Aprendiz de Trump,
Bolsonaro fez da mentira sua maior arma política
As
fake news foram amplamente utilizadas na campanha eleitoral de Jair Bolsonaro
em 2018 e 2022 para disseminar desinformação e influenciar a opinião pública a
seu favor. Aprendiz de Donald Trump, Bolsonaro e seus apoiadores utilizaram as
redes sociais e outros meios de comunicação para disseminar informações falsas
e distorcidas sobre seus oponentes e sobre questões políticas importantes.
Algumas
das principais formas como as fake news foram usadas por Bolsonaro em sua
ascensão política incluem:
·
Disseminação de teorias conspiratórias:
Bolsonaro
e seus apoiadores usaram as redes sociais para espalhar teorias conspiratórias
sobre seus oponentes, incluindo acusações de fraude eleitoral e de que seus
adversários políticos estavam planejando transformar o Brasil em uma ditadura
comunista.
·
Distorção dos fatos:
Bolsonaro
e seus aliados frequentemente distorceram os fatos ou usaram declarações vagas
e imprecisas para enganar o público e avançar sua agenda.
·
Desacreditar a imprensa tradicional:
Bolsonaro
usou o termo "fake news" para desacreditar a imprensa tradicional e
desviar a atenção das notícias negativas sobre seu governo.
·
Uso de bots e trolls:
A
campanha de Bolsonaro usou bots e trolls para ampliar o alcance de suas
mensagens e desacreditar seus oponentes nas redes sociais.
·
Difamação de adversários políticos:
Bolsonaro
e seus apoiadores frequentemente usaram difamação e ataques pessoais contra
seus adversários políticos, buscando minar sua credibilidade e desacreditar
suas posições.
Essa
estratégia levantou questões sobre a integridade das eleições e o papel da
mídia na política moderna no Brasil não apenas em 2018, como também em 2022.
·
Deputados
bolsonaristas veem ex-presidente “sem vigor” no retorno
Alguns
deputados bolsonaristas consideram que Jair Bolsonaro ainda não se
mostrou como uma liderança da oposição a Lula. Os parlamentares aliados ao ex-presidente
esperavam “mais vigor” depois dos “meses de férias”, segundo um deles disse
à coluna.
Desde
que chegou ao Brasil, na última quinta-feira (29/3), Bolsonaro só encontrou sua
base política uma vez, durante um evento do PL naquele mesmo dia. O
ex-presidente não discursou e só conversou sobre
amenidades com
seus aliados.
O
início do governo Lula completa
quatro meses hoje (1º/4) e deputados de oposição esperavam que o Messias
chegasse com a salvação e o direcionamento, o que não ocorreu. Com apreensão,
alguns se perguntam quando o espírito de liderança virá.
Ø
Corrupção
graúda e impunidade. Por Adilson Roberto Gonçalves
No
tempo das agendas em papel, funcionários públicos que éramos, alertavam-nos que
não poderíamos receber tal mimo de fornecedores como presente de Natal pela
possibilidade de ser configurado suborno. Agora, conjuntos de joias foram
“doados” ao ex-mandatário do país e, talvez, a sua esposa, por um governo
fortemente interessado em nosso petróleo, que somente não foram de forma impune
devido ao servidor cumpridor de suas obrigações. Mais um escândalo envolvendo a
família do ex-presidente, resgatando a expressão dos anos 1970-1980: tudo joia!
A questão não é elencar mais um ato criminoso dessa corja, mas, sim, tentar
encontrar algum crime que não tenha sido praticado pelo ex-capitão fugidio e a
sua “familícia”. Parece que puseram em prática todos os artigos do Código
Penal.
Há
desde a corrupção miúda até as joias milionárias, uma radiografia perfeita
do modus operandi da corrupção que assolou o governo federal
nos últimos quatro anos. Por não saber a extensão das rachadinhas, faço a
ressalva de que elas seriam miúdas, pois pode ter saído daí numerário
suficiente para aquisições imobiliárias em dinheiro vivo, fartamente
documentadas e denunciadas. De qualquer forma, fica o exemplo da importância da
independência das carreiras públicas, pois foi por meio delas que saíram as
denúncias das joias milionárias, em paralelo com aquelas ocorridas quanto a
desvios de recursos para vacinas e outros insumos, em condução assassina na
gestão da pandemia. O meme do mimo está causando mais estrago ao ex-capitão e
seu entorno do que esses outros crimes, junto com o extermínio genocida dos
yanomamis. Que assim seja! No entanto, tal comportamento não se restringe a
esse grupo, uma vez que é seguido pelos adeptos do ex-presidente no trato da
coisa pública ou mesmo pelos que conduzem instituições culturais de caráter
privado, mas com forte aporte de incentivos estatais.
Lembremos,
portanto, que os crimes não podem ficar impunes, tais como deve haver punição a
todos os envolvidos no crime de atentado aos Poderes constituídos e tentativa
de golpe de Estado em 8 de janeiro. Os que ficaram à frente dos quartéis na
minha cidade, por exemplo, são tão culpados quanto os que estiveram em
Brasília, pois fomentaram os crimes da mesma forma. E continuam a propagar o
discurso de ódio nas redes sociais a que ainda têm acesso, ocupando lugares de
destaque na vida cultural, política e social local.
Ø
Bolsonaro
retornou em momento altamente confuso
O
retorno de Jair Bolsonaro ao Brasil dá munição aos adversários do presidente
Lula a poucos dias de o governo completar 100 dias, ainda à procura de um rumo
na política e na economia. Não fosse a apresentação da nova âncora fiscal, que
coincidiu com a chegada de Bolsonaro, Lula teria pouca coisa para mostrar até
agora, além da bateção de cabeça entre ministros, do fogo amigo no PT, da
reprise de programas sociais e da inauguração do letreiro do Ministério da
Cultura.
No
Palácio do Planalto, auxiliares do presidente afirmam que ele não deixará
brecha para o protagonismo de Bolsonaro, ao contrário da mancada que acaba de
fortalecer outro adversário, o senador Sérgio Moro. A estratégia é conquistar
pedaços de partidos do Centrão que foram aliados de Bolsonaro – como o PP do
presidente da Câmara, Arthur Lira (AL) – e continuam dispostos a continuar
surfando na onda governista, mesmo porque já estiveram com o PT em um passado
não muito distante.
Nos
últimos dias, Lula marcou um gol contra ao dizer que Moro, ex-ministro de
Bolsonaro e ex-juiz da Lava Jato, teria participado de uma “armação”. O
comentário foi feito logo depois de ministros como o da Justiça, Flávio Dino,
elogiarem a isenção da Polícia Federal, que descobriu um plano da facção
criminosa PCC para sequestrar e matar Moro, além de outras autoridades.
A
intenção do governo, agora, é isolar o ex-presidente, Moro e os radicais que
apoiaram o vandalismo na Praça dos Três Poderes, mas, ao mesmo tempo, falar com
a ala do bolsonarismo da qual Lula precisa se aproximar, como a do agronegócio
e a dos evangélicos.
Mas
isso foi combinado com os russos? Ao que tudo indica, não. Tanto que, nas redes
sociais, petistas de alto escalão se apressaram em jogar os holofotes sobre
Bolsonaro e manter acesa a chama da polarização.
Apesar
de desconstruído, o ex-presidente, que perdeu capital político após a tentativa
de golpe de 8 de janeiro e do escândalo das joias recebidas da Arábia Saudita,
ainda atormenta Lula e o PT nessa volta dos Estados Unidos.
A
Polícia Federal marcou para quarta-feira, 5, o depoimento de Bolsonaro no
inquérito que investiga a entrada ilegal de joias cravejadas de diamantes no
Brasil.
Trata-se
de uma história muito mal contada, que levanta suspeitas de peculato. Afinal,
por que o regime saudita teria tanto interesse em dar presentes de R$ 18,5
milhões a Bolsonaro?
Mesmo
assim, longe de estar morto politicamente, o capitão reformado do Exército –
que sempre se apresentou como um homem simples, admirador de tubaína – ainda
pode chacoalhar a oposição, se o governo Lula permanecer refém do Centrão e não
se aprumar. E, nesse caso, de nada vai adiantar a ironia de dirigentes do PT ao
perguntar: “Tudo joia?”
Ø
Volta
de Bolsonaro fortalece Braga Netto como articulador dentro do PL
Candidato
a vice-presidente na chapa derrotada de Jair Bolsonaro, o general Braga Netto tem circulado
gabinetes de parlamentares no Congresso Nacional e também o país já articulando
candidaturas e coletando dados e informações para estratégias de campanhas,
tanto para 2024 como para 2026.
Com
o retorno de Bolsonaro, esse trabalho do general irá se intensificar e o
militar atualiza o ex-presidente sobre o cenário para as eleições às
prefeituras no ano que vem. Bolsonaro já disse que irá atuar para eleger o
maior número possível de prefeitos de seu partido, o PL.
Braga
Netto, no PL, é o Secretário Nacional de Relações Institucionais. Ele tem
participado de encontros políticos fora de Brasília, como o que ocorreu em São
Paulo, no último dia 24.
No
convite que enviou aos políticos do estado o evento é batizado de “Encontro
preparatório para eleições de 2024”. O corpo do texto informa que os debates
envolvem lançamento de candidaturas próprias, organização de chapas, ações a
serem adotadas e mapeamento para buscar “novos talentos para o pleito”.
O
planejamento do PL para as eleições para uma o que chamam de comunicação
efetiva, com aproveitamento de várias mídias e também de influenciadores
bolsonaristas.
No
partido, está sendo criado o Observatório Político do PL, sob comando de Braga
Netto, que vai unificar essas informações dos cenários políticos-eleitorais do
país e discutir programa. Outro propósito é difundir os pontos que consideram
positivos do governo de Jair Bolsonaro.
Ø
Direita
aposta em novo nome para 2026 e avalia Michelle Bolsonaro como candidata a vice
Mesmo
com o retorno de Jair Bolsonaro ao Brasil, partidos de direita começaram a
defender um nome novo para a disputa presidencial de 2026, no qual a
ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro entraria como opção ao posto de candidata a
vice-presidente.
Com
possibilidade de se tornar inelegível, devido a processos no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), Bolsonaro assumiria o papel de puxador de votos para algum
nome da direita.
As
eleições municipais no ano que vem serão usadas de teste para o capital
político do ex-mandatário do Palácio do Planalto, após derrota para Luiz Inácio
Lula da Silva.
Apesar
da defesa de que a ex-primeira-dama pudesse encabeçar uma chapa presidencial, a
avaliação de setores do PL e do PP é de que ela não conseguiria se viabilizar e
que há outros nomes mais preparados na fila daqueles com pretensões ao Palácio
do Planalto.
Os
governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e de São Paulo, Tarcísio de
Freitas (Republicanos), são os principais cotados para a disputa de 2026.
Uma
eventual chapa Tarcísio-Michelle ou Zema-Michelle é vista, por seus defensores,
como “imbatível” com chances de conquistar o centro político e atrair o eleitor
evangélico.
O
ex-ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro, Ciro Nogueira, esteve reunido
nesta semana, em agendas separadas, com Zema e Tarcísio em torno de um projeto
de reunificação da direita.
Zema
tem conversado com o PL e o PP, partidos que desejam filiá-lo diante do
enfraquecimento do Novo, que fez uma bancada parlamentar de apenas três
deputados federais, o que restringiu acesso a fundo eleitoral e tempo de
televisão.
·
Futuro
Com
o retorno de Bolsonaro ao Brasil, na quinta-feira (31), o PL prepara uma agenda
de viagens do ex-mandatário do Palácio do Planalto a partir do mês de maio.
A
ideia é que o esforço ajude Bolsonaro a recuperar seu capital político, que
sofreu desgaste com o período no exterior, e atue como cabo eleitoral para a
legenda na disputa municipal de 2024.
Além
disso, dirigentes do partido defendem que Bolsonaro faça um discurso, no dia 11
de abril, com críticas aos cem primeiros dias da gestão de Lula.
Ø
Michelle
Bolsonaro comete gafe e diz amar 'cidade' Pernambuco
A
ex-primeira-dama Michelle
Bolsonaro cometeu uma gafe em um vídeo gravado no qual chama de
"cidade" o estado de Pernambuco. O vídeo foi feito durante um evento
de recepção ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em seu
retorno ao Brasil.
Bolsonaro voltou ao Brasil após
passar três meses nos Estados Unidos na última quinta-feira, 30. No retorno,
o ex-presidente foi saudado por centenas de apoiadores no aeroporto e na sede
do PL, onde discursou elogiando a oposição no Congresso e se defendeu de
investigações que estão em curso contra ele.
