Brasil
deve ter papel mais importante e 'decisivo' na nova ordem global, diz diplomata
britânico
O secretário das Relações Exteriores do Reino Unido,
James Cleverly, visitou Manaus e Brasília nos dias 23 e 24 de maio, onde
debateu o adensamento da cooperação bilateral em diversos temas.
Após a visita, o diplomata britânico afirmou que o
Brasil deve ter uma "voz mais ativa" no cenário mundial, incluindo um
lugar no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
"É uma realidade que precisa ser refletida em
um número de instituições multilaterais, incluindo a ONU", afirmou o
diplomata ao ressaltar que o equilíbrio global de poder está mudando.
Segundo o diplomata, o Brasil é a maior economia da
América Latina e o país mais populoso na região, e há anos tem solicitado seu
ingresso ao conselho como um membro permanente.
Além disso, ele destacou que o Brasil tem um
"papel decisivo" na remodelação da ordem internacional e do sistema
multilateral, e o Reino Unido reafirma seu apoio às ambições do país
sul-americano de ter um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Em sua visita ao Brasil, o diplomata britânico
tratou de relações bilaterais entre os dois países, bem como do fortalecimento
dos fluxos de comércio e investimentos, cooperação em órgãos multilaterais e de
temas regionais e globais.
Na semana passada, a administração Biden deu mais um
passo na escalada do conflito entre a OTAN e a Rússia na Ucrânia, anunciando
planos para treinar pilotos ucranianos para pilotar caças F-16 na Europa.
Moscou criticou a medida e avisou que levará essas medidas "em
consideração" em sua estratégia militar.
Os detalhes sobre a possível entrega de caças
multifuncionais F-16 para a Ucrânia permanecem obscuros, com o governo Biden
não oferecendo nenhuma informação sobre se os próprios EUA forneceriam os
jatos, enquanto vários de seus principais aliados da OTAN, inclusive a Itália e
a Polônia, já indicaram que não enviarão os seus.
Com a mídia descartando a possibilidade de Kiev
obter F-16s de clientes dos EUA no Oriente Médio – onde há mais caças de quarta
geração voando do que em toda a Europa juntos – pode ser que Dinamarca,
Noruega, Bélgica e Países Baixos, Estados com um estoque estimado de 125 F-16s,
façam a "doação" para abrir espaço para seus novos F-35.
·
Após 5 anos de rompimento, Canadá e Arábia Saudita
voltam a normalizar relações diplomáticas
A relação entre os dois países foi suspensa em 2018
por causa de um tweet da Embaixada do Canadá na Arábia Saudita.
Nesta quarta-feira (24), Ottawa e Riad anunciaram o
retorno de sua diplomacia e nomeação de novos embaixadores desde o rompimento
entre suas relações diplomáticas em 2018.
A decisão decorre "do desejo de ambas as partes
de restabelecer as relações diplomáticas entre os dois países com base no
respeito mútuo e nos interesses comuns", disseram as declarações de ambos
os países citadas pela Reuters.
A nota emitida por ambas as nações ainda diz que a
decisão segue discussões mantidas entre o primeiro-ministro canadense, Justin
Trudeau, e o primeiro-ministro saudita, Mohammed bin Salman, à margem da cúpula
do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês) em
Bangkok em novembro do ano passado.
O rompimento dos laços aconteceu em 2018 é anterior
ao assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, no final do mesmo ano, ação que o
Canadá condenou junto a outros países, visto que supostamente o governo saudita
mandou matar e esquartejar o jornalista.
Tudo começou quando a embaixada do Canadá em Riad
publicou um tweet em árabe pedindo a libertação imediata de ativistas dos
direitos das mulheres detidas pela Arábia Saudita, relembrou a mídia.
"As medidas comerciais punitivas serão
suspensas", disse uma fonte do governo canadense familiarizada com o
acordo sob sigilo.
A Arábia Saudita foi o maior mercado de exportação
do Canadá na região em 2021, segundo dados oficiais, quando totalizaram US$
1,65 bilhão (R$ 7,4 bilhões). As importações foram de US$ 2,4 bilhões (R$ 11,8
bilhões).
Quase todas as importações do Canadá foram de
petróleo e petroquímicos. Mais de 80% das exportações para a Arábia Saudita
foram equipamentos de transporte.
Ø Na Alemanha, Brasil é aceito como membro de fórum internacional dos
transportes ligado à OCDE
Nesta quinta-feira (25), o Fórum Internacional dos
Transportes (ITF, na sigla em inglês), aceitou o ingresso do Brasil na
instituição que é vinculada à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE).
O anúncio foi feito durante o fórum anual que
acontece em Leipzig, na Alemanha, e contou com a presença do ministro dos
Transportes, Renan Filho, segundo o jornal O Globo.
