Trump indica que as sanções aplicadas pelos
EUA 'matam' o dólar
Ex-presidente dos EUA
e candidato ao Executivo nacional, Donald Trump declarou que as sanções
econômicas aplicadas por Washington prejudicam a moeda norte-americana.
"Eu apliquei
sanções, mas levantei-as o mais rápido que pude, porque no final elas matam o
dólar e matam tudo o que o dólar representa", disse o candidato
republicano durante um evento na cidade de Nova York, quando questionado se,
caso eleito presidente, reforçaria as sanções, especialmente as dirigidas à
Rússia.
Na quarta-feira (4),
os EUA anunciaram uma série de sanções para o grupo de mídia russo Rossiya
Segodnya e suas subsidiárias RIA Novosti, RT, TV-Novosti, Ruptly e Sputnik. A
informação foi dada em comunicado emitido pelo Departamento do Tesouro dos EUA.
Além disso, as sanções também afetam a editora-chefe do grupo Rossiya Segodnya,
Margarita Simonyan, e vários outros gestores.
A medida foi tomada na
esteira das acusações de Washington sobre uma suposta tentativa russa de
interferir nas eleições dos EUA. Moscou reitera que a Rússia não
No Brasil, a Federação
Nacional dos Jornalistas (Fenaj) condenou a ação e disse que o movimento do
governo norte-americano é um "atentado à liberdade de expressão e de
imprensa mundial, sobretudo nesse contexto de alegar que as mídias russas têm
interesse em intervir na eleição norte-americana".
A Associação dos
Correspondentes de Imprensa Estrangeira no Brasil (ACIE) também se posicionou
contra as sanções impostas a jornalistas e veículos de comunicação russos. Em
nota, o grupo afirmou que "a imposição de sanções atenta contra a
liberdade de imprensa e o livre exercício do jornalismo".
As eleições dos EUA
acontecem no dia 5 de novembro. O ex-presidente concorrerá contra a atual
vice-presidente, Kamala Harris, indicada pelo Partido Democrata após a
desistência do chefe de Estado, Joe Biden.
¨ Preferência pelo ouro por bancos centrais africanos: um novo e
duro golpe para a hegemonia do dólar
A escolha de vários
países africanos de investir mais no ouro do que no dólar para compor suas
reservas internacionais é reflexo do fim da hegemonia da moeda americana,
opinaram analistas em entrevista à Sputnik Brasil.
Nigéria, Zimbábue,
Uganda, Madagascar e Sudão do Sul são alguns países do continente que decidiram
aumentar suas reservas em ouro no lugar do dólar.
Para abordar esse
assunto, a Sputnik Brasil ouviu em seu programa Mundioka nesta sexta-feira (6)
o economista e especialista em políticas públicas e gestão da educação e
coordenador dos cursos de gestão financeira do Centro Universitário
Internacional Uninter Daniel Weigert Cavagnari e a professora de relações
internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Natalia
Fingermann.
O dólar continua a ser
a principal moeda de reserva internacional. Os últimos dados do Fundo Monetário
Internacional (FMI) apontam que os países mantiveram 58,85% de suas reservas
nessa moeda. Ao mesmo tempo, há dez anos, o valor era um pouco mais alto, 63,04%.
A professora destacou
que a mudança está sendo tomada principalmente por países africanos que
integram o grupo BRICS.
"A própria China,
a Índia, têm aumentado suas reservas em ouro. A China tem favorecido em seu
comércio trocas que não são feitas em dólar. Então o que a gente percebe é que
a hegemonia do dólar como aquela moeda segura, onde todos os países utilizavam
para manter as suas reservas e realizar trocas internacionais, é um processo
que está em decadência", frisou a entrevistada.
Para Cavagnari, a
desistência dos bancos centrais dessas nações pelo uso do dólar é um dos
"desesperos" do mercado norte-americano.
"Ele [os EUA]
está perdendo o poder de uma série de áreas: de política, de tecnologia […]. A
China está bem superior em relação à tecnologia, em produção, em outras
questões. Há vários países que se destacam também no desenvolvimento de
tecnologias, de produção agrícola, então o americano já não é a superpotência
que era", argumentou o analista.
