Ovovegetarianismo:
que dieta é essa?
O
ovovegetarianismo é um tipo de vegetarianismo e um estilo de vida. Como o
próprio nome diz, ovovegetarianos são pessoas que seguem uma dieta vegetariana,
com o consumo de alimentos de origem vegetal, e também consomem ovos e seus
derivados, como, por exemplo, a maionese, e excluem outros alimentos de origem
animal. Nas últimas décadas, as várias vertentes do vegetarianismo têm
conquistado cada vez mais adeptos, graças aos benefícios que proporcionam para
a saúde e para o meio ambiente.
A
motivação ética para escolher esse tipo de vegetarianismo é baseada no fato de
que a indústria de laticínios recorre à extrema crueldade para se sustentar.
Animais criados para fornecer leite são frequentemente submetidos a tratamentos
cruéis e mantidos em espaços muito restritos e pouco higiênicos, o que acaba
causando doenças e mortes em condições extremamente dolorosas.
Além
disso, as fêmeas são forçadas a engravidar diversas e repetidas vezes, e os
bezerros que nascem dessas gestações não têm acesso ao leite materno. De fato,
cerca de 60 mil bezerros machos são mortos em fazendas todos os anos
Essa
dieta vegetariana é diferente, portanto, do ovolactovegetarianismo, pois neste
tipo de dieta vegetariana não existe o consumo de alimentos de origem animal,
exceto ovos, leite e laticínios. Porém, ambas não consomem nenhum tipo de
carne.
Ovovegetarianos
procuram manter critérios específicos para os produtos que compram, uma vez que
a indústria de ovos também não está isenta de crueldade – pintinhos machos, por
exemplo, são mortos assim que nascem por não contribuir pela produção do alimento.
A
escolha mais ética são os ovos não fertilizados e obtidos de galinhas livres,
que não criadas em gaiolas, têm alimentação mais adequada e maior qualidade de
vida. Intolerância à lactose e quantidades prejudiciais de gordura em produtos
lácteos são algumas das razões que têm atraído cada vez mais pessoas para o
ovovegetarianismo.
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Vantagens do ovovegetarianismo
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Ovovegetarianismo é acessível
Em
comparação com os dois extremos do espectro da dieta – uma dieta não
vegetariana e uma dieta vegana –, a alimentação ovovegetariana pode ser
bastante econômica e saudável.
Normalmente,
dietas não vegetarianas se tornam caras quando opções saudáveis e higiênicas de
carne são consideradas. Ovos, ao contrário, costumam unir qualidade e baixo
valor, mesmo quando a opção é por produtos orgânicos e de galinhas criadas
livres, que são um pouco menos acessíveis do que os comuns.
Uma
alimentação vegana também pode não ser tão acessível para qualquer bolso, uma
vez que uma refeição balanceada e nutritiva requer, em alguns casos,
alternativas difíceis de serem encontradas, o que faz os preços subirem.
Entretanto,
é importante ressaltar que opções veganas têm sido cada vez mais procuradas
pelo público consumidor, o que tende a elevar a oferta desses produtos e,
consequentemente, reduzir os preços. Além disso, é possível manter uma dieta
vegana de baixo valor monetário e alto valor nutricional consumindo alguns suplementos,
consultando profissionais da área de nutrição e fazendo as escolhas certas.
Os
ovos, por sua vez, fornecem proteínas em abundância, estão disponíveis em
qualquer mercado ou feira e ainda são acessíveis. Além disso, são fontes de
sais minerais, ômega-3 e vitaminas A, D, E e B12, que são benéficas para olhos,
pele, ossos e memória. A vitamina B-12 e o ômega-3 podem ser suplementados, mas
só são encontrados naturalmente em produtos de origem animal. Por isso, os ovos
são uma excelente alternativa para aqueles que desejam eliminar a carne da
dieta, mantendo os benefícios dos nutrientes alimentícios.
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Eco-friendly
A
indústria da carne acarreta um enorme impacto ambiental. A criação de gado
passa longe de ser sustentável, porque envolve emissões de gases do
efeito-estufa comparáveis às emissões de grandes automóveis.
Além
disso, essa indústria depende de pastagens de larga extensão para a criação de
gado, sendo responsável pelo desmatamento de enormes áreas de florestas.
Especialistas afirmam que o futuro do planeta depende da diminuição do consumo
de carne, em um esforço que deve atingir todos os países.
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Benéfico para a saúde
As
dietas vegetarianas são geralmente muito mais saudáveis do que as dietas não
vegetarianas. Elas garantem maior ingestão de alimentos ricos em fibras e
evitam todos os riscos à saúde associados à carne, incluindo diminuir o risco
de doenças cardiovasculares.