"O ingresso do Brasil neste fórum se dá em
momento de extrema importância, em que o nosso país reassume o seu papel de
líder regional e retoma o seu protagonismo no combate à fome e no enfrentamento
das questões associadas às mudanças climáticas. Queremos construir com os
nossos parceiros uma agenda global que gere crescimento econômico com
distribuição de renda e sustentabilidade ambiental" disse Renan Filho
citado pela mídia.
O órgão atua como uma plataforma para temas
relacionados ao transporte, por meio da qual os países compartilham
experiências e discutem políticas para o setor, relata a Folha de São Paulo.
O Brasil passou a integrar a organização
intergovernamental, que conta agora com 66 nações, seis delas da América
Latina. O ITF atua como uma plataforma para temas relacionados ao transporte,
por meio da qual os países compartilham experiências e discutem políticas para
o setor.
Mais de mil pessoas de diferentes nacionalidades,
entre especialistas, pesquisadores e ministros, participaram do encontro
intitulado "O transporte a serviço das economias sustentáveis".
"O governo brasileiro está convicto de que é
com diálogo, respeito e união entre os países que vamos avançar e proporcionar
aos nossos povos um mundo com melhores oportunidades para todas e todos. O
setor de transportes tem muito a contribuir com o desenvolvimento sustentável e
com o bem-estar dos nossos povos", completou Renan Filho.
O secretário-geral do ITF, Young Tae Kim comemorou a
entrada de dois países latino-americanos no grupo.
"O Brasil traz uma riqueza de conhecimentos
sobre transportes que beneficiará todos os membros da FIT. O Brasil deu ao
mundo o Bus Rapid Transit, tem o segundo maior número de aeroportos do mundo, o
segundo porto mais movimentado da América Latina e é sede do terceiro maior
fabricante de aeronaves do mundo", relembrou.
O ministro Renan Filho ainda destacou que o Brasil
tem um plano integrado de logística em desenvolvimento e que o presidente, Luiz
Inácio Lula da Silva, prometeu investir cerca de R$ 23 bilhões em
infraestrutura em 2023.
Mercosul
e União Europeia devem assinar acordo até fim do ano
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira,
afirmou nesta quarta-feira (24) que o Brasil deve assinar, até o fim do ano, o
acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Segundo o chanceler, o
governo brasileiro está examinando um documento enviado pelos europeus com
novos itens ambientais, que desequilibrariam as negociações.
“Desejamos um
instrumento equilibrado, com ganhos concretos para ambos os lados, tanto em
matéria de comércio como de investimentos. Ao mesmo tempo, não aceitamos que o
meio ambiente – preocupação legítima e que compartilhamos – seja utilizado como
pretexto para exigências despropositadas, para a adoção de medidas de viés
protecionista ou, no limite, para retaliações descabidas”, afirmou durante
audiência pública na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.
O chanceler Mauro Vieira lembrou que o país já se
reintegrou à Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e
defendeu a Unasul, dizendo que muitas crises foram resolvidas no âmbito do
grupo. Ele lembrou o compromisso de Lula – durante a campanha eleitoral – de
revalorizar a integração regional.
“Estamos cientes de que há diferentes expectativas e
visões na região em relação à integração, mas estamos também convencidos de que
há denominadores comuns, a começar pelo reconhecimento da necessidade de
trabalhar conjuntamente com nossos vizinhos imediatos para fazer frente aos
múltiplos desafios que compartilhamos”, disse Vieira.
• Conflito
Rússia e Ucrânia
Viera destacou ainda que o país adota um “equilíbrio
construtivo” na posição sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia, ao mesmo tempo
condenando a invasão do território ucraniano e criticando o que chamou de
“cancelamento” da Rússia pela comunidade internacional, o que dificultaria o
diálogo pelo fim da guerra.
Durante a cúpula do G7, realizada no último fim de
semana em Hiroshima, no Japão, havia previsão de que o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva se encontrasse com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O
encontro não ocorreu. A organização de uma reuniãoentre Brasil e Ucrânia foi
inicialmente um pedido do país europeu.
• Balanço
O ministro das Relações Exteriores disse que já se
encontrou com 90 interlocutores estrangeiros e que o presidente Lula manteve
conversas com representantes de 30 países. O chanceler citou ainda negociações
com os países sul-americanos sobre segurança das fronteiras e com os Estados
Unidos sobre mudanças climáticas.
Ø MD russo e belarusso assinam acordos para armazenar armas nucleares
táticas russas em Belarus
Os ministros da Defesa de Belarus e da Rússia
assinaram acordos que estabelecem as regras de armazenamento de armas nucleares
táticas russas no território belarusso.