Cavagnari lembrou que
antes da Segunda Guerra Mundial, o ouro servia como base para as outras moedas
no mundo. Após a guerra, "eles tiram o ouro, porque estava ficando
escasso, e passam a adotar o dólar como moeda oficial, como reserva do mundo,
utilizada principalmente no comércio internacional", esclareceu.
Ainda assim, o ouro é
uma das principais reservas de segurança do planeta, cujo valor aumenta
conforme cresce a demanda, mencionaram os entrevistados, uma "espécie de
poupança" que, apesar de valorizar pouco, não desvaloriza.
A especialista em
relações internacionais defendeu que a posição de maior busca pelo ouro por
parte desses países é principalmente política. Porém, o cenário econômico de
instabilidade econômica global favorece essa posição.
"Uma vez que a
maior parte dos países que têm ampliado a sua reserva de ouro são países que
recentemente passaram por um processo de revolução, golpes, em oposição às suas
relações tradicionais, principalmente na região do Sahel, ali com a França […]",
comentou ela. "Eles poderiam estar aumentando as suas reservas em outras
moedas, poderia ser feita outra escolha. Mas, neste momento, pela questão das
taxas de juros e a queda das taxas de juros dos países desenvolvidos, a escolha
tem sido feita em ouro", declarou ela.
Entretanto, para o
economista, os países africanos "estão chegando muito tarde nesse
mercado".
"Porque desde o
ano passado, a China, a Índia, principalmente, que têm crescido bastante, já
estão correndo nesse mercado internacional. O Brasil também já tem vistas para
fazer mais reservas de ouro. Porque o dólar não para de flutuar", comentou,
ao acrescentar que os conflitos envolvendo países do Oriente Médio e a Rússia e
Ucrânia também têm sido responsáveis pela fuga de capitais e busca mais
acirrada pelo ouro, prejudicando principalmente os países mais pobres no poder
de compra.
De acordo com o
Conselho Mundial do Ouro (WGC, na sigla em inglês), em julho as compras
líquidas de ouro pelos bancos centrais dobraram em relação a junho, atingindo
37 toneladas, o maior volume desde janeiro, apesar da alta nos preços.
Por outro lado, a
professora de relações internacionais salientou a ironia dessa situação, uma
vez que o continente concentra quase metade das reservas de ouro do mundo, mas
os países não conseguem converter essa riqueza e prosperidade para a população
e precisam de dólar para comprar o metal, que muitas vezes é produzido em
território africano e vendido ilegalmente no mercado internacional.
O Sudão, um dos
maiores produtores de ouro do continente, está numa guerra civil, em uma das
maiores crises humanitárias do planeta. Tal situação favorece os grupos
dominantes, o tráfico internacional, os países ricos que compram o ouro barato,
a indústria de joias.
O legado do período
colonial, de expropriação, opressão e destruição dessas nações por séculos,
cujos processos de independências ainda são recentes é, na opinião da
especialista, um dos principais entraves para os avanços necessários.
"Você ainda não
conseguiu criar, em muitos desses locais, a ideia de que aquele território é
uma nação, que esses recursos não deveriam ficar somente vinculados a um grupo
específico, mas sim pensando em toda a população", refletiu. "Para isso,
não é necessário somente manter a riqueza, é necessário desenvolver essa
riqueza […], fazer dessa riqueza uma transformação tecnológica",
acrescentou Fingermann.
O racismo é outro
componente prejudicial: "Há ainda um certo racismo estrutural, que faz com
que muitos desses países não consigam ter igualdade nas negociações. Esse é um
aspecto que, do meu ponto de vista, ainda prejudica muito os países africanos",
frisou a especialista.
Para mudar essa
realidade de apenas vender commodities e bens finitos, alguns governos
africanos têm buscado diversificar sua economia e combater o tráfico
internacional de minérios, mas o caminho ainda é longo e tortuoso, lamentou a
professora.
