Pablo Marçal nomeou como representante
legal empresário acusado de integrar quadrilha de megatraficante de cocaína
O candidato a prefeito
de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) está envolvido em mais uma polêmica, desta vez
por ter nomeado um empresário acusado de integrar uma organização criminosa
liderada por um megatraficante para representá-lo junto a órgãos do governo
federal. Florindo Miranda Ciorlin, empresário e piloto, foi designado por
Marçal para atuar como procurador em processos relacionados à sua empresa de
aviação, relata Tácio Lorran, do Metrópoles. Ciorlin é acusado pelo Ministério
Público Federal (MPF) de colaborar com traficantes na aquisição e ocultação de
aeronaves usadas para o transporte de drogas.
Marçal assinou a
procuração que deu poderes a Florindo em outubro de 2021, quando o empresário
já havia sido preso pela Polícia Federal (PF) e denunciado pelo MPF por sua
participação na organização criminosa. Uma pesquisa simples na internet
revelaria o histórico criminal do piloto, que já era réu na Justiça Federal de
Mato Grosso.
Embora Marçal não seja
citado nas investigações da PF, a assinatura da procuração demonstra uma
ligação direta do candidato com o empresário.
Além de Marçal, Marcos
Paulo de Oliveira, sócio do candidato na Aviation Participações LTDA, também
assinou o documento. A procuração nomeia a empresa Preflight Serviços
Aeronáuticos LTDA, de propriedade de Florindo e seu irmão, Ewerton Miranda
Ciorlin, para representar a Aviation Participações junto à Agência Nacional de
Aviação Civil (Anac) e à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A procuração concede a
Florindo poderes amplos, permitindo-lhe realizar todas as ações necessárias
para a obtenção de documentos referentes à aeronave de prefixo PR-FAC, um
jatinho de propriedade de Marçal avaliado em R$ 9,13 milhões. O avião foi usado
pelo candidato durante sua campanha presidencial de 2022, quando tentou
concorrer à Presidência da República antes de ter sua candidatura retirada.
• Operação Grão Branco
Florindo e seu irmão
foram alvos da Operação Grão Branco, deflagrada pela PF em abril de 2021, que
desmantelou uma quadrilha de tráfico de drogas liderada por Ary Flávio Swenson
Hernandes. Florindo é acusado de atuar na compra e regularização de aeronaves
para o transporte de cocaína. Segundo a PF, ele usava documentos falsos e
“laranjas” para ocultar os verdadeiros proprietários dos aviões.
O relatório da PF
revela que Florindo tinha plena consciência de que as aeronaves que ajudava a
adquirir eram usadas para o tráfico de drogas. Ele também manifestou interesse
em conhecer pessoalmente o líder da organização criminosa. Apesar das graves acusações,
Florindo e sua empresa continuam em operação.
• O que diz a defesa
Os advogados de
Florindo afirmam que o empresário estava apenas cumprindo sua função
profissional e que as acusações do MPF se baseiam em “achismos e convicções”
infundadas. A defesa alega que todas as transações foram feitas de acordo com
padrões legais e que as interceptações telefônicas usadas pela PF foram
irregulares.
Pablo Marçal e sua
equipe não se manifestaram sobre as acusações de vínculo com o empresário.
<><> Lula
interpela judicialmente Pablo Marçal por ataques em sabatina
O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva entrou com uma interpelação judicial contra o ex-coach e
empresário de extrema direita Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de
São Paulo, devido às acusações e ataques feitos contra ele durante uma sabatina
na Globonews, realizada na segunda-feira (26)
Segundo a coluna da
jornalista Bela Megale, de O Globo, a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou
o pedido à Justiça Federal de São Paulo, onde argumenta que as declarações de
Marçal podem ser caracterizadas como difamação e crimes contra a honra de Lula.
“No decorrer de suas
respostas, o interpelado passou a se referir proposital e repetidamente ao
interpelante (Lula), embora as perguntas não lhe dissessem respeito”, afirmou a
AGU no documento.
Entre as declarações
destacadas, Marçal afirmou que Lula “desviou mais de um trilhão com a quadrilha
que ele tinha”. Em outro momento, ele questionou a "descondenação" do
presidente, insinuando irregularidades no processo.
“Diante dessas
afirmações, é necessário que o interpelado esclareça o seu teor, pois a
entrevista não estava relacionada ao interpelante, foram mencionadas elevadas
quantias e as imputações de fatos criminosos não foram integralmente
explicadas”, destaca a AGU em outro trecho do documento.
• Marçal é multado em R$ 30 mil por
associar Boulos ao uso de cocaína
O Tribunal Regional
Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) condenou o candidato à Prefeitura de São Paulo
Pablo Marçal (PRTB) a pagar uma multa de R$ 30 mil para o também candidato
Guilherme Boulos (PSol) por associar o nome do psolista ao uso de drogas.
