quinta-feira, 5 de setembro de 2024

Todos os países da OTAN enfrentam escassez em sistemas de defesa aérea, diz MD da Estônia

Todos os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) enfrentam uma escassez de sistemas de defesa aérea, que protegem contra mísseis balísticos, disse o ministro da Defesa da Estônia, Hanno Pevkur, citado pela mídia estoniana na segunda-feira (2).

Segundo relatado, o ministro e o presidente da Comissão de Defesa Nacional do país, Grigore-Kalev Stoicescu, observaram que o fortalecimento das capacidades de defesa aérea é fundamental para os países da OTAN.

"A escassez que é, na verdade, um grande problema para todos os países da OTAN, é a capacidade de defesa contra mísseis balísticos, ou seja, a capacidade de abater mísseis a uma altitude de até 20 km e a uma distância de 150 a 200 km", disse Pevkur.

Anteriormente, ele disse que a Estônia poderia aumentar seus gastos militares para 5% do PIB com base no novo plano de defesa da OTAN, a fim de aumentar o poder militar do país.

Em maio, o jornal Financial Times, citando fontes familiarizadas com os planos de defesa da aliança, informou que os países da OTAN têm apenas 5% dos sistemas de defesa aérea necessários para proteger o seu flanco oriental.

<><> Pela 1ª vez em 10 anos, Exército holandês voltará a ter batalhão de tanques próprio

O Exército holandês terá sua própria unidade de tanques pela primeira vez em mais de dez anos, informou a mídia local nesta terça-feira (3), citando alguns trechos de um documento da Defesa que o governo divulgará na quinta-feira (5).

A criação dessa unidade, que ajudará os Países Baixos a cumprir a meta da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de gastar pelo menos 2% do seu produto interno bruto (PIB) em defesa, custará entre 260 e 315 milhões de euros (R$ 1,6 bilhão e R$ 1,9 bilhão, respectivamente) por ano, informou o NRC, citado pela Reuters.

Essa quantia cobrirá, entre outras coisas, os custos de aquisição de novos tanques, provavelmente 50 unidades de Leopard 2, construído pelo fabricante alemão de tanques Krauss-Maffei Wegmann, que tem sido usado pelo Exército terrestre holandês há 40 anos.

Os Países Baixos, que tinham cerca de mil tanques no auge da Guerra Fria, se livraram de seus últimos dois batalhões de tanques em 2011 após cortes no orçamento. Mas, desde 2015, o país alugou 18 tanques Leopard 2 da Alemanha, que formam uma das cinco companhias no 414º batalhão de tanques alemão-holandês, segundo o Defense News.

Uma revisão da capacidade de planejamento de defesa da OTAN divulgada em 2022 observou deficiências para os militares holandeses em poder terrestre e suporte de combate. Adicionar um novo batalhão de tanques fortaleceria a aliança e apoiaria o objetivo prioritário de Amsterdã de criar uma brigada de infantaria pesada, acrescentaram oficiais dos Países Baixos na época, segundo a mídia.

<><> Manifestação contra fornecimento de armas à Ucrânia é realizada em Haia

Uma manifestação contra o fornecimento de armas pelos países ocidentais à Ucrânia e a favor da paz foi realizada em Haia na terça-feira (3), informou um correspondente da Sputnik.

Manifestantes marcharam até o prédio da Segunda Câmara (câmara baixa do parlamento) dos Países Baixos, em Haia, para protestar contra o fornecimento de armas a Kiev pelos países ocidentais.

As faixas que os manifestantes levaram consigo diziam "não às armas pela paz", "não à guerra com a Rússia", "os líderes ocidentais provocam uma Terceira Guerra Mundial" e "os mísseis da OTAN matam civis".

"Não entendo por que temos de lutar. Não quero que nenhuma arma seja fornecida para lá [Ucrânia]. Não quero que as pessoas sejam mortas. Não quero que as pessoas sofram. Acho que o fornecimento de armas não é uma solução", disse o manifestante Ruben à agência.

Em sua opinião, as partes envolvidas no conflito devem, a todo custo, começar a negociar.