As
fibras ajudam a manter um índice de massa corporal baixo, porque melhoram o
metabolismo, saciam e reduzem a fome excessiva. Além disso, também auxiliam no
equilíbrio da flora intestinal, que é responsável pela saúde de todo o
organismo.
As
dietas vegetarianas ainda podem ser aliadas de pessoas que querem emagrecer com
saúde, já que a maioria dos alimentos vegetarianos contém poucas calorias. Como
eliminam laticínios e produtos lácteos da rotina, ovovegetarianos também correm
menores riscos de contrair várias doenças causadas pela alta ingestão de açúcar
e gordura insaturada em produtos alimentícios.
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Riscos do ovovegetarianismo
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Ingestão inadequada de proteína
Vários
tipos de carne constituem a principal fonte de proteína em dietas não
vegetarianas. Em uma dieta vegetariana, a ingestão de proteínas pode cair
abaixo da quantidade necessária se não for cuidadosamente suplementada com
opções à base de plantas.
Legumes
e nozes são boas fontes de proteína para vegetarianos. Ovovegetarianos têm uma
opção adicional de ovos e derivados. A clara do ovo é uma excelente fonte de
proteína.
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Deficiência de nutrientes
Pessoas
que seguem uma dieta vegetariana estrita podem sofrer com a deficiência de
certas vitaminas e minerais. Alguns nutrientes como vitamina B12, vitamina D,
ácidos graxos ômega-3 e minerais como cálcio, ferro e zinco são os mais
comumente negligenciados entre os vegetarianos.
Essas
deficiências são potencialmente perigosas. No entanto, existem várias opções
baseadas em plantas para compensar a ausência desses nutrientes. Alimentos
fortificados muitas vezes têm vitaminas e minerais adicionados artificialmente
em produtos alimentícios, como leite de base vegetal e cereais matinais.
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Alimentos processados
A
escolha de uma dieta vegetariana não implica manter uma dieta saudável.
Fast-foods vegetarianos e processados são cada vez mais comuns no Brasil — e
são tão prejudiciais quanto qualquer outra dieta.
Se
você escolher o ovo-vegetarianismo por seus benefícios à saúde, deve incluir
alimentos integrais e vegetais verdes em suas refeições. Lembre-se de evitar o
consumo de alimentos ultraprocessados sempre que puder. As alternativas à carne
processada podem ser tentadoras, mas oferecem tantos prejuízos à saúde quanto
produtos à base de carne.
• Entoveganismo:
a substituição da carne por insetos
Entoveganismo
é um termo cunhado por Josh Galt em 2017. Ele é um tipo de alimentação que
combina partes do veganismo, como a exclusão de alguns produtos de origem
animal, incluindo tipos de carne, ovos e leite, enquanto substitui-os pela
proteína derivada de insetos e seus subprodutos.
Galt
criou o movimento enquanto morava no Sudeste Asiático, especificamente em
Camboja, onde a alimentação humana comumente inclui insetos, como grilos e
bichos-da-seda. Embora no começo sentia-se relutante em incluir as criaturas em
sua alimentação, Galt pesquisou a fundo sobre os possíveis benefícios dos
insetos e começou a sua jornada.
Em
meados de 2020, Galt mudou a sua dieta — ainda acreditando nos benefícios de
uma alimentação que inclui insetos, mas enquanto segue uma dieta onívora
padrão. No entanto, com a crescente informação sobre o entoveganismo, muitos
ainda adotam o estilo de vida.
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O que se consome no entoveganismo?
Segundo
o site de Galt, Entovegan, a alimentação de um entovegano é baseada nas plantas
e insetos mais nutritivos e segue o seguinte pedrão:
• Exclusão
de todas as carnes, peixes, aves, laticínios e ovos;
• Inclusão
da entomofagia — o ato de comer insetos e seus subprodutos que são criados e
colhidos de forma ética e sustentável;
• Inclusão
de animais do clado Tetraconata (insetos e também crustáceos, incluindo camarão
e óleo de krill);
• Consumo
de frutas, vegetais, nozes e grãos, concentrando-se naqueles com maior valor
nutricional;
• Exclusão
de alimentos processados, açúcar refinado e todos os sabores/cores/conservantes
artificiais;
Além
disso, ela incentiva a suplementação à base de plantas conforme necessário em
relação a certas vitaminas e minerais, assim como a exposição de 15 a 20
minutos de luz solar direta a fim de facilitar a produção natural de vitamina
D.
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Quais insetos são consumidos no entoveganismo?
Globalmente,
mais de 1.900 espécies de insetos são consideradas comestíveis, com os besouros sendo os mais comuns,
seguidos por lagartas, abelhas, vespas, formigas, gafanhotos e grilos.
Tipicamente, fora do entoveganismo, os animais podem ser consumidos de qualquer
forma, sejam fritos ou acrescentados em pratos comuns.
Porém,
também podem ser processados em proteínas em pó, agindo como um substituto do
Whey Protein.
Alguns
dos insetos que podem ser consumidos no entoveganismo incluem:
• Grilos:
podem ser uma boa fonte de ferro, proteína e vitamina B12;
• Gafanhotos:
ricos em proteínas;
• Cupins:
ricos em proteínas, ácidos graxos e outros micronutrientes, e também possuem
ferro e cálcio;
• Formigas:
dependendo da espécie, podem ser ricas em proteínas, fibras, vitaminas e
minerais;
• Abelhas:
as larvas de abelha possuem aminoácidos, vitaminas B e outros nutrientes;
• Besouros:
os besouros contêm um alto teor de ferro;
• Larva-da-farinha:
contém muitos ácidos graxos, como o ômega-3, proteínas, vitaminas e minerais
como cobre, sódio, potássio, ferro, zinco e selênio.
Por
que as pessoas comem insetos?
Embora
seja uma das características do entoveganismo, a entomofagia é uma prática
comum para parte da população da América Latina, Ásia e África, onde os insetos
são consumidos apenas por seu sabor. Por exemplo, as lagartas mopane são
consideradas uma iguaria no sul da África, enquanto os ovos de formigas tecelãs
são manjares em partes do Sudeste Asiático.
De
fato, segundo a FAO, da Organização das Nações Unidas, 2 mil milhões de pessoas
em todo o mundo já comem insetos para complementar a sua dieta. E o ato, em si,
pode ser uma das resoluções de um dos maiores problemas da humanidade — a fome.
O
consumo de certos tipos de insetos pode ajudar a resolver as questões prementes
da segurança alimentar, prevendo-se que a população mundial cresça para 9,8 mil
milhões até 2050, afirma a ONU. Esses animais, assim como os outros comumente
incorporados na alimentação de milhares de pessoas, podem fornecer nutrição,
com alto teor de proteínas, gorduras e minerais.
Um
estudo de janeiro de 2021 na Critical Reviews in Food Science Nutrition afirma
que os insetos comestíveis podem ter “benefícios superiores para a saúde”
devido aos altos níveis de:
• Vitamina
B12;
• Ferro;
• Zinco;
• Fibra;
• Aminoácidos
essenciais;
• Ácidos
graxos ômega-3 e ômega-6;
• Antioxidantes.
Além
disso, são ricos em proteínas. Os insetos convertem seus alimentos em proteínas
em um curto espaço de tempo. O teor de proteína dos insetos em relação à
matéria seca é de 35% a 60%.
No
caso dos grilos, por exemplo, a proporção chega a ser de 77%. Os animais são
quase livres de carboidratos, têm teor extremamente baixo de gordura e
colesterol e, ainda, são ricos em vitaminas, minerais e oligoelementos.
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O entoveganismo pode salvar o mundo?
O
veganismo já possui benefícios ao meio ambiente. Isso se dá porque a
agropecuária, em geral, é responsável por inúmeros impactos ambientais, que vão
da emissão de gases do efeito estufa ao desmatamento.
Portanto,
através da exclusão do consumo de alimentos de origem animal, uma pessoa que
segue a dieta vegana possui uma pegada ecológica relativamente menor do que
pessoas que seguem uma dieta onívora.
Mas,
e o consumo de insetos?
“Grilos
e alguns outros insetos podem ser levantados verticalmente. Isto significa que
podem ser criados em camadas em instalações climatizadas, oferecendo a
possibilidade de funcionar durante todo o ano e deixando menos pegada ambiental
do que uma exploração pecuária”, disse Sujaya Rao, professora de entomologia da
Universidade de Minnesota em Minneapolis.
Adicionalmente,
em comparação com os animais da agropecuária, os insetos precisam de menos
recursos, menos terra, menos água, menos combustível para transporte e menos
trabalho humano.
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Etimologia
O
termo “entoveganismo” implica que o movimento é uma vertente do veganismo, que
inclui a alimentação com insetos. No entanto, um dos maiores princípios do
veganismo é a igualdade entre humanos e animais em geral, pois os adeptos
acreditam que todos são seres conscientes e sensíveis.
Como
parte do reino animal, os insetos e seus subprodutos são naturalmente excluídos
do veganismo. Sendo assim, o entoveganismo não pode ser considerado uma
vertente da filosofia vegana, e sim uma dieta que possui algumas
características em comum com o veganismo.
Fonte:
eCycle
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