segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Pará tem 9 das 15 unidades de conservação mais destruídas pelo garimpo na Amazônia

Nove das 15 Unidades de Conservação (UCs) na Amazônia mais devastadas pelo garimpo estão no Pará. É o que mostra um levantamento do Greenpeace Brasil divulgado nesta quinta-feira (5).

O estudo revela que a atividade ilegal extrapola as terras indígenas e ameaça o patrimônio natural do país, que são as UCs.

A ação garimpeira foi identificada em unidades de conservação da Amazônia nos estados do Amapá, Amazonas e no Pará.

Foram 13,4 mil hectares destruídos nas 15 UCs- é praticamente 80 vezes o tamanho do Parque Ibirapuera, em São Paulo.

Segundo a ONG Greenpeace, o alerta não é apenas para as Terras Indígenas que já são atingidas pelo garimpo, mas também as unidades de conservação.

"O enfraquecimento da fiscalização, afrouxamento de leis ambientais e aumento do preço do ouro no mercado externo fizeram com que a atividade crescesse exponencialmente, piorando um cenário que já era muito complexo no bioma”, explica Jorge Eduardo Dantas, porta-voz da frente de Povos Indígenas do Greenpeace Brasil.

Ao g1, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) alegou que houve queda de 31% das áreas abertas para garimpo na Amazônia em 2023 na comparação com 2022, segundo dados do Brasil Mais, da Polícia Federal. "De janeiro a junho de 2024, houve nova queda de 20% em relação ao primeiro semestre de 2023", pontuou. Veja a nota completa ao final desta reportagem.

Unidades de conservação em alerta

A UC mais desmatadas foi a Floresta Nacional do Amanã, na divisa entre o Amazonas e o Pará, abrangendo os municípios de Maués (AM), Itaituba (PA) e Jacareacanga (PA).

A área foi responsável por quase a metade de toda a devastação registrada na região - 6,8 mil hectares de garimpo.

“Amanã” é um termo de origem indígena que significa “água que vem do céu”. O rio, de mesmo nome, possui 156 quilômetros. Um terço disso já foi afetado pelo garimpo, segundo o Greenpeace.

Confira a lista e gráfico das UCs mais afetadas pelo garimpo:

1.       Floresta Nacional do Amanã (PA)

2.       Floresta Nacional do Urupadi (AM)

3.       Floresta Nacional do Crepori (PA)

4.       Parque Nacional do Jamanxin (PA)

5.       Floresta Nacional de Altamira (PA)

6.       Floresta Nacional do Jamari (PA)

7.       Estação Ecológica do Alto Maués (AM)

8.       Parque Nacional do Juruena (AM/MT)

9.       Floresta Nacional de Itaituba (PA)

10.     Parque Nacional do Mapinguari (AM)

11.     Parque Nacional dos Campos Amazônicos (AM)

12.     Floresta Nacional de Itaituba II (PA)

13.     Floresta Estadual do Amapá (AP)

14.     Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio (PA)

15.     Floresta Nacional do Trairão (PA)

Como o estudo foi feito

De acordo com o Greenpeace, a análise excluiu a categoria Área de Proteção Ambiental (APA), considerando garimpo ilegal toda extração mineral dentro de Unidades de Proteção Integral e de Uso Sustentável, que não possuísse autorização no plano de manejo.

A análise foi realizada utilizando imagens de satélite , além de alertas do Papa Alpha, uma ferramenta própria do Greenpeace, que utiliza sensores.

Foram também realizados sobrevoos em dois parques nacionais para registrar as atividades ilegais.

<><> O que são UCs

As Unidades de Conservação são áreas protegidas, estabelecidas pelo Poder Público, com objetivo de proteger a biodiversidade, recursos naturais e ecossistemas brasileiros.

As UCs, como são chamadas, têm papel na mitigação dos impactos causados pela crise climática e na educação ambiental.

Junto às Terras Indígenas e Territórios Quilombolas, as UCs são ferramentas de conservação da natureza, de manutenção da vida de povos e comunidades tradicionais e enfrentamento da emergência climática.

<><> O que diz o Ministério de Meio Ambiente

Segundo o MMA, houve queda de 31% das áreas abertas para garimpo na Amazônia em 2023 na comparação com 2022, segundo dados do Brasil Mais, da Polícia Federal. "De janeiro a junho de 2024, houve nova queda de 20% em relação ao primeiro semestre de 2023", pontuou.

O Ministério informou ainda que os dados coincidem com a queda de 45,7% da área sob alertas de desmatamento na Amazônia de agosto de 2023 a julho de 2024, a maior queda proporcional já registrada para o período, segundo dados do sistema Deter-B, do Inpe.

"Outras medidas incluem a implementação da nota fiscal do ouro como ativo financeiro para combater o garimpo e o aumento da articulação entre MMA e MJSP. Equipes técnicas do MMA auxiliam em processos investigativos, com levantamento de dados e ações de inteligência relacionados ao garimpo ilegal.

MMA e Ibama participam também do Projeto Rede de Monitoramento Ambiental, que começou na TI Yanomami e no Alto Amazonas, e avalia a presença de substâncias químicas, incluindo mercúrio, nos rios da Bacia Amazônica.

O combate ao garimpo está incluído no Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), lançado em 5 de junho de 2023. Linhas de ação incluem ampliação das atividades de inteligência para identificar mecanismos de financiamento e maior controle sobre a cadeia produtiva, com integração de ações de investigação criminal e ações de fiscalização minerária, fiscal, financeira e ambiental", completou.

 

¨      Fogo e seca histórica colocam todo o Amazonas em estado de emergência

 Neste 5 de setembro, Dia da Amazônia, o Jornal Nacional trouxe relatos e imagens extremamente preocupantes. O fogo e a seca histórica puseram todos os municípios do Amazonas em situação de emergência.

Imagens como essa são cada vez mais comuns no Amazonas. Bancos de areia tomam o espaço das águas nos rios que cortam o estado. Comunidades ribeirinhas estão isoladas com problemas de abastecimento de produtos e de água potável.

Uma escola municipal fica a 40 quilômetros de Manaus. Os igarapés que dão acesso ao rio Amazonas secaram e muitos alunos não conseguem mais chegar porque as embarcações são os únicos meios de transporte.

"Esse ano está um agravante maior da seca e provavelmente a lancha não vai sair semana que vem, ela não saindo a gente não tem como atender os alunos", afirma Rosimar Barros Figueiredo, diretora da escola.

O Marcos leva o filho de sete anos para a escola. É lá que ele consegue água potável para a família. Eles andam a pé por cerca de uma hora até chegar à beira do rio para pegar a lancha escolar.

"Quando fecha seca aqui e seca tudo e não temos condições de vir para a aula, trazer nossos filhos para o colégio, fica difícil", relata Marcos Mendes Pinto, agricultor.

Por causa da seca severa, a Marinha está mapeando os rios do estado.

"Nosso objetivo, o produto final, é uma carta náutica, que é uma espécie de mapa com várias informações e o principal objetivo, é garantir um caminho seguro a navegar."

Nos trechos mais críticos, foi preciso de ir de lancha porque o navio não conseguia mais passar.

Para fazer a medição do nível do rio, uma lancha conta com um equipamento chamado ecobatímetro e nesta quarta, em um ponto que fica próximo da foz do rio Madeira, o nível do rio Amazonas está com pouco mais de seis metros de profundidade, cerca de quatro metros a menos em relação ao nível de anos anteriores.

Os dois principais portos de cargas do estado montaram unidades fluviais na região metropolitana de Manaus para receber os navios cargueiros — e evitar o colapso de abastecimento que parou parte das indústrias da Zona Franca no ano passado.

Segundo a Defesa Civil do estado, todos os 62 municípios estão em situação de emergência e 330 mil pessoas sofrem as consequências da seca. No Alto Solimões, que é uma das regiões mais atingidas, o rio Solimões apresenta o menor índice da série histórica.

No sul do Amazonas, o rio Madeira está apenas 53 centímetros a mais da mínima histórica registada em outubro. Em Manaus, o rio Negro desceu um metro nos quatro primeiros dias de setembro.

Segundo o governo do Amazonas, a estiagem começou em junho, dois meses antes do previsto. Isso serviu para que as queimadas criminosas tomassem conta da floresta, principalmente no sul do estado.

O mês de agosto e os quatro primeiros dias de setembro registaram mais de 48 mil focos de queimadas, mais que o dobro do mesmo período do ano passado.

Em Rondônia, a capital Porto Velho está coberta pela fumaça das queimadas e o rio Madeira pela primeira vez na história está abaixo de um metro.

A hidrelétrica de Santo Antonio, uma das maiores do país, está operando com apenas 14% da capacidade.

 

Fonte: g1

 

 

Como funcionam os métodos contraceptivos sem hormônios

Seja na forma de um dispositivo intrauterino – o famoso DIU – ou de uma pílula anticoncepcional: a contracepção hormonal é considerada segura, mas também está associada a efeitos colaterais. Por isso, cada vez mais mulheres estão buscando métodos alternativos para impedir a gravidez.

Pesquisa realizada na Alemanha em 2023 indicou que 61% das mulheres e dos homens entendem que a contracepção hormonal "tem efeitos negativos no corpo e na psique". A pílula foi usada com menos frequência do que a camisinha na Alemanha em 2023 – pela primeira vez desde 2007.

Em outras regiões do mundo os anticoncepcionais hormonais também são vistos com ceticismo, diz Joseph Molitoris, do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas. "Em países onde o uso de anticoncepcionais é relativamente baixo, muitas vezes há o medo de efeitos colaterais ou de uma possível interrupção dos processos naturais do corpo, o que faz com que as mulheres parem de usar anticoncepcionais hormonais", afirma.

Além do preservativo masculino, há uma grande variedade de métodos que não usam hormônios para impedir a concepção, como o preservativo feminino.

Existem ainda os dispositivos intrauterinos (DIU) não hormonais, como os feitos de cobre, que são projetados para impedir a gravidez em diferentes etapas, seja na imobilização dos espermatozoides, seja dificultando a implantação do óvulo fecundado na parede do útero.

Também há ferramentas para monitorar a fertilidade, que rastreiam sintomas ou que testam a presença do hormônio luteinizante na urina, cujo pico acontece 24 horas antes da ovulação. Outro método possível é o diafragma, que funciona como um anel flexível inserido na vagina antes da relação sexual e que impede que o espermatozoide chegue ao útero.

De acordo com Molitoris, a escolha do método depende principalmente de três aspectos: se eles estão disponíveis, se podem ser usados individualmente e se são acessíveis.

As influências culturais e as políticas públicas, como as campanhas de planejamento familiar, também podem ter um grande impacto sobre se e como as mulheres usam esses métodos.

•        Qual método contraceptivo é o certo?

Segundo a médica da Clínica de Endocrinologia Ginecológica e Medicina Reprodutiva da Universidade de Innsbruck Bettina Böttcher, métodos contraceptivos não hormonais são uma boa alternativa. "Se o contraceptivo não hormonal for usado corretamente, ele geralmente atinge um alto nível de satisfação entre as mulheres e também é seguro", afirmou.

No entanto, há uma diferença entre o método ser seguro e ser usado com segurança. Preservativos usados corretamente, por exemplo, podem oferecer boa proteção contra a gravidez. Um preservativo rompido, por outro lado, é muito menos seguro.

Portanto, é sempre recomendável uma consulta com um médico para definir o método mais adequado.

Vale ressaltar, porém, que o único método contraceptivo eficaz na prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e contra os vírus da HIV e da hepatite B e C é a camisinha (masculina ou feminina). Por isso, a regra de ouro para uma vida sexual segura e autônoma é, sempre que possível, optar pela dupla proteção: uso da camisinha e outro método anticonceptivo de sua preferência.

Estar em um relacionamento estável com um parceiro ou parceira fixo não é garantia de proteção contra ISTs.

Os métodos listados abaixo não oferecem qualquer proteção contra ISTs. Idealmente, a adoção deles deve ser precedida por uma conversa ou aconselhamento com um profissional de saúde.

>>>> Três métodos não hormonais e como eles funcionam

<><> 1. Diafragma:

- O diafragma se parece com uma camisinha grande e enrolada e consiste em uma capa de silicone cercada por um anel flexível coberto por silicone ou látex. É um dos chamados métodos de barreira e é inserido na vagina antes da relação sexual, colocado na frente do colo do útero.

Ele pode permanecer ali por até 30 horas e deve ser limpo em seguida. Como preservativo, o diafragma impede que os espermatozoides cheguem ao óvulo. O uso é associado também a um gel inibidor.

<><> 2. DIU de cobre:

- O DIU de cobre, em forma de T, é uma pequena peça plástica envolvida em um fio de cobre que é inserida no útero. O fio libera íons que inibem o movimento dos espermatozoides.

A inserção do DIU no útero requer um procedimento ambulatorial. São necessários exames regulares, mas se ele se encaixar corretamente, oferece proteção confiável e de longo prazo contra a gravidez. Alguns modelos podem permanecer no corpo por vários anos.

Até o momento, o DIU de cobre é o único contraceptivo altamente eficaz, reversível e não hormonal com uma longa duração de ação. A recomendação é que ele seja combinado com outros métodos, como o preservativo.

No entanto, de acordo com Böttcher, o método é menos adequado para mulheres mais jovens, devido aos períodos menstruais, que muitas vezes são intensificados pelo uso do DIU. O risco de uma gravidez ectópica, quando um embrião se fixa fora do útero, também aumenta.

Além disso, para muitas mulheres a inserção e retirada do DIU é um processo doloroso — e em alguns casos até mesmo insuportável, possível somente mediante anestesia. O método também não é indicado para mulheres com más-formações no útero ou no colo do útero, nem para tratamento da TPM (tensão pré-menstrual).

<><> 3. Método sintotérmico:

- O método sintotérmico se enquadra na categoria de planejamento familiar natural. Ele se baseia no fato de que os dias férteis e inférteis do ciclo da mulher podem ser determinados com a ajuda dos sintomas corporais.

Para fazer isso, a mulher deve medir sua temperatura corporal basal todas as manhãs. De acordo com Böttcher, isso pode ser feito por via retal, vaginal ou oral. No dia da ovulação ou logo depois, a temperatura corporal basal aumenta em pelo menos 0,2 °C e permanece elevada até o início da próxima menstruação. Portanto, o aumento da temperatura indica que a ovulação ocorreu e que os dias férteis começaram.

A condição do muco cervical também deve ser verificada diariamente. Durante a maior parte do ciclo, um tampão de muco bloqueia a entrada do útero, impedindo a entrada dos espermatozoides. Antes da ovulação, porém, ele se liquefaz e, portanto, torna-se permeável.

Entretanto, a medição, o cálculo e a avaliação correta dos sinais corporais devem ser bem feitos para que o método seja eficaz. Os estudos sobre a medição da fertilidade ainda não são suficientes para que seja considerado um método contraceptivo seguro.

Para Böttcher, o método não é adequado, por exemplo, para mulheres que deram à luz recentemente ou que estão na fase pré-menopausa.

•        Não é um método contraceptivo seguro: coito interrompido

Embora seja usado por cerca de 53 milhões de mulheres em todo o mundo, o coito interrompido – a retirada do pênis da vagina antes da ejaculação – não é recomendado como método contraceptivo. Böttcher desaconselha a prática, já que não há dados suficientes para determinar sua eficácia.

De acordo com os números da ONU, as opções contraceptivas existentes não são satisfatórias para 17% das mulheres em todo o mundo. Outras 24% das mulheres estão insatisfeitas com os métodos disponíveis.

 

Fonte: Deutsche Welle

 

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