terça-feira, 10 de setembro de 2024

Da Sant'Ana ao Paes Mendonça: como os 'impérios' faliram em Salvador

A beleza natural de Salvador e da Baía-de-Todos-os-Santos é perene, mas as lojas com inconfundíveis fachadas que adornam a metrópole trocam ao longo dos anos. A que um dia foi Paes Mendonça passou por Bompreço e findou em Carrefour.

O protagonismo comercial dos estabelecimentos pode até chegar ao fim, mas segue firme na nostalgia daqueles que guardam boas memórias vividas naqueles espaços. Relembre alguns deles.

·        Farmácia Sant'Ana

As ruas da Salvador do início dos anos 2000 eram decoradas com o letreiro em vermelho e azul, cores da Bahia, indicando a presença da Farmácia Sant'Ana. No auge, eram 103 unidades da drogaria instaladas na cidade.

A gigante do ramo farmacêutico, fundada por José Sant'Ana, quase monopolizavam o mercado na cidade, sendo a preferida dos baianos.

Para uma crise financeira provocada por má gestão e dívidas milionárias, no entanto, não houve remédio.

A derrocada iniciou em 2013, um ano após o negócio ser vendido para a Brazil Pharma. Em 2018 a última das moicanas, aberta no centro da cidade, fechou.

·        Insinuante

Nascida em Vitória da Conquista, em 1959, a Insinuante rapidamente se espalhou pelo interior da Bahia, atingindo pouco depois não apenas Salvador, mas outros estados no Nordeste.

Chegou a ter 260 lojas, com presença em todas as cidades nordestinas com mais de 50 mil habitantes. Em Salvador, o destaque era uma mega loja aberta na Paralela. Ela líder absoluta na venda de eletrodomésticos na região.

O início do fim marca de 2010, com a fusão com a Ricardo Eletro. O nome da baiana foi, aos poucos, sendo ocultado. Em 2016, oficialmente sumiu dos letreiros e do comércio virtual. Um ano depois, a própria Ricardo Eletro faliu.

·        Paes Mendonça

Diz a lenda que os baianos mais 'raiz' insistem em chamar determinados mercados de Paes Mendonça, apesar da marca ter desaparecido nos anos 90.

A homenagem, apesar de cada vez mais rara, é justa. Não é que Mamede Paes Mendonça fundou um mercado em Salvador, ele fundo o mercado em Salvador.

Antes dele, todos os baianos faziam as compras do mês em feiras e quitandas. Após uma viagem a Argentina, o empresário descobriu o conceito de 'supermercados' e o importou para a capital baiana.

E mesmo quando outras empresas desembarcaram em Salvador, o Paes Mendonça seguiu líder.

A marca expandiu para outras regiões do país, inclusive São Paulo, mas a unidade mais icônica e charmosa sempre foi a posicionada no edifício Oceania, em frente ao Farol da Barra.

Em meados dos anos 90 o Paes Mendonça, já enfrentando problemas financeiros e políticos, teve seus letreiros alterados para Bompreço, grupo de mercados fundado pelo irmão de Mamede, Pedro.

·        Aeroclube

A alegria pousou no Aeroclube em 1999 e por lá permaneceu até 2006. Neste período, o antigo clube de pouso de aviões virou o local preferido de crianças, jovens e adultos para se entreter em Salvador.

No shopping a céu aberto, havia um enorme cinema, a casa noturna de shows Rock in Rio Café, o restaurante Café Cancun, o Magic Games, boliche, mini kart e minigolfe.

O fim oficial ocorreu em 2014, mas a decadência iniciou entre 2006 e 07, com o encerramento das atividades de várias lojas. Hoje, o Centro de Convenções de Salvador funciona no local após a demolição da estrutura do Aeroclube.

·        Comércio

Esta não é uma loja específica, mas um bairro. Antes dos shopping centers se popularizarem em Salvador, os baianos realizavam as compras nas lojas de rua do Comércio.

