Coluna de Claudio Humberto
Lula quer Palocci na articulação políticaO presidente Lula aguarda apenas a absolvição de Antônio Palocci, no processo de quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, para promover o retorno do seu ex-ministro ao governo, na condição de coordenador político (ou ministro de Relações Institucionais), em lugar do deputado José Múcio (PTB-PE), que deve ir para o Tribunal de Contas da União (TCU). Consultado, o PMDB já concordou com a mudança.
Como na campanha de Lula, Palocci terá a tarefa de acalmar o mercado quanto às mudanças econômicas, em eventual governo Dilma Rousseff.
Depois, Casa CivilO ex-ministro trocará a articulação política pela Casa Civil de Lula quando Dilma Rousseff se demitir, em março, para tocar sua campanha.
Acesso de Franklin a Lula gera ciúmes no PT
A crescente influência do ministro Franklin Martins (Propaganda) tem provocado ciúmes no PT, apontado como responsável pelo vazamento das críticas dele à imprensa, durante a reunião ministerial de segunda-feira. Martins é o único ministro que despacha duas vezes por dia com o presidente, sendo a primeira antes de começar o expediente, no Planalto. Ele é também o último a se reunir com Lula, no final do dia.
Bala na agulha
O diretor-geral do Senado, Haroldo Feitosa Tajra, é precavido. Mandou comprar R$ 37.500 em munição para a "polícia" da Casa. Sem licitação.
Lá se vai nossa grana
A Petrobras abre escritório em Cuba, a pretexto de prospectar petróleo, como já tentou sem êxito entre 1998 e 2001. E para garantir a mordomia dos "cumpanhêro" que estão sempre visitando a ilha da família Castro.
Enfrentamento
PT e PMDB só não vão se enfrentar na Bahia se o governador Jaques Wagner desistir da reeleição. O ministro Geddel Vieira Lima avisou que vai à luta para conquistar o Palácio de Ondina. E Lula não reclamou.
Contrato fechado
A Empresa Brasil de Comunicação, que toma conta da TV do Lula, fechou contrato com a Central Única das Favelas (Cufa) de R$ 3,22 milhões para gravar uma série de 40 programas, de duas horas cada, para a televisão.
Coluna de Eduardo Brito
Brasil e a crise
No contexto da mais grave crise global de todos os tempos, o Brasil, apesar de ter sido afetado, tem se mostrado bem preparado para enfrentá-la e recuperar o crescimento. A declaração foi dada pelo secretário-geral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, Angel Gurría, ao apresentar o resumo do relatório Brazilian Economic Survey 2009.
Em tempo: Ao comentar o relatório da OCDE, o ministro Guido Mantega disse que o Brasil tem mostrado capacidade de reagir à crise econômica que não tinha no passado, devido à "fragilidade cambial e falta de solidez".
Absurdo bancário
O Banco Central, alô, alô Meirelles candidato ao governo de Goiás, o povo não aguenta mais os absurdos cometidos pelos bancos no Brasil. Além dos juros exorbitantes, eles manobram com o dinheiro do cliente ao seu bel prazer. Meirelles, um exemplo: "Se depositarem um cheque de R$ 4 mil em sua conta, ele demora dois dias úteis para ser compensado". Estamos na era digital, mas longe da rapidez no serviço. Os cartões de créditos estão se locupletando com os juros cobrados dos clientes, que gastam exageradamente e se afundam iludidos com as facilidades de se parcelar as compras em até dez vezes. E o endividamento aumenta cada vez mais e o dinheiro na conta
bancária, preso por dois dias. Meirelles nos ajude
Blog do Ricardo Noblat
As empresas terceirizadas que têm contrato com o Senado abrigam, pelo menos, 299 servidores que têm parentesco com funcionários efetivos ou comissionados da Casa.
Na prática, as terceirizadas estão sendo usadas para driblar decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que proibiu o nepotismo nos três Poderes -Executivo, Legislativo e Judiciário. A súmula é omissa com relação às empresas terceirizadas que possuem contrato com os órgãos públicos, mas o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) já proíbe para o Judiciário a contratação de parentes de magistrados e de seus funcionários por essas empresas.
O Senado informou ter 3.500 funcionários terceirizados. O número de 299 parentes se refere a funcionários de apenas 14 empresas que oferecem mão-de-obra para a Casa. O número final de parentes empregados nas empresas pode ser bem maior, uma vez que são 35 contratos ao custo de R$ 129 milhões para a Casa.
Entre os terceirizados que informaram ter parentes no Senado está Alexandre Rafael Carvalho Paim, sobrinho do senador Paulo Paim (PT-RS).
A Folha procurou o senador, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. Alexandre também não foi localizado pela reportagem.
Ele é funcionário da empresa Adservis, que tem dois contratos com o Senado de R$ 26,8 milhões por ano. A empresa é a que tem o maior número de parentes: 101. A maioria dos funcionários é filho, irmão ou sobrinho de servidores da Casa.
A Polícia Federal investigou Ana Clara Sarney, filha do empresário Fernando Sarney, por suspeita de recebimento de dinheiro ilegal de Paulo Guimarães, conhecido no fim dos anos 1990 por ser dono do bingo virtual Poupa Ganha e por suspeita de lavagem de dinheiro.
Com autorização da Justiça, a PF grampeou diálogos e troca de mensagens entre Paulo, Fernando e Ana Clara no começo de 2008.
As conversas se dão de forma cifrada, denotando, "pela situação em si, que não se trata de algo lícito, até pela maneira como buscaram se evadir", diz a PF.
No inquérito da Operação Boi Barrica, Ana Clara é suspeita de participar de um esquema de lavagem de dinheiro por meio da São Luís Factoring, empresa pertencente à sua mãe, Teresa Murad Sarney.
Em viagem, ela ainda não foi ouvida pela PF em São Luís e, portanto, não está indiciada, o que já ocorreu com Fernando e Teresa nesta semana.
Procurado pela Folha, Fernando não quis se manifestar. Ele diz que o inquérito está em segredo de Justiça. A reportagem não conseguiu localizar Paulo Guimarães ontem.
O empresário tem ligação de longa data com Fernando. Em 2001, eram sócios de uma TV em Codó (MA), segundo divulgou a Folha à época.
Assim como o filho de José Sarney (PMDB-AP), Paulo é do ramo de comunicação. Possui no Piauí uma rede de TV, rádios e jornal.
Em 1999, o empresário chegou a ser alvo da CPI do Narcotráfico no Congresso. Havia suspeita de que o Poupa Ganha era usado em esquema de lavagem de dinheiro no país. Ele sempre negou.
O bingo chegou a faturar cerca de R$ 280 milhões até acabar no ano de 2000, após sofrer fiscalização da Receita Federal.
De acordo com as conversas gravadas pela PF, Paulo tratava com Fernando e Ana Clara de alguma pendência financeira entre eles.
Investigação aponta forte esquema de agiotagem e contratos suspeitos
De Leandro Colon:
Outra investigação preliminar realizada na gráfica do Senado Federal já identificou várias irregularidades. São contratos de terceirização sob suspeita, um forte esquema de agiotagem sob o comando de funcionários e 420 servidores efetivos desviados de função em outros setores da Casa.
A gráfica era o grande braço político de Agaciel dentro do Senado. O setor tem um orçamento anual de R$ 30 milhões - sem incluir a folha de pagamento. Esse montante é usado em contratos de terceirização, investimentos e manutenção de equipamentos.
O serviço que levanta mais suspeita é prestado pela empresa Steel. Sediada em Lauro de Freitas, na Bahia, recebe R$ 7 milhões por ano para fornecer 129 funcionários. Esse contrato, comandado por aliados do ex-diretor Agaciel Maia, virou um cabide de empregos para apadrinhados e parentes de servidores da Casa.
Nenhum dos 61 funcionários dos grupos de trabalho é concursado e grande parte atua para senadores em seus Estados
Trabalho fora de Brasília é reprovado pela Advocacia Geral do Senado, mas os senadores se aproveitam da falta de normas na Casa
Motorista do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), cassado no escândalo do mensalão, Eduardo Nunes Serdoura dá expediente no Rio, mas foi funcionário fantasma da Comissão de Infraestrutura do Senado até o dia 10 de julho.
Seu caso é um exemplo de como funcionam as 12 comissões do Senado, nichos de aparelhamento político da Casa.
Todos os 61 servidores nelas lotados são funcionários não concursados. Muitos são apadrinhados de senadores, fazendo trabalho político em vez de servirem às comissões.
As comissões fazem a primeira análise dos projetos antes da votação. Também podem aprovar matérias em caráter terminativo -ou seja, sem necessidade de irem a plenário.
Em pelo menos sete comissões -Assuntos Econômicos, Assuntos Sociais, Direitos Humanos, Desenvolvimento Regional, Infraestrutura, Meio Ambiente e Orçamento- a Folha identificou servidores que trabalham para senadores, seja nos gabinetes em Brasília ou nos escritórios nos Estados.
A prática, sobretudo nos Estados, é reprovada pela Advocacia Geral do Senado, mas os senadores se aproveitam da falta de normas na Casa. Agora, a Mesa Diretora promete aprovar um ato vedando a prática.
Serdoura, o motorista de Jefferson, negou que more no Rio e que trabalhe para o ex-deputado, que também preside o PTB. "Moro em Brasília. Quem disse que eu moro no Rio de Janeiro?", afirmou, mesmo tendo sido localizado pela Folha no escritório político de Jefferson na capital fluminense.