"É difícil a
gente saber como é que isso pode ser resolvido, mas, do meu ponto de vista,
enquanto não tiver o interesse, não somente local, mas também o interesse,
vamos dizer, global, para que essas questões sejam resolvidas tem que mudar um
pouco a estrutura do sistema internacional, a estrutura do comércio
internacional como um todo teria que ser repensada, não acho que isso seria
algo que a gente possa vislumbrar uma solução de curto prazo", concluiu.
¨ Yellen: acabar com os créditos fiscais de energia limpa ajudaria
a China e prejudicaria os EUA
Qualquer movimento
para acabar com os créditos fiscais de energia limpa do governo Biden
aumentaria os custos para as famílias nos Estados Unidos, paralisaria novos
investimentos na indústria, a criação de empregos nos EUA e fortaleceria a
China, disse a secretária do Tesouro Janet Yellen nesta quinta-feira (5).
"Há alguns por aí
que querem eliminar os créditos [...] Isso seria um erro histórico", disse
Yellen em um discurso programado para ser feito em um evento na Carolina do
Norte. "Reverter os créditos pode aumentar os custos para as famílias trabalhadoras
em um momento em que é fundamental que continuemos a tomar medidas para reduzir
os preços."
A secretária do
Tesouro disse que as famílias nos Estados Unidos reivindicaram US$ 8,4 bilhões
(cerca de R$ 47,1 bilhões) em créditos fiscais de energia para aliviar suas
contas de energia a longo prazo, disse Yellen.
Somente na Carolina do
Norte, cerca de 90 mil famílias reivindicaram mais de US$ 100 milhões (mais de
R$ 561 milhões) em créditos fiscais residenciais de energia limpa para
instalações como painéis solares e baterias de armazenamento de energia e
outros US$ 60 milhões (aproximadamente R$ 336,6 milhões) em créditos fiscais de
eficiência energética para bombas de calor, ar condicionado eficiente e
isolamento, disse Yellen.
Acabar com esses
créditos prejudicaria o emprego e a China estaria entre os beneficiários se os
Estados Unidos perdessem esses investimentos, disse Yellen.
"Isso poderia
colocar em risco os investimentos significativos em manufatura que estamos
vendo aqui e em todo o país, junto com os empregos que vêm com eles, muitos dos
quais não exigem um diploma universitário", disse Yellen. "E poderia
dar uma vantagem à China e outros países que também estão investindo para
competir nessas indústrias críticas."
Os comentários de
Yellen ocorreram em meio a promessas do candidato presidencial republicano
Donald Trump de acabar com muitas das regras de energia limpa do presidente Joe
Biden para usinas de energia e veículos elétricos (VE).
Trump também prometeu
acabar com centenas de bilhões de dólares em subsídios fiscais no quadro da Lei
de Redução da Inflação de Biden de 2022, prometendo revogar o que o republicano
chamou de "novo golpe verde" e redirecionar o dinheiro economizado
para a construção de estradas e pontes.
A vice-presidente
Kamala Harris, que enfrenta Trump na eleição de 5 de novembro como candidata
presidencial democrata, prometeu levar adiante muitas das políticas de Biden.
O governo Biden deve
em breve, no curto prazo, aumentar drasticamente as tarifas sobre VEs,
baterias, células solares e outros bens de fabricação chinesa para proteger o
desenvolvimento de uma cadeia de fornecimento de energia limpa nos EUA.
¨ Ex-chefe do Tesouro dos EUA vê 'perigo de excesso' americano em
relação econômica com China
Os políticos dos
Estados Unidos devem ter cuidado para não exagerar nas restrições comerciais e
tarifas sobre a China enquanto tentam proteger a segurança nacional, de acordo
com o ex-secretário do Tesouro Robert Rubin.
O presidente Joe Biden
anunciou planos em maio para aumentar as tarifas sobre importações chinesas,
incluindo semicondutores, células solares e minerais essenciais, com taxas
variando de 25% para baterias a 100% para veículos elétricos.
As tarifas devem ser
limitadas e dificultadas para garantir que sejam usadas com cautela, disse
Rubin por meio de um link de vídeo no Bund Summit em Xangai, segundo a
Bloomberg.