"Eu sei que a Rússia sempre quis negociar. A Rússia sempre esteve aberta a negociações", acrescentou o interlocutor da agência.

A manifestação ocorreu pacificamente sob o controle de policiais.

Protestos semelhantes já foram realizados no país com a participação de dezenas de pessoas durante o conflito.

A Rússia, por sua vez, disse repetidamente que o fornecimento de armas à Ucrânia impede o alcance de um acordo de paz e envolve diretamente os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no conflito.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que os Estados Unidos e a OTAN estão diretamente envolvidos no conflito, inclusive não apenas fornecendo armas, mas também treinando pessoal militar ucraniano no território do Reino Unido, Alemanha, Itália e outros países.

 

¨      Medo de retaliação pode ter forçado Reino Unido a reduzir vendas de armas para Israel, diz especialista

Londres anunciou na segunda-feira (2) que suspenderia 30 das 350 licenças de exportação de armas para Israel devido ao "risco claro" de que as armas pudessem ser usadas para "cometer ou facilitar uma violação grave do direito humanitário internacional". A Sputnik perguntou ao dr. Marco Carnelos o que motivou a reviravolta parcial.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, atacou o governo de Keir Starmer nesta terça-feira (3) por sua decisão de suspender algumas exportações de armas para Tel Aviv, prometendo que a "decisão vergonhosa" "não mudaria a determinação de Israel em derrotar o Hamas, uma organização terrorista genocida que assassinou selvagemente 1.200 pessoas em 7 de outubro, incluindo 14 cidadãos britânicos".

"Em vez de ficar ao lado de Israel, uma democracia que se defende contra a barbárie, a decisão equivocada do Reino Unido apenas encorajará o Hamas", alegou Netanyahu.

O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, anunciou restrições parciais à venda de armas para Israel na segunda-feira, assegurando que o Reino Unido "continua apoiando o direito de Israel à autodefesa de acordo com o direito internacional".

O ministro de Relações Exteriores israelense, Israel Katz, expressou "decepção" com a decisão de Londres, dizendo que Tel Aviv age "de acordo com o direito internacional" e "espera que nações aliadas como o Reino Unido reconheçam isso todos os dias". Um "passo como o dado agora pelo Reino Unido envia uma mensagem problemática à 'organização terrorista Hamas' e seus 'manipuladores' no Irã", afirmou Katz.

O ministro da Defesa britânico, John Healey, assegurou que Londres continua comprometida em apoiar Israel, mas também tem o dever de "dizer as verdades mais duras" aos seus "amigos mais próximos" sobre suas preocupações. "Esta não é uma determinação do governo de que Israel violou o direito internacional humanitário. É uma conclusão, de acordo com as regras que temos, de que há um risco claro de que algumas exportações de armas do Reino Unido possam ser usadas em violações do direito internacional naquele conflito de Gaza", disse Healey.

Os itens suspensos supostamente incluem componentes para aeronaves, como caças (mas não peças para F-35 de fabricação britânica), helicópteros e drones, bem como peças para sistemas de mira terrestre. Os itens afetados constituem menos de 10% das atuais licenças de exportação de armas do Reino Unido, e menos de 1% das importações de armas de Israel vêm do Reino Unido — totalizando £ 42 milhões (cerca de R$ 309,9 milhões) em 2022.

Ativistas que exigem mais transparência sobre a assistência militar do Reino Unido a Israel criticaram a medida de segunda-feira como uma meia medida.

"Perguntei ao secretário de Relações Exteriores qual o papel do Reino Unido em voar com aeronaves de vigilância sobre Gaza, e se a base do Exército britânico em Chipre está sendo usada como ponto de parada para voos para Israel. Ele se recusou a responder", escreveu o ex-líder do Partido Trabalhista que virou deputado independente Jeremy Corbyn.

A Anistia Internacional também interrogou Lammy, dizendo que o congelamento parcial das licenças de exportação está "cheio de brechas e não vai longe o suficiente", descrevendo a medida de continuar o fornecimento de peças do F-35 como um "fracasso catastrófico para o controle de armas e a Justiça".

<><> Por que agora?

