Da Sant'Ana ao Paes Mendonça: como os
'impérios' faliram em Salvador
A beleza natural de Salvador e da Baía-de-Todos-os-Santos é perene, mas as lojas com inconfundíveis fachadas que
adornam a metrópole trocam ao longo dos anos. A que um dia foi Paes Mendonça passou por Bompreço e findou em Carrefour.
O protagonismo
comercial dos estabelecimentos pode até chegar ao fim, mas segue firme na
nostalgia daqueles que guardam boas memórias vividas naqueles espaços. Relembre
alguns deles.
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Farmácia Sant'Ana
As ruas da Salvador do
início dos anos 2000 eram decoradas com o letreiro em vermelho e azul, cores da
Bahia, indicando a presença da Farmácia Sant'Ana. No auge,
eram 103 unidades da drogaria instaladas na cidade.
A gigante do ramo
farmacêutico, fundada por José Sant'Ana, quase monopolizavam o mercado na
cidade, sendo a preferida dos baianos.
Para uma crise
financeira provocada por má gestão e dívidas milionárias, no entanto, não houve
remédio.
A derrocada iniciou em
2013, um ano após o negócio ser vendido para a Brazil Pharma. Em 2018 a última
das moicanas, aberta no centro da cidade, fechou.
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Insinuante
Nascida em Vitória da
Conquista, em 1959, a Insinuante rapidamente se espalhou pelo interior da
Bahia, atingindo pouco depois não apenas Salvador, mas outros estados no
Nordeste.
Chegou a ter 260
lojas, com presença em todas as cidades nordestinas com mais de 50 mil
habitantes. Em Salvador, o destaque era uma mega loja aberta na Paralela. Ela
líder absoluta na venda de eletrodomésticos na região.
O início do fim marca
de 2010, com a fusão com a Ricardo Eletro. O nome da baiana foi, aos poucos,
sendo ocultado. Em 2016, oficialmente sumiu dos letreiros e do comércio
virtual. Um ano depois, a própria Ricardo Eletro faliu.
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Paes Mendonça
Diz a lenda que os
baianos mais 'raiz' insistem em chamar determinados mercados de Paes Mendonça,
apesar da marca ter desaparecido nos anos 90.
A homenagem, apesar de
cada vez mais rara, é justa. Não é que Mamede Paes Mendonça fundou um mercado
em Salvador, ele fundo o mercado em Salvador.
Antes dele, todos os
baianos faziam as compras do mês em feiras e quitandas. Após uma viagem a
Argentina, o empresário descobriu o conceito de 'supermercados' e o importou
para a capital baiana.
E mesmo quando outras
empresas desembarcaram em Salvador, o Paes Mendonça seguiu líder.
A marca expandiu para
outras regiões do país, inclusive São Paulo, mas a unidade mais icônica e
charmosa sempre foi a posicionada no edifício Oceania, em frente ao Farol da
Barra.
Em meados dos anos 90
o Paes Mendonça, já enfrentando problemas financeiros e políticos, teve seus
letreiros alterados para Bompreço, grupo de mercados fundado pelo irmão de
Mamede, Pedro.
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Aeroclube
A alegria pousou no
Aeroclube em 1999 e por lá permaneceu até 2006. Neste período, o antigo clube
de pouso de aviões virou o local preferido de crianças, jovens e adultos para
se entreter em Salvador.
No shopping a céu aberto,
havia um enorme cinema, a casa noturna de shows Rock in Rio Café, o restaurante
Café Cancun, o Magic Games, boliche, mini kart e minigolfe.
O fim oficial ocorreu
em 2014, mas a decadência iniciou entre 2006 e 07, com o encerramento das
atividades de várias lojas. Hoje, o Centro de Convenções de Salvador funciona
no local após a demolição da estrutura do Aeroclube.
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Comércio
Esta não é uma loja
específica, mas um bairro. Antes dos shopping centers se popularizarem em
Salvador, os baianos realizavam as compras nas lojas de rua do Comércio.
A função do bairro é
denunciada pelo próprio nome. E ele permaneceu como principal polo comercial da
capital por muitos séculos, até o início da obsolescência no final do século
XX.
Hoje alguns bancos
funcionam na região, mas a maioria das lojas fecharam levando, entre outros
problemas, a violência para o bairro.
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Na Paraíba, Sudene
amplia o diálogo com o ambiente acadêmico pela integração de ações de
desenvolvimento regional
Diante de estudantes e
pesquisadores das ciências econômicas, a Superintendência do Desenvolvimento do
Nordeste ressaltou a aproximação com o ambiente acadêmico como um dos elementos
mais importantes para promover a convergência de ações que estimulam o desenvolvimento
econômico e social da região. Estreitar o diálogo com as instituições de
ciência e tecnologia foi uma das medidas destacadas pelo superintendente Danilo
Cabral no Painel de Desenvolvimento do Nordeste, que integrou o XXIX Encontro
Regional de Economia do Nordeste, realizado nesta sexta-feira (06) na
Universidade Federal da Paraíba.
“Vivemos o movimento
de trazer todo mundo de volta - a academia, as universidades – para pensar o
Nordeste de hoje e de amanhã. Este é o papel da Sudene, sendo articuladora das
forças vivas da sociedade que tem corresponsabilidade no desenvolvimento da região”,
disse o gestor durante a apresentação sobre os desafios e oportunidades do
Nordeste no contexto da nova economia e das políticas setoriais de
desenvolvimento executadas pelo Governo Federal.
Na opinião do
superintendente, uma das maiores adversidades que a região precisa superar é a
disparidade entre o contingente populacional e a participação da economia
nordestina no produto interno bruto brasileiro. “Isso sintetiza tudo que temos
em termos de desafio para a pauta do Nordeste. Nós somos quase 27% da população
brasileira e representamos apenas 13% do PIB. Isso mostra o quanto o Nordeste
ainda tem a avançar não apenas do ponto de vista do desenvolvimento econômico,
mas sobretudo social”, analisou Danilo Cabral
As recentes inovações
aprovadas pelo Conselho Deliberativo da Sudene na aplicação dos recursos do
Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e o restabelecimento do
ambiente de diálogo com os agentes financeiros regionais também foram elencados
pelo superintendente como pontos de convergência importantes para a
consolidação do novo momento de crescimento econômico da região. “Aprovamos a
utilização dos recursos do FNE para revitalização de centros urbanos históricos
e retrofit, estimulando a reocupação destes espaços. Retomamos o comitê de
instituições financeiras federais para discutir novamente a aplicação dos
recursos. A reativação do espaço político do Conselho Deliberativo da Sudene é
importante neste sentido”, destacou.
Segundo o Banco do
Nordeste, a execução orçamentária do FNE na Paraíba já chegou a R$ 1,4 bilhão
em 2024, com metade destes recursos sendo contratados por empreendedores
localizados no semiárido. O setor de serviços tem a maior participação na
contratação de crédito no estado, com R$ 496,3 milhões.
A “janela de
oportunidades” do Nordeste, na visão do superintendente, também passa pelo
adensamento das cadeias produtivas, ao promover, nesta atividade, a
contextualização de ações como a Nova Indústria Brasil (NIB) e o novo PAC.
O encontro ocorrido na UFPB contou ainda com a participação da Secretária
Nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial, Adriana Melo;
do presidente da Associação Nacional dos Centros de Pós-graduação em Economia
(ANPEC), professor Cássio Besarria; do coordenador da pós-graduação em Economia
da UFPB, Jevuks Matheus de Araújo; e do superintendente do Banco do Nordeste na
Paraíba, Rudrigo Otávio Andrade Araújo.
Responsável pela
condução de ações de fortalecimento da Política Nacional de Desenvolvimento
Regional (PNDR), Adriana vê o Nordeste como protagonista do avanço da economia
brasileira. “Através desta política contextualizada à realidade territorial,
podemos alavancar oportunidades do Nordeste no âmbito das energias renováveis,
na modernização dos setores tradicionais e na integração deles com os mercados
globais. E o processo de interiorização do desenvolvimento no Nordeste, através
das cidades médias, tem maturidade para catalisar processos produtivos mais
densos”, comentou a especialista.
Fonte: A Tarde/Ascom
Sudene
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