Bolívia levará 4 anos para adaptar ao
Mercosul e cita expectativa de China e UE
Em entrevista
exclusiva à Sputnik, a ministra das Relações Exteriores da Bolívia Celinda Sosa
revelou que há grande expectativa nos mercados da União Europeia (UE) e da
China sobre a recente adesão do país ao Mercosul, após anos para concretizar o
processo de entrada no bloco.
"A partir do
momento em que a Bolívia faz parte do Mercosul, realmente há uma grande
motivação, por exemplo, na economia europeia, no mercado chinês e também em
outras entidades [...]. De verdade, esta oportunidade foi muito bem recebida
por espaços e organismos internacionais", afirmou.
No dia 7 de agosto,
entrou em vigor o protocolo de adesão do Estado Plurinacional da Bolívia ao
Mercosul, com o qual a nação adquiriu oficialmente a condição de Estado-membro
do bloco sul-americano.
Sosa, que participou
na última segunda-feira (2) em Montevidéu, no Uruguai, da primeira reunião com
os demais chanceleres do bloco, destacou que a Bolívia esperou por esta
oportunidade por mais de 18 anos. "Estamos muito agradecidos aos países
que fazem parte do Mercosul", afirmou.
Além disso, detalhou
que na reunião de Montevidéu foram analisados os processos de integração do
grupo e como podem fortalecer o desenvolvimento econômico dos países membros.
Na reunião também participaram os ministros das Relações Exteriores Mauro Vieira,
do Brasil; Diana Mondino, da Argentina; Rubén Ramírez Lezcano, do Paraguai; e o
anfitrião, Omar Paganini, do Uruguai.
- 'Adaptação da Bolívia deve levar 4 anos'
A ministra detalhou
que a Bolívia ainda deve aprovar uma série de regulamentos para se adaptar ao
Mercosul, um processo que, ao todo, levará cerca de quatro anos. "São
quatro anos nos quais trabalharemos nos aspectos que são de maior interesse
para a população boliviana, não apenas para o Estado", disse.
A chanceler também
destacou o potencial que a entrada no bloco representa para toda a população
boliviana.
"O Mercosul é um
espaço que permitirá a todos os bolivianos e bolivianas fazerem parte. Hoje eu
me sinto uma cidadã do Mercosul e é isso que a população boliviana tem que
assimilhar. A incorporação ao Mercosul não implica apenas uma integração econômica,
mas também em matéria de desenvolvimento humano, saúde, educação e mobilidade
humana", destacou.
O Mercosul é o quinto
bloco econômico mais importante do mundo e foi fundado por Argentina, Brasil,
Paraguai e Uruguai em 26 de março de 1991, em Assunção. Posteriormente, se
juntaram Venezuela e Bolívia, que até agora era um país associado sem direito a
voto nas decisões do grupo.
O bloco sul-americano
suspendeu a participação da Venezuela em 2016, alegando que Caracas não cumpria
com o Protocolo de Ushuaia, assinado em 1998 pelo bloco, sobre o compromisso
democrático dos países membros.
¨
Apreensão do avião de
Maduro pelos EUA mostra desrespeito às normas internacionais, diz MRE russo
Os Estados Unidos
demonstraram total desrespeito às normas legais internacionais ao apreender o
avião do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse a representante oficial
do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, nesta
terça-feira (3).
A apreensão da
aeronave do presidente venezuelano, ocorrida na República Dominicana na
segunda-feira (2), aconteceu após "a determinação de que sua aquisição
violava as sanções dos EUA, entre outras questões criminais", alegaram as
autoridades norte-americanas.
"As autoridades
dos EUA apreenderam uma aeronave presidencial venezuelana que estava em
manutenção na República Dominicana. Mais uma vez, demonstraram seu completo
desrespeito às normas legais internacionais e, citando o 'direito do forte',
enviaram mais um sinal de que Washington, como entende, pode dispor da
propriedade soberana de outro Estado", disse Zakharova em declaração.
O governo da Venezuela
considera que a apreensão se trata de um "ato de pirataria" feito
pelos Estados Unidos.
O ministro das
Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil Pinto, denunciou à comunidade
internacional que, "mais uma vez", as autoridades dos EUA voltaram a
executar "uma prática criminosa reincidente que não pode ser qualificada
como outra coisa senão pirataria".
