quarta-feira, 4 de setembro de 2024

África do Sul apoia propostas da China e do Brasil sobre solução da crise na Ucrânia

A África do Sul apoia as propostas da China e do Brasil para uma solução política da crise ucraniana, disse o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa em uma reunião com o presidente chinês Xi Jinping em Pequim.

Ramaphosa está na China em uma visita de Estado. Ele também participará da Cúpula do Fórum de Cooperação China–África em Pequim, de 4 a 6 de setembro, que contará com a presença de líderes chineses e africanos.

"A África do Sul apoia o 'Consenso de Seis Pontos' proposto pela China e pelo Brasil para uma solução política para a crise na Ucrânia", disse Ramaphosa, citado pela rede de televisão ССTV chinesa.

O presidente sul-africano também observou que um alto grau de confiança política mútua foi estabelecido entre a China e a África do Sul.

Ele disse que os dois países compartilham uma "profunda amizade tradicional" e têm posições e objetivos semelhantes em muitas questões.

Em 23 de maio de 2024, o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, realizou uma reunião em Pequim com seu homólogo brasileiro Celso Amorim.

<><> Segundo a agência Xinhua, os dois lados tiveram uma profunda troca de pontos de vista sobre o avanço da solução política da crise ucraniana e o apelo para a redução da escalada da situação, e chegaram ao seguinte consenso:

1.A China e o Brasil conclamam todas as partes envolvidas a obedecerem aos três princípios de redução da escalada, ou seja, não expandir o campo de batalha, não aumentar as hostilidades e não se envolver em provocações.

2.A China e o Brasil acreditam que o diálogo e as negociações são a única solução viável para a crise ucraniana. Todas as partes devem criar condições para a retomada do diálogo direto e trabalhar para diminuir a escalada da situação até que um cessar-fogo abrangente seja alcançado. A China e o Brasil apoiam a convocação de uma conferência internacional de paz em um momento apropriado que seja reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia, que garanta a participação igualitária de todas as partes e que proporcione uma discussão honesta de todas as opções para um acordo pacífico.

3.É necessário aplicar esforços para aumentar a assistência humanitária às regiões em questão e evitar o agravamento da crise humanitária. Os ataques contra civis e instalações civis devem ser evitados, e os civis, incluindo mulheres e crianças, bem como os prisioneiros de guerra, devem ser protegidos. A China e o Brasil apoiam a troca de prisioneiros de guerra entre as partes do conflito.

4.É importante se opor ao uso de armas de destruição em massa, especialmente armas nucleares, químicas e biológicas. Todos os esforços possíveis devem ser feitos para impedir a proliferação de armas nucleares e para evitar uma crise nuclear.

5.A China e o Brasil se opõem a ataques a usinas nucleares e outras instalações nucleares pacíficas. Todas as partes devem respeitar a legislação internacional, inclusive a Convenção sobre Segurança Nuclear, e evitar resolutamente desastres nucleares provocados pelo homem.

6.É necessário resistir à divisão do mundo em grupos políticos ou econômicos fechados. As partes pedem o fortalecimento da cooperação internacional em áreas como energia, moeda, finanças, comércio, segurança alimentar e segurança de infraestruturas críticas, como oleodutos e gasodutos, cabos ópticos submarinos, instalações elétricas e redes de fibra óptica, para proteger a estabilidade das cadeias de suprimentos globais.

A Rússia lançou uma operação militar especial na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022. O presidente russo Vladimir Putin disse que seu objetivo é "proteger as pessoas que foram submetidas a abuso e genocídio pelo regime de Kiev por oito anos".

De acordo com ele, a Rússia vem tentando há 30 anos chegar a um acordo com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) sobre os princípios de segurança na Europa, mas, em resposta, tem enfrentado enganos e mentiras cínicas ou tentativas de pressão e chantagem, enquanto, nesse meio tempo, apesar dos protestos de Moscou, a aliança tem se expandido constantemente e se aproximado das fronteiras da Rússia.

¨      Putin acredita que política antirrussa do Ocidente é a principal razão da crise ucraniana

Em entrevista ao jornal da Mongólia Onoodor, onde inicia uma visita oficial nesta semana, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que a principal causa da atual tragédia na Ucrânia é a política antirrussa orquestrada pelo Ocidente, sob a liderança dos Estados Unidos.

"Por outro lado, a principal causa da atual tragédia na Ucrânia é a política antirrussa direcionada do Ocidente coletivo, liderado pelos EUA", declarou Putin.

Além disso, o presidente russo lembrou que EUA e o Ocidente buscaram o controle total sobre a Ucrânia por décadas, financiando organizações nacionalistas e contra a Rússia.

"Durante décadas, eles [EUA e Ocidente] buscaram o controle total sobre a Ucrânia. Financiavam organizações e implantavam gradualmente a visão de que a Rússia é supostamente o inimigo eterno da Ucrânia, a principal ameaça à sua existência", acrescentou.

Putin também pontuou que durante muitos anos milhões de civis em Donbass sofreram genocídio, e na Ucrânia a ideologia oficial tornou-se o ódio a tudo que é russo, afirmou.

"Durante muitos anos, milhões de civis no Donbass sofreram genocídio, bombardeios e bloqueio por parte do regime de Kiev. Na Ucrânia, a ideologia oficial tornou-se o ódio a tudo que é russo", declarou.

<><> 'Fatores internos e externos' influenciaram situação na Ucrânia

Uma série de fatores externos e internos influenciou a situação atual na Ucrânia, pontuou Putin durante a entrevista. Entre elas, estão as consequências das decisões dos líderes soviéticos sobre questões nacionais e territoriais que desempenharam um papel negativo nisso.

Disse também que o processo de criação da própria Ucrânia começou imediatamente após a Revolução Russa de 1917, quando entidades quase-estatais instáveis e efêmeras sem fronteiras claras surgiram na região.

"Mais tarde, as fronteiras das repúblicas constituintes da URSS foram marcadas de maneira bastante aleatória, com base na 'necessidade proletária'. Assim, o Donbass industrial, povoado predominantemente por russos, foi entregue à Ucrânia", enfatizou o chefe de Estado.

Pouco antes e depois da Grande Guerra pela Pátria (1941-1945), Joseph Stalin incluiu alguns territórios que haviam pertencido anteriormente à Polônia, Romênia e Hungria à Ucrânia como parte inalienável da União Soviética, acrescentou Putin.

"Deve-se entender que os líderes soviéticos agiram de acordo com as realidades geopolíticas de sua época, não esperando de modo algum que a URSS deixasse de existir e se fragmentasse ao longo de fronteiras administrativas internas artificialmente traçadas. Portanto, sem dúvida, os acontecimentos atuais têm raízes históricas", disse.

<><> Visita oficial à Mongólia

Na próxima terça-feira (3), Putin inicia uma visita oficial à Mongólia e planeja participar das celebrações do aniversário da vitória sobre os militaristas japoneses na Batalha de Khalkhin Gol.

"Pouco antes da minha próxima visita à amiga Mongólia, gostaria de compartilhar minha visão sobre a história, o estado atual e o futuro das relações bilaterais nas páginas de seu respeitável jornal. Quero ressaltar desde o início que o desenvolvimento de uma parceria abrangente e mutuamente benéfica com a Mongólia, nossa vizinha próxima e velha amiga, sempre foi e continua sendo uma das prioridades da política externa da Rússia na Eurásia", disse Putin no início da entrevista, que será publicada na íntegra nesta segunda (2).

A Rússia e a Mongólia estão ligadas por décadas de cooperação frutífera em quase todas as áreas, acrescentou. "É importante que nossa parceria bilateral em todas as áreas-chave esteja avançando a um bom ritmo. Contatos políticos, cooperação na área de defesa e segurança, interação entre parlamentos, partidos e organizações públicas, intercâmbios humanitários, laços transfronteiriços e interregionais estão se desenvolvendo com sucesso", observou.

 

¨      Scott Ritter indica por que a invasão da região de Kursk levará à derrota das forças ucranianas

As operações em grande escala da Ucrânia, incluindo a invasão da região de Kursk, foram organizadas por Vladimir Zelensky com o objetivo de demonstrar que a Ucrânia é capaz de atividades militares ativas e assim obter mais apoio financeiro do Ocidente, disse Scott Ritter, ex-oficial de inteligência do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA.

"Zelensky está muito preocupado com a componente política deste conflito em termos de manter o fluxo de dinheiro e armas para a Ucrânia. Por isso, ele frequentemente busca oportunidades de conduzir operações militares que ajudem a avançar a teoria, que contradiz a realidade, da capacidade da Ucrânia de oferecer resistência sustentada. É por isso que eles conduziram combates por Artyomovsk e Avdeevka, tentaram realizar uma contraofensiva em 2023, e também começaram a invasão da região de Kursk", observa Ritter ao canal de YouTube Dialogue Works.

De acordo com ele, as consequências fracassadas das operações passadas de Zelensky demonstraram claramente que a situação na região de Kursk pode terminar não a favor das forças ucranianas.

"Zelensky está constantemente buscando oportunidades para demonstrar tal movimento, mas todas essas batalhas referidas terminaram em derrota para os ucranianos, e a invasão da região de Kursk também terminará em fracasso", acredita ele.

Na sexta-feira (30), o Ministério da Defesa da Rússia informou que unidades do Exército eliminaram durante os combates nas áreas fronteiriças da região de Kursk mais de 7.800 soldados ucranianos, 75 tanques, 36 veículos de combate de infantaria, 64 veículos blindados, 15 lançadores de foguetes, incluindo quatro Himars.

¨      Putin: provocação em Kursk é tentativa de parar ofensiva russa em Donbass, mas ela fracassou

A Rússia está protegendo tanto os habitantes de Donbass como o seu futuro, não permitindo a criação perto da Ucrânia de estruturas hostis para a Federação da Rússia, disse o presidente russo Vladimir Putin nesta segunda-feira (2).

