Moisés Mendes: Fracasso do 7 de Setembro na
Paulista iniciou o enterro do velho bolsonarismo
É provável que o
bolsonarismo raiz sob o controle de Bolsonaro não exista mais em pouco tempo. A
primeira cerimônia de preparação do sepultamento da extrema direita foi
comandada por Malafaia no 7 de Setembro na Avenida Paulista.
O fascismo que mostrou
a cara em 2018 não tem mais a mesma força, apesar do aparente aumento na
modulação da radicalidade nos ataques ao Supremo e a Alexandre de Moraes.
O bolsonarismo chorão
é repetitivo e cada vez mais uma aglomeração de tios e tias do zap que ouvem
sempre a mesma ladainha. O fascismo pretensamente religioso e bíblico ficou
antigo e está moribundo e sem ativismo de rua.
A extrema direita sob
a liderança de Bolsonaro não começa a morrer apenas porque o ato foi o maior
fracasso de gente com a camiseta amarela desde a goleada sofrida pela Seleção
no 7 a 1 contra Alemanha em 2014. Os drones mostravam que pouco mais de dois quarteirões
da Paulista foram ocupados.
O bolsonarismo sob
comando de Bolsonaro não atrai mais gente por não ter mais o que dizer além de
pedir anistia para os golpistas e o impeachment de Moraes. E isso é cansativo e
enganoso, porque eles só aumentaram o volume da antiga retórica golpista.
Malafaia e Bolsonaro
estão exaustos e cansaram também os bolsonaristas do segundo time da extrema
direita, empurrados para o caminhão de som para que tentassem ter um
protagonismo que não conseguem sustentar.
Nikolas Ferreira,
Magno Malta, o senador astronauta, Eduardo Bolsonaro, Mario Frias, Ricardo
Salles, Marcos do Val e Gustavo Gayer, alguns calados, não têm folego para
levar adiante o grito de guerra contra Moraes.
Tanto que Gayer
resumiu o impasse que enfrentam ao admitir que não contam com apoio mínimo para
o pedido de impeachment do ministro. Gayer ameaçou transformar a vida dos
senadores vacilantes num inferno.
Bolsonaro citou obras,
fez um discurso circular, falou até, acreditem, do DPVAT, e só ao final cutucou
Moraes. Coisa que Tarcísio de Freitas, também um citador de obras, mais
cuidadoso, negou-se a fazer.
Uma gripe em cima da
hora pode ter sido a boa desculpa para a fragilidade de Bolsonaro. Mas o
sujeito não convenceu que tenha vitalidade para seguir em frente, nem quando
pediu que o Senado coloque um freio em Moraes, “esse ditador”.
Malafaia apareceu sem
o vigor da primeira manifestação de fevereiro. E o resto está sem parceiros
decididos no Congresso e agora sem a mesma claque de tios, nem na Paulista.
Moraes é tirânico,
Lula é ladrão, Rodrigo Pacheco é frouxo e, segundo eles, a Folha de S. Paulo é
agora aliada do grito por liberdade e anistia do bolsonarismo e do gangsterismo
mundial.
A Paulista testemunhou
algo inédito. Nunca antes um jornal havia sido citado por um extremista de
forma elogiosa, em ato público, como fez o pastor da Assembleia de Deus.
Malafaia disse estar
certo de que Elon Musk e a Folha “estão mostrando a materialidade dos crimes de
Alexandre de Moraes”. O jornal de Glenn Greenwald foi citado por ele por duas
vezes.
Pablo Marçal esteve na
Paulista, mas ficou pelos cantinhos. Só ele, como voz do novo bolsonarismo de
boné e sapatinho sem meia, pode assegurar sobrevida à extrema direita ainda sob
Bolsonaro, que nem Malafaia está conseguindo salvar.
O próximo ato do
fascismo talvez seja convocado não mais pelo cansado Malafaia, mas pelo sujeito
que o prefeito Ricardo Nunes identifica como tchutchuca do PCC.
Poderemos ter a
primeira grande aglomeração de gente de amarelo patrocinada pelo crime
organizado, sem intermediários.
• Sete de setembro: esperança e luta
contra o fascismo. Por Jorge Folena
Outubro de 2024
registrará os 532 anos da chegada dos europeus na América. Em busca de fortuna
e glória, iniciaram um contato que, a pretexto de trazer progresso e fé,
acarretou morte, desgraça e destruição, que seguem abundantes no continente até
os dias atuais.
No Brasil,
“encontrado” pelos portugueses poucos anos depois, as coisas não foram nada
diferentes, tanto que os fantasmas do passado não resolvido, do genocídio dos
povos indígenas e da escravidão negra, vagam ainda pelas ruas do Brasil e se
multiplicam nos corriqueiros assassinatos de jovens e crianças negros,
mestiços, pobres e periféricos.
Contudo, encontramos
um ponto de inflexão no presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, em toda a
sua trajetória política e nas duas passagens anteriores pela Presidência da
República Federativa do Brasil (2003 a 2010), foi um legítimo representante dos
que deram vida, suor e sangue na construção do país. Lula sempre lutou para
incluir os interesses do povo nas políticas públicas do Estado brasileiro,
coisa que jamais tinha acontecido antes na História deste país tão rico e tão
desigual.
