domingo, 30 de abril de 2023

JOÃO FILHO: E SE ANDERSON TORRES DECIDIR CONTAR TUDO?

Nas últimas semanas, a tropa de choque bolsonarista intensificou os apelos para a soltura do golpista Anderson Torres, ex-secretário de Segurança do DF e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro. As notícias indicam que Torres está com depressão, 12 kg a menos e cogitando o suicídio.

O bolsonarismo correu para prestar solidariedade. Eduardo Bolsonaro se mostrou preocupado com a possibilidade de suicídio. E, de antemão, resolveu culpar a justiça caso venha a ocorrer. Um grupo de 40 senadores da base bolsonarista entrou com um requerimento junto ao STF para poder visitar o colega golpista na prisão.

Mas nem sempre foi assim. Logo que Torres foi preso, o clã Bolsonaro e sua base política ficaram caladinhos. Não deram o costumeiro chilique nas redes sociais nem prestaram apoio ao aliado. Parecia até que iriam largar mais um companheiro ferido na estrada — o que é uma praxe bolsonarista. Mas, agora, com a possibilidade de uma delação premiada tomando corpo, os bolsonaristas entraram no modo desespero.

O temor é mais do que justificado. Apesar dos advogados de Torres negarem, todos os sinais recentes indicam que um acordo de delação premiada pode acontecer. No mês passado, Torres dispensou o advogado indicado por Flávio Bolsonaro e escolheu um que está fora do círculo de influência do bolsonarismo. O ex-ministro também rejeitou a visita de senadores bolsonaristas. O afastamento de Torres do bolsonarismo pode ser uma estratégia da defesa para não politizar o caso. Ou também pode ser um sinal de que um acordo de delação premiada pode estar entrando no forno.

Assim que saíram as primeiras notícias de que Torres estava passando por uma depressão profunda, políticos próximos de Bolsonaro passaram a ligar semanalmente para os familiares de Torres para monitorar sua situação emocional. Fontes ouvidas pela CNN Brasil revelaram que Flávio Bolsonaro também tem insistido em marcar uma reunião com os familiares do preso, mas eles não querem.

Uma delação premiada de Anderson Torres pode ser a tampa do caixão do clã Bolsonaro. Ele foi um dos parceiros mais fiéis de Bolsonaro e dos seus filhos. Durante sua gestão no ministério da Justiça, Torres nomeou pessoas indicadas por Flávio e Eduardo para cargos na pasta. Torres se mostrou um aliado fiel especialmente na reta final do mandato, quando se intensificou o golpismo do governo. Privado da liberdade, deprimido e com muitos anos de prisão no horizonte, Torres é uma bomba relógio para Bolsonaro e o seu núcleo golpista. Além da possibilidade da delação premiada, há outra que também tira o sono dos bolsonaristas: uma convocação de Anderson Torres para a CPI do golpe.

O ex-ministro tem muito a dizer sobre as tramoias que culminaram com o 8 de janeiro. Ele é uma das peças principais do quebra-cabeça golpista. A sua participação não se resume à conivência com a invasão dos Três Poderes quando era secretário de Segurança do DF. Ela começou muito antes e suas digitais estão impregnadas em vários movimentos golpistas do governo Bolsonaro. Ainda em julho de 2021, Jair Bolsonaro anunciou que faria uma live revelações sobre fraudes nas urnas eletrônicas. Torres foi um dos protagonistas do teatro golpista. O então ministro participou da transmissão e leu trechos dos relatórios fajutos que divulgavam fake news sobre as urnas eletrônicas.

No ano passado, Torres agiu diretamente em outro ato antidemocrático: o bloqueio das estradas para impedir eleitores de Lula de votarem. Às vésperas do segundo turno das eleições, o ministro fez uma viagem à Bahia fora da agenda. Segundo fontes da PF que investigam o caso, a viagem aconteceu logo após a produção de um documento de inteligência do ministério com mapa detalhado dos locais em que Lula venceu o primeiro turno. Torres viajou num avião da FAB acompanhado do então diretor da PF, Márcio Nunes. O objetivo da viagem era o de pressionar o então superintendente regional, Leandro Almada, a atuar  na operação que barraria muitos eleitores de Lula de votar no segundo torno.

O documento que mapeou os eleitores foi elaborado por Marília de Alencar, uma delegada que trabalhava no ministério da Justiça. Quando Torres virou secretário de Segurança Pública do DF, essa mesma delegada foi nomeada como subsecretária de Inteligência da pasta. Ou seja, Marília, uma mulher de confiança de Torres, ocupava um cargo de inteligência à época dos atos golpistas de 8 de janeiro.

Sob a gestão de Torres, o ministério da Justiça se omitiu em relação aos acampamentos nos quartéis. Também não agiu quando a sede da PF em Brasília foi atacada por bolsonaristas, episódio que foi uma espécie de ensaio para o 8 de janeiro. Enquanto os golpistas colocavam fogo em carros e tentavam invadir a sede da PF, Torres jantava tranquilamente com sua família em um restaurante em Brasília, onde ficou por duas horas sem tomar qualquer ação.

Pouco antes do fim de semana dos ataques de 8 de janeiro, Torres largou o batente na SSP do DF e se mandou para os EUA para se encontrar com Bolsonaro, mesmo sabendo que aconteceria a invasão aos Três Poderes.

Além de tudo isso, ainda temos a cereja no bolo golpista: a minuta do golpe encontrada em sua casa com o passo a passo para a implementação de um estado de defesa para mudar o resultado das eleições.   

Torres está sendo investigado por crimes como terrorismo, golpe de Estado e associação criminosa. Se for condenado, pode pegar até 26 anos de prisão. Está para chegar o momento em que Torres terá que decidir se amargará muitos anos na cadeia ou se irá detalhar os planos golpistas planejados por Bolsonaro em troca de benefícios que antecipem sua liberdade. Até agora, Anderson Torres tem demonstrado uma fidelidade imensa. Mas tudo tem um limite. Resta saber até onde vai essa fidelidade. Tudo indica que ela pode estar chegando ao fim.