<><>
Autoridades venezuelanas comparam apreensão de avião presidencial pelos EUA à
pirataria
Após a apreensão do
avião presidencial venezuelano pelos Estados Unidos na República Dominicana
nesta segunda-feira (2), o governo do país classificou o ato como uma nova
forma de pirataria norte-americana. A aeronave foi levada para Miami após o
confisco.
"A República
Bolivariana da Venezuela informa à comunidade internacional que as autoridades
dos Estados Unidos da América cometeram mais uma vez um ato criminoso que não
pode ser qualificado de outra forma senão como pirataria, ao confiscar ilegalmente
o avião que era utilizado pelo presidente da República, justificando suas ações
com medidas coercitivas unilaterais e ilegais que impõem ao redor do mundo.
Isso demonstra que nenhum Estado e nenhum governo constitucional está protegido
contra passos ilegais que burlam o direito internacional", diz o
comunicado publicado pelo ministro de Comunicações, Cultura e Turismo, Freddy
Ñáñez.
Conforme relatado pela
mídia norte-americana, as autoridades do país apreenderam o avião do presidente
venezuelano Nicolás Maduro e o transferiram para a Flórida. A alegação dos EUA
é de que a aquisição foi feita em violação às sanções impostas ao país.
"Os Estados
Unidos já demonstraram que usam seu poder econômico e militar para intimidar e
pressionar países como a República Dominicana para que se tornem cúmplices de
ações criminosas. Este é um exemplo da suposta 'ordem baseada em regras' que,
ignorando o direito internacional, busca estabelecer a lei do mais forte, criar
e impor regras que atendam aos seus interesses sem punição", afirma a
declaração do governo venezuelano.
A Venezuela também
anunciou que reserva o direito de tomar qualquer medida legal para compensar os
danos. Além disso, lembrou que não é um ato isolado dos EUA, mas uma escalada
geral das ações contra o governo reeleito.
O avião presidencial é
a segunda aeronave confiscada pelos EUA. Em 2022, um Boeing 747 da empresa
venezuelana Empresa de Transporte Aéreocargo del Sur (Emtrasur) foi apreendido
no aeroporto argentino de Ezeiza. Um tribunal local decidiu no início deste ano
transferir o avião para os EUA.
Segundo a mídia
venezuelana, o avião foi levado à Flórida sob a aparência de um voo militar, o
que permitiu contornar a falta de autorização de voo por parte da Organização
de Aviação Civil Internacional (OACI) em vários espaços aéreos. A aeronave de
carga confiscado foi destruída.
<><>
Amorim sinaliza preocupação do Brasil após Venezuela emitir mandado de prisão
contra opositor
Celso Amorim expressou
preocupação nesta terça-feira (3) sobre o mandado de prisão emitido por Caracas
para o líder da oposição venezuelana, Edmundo González, afirmando que há uma
clara "escalada autoritária" no país.
Em entrevista à
Reuters, o assessor especial da Presidência da República para Assuntos
Internacionais, Celso Amorim, disse que a ação era "muito
preocupante".
A Procuradoria-Geral
da Venezuela informou na segunda-feira (2) que um tribunal emitiu um mandado de
prisão para González, antigo candidato presidencial da oposição, acusando-o de
conspiração e outros crimes em meio às eleições presidenciais ocorridas em 28
de julho.
Amorim disse à agência
britânica que se as autoridades venezuelanas concretizassem a prisão de
González, "seria uma prisão política, e não aceitamos [que haja] presos
políticos".
"Não há como
negar que há uma escalada autoritária na Venezuela. Não sentimos abertura para
o diálogo, há uma reação muito forte a qualquer comentário", disse Amorim,
acrescentando que o Brasil ainda mantém esperanças de uma solução para a crise.
Uma declaração de
González é esperada mais tarde nesta terça-feira (3). Seu advogado, José
Vicente Haro, disse à W Radio da Colômbia mais cedo que o líder da oposição não
planeja pedir asilo político em outro país, segundo a mídia.
Autoridades
venezuelanas, incluindo o presidente Nicolás Maduro, acusaram a oposição de
incitar a violência, comandar grupos fascistas e trabalhar a mando de
interesses imperialistas no exterior.
Fonte: Sputnik Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário