Pesquisa com a geração Z: 6 em cada 10
jovens preferem relacionamento aberto
Um parceiro é pouco?
Segundo uma pesquisa, 62% dos brasileiros da geração Z (nascidos entre 1995 e
2010) consideram ter um relacionamento não-monogâmico, ou seja, que permita
relacionar-se com mais de uma pessoa. O número representa 6 em cada cada 10 jovens.
A pesquisa ganha
destaque nesta sexta-feira (6), quando é celebrado o Dia do Sexo. 👩❤️💋👨 Isso porque 51% dos homens e mulheres entrevistados concordaram
que a principal razão para buscar mais de um parceiro é porque as necessidades
sexuais não podem ser satisfeitas por somente uma pessoa.
Os dados, levantados
pelo site de relacionamentos extraconjugais Ashley Madison, mostram que a
porcentagem do Brasil sobre a preferência pela não-monogamia é a maior entre 10
países avaliados. As mulheres são as mais adeptas aos relacionamentos abertos.
"Surpreendentemente,
21% das mulheres entrevistadas indicam que não podem ser felizes e monogâmicas,
enquanto apenas 15% dos homens relataram o mesmo", diz a Ashley Madison.
A psicóloga e
professora da Universidade Católica de Brasília(UCB), Angélica Gavaldão,
destaca que a conexão à internet e o acesso à diferentes tipos de informação
contribuem para a escolha por relacionamento aberto.
"A geração Z vive
nesse mundo hiperconectado que facilita conhecer outras realidades. Isso faz
com que eles possam decidir mais e, dentre as decisões, é não ter um
relacionamento monogâmico", diz a professora.
Tipos de
relacionamentos não-monogâmicos
O levantamento também
aponta que 59% dos homens e mulheres entrevistados desejam um relacionamento
aberto ou poliamoroso. Esses dois tipos de relação fazem parte da
não-monogamia. Entenda a diferença:
• Relacionamento aberto: geralmente
envolve relações sexuais – mas não românticas, ao contrário do poliamor – fora
do relacionamento primário com parceiros independentes;
• Poliamor: implica em se relacionar
romanticamente com mais de um parceiro, geralmente se configuram em tríades –
três pessoas simultaneamente se relacionando entre si –, quartetos – quatro
pessoas se relacionando simultaneamente entre si –, ou na forma de um
relacionamento primário – geralmente o de maior duração, ou o parceiro com quem
se tem maiores investimentos legais ou financeiros – e um – ou mais –
relacionamentos secundários, com parceiros que não necessariamente se
relacionam entre si;
• Swing: se refere a casais que praticam
sexo em grupo juntos ou trocam de parceiros sexuais com outros casais,
normalmente sem apego emocional.
Conforme o site Ashley
Madison, a maioria dos homens e mulheres que participaram da pesquisa (65%)
disseram que o maior benefício da não-monogamia é que as experiências sexuais
e/ou românticas são mais enriquecedoras.
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'Nutrindo relações'
Para o morador de
Brasília Matheus Itacaramby, de 25 anos, que segue o modelo não-monogâmico, o
relacionamento aberto ainda opera sob os parâmetros da monogamia, onde apenas a
exclusividade sexual é abandonada, mas a afetiva se mantém.
"Não tenho um
relacionamento central, mas sim relações que nutro", diz Matheus.
Matheus acredita que
as transformações sociais sobre os relacionamentos mostram como as pessoas
vivem "no automático" ao seguir um padrão imposto sobre relações
monogâmicas .
"As pessoas estão
começando a entender que não existe um jeito certo ou errado de viver",
fala Matheus.
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'Época de possibilidades'
A geração Z vive em
uma "época de possibilidades", segundo Paul Keable, diretor de
estratégia do site Ashley Madison, responsável pela pesquisa. Essa liberdade
gera contradições e discrepâncias, de acordo com o executivo.
"Os brasileiros
da Geração Z são muito aventureiros, e os mais dispostos a considerar a não
monogamia (62%). No entanto, 67% dos brasileiros da geração Z sentem que suas
vidas sexuais devem ser tratadas de forma discreta", diz Paul Keable.
A maioria dos
entrevistados (62%), de acordo com a pesquisa, "acredita que os seus
relacionamentos não são da conta de ninguém". A professora de psicologia
da Universidade Católica de Brasília(UCB) Angélica Gavaldão explica que é uma
geração que não busca afirmação e validação.
"Eles têm muito
mais facilidade de incluir a diversidade. Não têm obrigação em validar o que
pensam e o que fazem. É uma geração que não se preocupa com a validação do
outro. Se está em um relacionamento é por uma escolha", diz a professora.
Para os pesquisadores,
a geração Z, que é de nativos digitais, é repleta de contradições porque els
"vivem em um ambiente de rápidas mudanças". Por isso, os zoomers –
como são chamados – "ocupam um espaço onde duas ideias opostas podem ser
verdadeiras".
"Parece que a
geração Z ainda está tentando descobrir como fazer as coisas funcionarem para
eles enquanto faz de maneira diferente das gerações anteriores", diz Paul
Keable.
Fonte: g1
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