 

       Anderson Torres vira o alvo número 1 para emparedar Bolsonaro

 

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres perdeu a parada que imaginou ganhar no seu confronto com Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do inquérito que investiga os responsáveis por atos hostis à democracia.

Preso há mais de 100 dias em um Batalhão da Polícia Militar no Guará, aos poucos ele foi criando a imagem de um homem frágil, deprimido, sujeito a crises de choro intermitentes, 12 quilos mais magro, que se recusava a comer e que pensava em matar-se.

Seus advogados, então, pediram ao tribunal que o soltasse sob pena de Torres, desesperado, render-se a “maus pensamentos”. O pedido foi negado pelo ministro Luís Roberto Barroso, a quem coube relatá-lo. Moraes, em seguida, entrou de novo em cena.

Deu 48 horas a Torres para explicar por que são falsas as senhas do seu celular repassadas por ele à Polícia Federal. Com elas, se teria acesso à memória do aparelho que Torres diz ter perdido em viagem aos Estados Unidos na véspera do golpe de 8 de janeiro.

Moraes também deu 48 horas para que o governo do Distrito Federal diga se tem condições de garantir a saúde de Torres no local onde ele está. Ou se Torres deve ser transferido para um hospital penitenciário. Quer dizer: ele seguirá preso de todo jeito.

Só há uma chance de Torres ganhar a liberdade: se o plenário do tribunal, para contrariedade de Moraes, assim decidir. É mais do que improvável. A esmagadora maioria dos ministros do tribunal está convencida que Torres é peça-chave para desvendar o golpe.

Em dezembro último, dois dos 11 ministros aconselharam o governador Ibaneis Rocha (MDB) a não nomear Torres secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Torres tomou posse num dia, demitiu parte da cúpula da Secretaria, e no outro viajou.

Em depoimento prestado na última quinta-feira (27) à CPI do Golpe da Câmara Legislativa, a coronel Cíntia Queiroz de Castro, da Polícia Militar, disse que o efetivo policial no dia 8 de janeiro foi reduzido pela metade, e ela não sabe porquê.

Ela é subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do DF. Com a palavra:

“As informações que passei ao Fernando [delegado Oliveira, braço direito de Torres na Secretaria quando ele estava fora do país] foram às 6h, às 8h e às 9h da manhã. Nesse momento, a gente tinha de 20 a 25 manifestantes e cerca de 400 policiais”.

Depois, é o que se sabe. A Esplanada dos Ministérios, interditada no sábado, amanheceu aberta no domingo. Dos 400 policiais, 250 eram cadetes. Oliveira avisou a Ibaneis que estava tudo calmo e que a polícia escoltava os manifestantes em direção ao Congresso.

Deu, pois, no que se viu. A história completa da tentativa de golpe é do conhecimento de poucas pessoas, e Torres certamente é uma delas. Por ora, ele tem matado no peito todas as pressões que recebe para contar a história, e admitir sua culpa. Mas até quando?

Uma eventual confissão de Torres seria o caminho mais rápido para emparedar Bolsonaro, o beneficiário do golpe.

•        Anderson Torres será indiciado como “mentor” de plano para tirar votos de Lula

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres vai ser indiciado pela Polícia Federal na investigação que apura os bloqueios feitos pela Polícia Rodoviária Federal em rodovias do Nordeste no dia do segundo turno das eleições presidenciais do ano passado.

Torres deverá prestar depoimento no próximo dia 8. Ele seria ouvido na última segunda-feira, mas o interrogatório foi adiado. Os advogados do ex-ministro, que está preso desde 14 de janeiro por supostamente ter facilitado os atos golpistas de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes, alegam que ele passa por graves problemas psicológicos.

•        Mentor da blitz

Os investigadores que atuam no caso das operações nas rodovias nordestinas estão convictos de que Torres foi uma espécie de mentor da operação, que teria sido planejada meticulosamente para dificultar o comparecimento de eleitores às seções de votação em regiões onde, no primeiro turno, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva havia tido bom desempenho.

O objetivo seria, por óbvio, impedir votos no petista e, assim, favorecer Jair Bolsonaro, de quem Anderson Torres era homem de confiança.

•        As provas

A apuração da Polícia Federal já reuniu fartas evidências de que as operações foram arquitetadas dentro do Ministério da Justiça. Há várias provas, por exemplo, de que auxiliares diretos de Torres fizeram levantamentos minuciosos que serviram para apontar onde exatamente os bloqueios deveriam ser realizados.

Há também indicações de que ele se empenhou pessoalmente, na condição de ministro, na organização dos bloqueios. Um deles é o fato de Torres ter ido à Bahia para pedir ao chefe local da Polícia Federal que auxiliasse a PRF nas operações nas estradas — o pedido foi negado.

•        Apuração mira Bolsonaro

A investigação apura se Jair Bolsonaro tinha conhecimento do plano — e se chegou a dar aval para que ele fosse colocado em prática.

É mais uma frente que pode gerar complicações criminais para o ex-presidente, que já teve de comparecer duas vezes à PF para prestar depoimento desde que retornou de sua temporada nos Estados Unidos.

O trabalho prossegue com a análise de documentos e arquivos encontrados, por exemplo, em telefones celulares de integrantes da equipe de Anderson Torres que, temendo o risco de punição, resolveram colaborar com os investigadores.

 

Fonte: The Intercept/Metropoles/g1

 

Luiz Marques: A dialética existencial da esquerda

O notável legado da Revolução Francesa foi a aspiração pela igualdade, que transformou os súditos (com deveres) em cidadãos (com direitos). O desafio contemporâneo é metamorfosear a igualdade política alcançada em uma paridade social, econômica e cultural. Hoje, tais dimensões exprimem as desigualdades fáticas da sociedade, ao lado das igualdades formais conquistadas no século XVIII.

O sonho da extrema direita é tatuar as discriminações no próprio corpo da legislação, como fizeram os nazistas. A direita moderada contenta-se com preservar a equidade perante as leis do Estado, ao argumentar que a passagem do legal para o real esvaziaria o conteúdo forense. O sofisma ampara a intenção de manter o status quo capitalista. Graças à descoberta dos princípios liberais de arranjos que permitem o estatuto jurídico da liberdade dos indivíduos, com a democracia representativa e o constitucionalismo, retoma-se a narrativa hegeliana sobre o fim da história, encerrando por decreto o ciclo de mudanças. Não obstante, a esquerda segue na luta contra a opressão e a exploração que, pela dinâmica de funcionamento do sistema, vinca uma enorme distância entre as classes sociais.

Vale observar que a tendência mundial, apontada por Thomas Piketty em Uma breve história da desigualdade, “era de uma expansão na direção de mais igualdade de status, propriedade, renda, gênero e raça na maioria das regiões do planeta”. A curva ascendente foi interrompida na década de 1980, quando se consolidou a hegemonia do neoliberalismo que, junto, trouxe a perversa agenda de destruição dos quatro cavaleiros do apocalipse: a peste, a guerra, a fome e a rebelião. Não é pouco.

Políticas fiscais e sociais redistributivas reduzem, mas não barram o processo de desigualitarização, à medida que o retorno de capital supera o aumento dos salários e mudanças tecnológicas alijam dos empregos os trabalhadores semiqualificados. Veja-se o GPS, acabou com os taxistas conhecedores da cidade em troca dos motoristas de Uber, que seguem o Waze. Sem mencionar a concentração do monopólio das corporações multinacionais, em especial no segmento das big techs. No plano doméstico, a máquina de excluir mão de obra e fabricar inempregáveis recai no setor de exportação e bancos – aponta o economista da Unicamp, Fernando Nogueira da Costa, no artigo “Desigualdade e ascensão do populismo de direita”. Há nuvens carregadas no horizonte.

São vários os gatilhos que acionam as iniquidades sociais, econômicas e culturais. Nenhum merece reparo por parte da vertente-líder que aposta, ou no evolucionismo do mercado com regras de impessoalidade, como se todas e todos tivessem os mesmos recursos para suprir as necessidades não satisfeitas; ou no libertarismo que, além de defender os direitos individuais, em particular o direito de propriedade, incrimina a justiça social em nome da integridade moral da liberdade.

A sentença para condenar a solidariedade institucional, e torná-la um predicado negativo, resguarda de críticas os “donos do poder”Parafraseando George Orwell, em A revolução dos bichos, “todos os animais são iguais, mas alguns são (antes, se creem) mais iguais que outros”. Mas que atributos de moralidade respaldariam a atribuição de direitos com ares tão aristocráticos, em uma República?

A promessa do Estado de Bem-Estar Social seria ilegítima. Violaria direitos “naturais”, assenta-se na redistribuição da riqueza dos que têm os recursos redistribuídos para atender a terceiros. O pano de fundo é a assertiva de Margaret Thatcher, que retira do aparelho estatal o compromisso de combater a pobreza (um problema unicamente dos pobres): “A sociedade não existe, só existem os indivíduos e as famílias”. Compreende-se a indiferença do desgoverno derrotado de Jair Bolsonaro / Paulo Guedes / Silas Malafaia com a questão social. Trata-se de justificar o hiperindividualismo.

O último quadriênio em Brasília atesta o eclipse de empatia no ideário que mescla o neofascismo (na política), o neoliberalismo (na economia) e o neoconservadorismo (nos costumes), os elementos de pressão autoritária pelo Estado de exceção. Na Europa, o atraso prenuncia uma “Internacional da Ultradireita”. A ideia nasceu à gauche com a criação da Associação Internacional dos Trabalhadores em 1864, em Londres. A extrême droite veste o figurino para ressignificar o tema da organização.

Os partidos xenófobos e anti-islâmicos se aproximam e estreitam os laços: Alemanha (Alternativa), Bélgica (Interesse Flamengo), Espanha (Vox), França (Reagrupamento Nacional), Holanda (Partido da Liberdade), Hungria (União Cívica Húngara), Itália (Irmãos da Itália), Polônia (Lei e Justiça) e Portugal (Chega), avalia o pesquisador João Gabriel de Lima, do Observatório da Qualidade da Democracia da Universidade de Lisboa (Piauí,abril 2023). Para o politólogo italiano, Riccardo Marchi, autor de A nova direita anti-sistema, a reação acordou. Com a gramática do ódio, dispara contra o imaginário consenso “socialista” e “globalista” de “Bruxelas”, a sede da União Europeia.

O contraste evidente com as diretrizes condensadas na sensibilidade social, em voga no governo do presidente Lula da Silva, ocorre porque a nova governança repele os dispositivos que se perpetuam em função dos interesses de meia dúzia. Aliás, com uma representação excessiva no Congresso por influência nos resultados eleitorais do poderio econômico, que formata a democracia de encomenda aos ricos. Mulheres, negros, jovens, grupos lgbtqia+ e ambientalistas estão sub-representados. “100 dias: governo ativo e presidente empático, as duas diferenças”, comemorou uma atenta jornalista.

“O direito do indivíduo não é o de ser deixado livre de toda interferência, mas o direito de levar uma existência dotada de sentido e de dispor dos meios necessários para tal, em termos tanto de privilégios jurídicos quanto de recursos materiais. A tese geral é de que cada um tem o direito aos bens materiais, cuja posse é necessária para se ter a chance de uma vida decente e satisfatória”. Assim, o professor da Universidade de Sorbonne, Jean-Fabien Spitz, no texto “Conservadorismo e progressismo”, publicado n’O esquecimento da política, organizado por Adauto Novaes, traduz o aforismo socialista: “De cada qual segundo sua capacidade; a cada um segundo suas necessidades”. A taxação das grandes fortunas é um incentivo à comunhão com 99% da humanidade, em vez de uma punição à burguesia, movida pelo ressentimento. Não priva os abastados dos recursos e dos espaços para continuarem a usufruir de uma vida confortável. Reforça a sociabilidade pública.

