la ao ponto de onde havia iniciado a viagem, em Nova Jersey. A cada parada durante o trajeto, era recebida por multidões, com discursos, banda de música e fogos de artifício. Ao chegar ao ponto final, em Jersey City, e cruzar o rio Hudson em direção à sede do jornal, em Manhattan, foi ovacionada por milhares de pessoas.

"Lembro de minha viagem cruzando o continente como um emaranhado de felicitações, votos de felicidade, telegramas de congratulações, frutas, flores, aplausos, vivas, apertos de mão", escreveu Bly. "Dizem que nenhum homem ou mulher na América jamais recebeu ovação como as que recebi em minha viagem atravessando o continente."

Apesar da vantagem inicial em relação a Bly, Bisland perdeu uma conexão por navio e acabou completando sua viagem quatro dias depois. Ao contrário de Bly, ela preferiu fugir da atenção do público, e logo em seguida se mudou para a Inglaterra.

Graças à atenção gerada pela viagem de Bly, o New York World ganhou muitos novos leitores e aumentou sua circulação. Decepcionada por não ter recebido nenhuma recompensa ou aumento de salário, ela pediu demissão e iniciou uma turnê de palestras sobre a aventura. Seus relatos de viagem foram reunidos no livro Nellie Bly's Book: Around the World in Seventy-Two Days ("O Livro de Nellie Bly: A Volta ao Mundo em 72 Dias").

Em 1895, Bly casou com o milionário Robert Seaman, 42 anos mais velho que ela. A diferença de idade fez com que alguns brincassem que se tratava de mais uma de suas reportagens investigativas. Mas ela deixou o jornalismo e passou a comandar a fábrica do marido. Depois da morte de Seaman, em 1904, Bly tornou-se uma importante líder industrial e inventora, recebendo patentes por embalagens de leite e cestos de lixo.

Ela ainda voltaria ao jornalismo anos depois, cobrindo inclusive o movimento sufragista e a Primeira Guerra Mundial. Bly morreu de pneumonia em 1922, aos 57 anos de idade.

Neste ano, está prevista a inauguração de um monumento em sua homenagem em Roosevelt Island, no local do manicômio em que ela se infiltrou para sua reportagem.

 

Ø  A mulher que deu a volta ao mundo andando

 

"Por quê?" É uma pergunta simples, que as pessoas fazem com frequência a Angela Maxwell.

No entanto, até recentemente, a americana tinha dificuldade para apontar o motivo exato que a fez abrir mão de tudo para ir em busca de um grande sonho.

Mas, para Maxwell, é uma pergunta que vale a pena responder. Afinal, ela embarcou em uma jornada que poucas pessoas se atreveriam a enfrentar: em 2013, ela decidiu dar a volta ao mundo — andando e sozinha.

Uma caminhada solo dessa magnitude não era algo que Maxwell havia planejado. Na verdade, ela partiu nesta aventura nove meses depois de ter ouvido uma conversa em seu curso de arte sobre um homem que supostamente havia dado a volta ao mundo andando.

A jornada de Maxwell não nasceu de um momento de perda, derrota ou crise pessoal. Quando ela decidiu embarcar em uma caminhada de longa distância, ela estava na casa dos 30 anos, tinha um negócio de sucesso e estava em um relacionamento.

"Achava que estava feliz", diz ela, "mas fazendo uma retrospectiva, percebi que estava à procura de algo mais... de uma conexão mais profunda com a natureza e as pessoas — vivendo com menos e me conectando com o mundo ao meu redor."

A melhor maneira de descobrir isso, ela imaginou, era dando um passo atrás do outro.

·         Inspiração

Caminhar minimizaria sua pegada de carbono e o ritmo lento significava que ela poderia mergulhar totalmente na natureza, conhecer pessoas e entender outras culturas de uma forma que é única para andarilhos.

Enquanto se preparava, Maxwell descobriu todo um universo de mulheres exploradoras para encorajá-la.

Ela se apaixonou pela escrita e pelo estilo slow travel de Robyn Davidson, que atravessou a Austrália em um camelo.

Ela aprendeu sobre a andarilha Ffyona Campbell; e leu sobre Rosie Swale-Pope, que viajou de carona da Europa ao Nepal, deu a volta ao mundo velejando, cruzou o Chile a cavalo e, aos 59 anos, começou a dar a volta ao mundo correndo.

"Eu li os livros delas na esperança de encontrar incentivo — e encontrei —, ao aprender sobre seus desafios e dificuldades, assim como seus triunfos", conta Maxwell. "A história de cada mulher era muito diferente e isso me deu a confiança para tentar minha caminhada."

Assim que tomou a decisão de partir, ela vendeu todos os seus pertences e organizou o equipamento necessário. Encheu um carrinho de mão com 50 quilos de equipamento para acampar, comida desidratada, filtro de água de padrão militar e roupas para as quatro estações do ano.

Maxwell deixou Bend, sua cidade natal no Oregon, em 2 de maio de 2014 e partiu para uma aventura tão grande que era provavelmente melhor que não soubesse exatamente o que a esperava ao longo do caminho.

·         'Ambição, teimosia e paixão'

Quando falei com Maxwell pela primeira vez em junho de 2018, ela já estava viajando havia quase quatro anos. Tinha caminhado mais de 20 mil quilômetros por 12 países em três continentes.

Curioso, perguntei a ela que tipo de pessoa é preciso ser para dar a volta ao mundo andando. Ela brincou: "Teimosa".