"Durante o encontro, foram assinados documentos
estabelecendo o procedimento de manutenção de armas nucleares táticas russas em
um depósito especial no território de Belarus", afirmou o MD belarusso.
O ministro da Defesa belarusso, Viktor Khrenin,
declarou que Minsk está interessada em continuar a desenvolver as relações de
aliança estratégica com a Rússia na esfera militar.
Além disso, o MD belarusso afirmou que a implantação
destas armas é uma resposta à política agressiva dos países hostis.
Por sua vez, o ministro da Defesa russo, Sergei
Shoigu, afirmou que o Ocidente está travando uma guerra não declarada contra a
Rússia e Belarus, e que as ações da OTAN adquiriram um carácter altamente
agressivo.
"Hoje, enfrentamos juntos o Ocidente coletivo,
que, na prática, está travando uma guerra não declarada contra nossos
países", afirmou Shoigu.
"Está sendo implementado um conjunto de medidas
para aumentar a prontidão de combate das forças armadas aliadas no Leste
Europeu. Estão sendo implantados contingentes militares adicionais e infraestrutura
militar, bem como intensificados os exercícios militares e ações de
reconhecimento próximo das fronteiras do Estado da União´[da Rússia e
Belarus]", enfatizou.
Shoigu também afirmou que os dois países estão
reforçando o espaço conjunto de defesa de acordo com a situação
político-militar.
A Rússia e Belarus são forçadas a tomar medidas de
resposta na esfera nuclear em meio a um forte agravamento das ameaças da OTAN,
afirmou Shoigu.
Shoigu recordou que a Rússia já entregou a Belarus
sistemas táticos Iskander-M, capazes de disparar mísseis com ogivas
convencionais e nucleares.
"Parte dos aviões belarussos foi reequipada
para um possível uso de armas nucleares. Os militares já foram treinados",
declarou Shoigu.
Em relação aos documentos assinados, Shoigu afirmou
que as medidas foram tomadas em conformidade com todas as obrigações legais
internacionais.
·
MRE russo: palavras de Borrell sobre ataque de
sabotadores ucranianos a Belgrado é deslize freudiano
Os comentários do chefe de política externa da União
Europeia (UE), Josep Borrell, sobre o ataque de um grupo de sabotadores
ucranianos à região "de Belgrado" são um deslize freudiano,
significando que não é mais uma pessoa decente, disse a representante oficial
do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
Na terça-feira (23), o Ministério da Defesa da
Rússia confirmou que em 22 de maio um grupo de sabotadores ucranianos invadiram
a região russa de Belgorod. Mais de 70 combatentes adversários, quatro veículos
de combate de infantaria e cinco picapes foram eliminados e o resto fugiu de
volta à Ucrânia.
Borrell, em uma coletiva de imprensa após a reunião
dos ministros da Defesa da UE sobre o fornecimento de armas à Ucrânia, não
conseguiu responder a uma pergunta sobre os eventos na região russa de
Belgorod, confundindo Belgorod com Belgrado, capital sérvia.
"Para ele tanto a região de Belgorod como
Belgrado – tudo se misturou. Talvez seja um deslize freudiano, porque da mesma
forma que eles trataram Belgrado, eles também tratam qualquer coisa que saia de
seu sistema [ocidental] de vassalagem", disse Zakharova na Rádio Sputnik
na quarta-feira (24).
No dia 24 de março de 1999, sem aprovação do
Conselho da Segurança da ONU, as forças da OTAN lançaram uma intervenção
militar contra a Iugoslávia que durou 78 dias. Até agora não há dados oficiais
finais sobre números exatos de vítimas entre a população civil. No entanto, o
governo da Sérvia afirma que foram ao menos 2.500 mortos e 6.000 feridos.
Zakharova enfatizou que a declaração de Borrell
indica que ele "deixou de ser uma pessoa decente".
"Não é uma questão de sua posição política. É
uma questão de que mentiram tanto que eles se contradizem, que essa mentira se
torna óbvia, que eles são motivo de piada total com essas declarações
totalmente falsas que por vezes já saem dos limites da sanidade mental",
acrescentou Zakharova.
Mais tarde em um briefing, a representante oficial
da chancelaria russa acusou Borrell de ter desacreditado completamente seu
posto durante seus 3,5 anos no cargo.
"Ele se tornou, se não um ideólogo da política
de confronto da UE, pelo menos um cantor dela e continua a se engajar na
justificativa de prolongar a ação militar na Ucrânia", disse.
Zakharova enfatizou que a propaganda antirrussa de
Borrell esconde os "erros geopolíticos grosseiros cometidos pela UE a fim
de garantir novas esferas de influência na Europa".
Ela observou que não há mais nada de diplomacia
genuína em seu trabalho.
Fonte: Sputnik Brasil/Agencia Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário