Pará tem 9 das 15 unidades de conservação
mais destruídas pelo garimpo na Amazônia
Nove das 15 Unidades
de Conservação (UCs) na Amazônia mais devastadas pelo garimpo estão no Pará. É
o que mostra um levantamento do Greenpeace Brasil divulgado nesta quinta-feira
(5).
O estudo revela que a
atividade ilegal extrapola as terras indígenas e ameaça o patrimônio natural do
país, que são as UCs.
A ação garimpeira foi
identificada em unidades de conservação da Amazônia nos estados do Amapá,
Amazonas e no Pará.
Foram 13,4 mil
hectares destruídos nas 15 UCs- é praticamente 80 vezes o tamanho do Parque
Ibirapuera, em São Paulo.
Segundo a ONG
Greenpeace, o alerta não é apenas para as Terras Indígenas que já são atingidas
pelo garimpo, mas também as unidades de conservação.
"O
enfraquecimento da fiscalização, afrouxamento de leis ambientais e aumento do
preço do ouro no mercado externo fizeram com que a atividade crescesse
exponencialmente, piorando um cenário que já era muito complexo no bioma”,
explica Jorge Eduardo Dantas, porta-voz da frente de Povos Indígenas do
Greenpeace Brasil.
Ao g1, o Ministério do
Meio Ambiente (MMA) alegou que houve queda de 31% das áreas abertas para
garimpo na Amazônia em 2023 na comparação com 2022, segundo dados do Brasil
Mais, da Polícia Federal. "De janeiro a junho de 2024, houve nova queda de
20% em relação ao primeiro semestre de 2023", pontuou. Veja a nota
completa ao final desta reportagem.
Unidades de
conservação em alerta
A UC mais desmatadas
foi a Floresta Nacional do Amanã, na divisa entre o Amazonas e o Pará,
abrangendo os municípios de Maués (AM), Itaituba (PA) e Jacareacanga (PA).
A área foi responsável
por quase a metade de toda a devastação registrada na região - 6,8 mil hectares
de garimpo.
“Amanã” é um termo de
origem indígena que significa “água que vem do céu”. O rio, de mesmo nome,
possui 156 quilômetros. Um terço disso já foi afetado pelo garimpo, segundo o
Greenpeace.
Confira a lista e
gráfico das UCs mais afetadas pelo garimpo:
1. Floresta Nacional do Amanã (PA)
2. Floresta Nacional do Urupadi (AM)
3. Floresta Nacional do Crepori (PA)
4. Parque Nacional do Jamanxin (PA)
5. Floresta Nacional de Altamira (PA)
6. Floresta Nacional do Jamari (PA)
7. Estação Ecológica do Alto Maués (AM)
8. Parque Nacional do Juruena (AM/MT)
9. Floresta Nacional de Itaituba (PA)
10. Parque Nacional do Mapinguari (AM)
11. Parque Nacional dos Campos Amazônicos (AM)
12. Floresta Nacional de Itaituba II (PA)
13. Floresta Estadual do Amapá (AP)
14. Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio
(PA)
15. Floresta Nacional do Trairão (PA)
Como o estudo foi
feito
De acordo com o
Greenpeace, a análise excluiu a categoria Área de Proteção Ambiental (APA),
considerando garimpo ilegal toda extração mineral dentro de Unidades de
Proteção Integral e de Uso Sustentável, que não possuísse autorização no plano
de manejo.
A análise foi
realizada utilizando imagens de satélite , além de alertas do Papa Alpha, uma
ferramenta própria do Greenpeace, que utiliza sensores.
Foram também
realizados sobrevoos em dois parques nacionais para registrar as atividades
ilegais.
<><> O que
são UCs
As Unidades de
Conservação são áreas protegidas, estabelecidas pelo Poder Público, com
objetivo de proteger a biodiversidade, recursos naturais e ecossistemas
brasileiros.
As UCs, como são
chamadas, têm papel na mitigação dos impactos causados pela crise climática e
na educação ambiental.
Junto às Terras
Indígenas e Territórios Quilombolas, as UCs são ferramentas de conservação da
natureza, de manutenção da vida de povos e comunidades tradicionais e
enfrentamento da emergência climática.
<><> O que
diz o Ministério de Meio Ambiente
Segundo o MMA, houve
queda de 31% das áreas abertas para garimpo na Amazônia em 2023 na comparação
com 2022, segundo dados do Brasil Mais, da Polícia Federal. "De janeiro a
junho de 2024, houve nova queda de 20% em relação ao primeiro semestre de 2023",
pontuou.
O Ministério informou
ainda que os dados coincidem com a queda de 45,7% da área sob alertas de
desmatamento na Amazônia de agosto de 2023 a julho de 2024, a maior queda
proporcional já registrada para o período, segundo dados do sistema Deter-B, do
Inpe.
"Outras medidas
incluem a implementação da nota fiscal do ouro como ativo financeiro para
combater o garimpo e o aumento da articulação entre MMA e MJSP. Equipes
técnicas do MMA auxiliam em processos investigativos, com levantamento de dados
e ações de inteligência relacionados ao garimpo ilegal.
MMA e Ibama participam
também do Projeto Rede de Monitoramento Ambiental, que começou na TI Yanomami e
no Alto Amazonas, e avalia a presença de substâncias químicas, incluindo
mercúrio, nos rios da Bacia Amazônica.
O combate ao garimpo
está incluído no Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na
Amazônia Legal (PPCDAm), lançado em 5 de junho de 2023. Linhas de ação incluem
ampliação das atividades de inteligência para identificar mecanismos de financiamento
e maior controle sobre a cadeia produtiva, com integração de ações de
investigação criminal e ações de fiscalização minerária, fiscal, financeira e
ambiental", completou.
¨ Fogo e seca histórica colocam todo o Amazonas em estado de
emergência
Neste 5 de setembro, Dia da Amazônia, o Jornal
Nacional trouxe relatos e imagens extremamente preocupantes. O fogo e a seca
histórica puseram todos os municípios do Amazonas em situação de emergência.
Imagens como essa são
cada vez mais comuns no Amazonas. Bancos de areia tomam o espaço das águas nos
rios que cortam o estado. Comunidades ribeirinhas estão isoladas com problemas
de abastecimento de produtos e de água potável.
Uma escola municipal
fica a 40 quilômetros de Manaus. Os igarapés que dão acesso ao rio Amazonas
secaram e muitos alunos não conseguem mais chegar porque as embarcações são os
únicos meios de transporte.
"Esse ano está um
agravante maior da seca e provavelmente a lancha não vai sair semana que vem,
ela não saindo a gente não tem como atender os alunos", afirma Rosimar
Barros Figueiredo, diretora da escola.
O Marcos leva o filho
de sete anos para a escola. É lá que ele consegue água potável para a família.
Eles andam a pé por cerca de uma hora até chegar à beira do rio para pegar a
lancha escolar.
"Quando fecha
seca aqui e seca tudo e não temos condições de vir para a aula, trazer nossos
filhos para o colégio, fica difícil", relata Marcos Mendes Pinto,
agricultor.
Por causa da seca
severa, a Marinha está mapeando os rios do estado.
"Nosso objetivo,
o produto final, é uma carta náutica, que é uma espécie de mapa com várias
informações e o principal objetivo, é garantir um caminho seguro a
navegar."
Nos trechos mais
críticos, foi preciso de ir de lancha porque o navio não conseguia mais passar.
Para fazer a medição
do nível do rio, uma lancha conta com um equipamento chamado ecobatímetro e
nesta quarta, em um ponto que fica próximo da foz do rio Madeira, o nível do
rio Amazonas está com pouco mais de seis metros de profundidade, cerca de
quatro metros a menos em relação ao nível de anos anteriores.
Os dois principais
portos de cargas do estado montaram unidades fluviais na região metropolitana
de Manaus para receber os navios cargueiros — e evitar o colapso de
abastecimento que parou parte das indústrias da Zona Franca no ano passado.
Segundo a Defesa Civil
do estado, todos os 62 municípios estão em situação de emergência e 330 mil
pessoas sofrem as consequências da seca. No Alto Solimões, que é uma das
regiões mais atingidas, o rio Solimões apresenta o menor índice da série
histórica.
No sul do Amazonas, o
rio Madeira está apenas 53 centímetros a mais da mínima histórica registada em
outubro. Em Manaus, o rio Negro desceu um metro nos quatro primeiros dias de
setembro.
Segundo o governo do
Amazonas, a estiagem começou em junho, dois meses antes do previsto. Isso
serviu para que as queimadas criminosas tomassem conta da floresta,
principalmente no sul do estado.
O mês de agosto e os
quatro primeiros dias de setembro registaram mais de 48 mil focos de queimadas,
mais que o dobro do mesmo período do ano passado.
Em Rondônia, a capital
Porto Velho está coberta pela fumaça das queimadas e o rio Madeira pela
primeira vez na história está abaixo de um metro.
A hidrelétrica de
Santo Antonio, uma das maiores do país, está operando com apenas 14% da
capacidade.
Fonte: g1
Como funcionam os métodos contraceptivos
sem hormônios
Seja na forma de um
dispositivo intrauterino – o famoso DIU – ou de uma pílula anticoncepcional: a
contracepção hormonal é considerada segura, mas também está associada a efeitos
colaterais. Por isso, cada vez mais mulheres estão buscando métodos
alternativos para impedir a gravidez.
Pesquisa realizada na
Alemanha em 2023 indicou que 61% das mulheres e dos homens entendem que a
contracepção hormonal "tem efeitos negativos no corpo e na psique". A
pílula foi usada com menos frequência do que a camisinha na Alemanha em 2023 –
pela primeira vez desde 2007.
Em outras regiões do
mundo os anticoncepcionais hormonais também são vistos com ceticismo, diz
Joseph Molitoris, do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações
Unidas. "Em países onde o uso de anticoncepcionais é relativamente baixo,
muitas vezes há o medo de efeitos colaterais ou de uma possível interrupção dos
processos naturais do corpo, o que faz com que as mulheres parem de usar
anticoncepcionais hormonais", afirma.
Além do preservativo
masculino, há uma grande variedade de métodos que não usam hormônios para
impedir a concepção, como o preservativo feminino.
Existem ainda os
dispositivos intrauterinos (DIU) não hormonais, como os feitos de cobre, que
são projetados para impedir a gravidez em diferentes etapas, seja na
imobilização dos espermatozoides, seja dificultando a implantação do óvulo
fecundado na parede do útero.
Também há ferramentas
para monitorar a fertilidade, que rastreiam sintomas ou que testam a presença
do hormônio luteinizante na urina, cujo pico acontece 24 horas antes da
ovulação. Outro método possível é o diafragma, que funciona como um anel
flexível inserido na vagina antes da relação sexual e que impede que o
espermatozoide chegue ao útero.
De acordo com
Molitoris, a escolha do método depende principalmente de três aspectos: se eles
estão disponíveis, se podem ser usados individualmente e se são acessíveis.
As influências
culturais e as políticas públicas, como as campanhas de planejamento familiar,
também podem ter um grande impacto sobre se e como as mulheres usam esses
métodos.
• Qual método contraceptivo é o certo?
Segundo a médica da
Clínica de Endocrinologia Ginecológica e Medicina Reprodutiva da Universidade
de Innsbruck Bettina Böttcher, métodos contraceptivos não hormonais são uma boa
alternativa. "Se o contraceptivo não hormonal for usado corretamente, ele
geralmente atinge um alto nível de satisfação entre as mulheres e também é
seguro", afirmou.
No entanto, há uma
diferença entre o método ser seguro e ser usado com segurança. Preservativos
usados corretamente, por exemplo, podem oferecer boa proteção contra a
gravidez. Um preservativo rompido, por outro lado, é muito menos seguro.
Portanto, é sempre
recomendável uma consulta com um médico para definir o método mais adequado.
Vale ressaltar, porém,
que o único método contraceptivo eficaz na prevenção de Infecções Sexualmente
Transmissíveis (IST) e contra os vírus da HIV e da hepatite B e C é a camisinha
(masculina ou feminina). Por isso, a regra de ouro para uma vida sexual segura
e autônoma é, sempre que possível, optar pela dupla proteção: uso da camisinha
e outro método anticonceptivo de sua preferência.