"Protegemos as pessoas que vivem em Donbass, nosso futuro comum e o futuro da Rússia. Porque não podemos nos dar ao luxo que sejam criadas estruturas hostis do nosso lado", declarou o líder russo durante uma conversa em uma escola da república de Tuva.

Ele declarou também que as Forças Armadas da Rússia passam a controlar territórios não em uma escala de metros, mas de quilômetros quadrados.

"Além do mais, não se trata de avanços de 200 ou 300 metros adiante, não tivemos há muito tempo tais ritmos de avanço em Donbass. As Forças Armadas da Rússia estão passando a controlar os territórios não de 200 a 300 metros, mas de quilômetros quadrados", ressaltou Putin.

A Rússia vai lidar com os bandidos ucranianos na região de Kursk, que tentaram desestabilizar a situação nas áreas fronteiriças.

"O plano deles era parar a nossa ofensiva nos principais locais em Donbass. O resultado é sabido. As pessoas estão tendo e passando por duras provações, especialmente na região de Kursk. Mas o principal objetivo que o inimigo tinha em mente, ou seja, parar o nosso desbravamento em Donbass, ele acabou falhando."

Durante conversa, Putin disse que a Rússia nunca se recusou a conduzir negociações de paz, mas é preciso lidar com os bandidos que invadiram o território do país. Ele acrescentou que não há países hostis para a Rússia, mas há elites hostis que querem enfraquecê-la e dividi-la.

Ele declarou também que a Rússia não está perdendo o contato com os países ocidentais, apesar das tentativas de elites em países não amistosos de isolar Moscou.

 

¨      Ex-deputado do Parlamento Europeu chama de belicistas aqueles que apoiam OTAN

Na rede social X, o ex-deputado irlandês Mick Wallace acusou aqueles que apoiam a OTAN de incitarem conflitos.

Ultimamente, as ideias de um conflito armado direto entre a Aliança Atlântica e a Rússia vêm sendo ouvidas com cada vez maior frequência no Ocidente.

O Kremlin, por outro lado, observou que a Rússia não está ameaçando ninguém, mas não vai ignorar ações potencialmente perigosas para seus interesses.

"A OTAN não tem nada de bom a oferecer à Europa ou ao mundo. Aqueles que apoiam a OTAN são belicistas que só querem enriquecer o complexo militar industrial", escreveu Wallace.

Moscou tem expressado repetidamente sua preocupação com o aumento das forças da aliança na Europa.

O Ministério das Relações Exteriores russo enfatizou que seu país continua aberto ao diálogo com a OTAN, mas em igualdade de condições, enquanto o Ocidente deve abandonar sua política de militarização do continente.

<><> OTAN repreende chanceler polonês após suas palavras sobre interceptar mísseis russos na Ucrânia

O vice-secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Mircea Geoana, lembrou ao ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, a necessidade de consultas dentro da aliança após a proposta deste último de interceptar os mísseis russos sobre a Ucrânia, disse o jornal Financial Times.

Sikorski tinha dito à mesma publicação que os países que fazem fronteira com a Ucrânia, apesar dos compromissos com a OTAN, são obrigados a abater os mísseis russos na Ucrânia antes que entrem no espaço aéreo ucraniano.

"A Polônia e outros países que fazem fronteira com a Ucrânia têm o 'dever' de abater os mísseis russos que se aproximem antes que entrem em seu espaço aéreo, apesar da oposição da OTAN", disse o chanceler polonês citado pelo jornal.

O Financial Times observa que, de acordo com alguns políticos ocidentais, essa decisão pode ultrapassar as linhas vermelhas sobre o envolvimento do Ocidente no conflito ucraniano e causar a retaliação da Rússia.

"Kiev tem pressionado seus aliados ocidentais a se envolverem mais na guerra, inclusive fornecendo cobertura de defesa aérea sobre o oeste da Ucrânia a partir de baterias localizadas no território da OTAN", afirma o artigo.

O vice-secretário-geral do bloco militar, Mircea Geoana, disse ao jornal que, enquanto a OTAN faz tudo o que pode para a Ucrânia, simultaneamente exerce o máximo de esforços para evitar uma escalada.

"É claro que respeitamos o direito soberano de cada aliado de garantir sua segurança nacional. Mas dentro da OTAN, sempre nos consultamos antes de entrar em algo que possa ter consequências para todos nós", acrescentou.

Ao mesmo tempo, Geoana observou que "os aliados poloneses sempre foram impecáveis em suas consultas dentro da aliança".

Na semana passada, o ministro da Defesa Nacional da Polônia, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, disse que os países da OTAN estão céticos em relação à ideia do líder atual ucraniano Vladimir Zelensky de abater mísseis russos na Ucrânia.

Ao mesmo tempo, Zelensky criticou Varsóvia por se recusar a tomar tais medidas sem o apoio de outros países da OTAN.

As autoridades de Kiev pediram repetidamente aos países ocidentais que abatam mísseis russos a partir do território desses países.

Ao mesmo tempo, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse que a política da aliança permanece inalterada e que não vai se envolver diretamente no conflito.

 

Fonte: Sputnik Brasil     

 

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