Sob o espectro da desnutrição que vitimiza mais de 50 milhões de conterrâneos, a simbólica síntese pelo atual titular da presidência interpela o direito a três refeições diárias, casa para morar, escola nas proximidades, equipamentos urbanos, trabalho, lazer – com o prumo dos comuns. A garantia de universalização do mínimo indispensável à dignidade humana serve de guia governamental. Em uma sociedade que preze valores de fraternidade, indivíduos trabalharão em conformidade com suas aptidões e habilidades, e receberão de acordo com as suas necessidades fundamentais. Oxalá.

A dor deriva das adversidades, sob o retrocesso civilizacional que destruiu avanços no Brasil e gerou um Congresso antipopular e antidesenvolvimentista, alinhado ao rentismo financeiro. Isso, apesar de uma pesquisa recente do Instituto Ipsos mostrar que, se 100% do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (Bacen) reputa a inflação o grave problema do país, somente 27% da população lhe dá razão. Para 43% o nó górdio é a pobreza e a desigualdade; a média global é 31%, 12 pontos abaixo do índice nacional. No DataFolha, 71% dos entrevistados acham a taxa de juros (13,25%, a maior do mundo) mais alta do que deveria ser para conter uma inflação de 4,65%. Financistas sem voto abocanham poderes via uma instituição, por falsa presunção, classificada de “independente”, bloqueando o desenvolvimento do país. A meta é inviabilizar a reversão, ainda que parcial, da marcha da desindustrialização. A autoridade do Bacen foi com gana ao butim. Que vaze.

A delícia provém da energia do humanismo presente em partidos, movimentos sociais e entidades da sociedade civil com práxis teórico-prática na contracorrente neoliberal. O poema de Bertolt Brecht, Louvor do revolucionário, ilustra a dialética existencial da esquerda: “Quando a opressão aumenta / Muitos se desencorajam / Mas a coragem dele cresce. / Ele organiza a luta / Pelo tostão do salário, pela água do chá / E pelo poder no Estado. / Pergunta à propriedade: / Donde vens tu? / Pergunta às opiniões: / A quem aproveitais?” Com espírito republicano, cidadãs e cidadãos lutam para expandir a participação na democracia, com um governo e um presidente capazes de elevar a esperança numa nação livre de séculos de injustiças e aberta às experimentações sociais utópicas.

 

Fonte: A Terra é Redonda

 

Tava doidão? Relembre cinco vezes em que Bolsonaro atacou o sistema eleitoral

A defesa de Jair Bolsonaro (PL) afirmou à Polícia Federal, na última quarta-feira (26), que o ex-presidente estava sob efeito de medicamentos quando publicou um vídeo em seu perfil no Facebook questionando o resultado das eleições de 2022, que consagraram Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como chefe do Executivo nacional. A publicação foi feita dois dias depois dos atos terroristas de 8 de janeiro.

A postagem fez com que Bolsonaro se tornasse alvo no inquérito que apura os responsáveis pelos atos terroristas de 8 de janeiro, relatado por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Bolsonaro disse aos investigadores da Polícia Federal que sua intenção era compartilhar o vídeo com alguns contatos no Whatsapp, mas que confundiu os aplicativos e acabou compartilhando no Facebook. O vídeo foi apagado duas horas depois, após alimentar as redes bolsonaristas com a tese de fraude nas eleições.

Equívoco ou não, o vídeo de 10 de janeiro não é uma exceção na trajetória de Bolsonaro. O ex-presidente questionou com frequência o sistema eleitoral ou Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante seu mandato à frente do Palácio do Planalto.

>>>> Relembre ataques do ex-presidente ao sistema eleitoral

No dia 6 de janeiro de 2021, respondendo para um seguidor no chamado "cercadinho", Bolsonaro levantou dúvidas sobre o processo eleitoral de 2018, quando enfrentou, e venceu, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

"A minha [eleição] foi fraudada, tenho indício de fraude na minha eleição. Era para eu ter ganhado no 1º turno. Ninguém reclamou que foi votar 13 e a maquininha não respondia, mas o contrário – quem ia votar 17 – ou não respondiam ou apertava o '1' e já aparecia o '13'", afirmou Bolsonaro à sua claque.

No mesmo ano, mas em 14 de maio, Bolsonaro passou a especular argumentos para uma possível derrota para Lula. Na ocasião, o ex-presidente afirmou que o petista só venceria se houvesse fraude.

"O bandido foi posto em liberdade, foi tornado elegível, no meu entender para presidente, na fraude. Ele só ganha na fraude ano que vem. E eu tenho falado: se o Congresso votar e promulgar o voto impresso, teremos voto impresso ano que vem", disse o ex-presidente.

Em 10 de junho de 2020, Bolsonaro usou a eleição peruana, vencida pelo progressista Pedro Castillo, para fazer ilações sobre os sistemas dos dois países. "Ouso dizer, depois de 7 mandatos, temos melhorado sim o Parlamento brasileiro. Tenho certeza, ano que vem ficará melhor ainda. Se Deus quiser, com voto auditável. Estamos acompanhando a eleição no Peru. Não pode. Uma coisa esquisita. Em alguns países na América do Sul, a eleição é decidida no Photochart (equipamento de cronometragem de corridas usado para decidir sobre resultados muito próximos). Esquisito."

Em 12 de julho de 2022, o Bolsonaro afirmou a eleição de 2018 no primeiro turno. "Vamos mostrar 2014, eleição de 2018, onde eu ganhei no primeiro turno. Eu falo isso não dá boca para fora, tenho como provar". O ex-presidente, no entanto, nunca apresentou tais evidências.

Quinze dias após a derrota para Lula, em novembro de 2022, a candidatura de Bolsonaro, capitaneada pelo PL, seu partido, entrou no TSE com um pedido de verificação extraordinária do resultado do processo eleitoral.

 

       Investigação comprova que PRF traçou operações do 2º turno em reunião e tentou cobrir rastros

 

Com o desenvolvimento das investigações, descobriu-se que as operações nas rodovias no dia do segundo turno foram um plano arquitetado com data, hora e encobrimento de informações que poderiam deixar pistas da ação articulada pela PRF e pelo Ministério da Justiça.

Anteriormente já havia sido ventilado que as operações da Polícia Rodoviária Federal durante o segundo turno das eleições, as quais dificultaram o acesso de eleitores aos locais para votação, não teriam ocorrido por justificativas dadas na época.

Mas agora sabe-se que a discussão foi realizada na sessão extraordinária do Conselho Superior da PRF, no dia 19 de outubro, e cercada pelo esforço da cúpula da corporação naquele momento para eliminar rastros de seu conteúdo, de acordo com o jornal O Globo.

O plano da "Operação Eleições 2022" foi repassado pelo diretor-geral Silvinei Vasques a todos os superintendentes da PRF na reunião do colegiado. Até mesmo a ata do encontro, que não consta na agenda de Vasques, foi manipulada para que não houvesse registro oficial da operação prevista para o segundo turno, segundo a mídia.

O documento indica a participação de 44 dos 49 integrantes do colegiado, entre diretores e superintendentes da PRF nos estados, e informa apenas a discussão de temas triviais, como o treinamento físico institucional da PRF e o cálculo das escalas de serviço em situações excepcionais, entretanto, o principal objetivo do encontro — planejar as blitzs que impuseram obstáculos em redutos de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — não consta do documento.

Outro ponto que chamou atenção é que a convocatória dos diretores e superintendentes foi presencial, quando a discussão de temas gerais da corporação acontecem virtualmente.

Ao mesmo tempo, na entrada do auditório da sede nacional da PRF, os participantes precisaram entregar celulares e relógios a dois agentes do setor de inteligência da polícia para evitar que a discussão fosse gravada, relata o jornal.

O Globo afirma que ouviu cinco polícias rodoviários e que três deles disseram que, durante a reunião, Vasques disse que havia chegado a hora da PRF tomar lado na disputa eleitoral.

Sendo assim, o então diretor-geral pediu o engajamento dos presentes nas operações de 30 de outubro, especialmente no Nordeste. Enfatizou, ainda, que um segundo mandato de Bolsonaro traria benefícios a todos ali e à corporação, que teve suas prerrogativas expandidas durante o mandato do então presidente.

Ao final do encontro, nove participantes da reunião não assinaram a ata. Dos 44 participantes citados no documento, 37 registraram ter estado no encontro do dia 19.

As informações que subsidiaram a ordem de serviço oficializada pela PRF partiram do próprio Ministério da Justiça.

Anteriormente, no último dia 19, a ex-diretora de inteligência da pasta Marília Alencar, que é próxima de Anderson Torres, confirmou à Polícia Federal ter elaborado um mapeamento das cidades em que Lula teve desempenho superior ao de Bolsonaro no primeiro turno, conforme noticiado.

Vale também lembrar que, na noite anterior à votação, 29 de outubro, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu a PRF e a PF de realizarem qualquer força-tarefa visando o transporte público de eleitores até a conclusão da votação.

Na véspera da votação, Vasques suas redes sociais para se manifestar sobre as eleições. "Vote 22. Bolsonaro presidente", escreveu o então diretor-geral da PRF. Logo depois, o Ministério Públio pediu o afastamento de Vasques da corporação e em seguida a PRF o aposentou, com o ex-diretor tendo apenas 47 anos.

•        Operação de blitze no 2º turno das eleições contratou mais PRF de folga em estados de eleitores de Lula

Em mais uma evidência nas investigações contra o ex-ministro Anderson Torres e a atuação do governo de Jair Bolsonaro contra as eleições 2022, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) contratou mais agentes que estavam de folga nos estados que Lula teve as maiores votações para trabalhar na blitze do segundo turno.

A informação consta em relatório interno da PRF. Os investigadores apuram os responsáveis e envolvidos na tentativa de impedir eleitores de Lula de chegarem nos locais de votação.

•        O que foi o caso das blitze

À época, o caso das blitze que prejudicou eleitores foi amplamente divulgado e a alegação do então diretor da PRF, Silvinei Vasques, era que os agentes foram mobilizados para atuar em supostos crimes eleitorais, como a compra de votos. Vasques já é investigado no caso e atualmente é réu por improbidade administrativa.

Além dele, o então ministro da Justiça, Anderson Torres, que continua preso, também é investigado de tentar obstruir as eleições 2022. O ex-ministro de Jair Bolsonaro foi à Bahia, dias antes do segundo turno das eleições, para atuar na logística de operações da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

•        Viagem de Torres à Bahia

Um boletim de inteligência produzido pelo Ministério da Justiça, então comandado por ele, trazia detalhes dos locais em que Lula tinha recebido a maior quantidade de votos no primeiro turno das eleições.

De posse desse documento, dias depois, Torres viajou à Bahia, um dos principais redutos eleitorais de Lula, fora de sua agenda oficial, para tratar das operações de blitze. A PRF gastou, ao menos, R$ 1,3 milhão nessas operações.

•        Mais agentes em estados de Lula

Agora, novas informações da PRF dão conta que o órgão usou a maior quantidade e efetivo extra, ou seja, contratou mais policiais e agentes que estavam de folga para trabalhar no dia do segundo turno em estados das regiões Norte e Nordeste do país, onde Lula detinha as votações mais expressivas.