Em seguida, acrescentou: "É provavelmente uma combinação de ambição, um pouco de teimosia e uma pitada de paixão — não pela caminhada como um esporte, mas como autoconhecimento e aventura".

Maxwell contou que, embora ela rapidamente tenha encontrado sua rotina — acordar por volta do nascer do sol, tomar duas xícaras de café instantâneo acompanhadas por uma tigela de mingau de aveia no café da manhã, empacotar tudo, caminhar, armar o acampamento para passar a noite, comer macarrão instantâneo e se aconchegar no saco de dormir — nenhum dia era igual ao outro.

Inicialmente, ela traçou um plano, mas logo percebeu que os desvios faziam parte da aventura. É por isso que, apesar de seguir uma direção geral, ela sempre confiou em sua intuição sobre onde virar à esquerda ou à direita.

Maxwell sofreu queimaduras do sol e insolação no deserto australiano e pegou dengue no Vietnã; foi atacada e estuprada por um nômade que invadiu sua tenda na Mongólia; ouviu tiros ao acampar na Turquia; e aprendeu a dormir com um olho e um ouvido bem abertos, para não ficar à mercê da vulnerabilidade do sono profundo.

'Estava decidida a não desistir do meu sonho'

"Mesmo assim", diz ela, "não comecei a andar porque era destemida — mas, sim, porque estava apavorada. Tinha mais medo de não seguir meu coração do que de perder tudo o que possuía e amava."

Lidar com o trauma do abuso sexual acabou se tornado um momento decisivo: ela resolveu continuar caminhando. Embora ainda estivesse com medo, as histórias de perseverança e força de outras mulheres a ajudaram a continuar:

"Estava decidida a não deixar que aquilo me obrigasse a desistir do meu sonho e a voltar para casa. Tinha deixado todo o meu mundo para trás, não tinha nada para voltar e compreendia os riscos inerentes à minha jornada."

Maxwell estava caminhando para descobrir o quanto seu corpo e mente poderiam ser fortes, mesmo diante da violência. Ao longo do caminho, o ritmo lento permitiu que ela fosse atraída — brevemente, mas profundamente — por outras culturas.

·         Encontros interculturais

Ela percorreu pequenos vilarejos à beira-mar ao longo do Mar Tirreno, na Itália, absorvendo a atmosfera vibrante e aceitando convites para conversar, sentar e tomar vinho.

No Vietnã, exausta depois de chegar ao topo da montanha Hai Van Pass, ela foi saudada por uma senhora idosa que a convidou para descansar em sua pequena cabana de madeira no cume durante a noite.

Uma relação de amizade nasceu na fronteira entre a Mongólia e a Rússia, levando a um reencontro anos depois na Suíça. Maxwell até se tornou madrinha da filha de uma mulher que conheceu na Itália.

Independentemente de esses encontros interculturais durarem sete minutos ou sete dias, Maxwell sempre manteve duas coisas em mente. Primeiro, ser uma boa ouvinte para aprender.

"Andar me ensinou que tudo e todos têm uma história para compartilhar, só temos que estar dispostos a ouvir", observa.

Ao longo de sua jornada, ela aprendeu receitas tradicionais de família em um vilarejo italiano, apicultura na Geórgia e tratamento de camelos na Mongólia - na histórica Rota da Seda.

Em segundo lugar, Maxwell aprendeu a importância da contribuição. Ela cortou lenha na Nova Zelândia e distribuiu comida para moradores de rua na Itália. Na Sardenha, ela ajudou um fazendeiro italiano a reformar sua casa.

·         'Desistir nunca foi opção'

Na maioria das vezes, no entanto, as histórias de Maxwell foram sua maior contribuição. Ela falou em encontros informais, em escolas e universidades, e até mesmo no palco do TEDx em Edimburgo, na Escócia, compartilhando suas experiências para inspirar outras pessoas.

Ela se tornou uma voz pelo empoderamento feminino, especialmente depois que decidiu continuar caminhando apesar do ataque na Mongólia. "Desistir nunca foi uma opção", diz ela.

Ao longo de sua peregrinação, Maxwell coletou doações para ONGs como a World Pulse e Her Future Coalition, que se dedicam a apoiar meninas e mulheres jovens. No total, ela arrecadou cerca de US$ 30 mil.

Abraçar a curiosidade e a mente aberta, sugere Maxwell, é uma maneira poderosa de "vivenciar mais profundamente o mundo e seus habitantes".

Por seis anos e meio, Maxwell escolheu um estilo de vida de curiosidade, incerteza e extrema vulnerabilidade. E ela fez isso em busca de algo que nunca poderia ter certeza de encontrar: felicidade pessoal e uma conexão mais profunda com o mundo ao seu redor.

Em 16 de dezembro de 2020, a peregrinação de Maxwell chegou ao fim exatamente onde começou: na casa de sua melhor amiga Elyse em Bend.

Assim como ela atendeu ao chamado para começar sua jornada, ela sabia que era a hora certa para encerrá-la. Ela sabia, também, que essa aventura havia se tornado um modo de vida ao qual ela poderia retornar a qualquer momento.

Por enquanto, porém, ela está trabalhando em um livro, planejando futuras viagens e criando maneiras de as mulheres encontrarem, expressarem e incorporarem coragem em suas vidas diárias.

Quer uma caminhada leve ao outro lado do mundo ou só até o fim da rua, Maxwell mostrou o verdadeiro valor de desacelerar, prestar mais atenção e dar mais do que recebemos ao longo do caminho.

 

Fonte: BBC News Brasil/BBC Travel

 

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