A função do bairro é denunciada pelo próprio nome. E ele permaneceu como principal polo comercial da capital por muitos séculos, até o início da obsolescência no final do século XX.

Hoje alguns bancos funcionam na região, mas a maioria das lojas fecharam levando, entre outros problemas, a violência para o bairro.

 

¨      Na Paraíba, Sudene amplia o diálogo com o ambiente acadêmico pela integração de ações de desenvolvimento regional

Diante de estudantes e pesquisadores das ciências econômicas, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste ressaltou a aproximação com o ambiente acadêmico como um dos elementos mais importantes para promover a convergência de ações que estimulam o desenvolvimento econômico e social da região. Estreitar o diálogo com as instituições de ciência e tecnologia foi uma das medidas destacadas pelo superintendente Danilo Cabral no Painel de Desenvolvimento do Nordeste, que integrou o XXIX Encontro Regional de Economia do Nordeste, realizado nesta sexta-feira (06) na Universidade Federal da Paraíba.

“Vivemos o movimento de trazer todo mundo de volta - a academia, as universidades – para pensar o Nordeste de hoje e de amanhã. Este é o papel da Sudene, sendo articuladora das forças vivas da sociedade que tem corresponsabilidade no desenvolvimento da região”, disse o gestor durante a apresentação sobre os desafios e oportunidades do Nordeste no contexto da nova economia e das políticas setoriais de desenvolvimento executadas pelo Governo Federal.

Na opinião do superintendente, uma das maiores adversidades que a região precisa superar é a disparidade entre o contingente populacional e a participação da economia nordestina no produto interno bruto brasileiro. “Isso sintetiza tudo que temos em termos de desafio para a pauta do Nordeste. Nós somos quase 27% da população brasileira e representamos apenas 13% do PIB. Isso mostra o quanto o Nordeste ainda tem a avançar não apenas do ponto de vista do desenvolvimento econômico, mas sobretudo social”, analisou Danilo Cabral

As recentes inovações aprovadas pelo Conselho Deliberativo da Sudene na aplicação dos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e o restabelecimento do ambiente de diálogo com os agentes financeiros regionais também foram elencados pelo superintendente como pontos de convergência importantes para a consolidação do novo momento de crescimento econômico da região. “Aprovamos a utilização dos recursos do FNE para revitalização de centros urbanos históricos e retrofit, estimulando a reocupação destes espaços. Retomamos o comitê de instituições financeiras federais para discutir novamente a aplicação dos recursos. A reativação do espaço político do Conselho Deliberativo da Sudene é importante neste sentido”, destacou.

Segundo o Banco do Nordeste, a execução orçamentária do FNE na Paraíba já chegou a R$ 1,4 bilhão em 2024, com metade destes recursos sendo contratados por empreendedores localizados no semiárido. O setor de serviços tem a maior participação na contratação de crédito no estado, com R$ 496,3 milhões.

A “janela de oportunidades” do Nordeste, na visão do superintendente, também passa pelo adensamento das cadeias produtivas, ao promover, nesta atividade, a contextualização de ações como a Nova Indústria Brasil (NIB) e o novo PAC.
O encontro ocorrido na UFPB contou ainda com a participação da Secretária Nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial, Adriana Melo; do presidente da Associação Nacional dos Centros de Pós-graduação em Economia (ANPEC), professor Cássio Besarria; do coordenador da pós-graduação em Economia da UFPB, Jevuks Matheus de Araújo; e do superintendente do Banco do Nordeste na Paraíba, Rudrigo Otávio Andrade Araújo.

Responsável pela condução de ações de fortalecimento da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), Adriana vê o Nordeste como protagonista do avanço da economia brasileira. “Através desta política contextualizada à realidade territorial, podemos alavancar oportunidades do Nordeste no âmbito das energias renováveis, na modernização dos setores tradicionais e na integração deles com os mercados globais. E o processo de interiorização do desenvolvimento no Nordeste, através das cidades médias, tem maturidade para catalisar processos produtivos mais densos”, comentou a especialista.

 

Fonte: A Tarde/Ascom Sudene

 

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