Amazonas, Pará, Amapá, Maranhão, Tocantins, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Bahia e Minas Gerais tiveram essa contratação extra de agentes da PRF.

 

       Em reunião sigilosa sobre operações no 2º turno, diretor-geral da PRF teria dito que reeleição de Bolsonaro traria benefícios à corporação

 

A cúpula da corporação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) teria feito uma reunião secreta, no dia 19 de outubro, na sede da corporação, em Brasília, para tratar das operações durante o segundo turno das eleições de 2022.

Segundo três policiais que estiveram no tal encontro, o plano que tinha o objetivo de dificultar o trânsito de eleitores nos redutos favoráveis ao então candidato Lula (PT). As ordens foram repassadas pelo então diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, a todos os superintendentes presentes na reunião.

Na ocasião, Vasques teria dito que havia chegado a hora da PRF tomar lado na disputa, uma vez que um segundo mandato de Jair Bolsonaro (PL) traria benefícios à corporação. Ele, então, pediu o engajamento dos presentes nas operações de 30 de outubro, especialmente no Nordeste.

Além disso, após a discussão durante uma sessão extraordinária do Conselho Superior da PRF, houve uma tentativa da Cúpula da corporação para cobrir os rastros da reunião, segundo informações de Malu Gaspar, no O Globo.

Para omitir o conteúdo do encontro – que teria trado exclusivamente das operações no segundo turno – uma ata sobre a reunião teria sido manipulada.

O documento chegou a ser obtido por meio da Lei de Acesso à Informação (LDI), em dezembro, mas indica apenas a discussão de temas triviais, sem mencionar o principal objetivo da reunião.

 

       Fachin critica anistia a quem mentiu sobre Justiça Eleitoral

 

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou hoje (28) o que chamou de “tentativa ignóbil” de anistiar fraudes à representação feminina na política e também de perdoar pessoas que tenham abertamente mentido sobre a Justiça Eleitoral.

Ele atribuiu a grupos sectários “ações que, ora abertamente, ora sub-repticiamente, atentam contra igualdade e a responsabilidade, especialmente agora, quando isso se vê na tentativa ignóbil de anistiar quem agiu contra a representação de mulheres ou contra quem mentiu sobre a Justiça Eleitoral”.

O ministro discursou na abertura de palestra no Supremo, organizada por seu gabinete, com o tema O futuro da democracia constitucional no Brasil, proferida pelo professor Oscar Vilhena, fundador e diretor da faculdade de direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A fala de Fachin ocorre no momento em que um grupo de deputados tenta aprovar uma anistia de multas e outras punições para partidos que tenham fraudado a cota de gênero nas eleições gerais de 2022. Medida similar já foi promulgada no ano passado, em relação a pleitos anteriores, e agora os parlamentares querem postergar o perdão para abarcar também o processo eleitoral do ano passado.

Proposta de Emenda Constitucional (PEC) com 184 assinaturas foi protocolada no fim de março na Câmara. Assinam o projeto deputados de Avante, PDT, Podemos, PT, PL, Republicanos, PSDB, PSB e PSD. Entre os signatários estão os líderes da oposição, Carlos Jordy (PL-RJ), e do governo, José Guimarães (PT-CE).

Em paralelo, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está prestes a julgar, nas próximas semanas, ação aberta pelo PDT que pede a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, sob o argumento de que ele teria mentido conscientemente sobre as urnas eletrônicas e o processo eleitoral em reunião com embaixadores, quando ainda ocupava o cargo.

Fachin disse ter alertado, mais de uma vez, antes dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, sobre os sinais de desrespeito à igualdade e à divergência política, que resultou nos ataques. "Tais sinais já vinham sendo dados como uma tragédia, em que os personagens sabem de seu destino, mas pouco podem”, afirmou o ministro.

 

Fonte: Brasil de Fato/Sputnik Brasil/Jornal GGN/FolhaPress

 

Vício em sexo: sintomas, causas e tratamento

O vício em sexo é o envolvimento compulsivo com a atividade sexual, apesar das consequências negativas. Além disso, tende a se tornar um comportamento emocionalmente angustiante, em vez de prazeroso. Embora nem sempre seja reconhecido como um diagnóstico legítimo, o vício em sexo tem consequências reais, incluindo um impacto negativo nos relacionamentos e no bem-estar.

O vício em sexo é definido como uma falta de controle sobre os pensamentos, desejos e impulsos sexuais. Ainda que os impulsos sexuais sejam naturais a todos os seres humanos, a compulsão sexual é caracterizada pela interferência na capacidade do indivíduo de viver normalmente sua rotina diária, podendo afetar até mesmo a produtividade no trabalho.

Os vícios sexuais podem vir de muitas formas diferentes, incluindo a procura exagerada por atos sexuais, prostituição, pornografia, masturbação e voyeurismo, entre outros.

·         Vício químico

Embora o vício em sexo não esteja listado como uma condição diagnosticável no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), da Associação Americana de Psiquiatria, muitos especialistas acreditam que o comportamento sexual excessivo pode se desenvolver como um vício químico.

Assim como o alcoolismo ou abuso de drogas, o vício em sexo pode afetar a saúde física, a saúde mental, os relacionamentos pessoais e a qualidade de vida. Ao contrário de alguém com um impulso sexual saudável, uma pessoa viciada em sexo gastará uma quantidade desproporcional de tempo procurando ou praticando sexo, enquanto mantém a atividade em segredo de outras pessoas, como indicam estudos.

Pessoas viciadas em sexo serão incapazes de impedir o próprio o comportamento, a menos que haja algum tipo de evento intermediário. Como resultado, as relações pessoais e profissionais podem ser prejudicadas. Existe ainda um risco aumentado de contração e transmissão de infecções sexualmente transmissíveis. Isso porque algumas destas pessoas podem buscar múltiplos parceiros para ter relações sexuais.

A pessoa com dependência sexual geralmente faz sexo como uma forma de fuga de outros problemas emocionais e psicológicos, incluindo estresse, ansiedadedepressão e isolamento social.

·         Possíveis causas do vício em sexo

Existem várias teorias a respeito das possíveis causas de um vício sexual. Algumas delas conceituam o vício em sexo como uma forma de controle de impulsos, transtorno obsessivo-compulsivo ou de relacionamento. Outras incluem também a ideia de que, em alguns indivíduos, os vícios sexuais surgem como consequência e forma de lidar com os primeiros traumas, incluindo o trauma sexual.

Em algumas formas de transtorno mental (como transtorno bipolar), a hipersexualidade pode ser um sintoma. Em certos casos, distúrbios neurológicos (como epilepsia, traumatismo craniano ou demência) podem causar comportamentos hipersexuais. Certos medicamentos que afetam a dopamina também raramente podem ter o mesmo efeito.

Em 2018, a Organização Mundial da Saúde lançou uma nova versão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) que incluía, pela primeira vez, o comportamento sexual compulsivo como um distúrbio de saúde mental, definindo-o como um “padrão persistente de falha em controlar impulsos sexuais repetitivos e intensos ou impulsos que resultam em comportamento sexual repetitivos e intensos ou impulsos que resultam em comportamento sexual repetitivo”.

Entretanto, muitos especialistas ainda hesitam em caracterizar níveis ou marcas da sexualidade como patológicos, uma vez que é difícil saber onde traçar a linha entre os impulsos sexuais saudáveis ​​e não saudáveis. Alguns pesquisadores veem essa tendência como um problema de regulação do comportamento. Enquanto isso, outros se perguntam se o desejo sexual hiperativo poderia derivar de um impulso sexual mais intenso ou de problemas de controle de impulsos mais abrangentes.

Há ainda especialistas que acreditam que as verdadeiras causas do comportamento incluem estados emocionais, como ansiedade, depressão, transtorno bipolar ou conflitos de relacionamento. Para alguns indivíduos, questões morais, como vergonha e culpa, também podem estar envolvidas.

·         Ocitocina

Um estudo mostrou que homens com vício em sexo apresentam níveis mais altos de ocitocina no sangue, em comparação com homens saudáveis. A descoberta pode ser importante para o tratamento de pessoas com esse transtorno.

·         Sintomas

Os critérios a seguir podem ser uma forma de identificar se você sofre de vício em sexo. Se, por mais de seis meses, você notar algum dos sintomas abaixo, é recomendável buscar ajuda especializada (psicológica e/ou psiquiátrica):

  • Você tem fantasias, desejos e/ou comportamentos sexuais intensos e recorrentes;
  • Seus comportamentos sexuais, incluindo compulsão por acessar pornografia, interferem de forma consistente com outras atividades e obrigações;
  • Os comportamentos ocorrem em resposta a estados de humor disfórico (ansiedade, depressão, tédio, irritabilidade) ou eventos estressantes da vida;
  • Envolve-se em esforços consistentes, mas sem sucesso, para controlar ou reduzir fantasias, impulsos ou comportamentos sexuais;
  • Envolve-se em comportamentos sexuais, ao mesmo tempo que desconsidera o potencial de dano físico ou emocional a você mesmo ou a outros;
  • A frequência ou intensidade das fantasias sexuais, impulsos ou comportamentos causam sofrimento ou prejuízo significativo a você mesmo ou a outros.
  • Você trai o(a) seu(sua) parceiro(a) recorrentemente, e em seguida se sente envergonhado por isso.

Como mencionado, o vício em sexo também pode estar ligada à depressão e ansiedade. Alguns indivíduos podem evitar emoções difíceis, como tristeza ou vergonha, buscando alívio temporário em práticas associadas ao comportamento sexual compulsivo. Os desejos sexuais muito intensos, portanto, podem mascarar outros problemas, como depressão, ansiedade e estresse.

·         Tratamento para vício em sexo

O vício sexual requer tratamento de um profissional médico experiente na área, como um psicólogo, psiquiatra ou terapeuta sexual. O tratamento pode variar com base na causa subjacente, mas normalmente será conduzido em regime ambulatorial com aconselhamento e terapias comportamentais.

Se o vício em sexo estiver associado a um transtorno de ansiedade ou transtorno de humor, os medicamentos podem ser prescritos como parte do plano de tratamento. Atualmente, não há recomendações estabelecidas sobre o uso apropriado de medicamentos para tratar um vício em sexo fora do domínio desses transtornos clinicamente classificados.

 

Fonte: eCycle

 

"Vamos atrás do autor intelectual dos atos do dia 8: Jair Messias Bolsonaro", diz Lindbergh Farias

Em entrevista concedida à TV 247, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) destacou sua posição favorável à instauração da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos atos do dia 8 de janeiro de 2023, que investigará as manifestações antidemocráticas ocorridas em diversas cidades do país, incluindo a invasão ao Congresso Nacional.

Segundo odeputado, é fundamental que os parlamentares envolvidos nessas manifestações, principalmente aqueles do Partido Liberal (PL), se expliquem diante da sociedade e sejam investigados pela CPMI. Ele ressaltou ainda que o STF (Supremo Tribunal Federal) está atuando de maneira séria para punir os responsáveis pelos atos antidemocráticos.

"É necessário ir atrás do autor intelectual dos atos, o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, e a CPMI pode fazer esse elo através do depoimento do ex-ministro Anderson", disse ele. Lindbergh enfatizou que não há como a verdade não vir à tona e que o também os generais Heleno e Braga Neto serão convocados a depor.

Por fim, o Deputado destacou a vantagem da Comissão ser mista, pois estão mais articulados com o Senado, o que pode garantir maioria do governo na CPMI. Com essa investigação, espera-se que sejam punidos os responsáveis pelos atos antidemocráticos e que a democracia brasileira seja fortalecida. 

 

Ø  Deputado do Centrão cotado a presidir CPMI chamou atos de “terrorismo”

 

Cotado para presidir a CPMI dos Atos Golpistas, o deputado Arthur Maia (União-BA) tem trabalhado nos bastidores para ser confirmado no comando da comissão.

Há resistências do Palácio do Planalto a seu nome, mas dificilmente o governo vai emplacar um aliado da esquerda nesse posto.

Maia não deveria ser dos piores nomes na estratégia governista. Integrante do Centrão, o deputado baiano presidiu recentemente a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, no governo Bolsonaro, e não tocou todas as pautas de interesse daquele governo.

Nas redes, Arthur Maia condenou com veemência os atos golpistas de 8 de janeiro. Os classificou como “atos terroristas”.

“A violência e a proporção dos atentados terroristas que aconteceram ontem contra os prédios do Congresso Nacional, do STF e do Palácio do Planalto não tem precedentes na nossa história republicana. Estou dando entrada ainda hoje em um projeto que inclui no rol de crimes de terrorismo qualquer ação de grupos ou pessoas que destruam ou danifiquem as sedes dos poderes federais, estaduais ou municipais. O Brasil não pode conviver com esse tipo de barbárie que nos diminui como nação e atenta contra a democracia” – postou Arthur Maia nas suas redes, em 9 de janeiro, um dia depois dos atentados.

·         O “plano C” de Lira para a presidência da CPMI de 8 de janeiro

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já tem outro nome em mente caso não consiga emplacar o deputado Arthur Maia (União-BA) no comando da CPMI das invasões golpistas do 8 de Janeiro.

Segundo aliados, a alternativa de Lira seria o deputado federal Celso Sabino (União-PA), parlamentar que é mais próximo ao presidente da Câmara do que o próprio Arthur Maia.

Sabino é o “plano C” de Lira para a presidência da CPMI. A primeira escolha do presidente da Câmara era André Fufuca (MA), líder do PP na Câmara. O deputado, porém, rejeitou a indicação.

·         Proximidade com Lira

Sabino é um dos parlamentares do União Brasil mais próximos de Lira. O deputado paraense presidiu a Comissão Mista de Orçamento (CMO) em 2022 e também é cotado para relatar a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024.

Lira deverá indicar o presidente da CPMI após um acordo com o governo. Como mostrou a coluna, o PT trabalha para emplacar um relator do Senado para as investigações. O favorito é Renan Calheiros (MDB-AL).

 

       Outro bolsonarista da CPMI foge da Justiça

 

A Justiça Eleitoral não conseguiu até agora notificar Alexandre Ramagem sobre a ação de investigação judicial eleitoral que mira Jair Bolsonaro e dezenas de aliados por suposto uso indevido dos meios de comunicação e abuso de poder político e econômico durante o pleito do ano passado.

Em despacho proferido nesta quarta-feira, o ministro Benedito Gonçalves intimou a coligação encabeçada pelo PT, autora da ação, para que tome as providências legais cabíveis à citação de Ramagem ato indispensável pelo qual o réu é convocado a integrar o processo.

Segundo o documento, “foram infrutíferas as tentativas de citação por correio” de parte dos investigados, entre eles o ex-chefe da Abin no governo Bolsonaro.

A ação apura a produção e difusão de conteúdos desinformativos, de maneira orquestrada, com intuito de influenciar o resultado da eleição presidencial.

·         PF fecha o cerco a financiadores de 8 de janeiro

Uma das linhas de investigação sobre os atos golpistas que depredaram a área central de Brasília no dia 8 de janeiro indica a atuação de pequenos financiadores regionais – que juntos, de forma simultânea, teriam viabilizado a ação dos vândalos.

Segundo investigadores, isso explica o fato de até agora a Polícia Federal não ter identificado grandes financiadores que custearam os acampamentos em frente a quartéis militares e o envio das caravanas ao Distrito Federal, por exemplo.

Pessoas ligadas à investigação avaliam que, com as provas colhidas até agora, pode ser que esses grandes financiadores não existam.

Segundo essa linha de apuração, a logística para os atos golpistas de janeiro foi viabilizada de forma simultânea por financiadores regionais , que deram logística e suporte para o transporte e a atuação dos grupos golpistas que depredaram o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal e o Congresso naquele dia 8.

Reunidos, esses “patrocinadores” teriam conseguido gerar a mobilização de um grande número de pessoas, necessária para viabilizar os atos.

A atuação dos “mentores intelectuais”, dos financiadores e dos próprios vândalos será investigada também pela CPI criada nesta semana pelo Congresso Nacional.

O esforço conjunto desses pequenos financiadores, aliado à suposta conivência da segurança pública do Distrito Federal, teria sido suficiente para a depredação da Praça dos Três Poderes.

Os responsáveis pelo inquérito na PF trabalham com essa visão, no momento. Mas afirmam que, se surgirem novos elementos que apontem para financiadores de grande porte, o quadro será revisto novamente, e novas diligências podem ser pedidas ao STF.

Até o momento, no entanto, tudo indica que o dinheiro que subsidiou a atuação dos golpistas veio desses pequenos financiadores, sem uma grande empresa ou empresário para capitanear os esforços e entrar com o aporte principal.

 

Ø  Governo quer políticos lacradores de rede social fora da CPI

 

Articuladores do governo Lula estão preocupados em diminuir o número de aspirantes a influenciadores digitais na CPMI do golpe. O Planalto pediu aos partidos aliados para os indicados terem posicionamento político definido.

O Planalto avalia que esses parlamentares poderiam prejudicar a estratégia ao tentar lacrar durante as sabatinas. Ícones do bolsonarismo, como os generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto, devem ser convocados para prestar depoimento.

As lacrações atrapalharam a oposição bolsonarista neste primeiro semestre. Deputados de primeiro mandato foram cobrados a pensar menos nos cortes para redes sociais e a ter postura mais profissional no plenário e nas comissões.

 

Fonte: Brasil 247/Metrópoles/g1