Nos seus governos
anteriores, o presidente Lula tentou tornar o Brasil um país efetivamente
independente, soberano e menos injusto. Porém, seu projeto, iniciado no
primeiro governo, em 2003, foi solapado por uma classe dominante egoísta e com
uma visão tacanha do mundo, que, ao longo dos governos do Partido dos
Trabalhadores (2003-2016), nunca sofreu qualquer ameaça ao seu domínio, pelo
contrário, cresceu e enriqueceu ainda mais.
Mesmo assim, não
perdoaram a audácia do torneiro mecânico que, em oito anos, fez mais e melhor
do que todos os governantes anteriores juntos e, para impedir sua volta, o
presidente Lula foi perseguido politicamente e injustamente encarcerado por
mais de 580 dias.
Na noite do domingo 30
de outubro de 2022, após ter vencido seu adversário fascista e de
extrema-direita na eleição presidencial do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva se
pronunciou para os brasileiros e o mundo e apresentou um pacto de reconstrução
e união nacional, depois dos quatro anos de destruição da democracia e das
instituições por Jair Bolsonaro, seus apoiadores e seguidores, defensores das
políticas neoliberais promovidas para favorecer os interesses do mercado
financeiro.
Na verdade, desde o
golpe que afastou Dilma Rousseff da Presidência da República, em 2016, o Brasil
mergulhou num trágico declínio dos indicadores econômicos e sociais, a partir
da implementação pelos golpistas do projeto neoliberal nomeado “ponte para o
futuro”, que gerou consequências duríssimas para a população, em decorrência
dos cortes de direitos trabalhistas e previdenciários e da redução de gastos
orçamentários, que impediram o avanço social, científico e tecnológico e
acarretaram a paralisação de atividades essenciais, transformando o país num
mero exportador de mercadorias primárias, com a paralisação proposital da sua
capacidade de industrialização.
Durante o governo de
Jair Bolsonaro, a crise política se aprofundou e tornou-se também humanitária,
ampliando a luta de classes no país, que retornou ao mapa da fome e teve mais
de setecentos mil mortos pela COVID-19, como decorrência do descaso no combate
à pandemia e da demora na compra e aplicação de vacinas, motivadas por
tentativas de favorecimento econômico a grupos ligados ao governo (inclusive
militares, conforme apurado pela Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado
Federal), resultantes de uma gigantesca operação de manipulação e
desinformação, disfarçada de negacionismo.
Ao assumir o governo
em primeiro de janeiro de 2023, o presidente Lula encontrou um Estado
literalmente destruído, com os cofres esvaziados pelo governo de Jair
Bolsonaro, com muitas amarras orçamentárias, um Banco Central “independente” e
um Congresso Nacional controlado pelos neoliberais, que seguem impondo a mais
dura exploração à classe trabalhadora, por meio da implantação de mecanismos
que ampliam a financeirização, da liberalização da economia e da realização de
privatizações sem nenhum compromisso com as necessidades do povo brasileiro.
Mesmo com estas
dificuldades, em um ano e oito meses o governo do presidente Lula conseguiu
retomar os programas sociais utilizados nos governos anteriores pelo Partido
dos Trabalhadores (PT), com transferência de renda aos mais pobres e ampliação
dos gastos públicos em educação, saúde, ciência e tecnologia; além de atrair
diversificados investimentos para país.
Neste Sete de Setembro
de 2024, os indicadores econômicos e sociais demonstram os avanços no país, com
o produto interno bruto deste ano sendo reprojetado para acima do esperado;
sendo constatada uma diminuição drástica do desemprego, com melhoria dos salários
e aumento da capacidade de compra dos trabalhadores, possibilitando em
consequência um aumento da produção industrial, comercial e de prestação de
serviço.
Ou seja, o Brasil está
se reencontrando com o desenvolvimento e a distribuição da riqueza, único
caminho para ser efetivamente um país soberano e independente. Então, vamos
comemorar este Sete de Setembro com otimismo e esperança de dias ainda melhores
para o Brasil.
A luta pela retomada
do desenvolvimento com distribuição da riqueza de forma equitativa, esta é a
grande batalha que o Presidente Lula e seu governo travam no Brasil contra os
fascistas, esses indivíduos sem compromisso com a soberania e o desenvolvimento,
que atuam pela promoção de arruaças, incentivo a agressões, disseminação de
ódio e prática de atos antidemocráticos, como prometeram fazer mais uma vez na
Avenida Paulista.
Vamos resgatar o verde
e amarelo da bandeira nacional para o campo democrático, popular e
progressista, que está conduzindo o país para torná-lo, de fato, a grande nação
que já é, levando-se em conta todas as nossas riquezas materiais e imateriais,
das quais o povo brasileiro é o mais valioso ativo.
É certo que uma das
melhores e mais eficazes formas de derrotar o fascismo é devolver ao povo a
esperança e dar-lhe a tranquilidade que vem com a certeza de suprir as
necessidades fundamentais. Então, sigamos juntos na luta pelo resgate da
esperança, na construção de um Brasil em que todos os brasileiros vivam com
dignidade e segurança.
Enquanto isto,
aguardemos o Procurador-geral da República propor as ações penais contra o
fascista-mor e todo o seu séquito golpista.
Fonte: Brasil 247
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