O
vídeo foi gravado e publicado pelo deputado estadual Coronel Alberto Feitosa (PL-PE)
em seu Instagram.
"Beijo Pernambuco. Eu amo essa cidade",
disse Michelle.
Ø
A
descomemoração do golpe de 1964 não anula a necessidade de condená-lo para
sempre. Por José Reinaldo Carvalho
É
um fato auspicioso que o aniversário do golpe militar de 1964 não seja mais
comemorado nos quartéis nem tema de laudatórias ordens do dia assinadas pelo
Alto Comando. O golpe militar instaurou o pior regime político de toda a
história brasileira, um regime fascista, dirigido por generais facínoras,
que não se detiveram na perpetração de crimes de lesa-humanidade e lesa-pátria,
como instrumento subalterno e abjeto do imperialismo estadunidense no quadro da
guerra fria . Quando julgou necessário, o regime recorreu a métodos fascistas de
governo, entre estes uma feroz e degradante repressão policial-militar, cujo
consagrado método foi a tortura e o assassínio de opositores.
O
golpe militar de 1964 correspondeu à reação das classes dominantes reacionárias
brasileiras à maré montante do movimento democrático, popular e trabalhista por
reformas de fundo na carcomida estrutura social do país. Objetivamente, a
sociedade brasileira não tinha outro caminho para avançar no sentido do
desenvolvimento nacional e do progresso social que não fosse a ruptura com tais
estruturas.
Foi
também a reação do imperialismo estadunidense à ascensão do movimento por
independência nacional que se somava a outros processos de luta na região
latino-americana e caribenha. Os Estados Unidos temiam que os países da região
se transformassem em forças de peso na luta anti-imperialista e a superpotência
do Norte visse ameaçado o seu domínio, o que tornaria mais difícil o
enfrentamento à União Soviética. Por isso, os Estados Unidos intervieram
diretamente no desenvolvimento da situação política brasileira e tornaram-se o
fator decisivo do golpe, em conluio com as classes dominantes, políticos civis
ambiciosos pelo poder e as Forças Armadas. É preciso ressaltar que a “ameaça
comunista” do movimento popular brasileiro pelas reformas de base de João
Goulart não passava de uma visão fantasiosa e conspirativa dos generais
reacionários para ter um pretexto que justificasse sua ação
antidemocrática.
A
descomemoração neste ano do golpe militar de 1964 - depois de quatro anos de
exaltação promovida pelo governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro - é uma
vitória democrática do povo brasileiro, fruto da eleição do presidente Lula. No
âmbito dessa vitória, processa-se lentamente na cúpula das Forças Armadas uma
mudança de atitude, transitando no sentido de uma ação legalista. O tempo dirá
se esse legalismo permanecerá ou se se trata apenas de uma manobra para escapar
à condenação de oficiais comprometidos com os crimes de Bolsonaro e sua gestão
destruidora do país.
Infelizmente,
o Comando que promove o legalismo, não dá nenhum aceno no sentido de alteração
do caráter antidemocrático das Forças e de desistência das estratégias e
táticas políticas de intervencionismo na vida nacional. Muito menos no sentido
de fazer na prática uma retificação profunda de todos os métodos empregados na
repressão aos patriotas e democratas. Seria necessário proceder a uma
condenação séria do golpe militar para as Forças se reconciliarem com a
Nação.
Por
isso, é necessário que a cada 31 de março e 1º de abril, as forças
democráticas, patrióticas e progressistas do país reavivem a memória dos
brasileiros sobre o que foi o regime militar. De todos os regimes e formas de
governo a que as classes dominantes recorreram no período republicano para
assegurar o poder político, a ditadura dos generais foi o mais danoso à
democracia, aos direitos humanos, aos direitos sociais e à soberania nacional.
Sua essência foi o caráter antipopular e antinacional. Foi um regime que
causou irreversíveis danos ao país, abrindo feridas ainda hoje não
cicatrizadas.
Com
a aproximação do 60º aniversário do golpe militar, o povo brasileiro tem o
direito de denunciar o regime que daí resultou e de condenar suas ações
atrabiliárias e crimes. Não por revanchismo, mas para que não se repitam
jamais.
Fonte:
Brasil 247/Metrópoles/Agencia Estado
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