"O perigo é que
os políticos ultrapassem os limites razoáveis", disse o ex-secretário
nesta quinta-feira(5), observando que isso não se aplica apenas aos EUA.
Rubin disse que muitos
nos EUA acreditam que o investimento da China em manufatura e sua capacidade
excedente estão afetando o mercado global. Embora ele não tenha certeza se essa
percepção é precisa, ele disse que Pequim deve esperar uma resposta.
Outros economistas
importantes no fórum pediram que os EUA abandonassem sua estratégia de excluir
a China da cadeia de fornecimento global de produtos essenciais, relata a
mídia.
O diretor emérito do
Instituto Peterson de Economia Internacional e ex-funcionário do Tesouro dos
EUA, C. Fred Bergsten, disse que a China é grande demais para ser excluída da
economia global. Bergsten pediu um "desacoplamento funcional", onde ambos
os países identificam áreas para competição e também oportunidades para
colaboração.
O ex-assessor do Banco
Central chinês Yu Yongding pediu que Washington e Pequim resolvessem suas
disputas sobre subsídios e política industrial por meio da Organização Mundial
do Comércio (OMC), estabelecendo novos pontos em comum.
<><>
Washington está assustado com a vontade da Turquia em aderir ao BRICS, diz
jornalista
Washington está
apavorado porque a Turquia, um dos principais membros da Organização do Tratado
do Atlântico Norte (OTAN), está buscando ingressar no BRICS, sugeriu em
conversa com a Sputnik o jornalista dos EUA Jackson Hinkle.
"Eles devem estar
muito preocupados. Ou seja, a Turquia é provavelmente o membro mais importante
da OTAN além dos EUA. E o fato de que eles estão agora discutindo a adesão ao
BRICS: informaram ter apresentado a solicitação, vão participar de uma reunião
do BRICS [cúpula em Kazan]. [...] Os EUA estão definitivamente
assustados", disse o interlocutor nas margens do Fórum Econômico do
Oriente.
Hinkle também observou
a natureza multifacetada da política do presidente turco Recep Tayyip Erdogan e
acrescentou que acreditaria na adesão do país ao BRICS quando isso realmente
acontecer.
Anteriormente, o
assessor presidencial russo Yuri Ushakov confirmou que a Turquia havia se
candidatado a membro pleno do BRICS e que o pedido está sendo analisado.
<><> Argentina se une à coalizão naval internacional encabeçada pelos
EUA
A Argentina se juntou
às Forças Marítimas Combinadas (CMF, na sigla em inglês), a coalizão
internacional liderada pelos EUA para a segurança marítima, informou o
Ministério da Defesa do país sul-americano nesta sexta-feira (6).
"A Argentina se
une às Forças Marítimas Combinadas, uma coalizão internacional de 45 nações
comprometidas com a proteção das rotas comerciais e a segurança marítima
global", publicou o ministério na rede social X (antigo Twitter).
Segundo a imprensa
local, a Marinha da Argentina foi convidada pelos EUA a se juntar à coalizão em
novembro de 2023.
"Essa
participação protege nossos interesses econômicos, melhora a competitividade de
nossas exportações e assegura o fluxo de produtos para o mundo ao reduzir os
custos logísticos e garantir rotas comerciais seguras", disse o Ministério
da Defesa.
Também "fortalece
a cooperação regional e a presença sul-americana, promovendo a paz em alto-mar
e a proteção dos oceanos sem comprometer recursos nacionais", acrescentou.
Em maio, os Emirados
Árabes Unidos se retiraram do agrupamento naval multinacional liderado pelos
Estados Unidos, que opera no mar Vermelho e no golfo Pérsico.
As Forças Marítimas
Combinadas, sediadas no Bahrein junto com a Quinta Frota dos EUA, são compostas
por 34 países, inclusive o Brasil, e se dedicam à segurança marítima e ao
combate à pirataria no mar Vermelho e no golfo Pérsico.
O texto diz ainda que
sua missão é "promover a segurança, a estabilidade e a prosperidade em
aproximadamente 3,2 milhões de milhas quadradas de águas internacionais, que
abrangem algumas das rotas marítimas mais importantes do mundo".
Fonte: Sputnik Brasil
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