"Suspeito que por trás da decisão do governo Starmer havia o medo de possíveis ações judiciais contra o governo por sua até agora flagrante inação diante das violações israelenses. Uma possível ação coletiva de muitas ONGs por não implementar as leis britânicas pode ter levado o governo britânico a agir, infelizmente muito tarde", disse o dr. Marco Carnelos, um veterano diplomata italiano e ex-assessor do primeiro-ministro para assuntos do Oriente Médio, à Sputnik, comentando a decisão de segunda-feira de Londres.

"O nível de violência alcançado pelas forças israelenses operando em Gaza e a evidente violação das leis que regulam os conflitos armados não poderiam mais ser ignorados pelo Reino Unido, especialmente sob um governo trabalhista", acredita Carnelos.

Dito isso, o veterano diplomata não espera que a mudança tenha muito impacto no poder do lobby israelense no Reino Unido, nem no Partido Trabalhista do primeiro-ministro Starmer nem em Whitehall.

"[O] lobby pró-palestino no Reino Unido tem sido muito ativo, mas sua capacidade de influenciar o establishment político britânico empalidece em comparação ao lobby pró-Israel. Esse é um sucesso modesto inicial. Não acredito que esta decisão prejudicará as relações entre o Reino Unido e Israel. O Partido Trabalhista sob a liderança de Keir Starmer continua muito pró-Israel, não importa quantos crimes Israel possa ter cometido em Gaza", enfatizou o especialista.

Questionado sobre os aparentes padrões duplos do governo britânico, restringindo pelo menos algumas licenças de armas para Israel, mas não fazendo nada disso no caso da Ucrânia, Carnelos explicou que os dois conflitos são enquadrados de uma maneira diferente, permitindo que Londres continue suas exportações de armas para Kiev livremente (cerca de R$ 99,8 bilhões e contando) enquanto anuncia as preocupações com relação às vendas para Israel.

Israel foi acusado de crimes graves na guerra em Gaza, com a relatora especial das Nações Unidas, Francesca Albanese, dizendo à mídia em março que havia "motivos razoáveis" para sugerir que Israel está "cometendo o crime de genocídio contra os palestinos como um grupo em Gaza". Em dezembro passado, a África do Sul levou Israel a Haia, acusando Tel Aviv de cometer genocídio. Quase uma dúzia de outros países, incluindo vários aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), aderiram ao caso desde então. Israel nega veementemente todas as alegações de irregularidades.

A escalada da crise palestino-israelense em 7 de outubro de 2023 custou a vida de mais de 40.000 pessoas, a grande maioria delas civis palestinos em Gaza. Mais de 700 soldados e policiais israelenses e quase 900 civis israelenses também foram mortos, alguns como resultado da implementação da Diretiva Hannibal — que autoriza as Forças de Defesa de Israel (FDI) a usar toda a força necessária para impedir que cidadãos israelenses sejam feitos reféns.

 

¨      Aliados da Ucrânia sofrem dificuldades para fornecer armas a Kiev, relata agência

Os aliados da Ucrânia enfrentam dificuldades no cumprimento de suas próprias promessas relacionadas a envio de suprimentos militares para Kiev, enquanto o volume de produção de equipamentos militares russos excede o de Ocidente, e o ataque terrorista ucraniano à região russa de Kursk se tornou um fracasso, escreve a Bloomberg, citando fontes.

"Os aliados ucranianos estão tentando arduamente cumprir as promessas feitas no início deste ano para reforçar os sistemas de defesa antiaéreo desgastados do país pelos combates militares. Vários aliados da OTAN ainda têm de cumprir os seus compromissos, afirmados na cúpula de julho [da OTAN] em Washington", diz a notícia.

Ao mesmo tempo das dificuldades de fornecer equipamentos militares para Kiev, a agência destaca a capacidade da economia russa de assegurar a produção de equipamentos de defesa, incluindo mísseis e munições em uma quantidade que excede a capacidade do Ocidente de enviar armas para as forças ucranianas.