A decisão acolhe uma
representação feita por Boulos contra o influencer, que vinculou seu nome às
drogas em uma postagem nas redes sociais usando um trecho de uma entrevista
dada pelo próprio Marçal ao canal de televisão CNN Brasil no dia 24/8.
O juiz da 2ª Zona
Eleitoral, Rodrigo Marzola Colombini, afirmou em sua decisão que o influencer
usou uma conduta que configura “uma estratégia deliberada e já tida como
abusiva e ilegal pela Justiça Eleitoral em diversos expedientes”.
Sobre a associação de
Boulos ao uso de drogas, nas últimas semanas, o TRE-SP já havia determinado a
retirada de vídeos com esse conteúdo nas redes do empresário, além de ter
concedido direito de resposta ao candidato do PSol nas mídias sociais do
adversário do PRTB.
• Pablo Marçal banca ser “um idiota” para
atrair eleitores… idiotas. Por Mário Sabino
Em entrevista a um
podcast, Pablo Marçal disse: “No processo eleitoral, me perdoe, você tem que
ser um idiota. Infelizmente, a nossa mentalidade gosta disso. E, por ser um
povo que gosta disso, eu preciso produzir isso. Preciso ter um comportamento
que chame a atenção. Não é uma parada que eu me divirto”.
Ou seja, depreende-se
que o candidato do PRTB a prefeito de São Paulo acha os seus eleitores idiotas.
Pablo Marçal se faz de idiota para agradar a idiotas que, como são idiotas,
gostam obviamente de idiotices.
Imagino que se possa
colocar na conta das idiotices de Pablo Marçal pensadas para conquistar idiotas
ele ter impingido ao adversário Guilherme Boulos, candidato do Psol, a pecha de
cocainômano.
Descobriu-se, no
entanto, que essa idiotice foi construída a partir de outra idiotice
aparentemente involuntária, uma idiotice raiz: Pablo Marçal tomou pelo
Guilherme Boulos candidato a prefeito o homônimo Guilherme Boulos candidato a
vereador, que tem na sua ficha criminal porte de droga — e a droga não era
cocaína, mas maconha.
De fato, votar em
Pablo Marçal como forma de protesto contra o sistema é um upgrade na escala dos
otários. Ou dos idiotas, como preferir.
• Marçal: afago de Carlos e morde e
assopra de Bolsonaro irritam Ricardo Nunes e PL
Os afagos de Carlos
Bolsonaro (PL-RJ) após ter sido chamado de "retardado mental" e o
morde e assopra de Jair Bolsonaro (PL) no ex-coach Pablo Marçal (PRTB) causou
irritação em Ricardo Nunes (MDB) e no comando do PL, ligado ao presidente da
sigla, Valdemar da Costa Neto.
Costa Neto foi o
fiador do apoio de Bolsonaro à candidatura de Nunes à reeleição em São Paulo.
No entanto, a entrada de Marçal na disputa rachou o eleitorado bolsonarista,
que ficou ainda mais perdido com a posição oscilante do ex-presidente.
Bolsonaro só aceitou
entrar na negociata sobre Nunes após poder indicar o vice: o coronel Ricardo
Mello Araújo, ex-presidente do Ceagesp.
Mas, Marçal arrebanhou
a ala mais radical do dos apoiadores e colocou Bolsonaro em xeque, ficando em
um morde e assopra com o ex-coach.
O ex-presidente chegou
a conceder a medalha de imbrochável e posou ao lado do ex-coach. Cobrado a se
posicionar a favor de Nunes após o estrago no debate na Band, Bolsonaro foi pra
cima do ex-coach, que rebateu em conjunto com os extremistas fazendo o capitão
recuar.
Bolsonaro ainda mandou
o filho Carlos reatar com o coach mesmo sendo chamado por "retardado
mental".
Depois dos dois fatos,
Nunes comemorou nesta quinta-feira (29) um telefonema de Bolsonaro. Mas, o
ex-presidente logo se retratou dizendo que ligou para Mello Araújo e que o
prefeito paulista estava apenas ao lado.
"Para
reestabelecer a verdade: fiz uma videochamada para o Mello Araújo, e o prefeito
estava do lado. Isso que aconteceu. Eu dei um bom dia para todo mundo e tudo
certo. Vida segue, ok?", explicou a Igor Gadelha, do Metrópoles.
A exposição foi a gota
d'água e concretizou a nova crise instalada na campanha do atual prefeito, que
não consegue estancar a fuga de eleitores rumo ao ex-coach.
<><> Erro
estratégico
Na cúpula do PL a
avaliação é que Bolsonaro erra duplamente ao apoiar Marçal que, segundo as
pesquisas, é derrotado por Guilherme Boulos (PSOL) na simulação de segundo
turno - enquanto Nunes venceria o candidato de Lula.
