Falta de sexo pode fazer mal à saúde? Veja
o que dizem os especialistas
A falta de sexo pode
acontecer por vários motivos: pela ausência de interesse sexual ou de libido,
pela falta de oportunidade ou, então, por escolha própria. Mas, sabendo que o
sexo pode trazer vários benefícios para a saúde, já comprovados
cientificamente, será que a abstinência sexual poderia trazer impactos
negativos no corpo e na mente?
“O sexo faz parte das
relações humanas, então é superimportante para a saúde física e emocional.
Durante a relação sexual, o corpo libera endorfinas essenciais para o controle
do estresse e para o relaxamento, além de melhorar o humor e fortalecer o sistema
imunológico”, afirma Carolina Dalboni, ginecologista e sexóloga, à CNN.
A especialista explica
que existem diversos estudos que relatam a relação entre a atividade sexual
contínua e o fortalecimento do sistema imune, devido aos estímulos sensoriais
que a prática oferece ao corpo. “Tudo isso sem contar que o sexo fortalece a relação
interpessoal e a conexão com o parceiro. Então, para a saúde mental,
principalmente, o sexo saudável é de extrema importância”, completa Dalboni.
Quando há o orgasmo
durante o sexo, os benefícios podem ser ainda maiores. Segundo Tamara W.
Zanotelli, sexóloga e terapeuta sexual, o clímax pode ajudar no relaxamento e a
promover um sono reparador. “Durante a atividade sexual, o corpo libera
hormônios como a endorfina e a serotonina, que promovem sensações de prazer e
relaxamento e isso gera um bem-estar muito grande”, afirma, à CNN.
É fundamental lembrar,
no entanto, que os benefícios do sexo são obtidos por meio de uma relação
consensual e saudável.
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Efeitos da falta de sexo no corpo
Se o sexo traz tantos
benefícios para a saúde, faz sentido pensar que a sua falta traz efeitos
negativos? Não necessariamente. Segundo Zanotelli, os efeitos não são os mesmos
para todas as pessoas. “De fato, algumas pessoas não sentem nenhum impacto negativo
na saúde mental devido à falta de sexo, isso pode acontecer”, afirma a
sexóloga.
Vale lembrar que, se a
abstinência sexual for uma escolha da própria pessoa, é provável que não haja
efeitos negativos na saúde mental. No entanto, quando a situação é outra, pode
haver, sim, impactos negativos na saúde.
“Alguns estudos
indicam que pessoas jovens que ficam de 20 a 30 dias sem sexo, aproximadamente,
podem causar irritabilidade, nervosismo e ansiedade“, afirma Dalboni. “Algumas
pessoas também têm uma sensação de frustração importante que pode levar à depressão
e à raiva. Então, é importante haver essa liberação de substâncias relaxantes
que ocorre durante o sexo”, acrescenta.
Além disso, em
relacionamentos sérios e casamentos, a falta de sexo pode gerar problemas de
conexão entre os parceiros. “A atividade sexual é uma parte importante do
vínculo emocional. Então, a ausência de sexo leva a uma sensação de desconexão,
insatisfação e, às vezes, diminuição da intimidade de um casal, além de gerar
impacto negativo na autoestima”, completa Zanotelli.
Já em relação à saúde
física, a abstinência sexual também pode trazer efeitos negativos, segundo
estudos. “Alguns artigos falam que o homem que fica sem ejacular por muito
tempo tem mais chances de câncer de próstata. Também ocorre uma diminuição da
vasodilatação e, em alguns casos, a atrofia vaginal, ou seja, encurtamento da
vagina“, afirma Dalboni.
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Quando o problema é falta de libido, o que fazer?
Quando a falta de sexo
ocorre por ausência de interesse ou de libido, é importante investigar o que
pode estar por trás disso. “É importante avaliar se houve traumas psicológicos
ou se há problemas fisiológicos, se isso pode estar acontecendo devido ao uso
de determinados medicamentos, que podem atrapalhar bastante a vontade de sexo.
É sempre um conjunto de fatores”, explica a ginecologista.
Fatores hormonais
também estão relacionados à falta de libido e devem ser analisados, assim como
fatores metabólicos. “Nesse caso, além do apoio psicológico, é necessário
buscar ajuda médica para entender o que pode ter levado a essas alterações”,
orienta Dalboni.
No ponto de vista
psicológico, transtornos mentais, como a depressão, também podem levar ao
desinteresse sexual, conforme explica Zanotelli. “Pessoas com depressão podem
deixar de sentir prazer em várias áreas da vida, incluindo o sexo”, afirma.
“Problemas de relacionamentos, como conflitos e falta de comunicação, também
diminuem o desejo sexual”, completa.
O estilo de vida, como
o sedentarismo e a má alimentação, também pode levar à redução da libido. “O
exercício ajuda a regular e a melhorar o humor, a aumentar a energia, assim
como uma dieta bem equilibrada. Uma pessoa que não se cuida nesse âmbito pode ter
uma diminuição da libido”, acrescenta a sexóloga.
Vale lembrar que a
desinteresse sexual e libido podem acontecer com qualquer faixa etária e
gênero, e seus efeitos também podem ser diferentes de uma pessoa para outra,
independentemente da idade. “Durante a juventude, devido às questões hormonais,
os efeitos da abstinência podem ser mais intensos. Já em adultos e idosos, os
efeitos podem ser mais associados aos fatores emocionais e serem momentâneos”,
afirma Zanotelli.
• Sociedade médica reforça importância do
sexo para pessoas idosas
Frequentemente
associada ao anos de juventude, a sexualidade também deve ser um tema
recorrente entre pessoas idosas. Isso porque para os mais velhos, o sexo pode
desempenhar um papel fundamental na manutenção da saúde emocional e física.
Segundo a Sociedade
Brasileira de Geriatria e Gerontologia, pessoas idosas não só podem como devem
manter uma rotina sexual ativa, desafiando estereótipos e preconceitos.
Um dos maiores tabus
que envolve a sexualidade dos idosos é sobre eles não terem desejo para
relações sexuais. Segundo o presidente do Departamento de Gerontologia da
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Diego Félix Miguel, há
aspectos biológicos que podem sim influenciar a vontade do sexo entre pessoas
mais velhas, como questões hormonais, doenças e o uso de medicamentos, mas que
quando uma rotina sexual é vivida, é parte importante de uma vida saudável.
“A sexualidade nesta
fase da vida não deixa de existir e traz benefícios à saúde. Ela proporciona
bem-estar físico, mental e social, e deve fazer parte do processo de
envelhecimento das pessoas de maneira ativa e saudável. Dar visibilidade à
sexualidade da pessoa idosa contribui com a desmistificação do assunto”, afirma
o especialista.
O profissional ainda
orienta a procura de apoio médico, que pode abrir um diálogo sobre o assunto e
realizar exames para identificar como recuperar a sexualidade.
“Pelo lado social, é
importante que a pessoa idosa participe de espaços que estimulem sua
convivência com outras pessoas, como clubes, academias e bailes. E, ao abrir
espaço para o diálogo, o médico ou profissional de saúde pode proporcionar um
ambiente de respeito, educação e apoio, ajudando a combater estigmas e a
melhorar o bem-estar geral das pessoas idosas.”
Fonte: CNN Brasil
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