De acordo com as fontes citadas, o Exército ucraniano enfrenta escassez de armas e não consegue conter o avanço das tropas russas no território da República Popular de Donetsk (RPD) em meio à tentativa fracassada de enfraquecer a ofensiva de Moscou por meio do ataque da Ucrânia à região de Kursk e da redução observada da capacidade de geração de energia da Ucrânia na sequência da destruição da infraestrutura energética do país.

"Os acontecimentos representam um momento sombrio para a Ucrânia, que perdeu uma parte significativa da sua capacidade de produção de eletricidade [...]", conclui a agência Bloomberg.

A Rússia considera que as entregas de armas à Ucrânia impedem firmação de um acordo, envolvendo diretamente os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte no conflito. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, havia observado que quaisquer cargas contendo armas para a Ucrânia se tornarão um alvo legítimo para a Rússia.

<><> Romênia aprova envio de Patriot para Kiev; EUA se aproximam de acordo para mísseis de longo alcance

Nesta terça-feira (3), a câmara baixa do Parlamento da Romênia aprovou um projeto de lei que deu sinal verde à doação de um sistema antimísseis Patriot para a Ucrânia. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos estão perto de um acordo para dar a Kiev mísseis de cruzeiro de longo alcance, segundo a Reuters.

Assim que o presidente romeno Klaus Iohannis sancionar o projeto de lei, o governo emitirá uma ordem para que a doação seja realizada. A votação na câmara baixa aconteceu na segunda-feira (2).

De acordo com a mídia, Bucareste decidiu doar um de seus dois sistemas operacionais Patriot com a condição de que os aliados o substituam por outro sistema igual em uma data posterior.

O projeto de lei aprovado pelo parlamento afirma que o sistema Patriot de substituição dos Estados Unidos não deve custar mais do que a Romênia pagou originalmente por unidade, e que os custos serão cobertos por "fontes estrangeiras não reembolsáveis".

A Romênia assinou um acordo de US$ 4 bilhões (R$ 22,4 bilhões) para comprar Patriot em 2017, seu maior contrato de aquisição até o momento. Ela recebeu quatro sistemas até agora, com dois operacionais.

Em Washington, o governo Biden está perto de um acordo para dar à Ucrânia mísseis de cruzeiro de longo alcance JASSM que podem atingir profundamente a Rússia, mas Kiev precisará esperar vários meses enquanto são resolvidas questões técnicas antes de qualquer remessa, disseram autoridades norte-americanas, citadas pela mídia.

A inclusão dos JASSM deve acontecer quando um novo pacote de armas for anunciado neste outono europeu, disseram três fontes sob condição de anonimato à agência britânica, embora uma decisão final ainda não tenha sido tomada.

Analistas militares sugeriram que a introdução dos JASSM — que são furtivos e podem atingir distâncias maiores do que a maioria dos outros mísseis no inventário atual da Ucrânia — poderia alterar significativamente o cenário estratégico do conflito ao colocar mais territórios russos ao alcance de munições poderosas e guiadas com precisão.

JASSM de modelos mais antigos, fabricados pela Lockheed Martin, têm um alcance de cerca de 370 quilômetros. Os mísseis, de cerca de 4 metros de comprimento, são projetados para serem um tanto furtivos, o que os torna difíceis de detectar no radar. Eles também podem voar perto do solo e podem ser programados para tomar rotas tortuosas que evitam as defesas aéreas.

Há também um míssil JASSM de longo alcance que pode voar mais de 800 quilômetros. A Reuters afirma que não conseguiu estabelecer imediatamente qual dos dois tipos Washington estava considerando, mas fornecer os mísseis de menor alcance colocaria menos pressão sobre seus estoques.

Fornecer JASSM à Ucrânia também aumentaria a pressão para que Washington retirasse as restrições sobre como Kiev usa armamento dos EUA, porque seus efeitos seriam limitados se não fossem liberados para uso em alvos dentro da Rússia, disse um funcionário do Congresso norte-americano que trabalha no assunto.

Moscou já enviou uma nota aos países da OTAN na qual o Ministério das Relações Exteriores russo advertia que qualquer carregamento incluindo armas destinadas a Kiev se tornará alvo legítimo para Forças Armadas russas.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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