Estar em um
relacionamento estável com um parceiro ou parceira fixo não é garantia de
proteção contra ISTs.
Os métodos listados
abaixo não oferecem qualquer proteção contra ISTs. Idealmente, a adoção deles
deve ser precedida por uma conversa ou aconselhamento com um profissional de
saúde.
>>>> Três
métodos não hormonais e como eles funcionam
<><> 1.
Diafragma:
- O diafragma se
parece com uma camisinha grande e enrolada e consiste em uma capa de silicone
cercada por um anel flexível coberto por silicone ou látex. É um dos chamados
métodos de barreira e é inserido na vagina antes da relação sexual, colocado na
frente do colo do útero.
Ele pode permanecer
ali por até 30 horas e deve ser limpo em seguida. Como preservativo, o
diafragma impede que os espermatozoides cheguem ao óvulo. O uso é associado
também a um gel inibidor.
<><> 2.
DIU de cobre:
- O DIU de cobre, em
forma de T, é uma pequena peça plástica envolvida em um fio de cobre que é
inserida no útero. O fio libera íons que inibem o movimento dos
espermatozoides.
A inserção do DIU no
útero requer um procedimento ambulatorial. São necessários exames regulares,
mas se ele se encaixar corretamente, oferece proteção confiável e de longo
prazo contra a gravidez. Alguns modelos podem permanecer no corpo por vários
anos.
Até o momento, o DIU
de cobre é o único contraceptivo altamente eficaz, reversível e não hormonal
com uma longa duração de ação. A recomendação é que ele seja combinado com
outros métodos, como o preservativo.
No entanto, de acordo
com Böttcher, o método é menos adequado para mulheres mais jovens, devido aos
períodos menstruais, que muitas vezes são intensificados pelo uso do DIU. O
risco de uma gravidez ectópica, quando um embrião se fixa fora do útero, também
aumenta.
Além disso, para
muitas mulheres a inserção e retirada do DIU é um processo doloroso — e em
alguns casos até mesmo insuportável, possível somente mediante anestesia. O
método também não é indicado para mulheres com más-formações no útero ou no
colo do útero, nem para tratamento da TPM (tensão pré-menstrual).
<><> 3.
Método sintotérmico:
- O método
sintotérmico se enquadra na categoria de planejamento familiar natural. Ele se
baseia no fato de que os dias férteis e inférteis do ciclo da mulher podem ser
determinados com a ajuda dos sintomas corporais.
Para fazer isso, a
mulher deve medir sua temperatura corporal basal todas as manhãs. De acordo com
Böttcher, isso pode ser feito por via retal, vaginal ou oral. No dia da
ovulação ou logo depois, a temperatura corporal basal aumenta em pelo menos 0,2
°C e permanece elevada até o início da próxima menstruação. Portanto, o aumento
da temperatura indica que a ovulação ocorreu e que os dias férteis começaram.
A condição do muco
cervical também deve ser verificada diariamente. Durante a maior parte do
ciclo, um tampão de muco bloqueia a entrada do útero, impedindo a entrada dos
espermatozoides. Antes da ovulação, porém, ele se liquefaz e, portanto,
torna-se permeável.
Entretanto, a medição,
o cálculo e a avaliação correta dos sinais corporais devem ser bem feitos para
que o método seja eficaz. Os estudos sobre a medição da fertilidade ainda não
são suficientes para que seja considerado um método contraceptivo seguro.
Para Böttcher, o
método não é adequado, por exemplo, para mulheres que deram à luz recentemente
ou que estão na fase pré-menopausa.
• Não é um método contraceptivo seguro:
coito interrompido
Embora seja usado por
cerca de 53 milhões de mulheres em todo o mundo, o coito interrompido – a
retirada do pênis da vagina antes da ejaculação – não é recomendado como método
contraceptivo. Böttcher desaconselha a prática, já que não há dados suficientes
para determinar sua eficácia.
De acordo com os
números da ONU, as opções contraceptivas existentes não são satisfatórias para
17% das mulheres em todo o mundo. Outras 24% das mulheres estão insatisfeitas
com os métodos disponíveis.
Fonte: Deutsche Welle
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