Além da possível
derrota eleitoral na maior cidade do país, tida como essencial para 2026,
Bolsonaro estaria alimentando um adversário dentro da próprio ultradireita, que
pode engoli-lo em 2026.
Os questionamentos
também atingem pessoas muito próximas ao ex-presidente, como o filho Flávio
Bolsonaro (PL-RJ), que tem se mantido distante da eleição paulistana.
A avaliação de aliados
próximos é que Marçal colocou Bolsonaro - e o bolsonarismo em xeque - ao
disputar o eleitorado radical da ultradireita e arregimentar, mesmo à mercê do
capitão, tropas que até então eram consideradas fiéis ao ex-presidente.
O PL já teria
sinalizado Bolsonaro que a posição dúbia tem causado uma debandada na campanha
de Nunes de aliados do ex-presidente.
O perigo, segundo
esses aliados, é que uma parcela desses aliados de primeiro e segundo escalão
sejam fidelizados por Marçal, com a abertura de uma dissidência na ultradireita
neofascista.
A desconfiança paira
ainda em relação a 2026. Embora Marçal tenha se comprometido a não se lançar
candidato à Presidência e ao Senado, para não atrapalhar os planos de Bolsonaro
e do filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), há dúvidas sobre a confiabilidade no coach.
Além disso, Marçal
pode se lançar candidato ao governo paulista, atrapalhando também os planos de
Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), que pretende buscar a reeleição.
• "Ricardos" partem para cima de
Marçal pelo voto bolsonarista: "Estelionatário com ideias lunáticas"
Ricardo Nunes (MDB),
prefeito da capital paulista e candidato à reeleição, e Ricardo Mello Araújo
(PL), ex-coronel da PM (Polícia Militar) e vice-prefeito na chapa do
emedebista, partiram ao ataque nesta quinta-feira (29) contra o ex-coach Pablo
Marçal (PRTB). A dupla bolsonarista fez campanha em Guaianases e Lageado,
bairros da zona leste da capital, e subiu o tom das críticas ao classificar o
influenciador digital de "estelionato com ideias lunáticas".
Nunes fez questão de
reforçar o apoio irrestrito prometido pelo seu padrinho político, o
ex-presidente Jair Bolsonaro. "Sabe do que eu tenho certeza absoluta? Que
o presidente Bolsonaro jamais vai apoiar alguém que foi condenado e preso por
fraudar e tomar dinheiro de aposentados", disse o prefeito ao comentar a
possibilidade do líder da extrema direita abandoná-lo pelo caminho para apoiar
Marçal.
Bolsonaro tem tido
participação tímida e ambígua na campanha dos Ricardos em São Paulo. Há cerca
de dez dias, o ex-presidente disse a uma rádio do Espírito Santo que o prefeito
não seria “o seu candidato dos sonhos”. O cacique do PL emendou o comentário elogiando
a inteligência de Marçal. Bolsonaro chegou a publicar, dias depois, um vídeo em
suas redes sociais garantindo apoio a Nunes "até onde fosse
possível".
O coronel Mello Araújo
fez questão de acompanhar o companheiro de chapa e elevou ainda mais o tom para
criticar Marçal. Foi a primeira vez que o bolsonarista ex-comandante da Rota se
dirigiu à imprensa desde o início da campanha em 16 de agosto.
"Isso aí lá no
Código Penal está tipificado. É estelionato você utilizar de meios pra enganar
e ludibriar uma pessoa", explicou o ex-PM, cujo nome foi uma imposição de
Bolsonaro para que o PL embarcasse na coligação de apoio a Nunes.
Para o emedebista,
Marçal está "envolvido até o nariz e com pessoas do seu partido ligadas ao
PCC [Primeiro Comando da Capital]" e que "existe uma quadrilha em
torno do candidato" do PRTB. "A gente está tendo um personagem craque
em estelionato que faz promessas mirabolantes e lunáticas", acrescentou
Ricardo, o prefeito da capital.
Na última quarta (28),
Bolsonaro convocou militantes de extrema direita para um “ato patriótico” no
feriado de 7 de Setembro, na avenida Paulista, em São Paulo. O ex-presidente
estendeu o chamamento a candidatos a prefeituras, alegando que a manifestação
seria suprapartidária. O convite deixou aberta a possibilidade de Nunes e
Marçal comparecerem ao evento bolsonarista.
Mesmo assim, o
candidato a vice-prefeito reforçou os ataques ao ex-coach. "O cara
conduziu 60 pessoas para uma caminhada lá no pico dos Marins. Teve que chamar o
resgate. Que chefe de excursão que leva pessoas para o perigo e expõe ao risco
e depois chama os Bombeiros para resgatar?", disse Ricardo, o ex-PM, ao se
referir a uma expedição liderada por Marçal à Serra da Mantiqueira, no interior
paulista, que quase acabou em tragédia, em janeiro de 2022.
Fonte: Brasil
247/Metrópoles/Fórum
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