sexta-feira, 26 de maio de 2023

Brasil deve ter papel mais importante e 'decisivo' na nova ordem global, diz diplomata britânico

O secretário das Relações Exteriores do Reino Unido, James Cleverly, visitou Manaus e Brasília nos dias 23 e 24 de maio, onde debateu o adensamento da cooperação bilateral em diversos temas.

Após a visita, o diplomata britânico afirmou que o Brasil deve ter uma "voz mais ativa" no cenário mundial, incluindo um lugar no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"É uma realidade que precisa ser refletida em um número de instituições multilaterais, incluindo a ONU", afirmou o diplomata ao ressaltar que o equilíbrio global de poder está mudando.

Segundo o diplomata, o Brasil é a maior economia da América Latina e o país mais populoso na região, e há anos tem solicitado seu ingresso ao conselho como um membro permanente.

Além disso, ele destacou que o Brasil tem um "papel decisivo" na remodelação da ordem internacional e do sistema multilateral, e o Reino Unido reafirma seu apoio às ambições do país sul-americano de ter um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Em sua visita ao Brasil, o diplomata britânico tratou de relações bilaterais entre os dois países, bem como do fortalecimento dos fluxos de comércio e investimentos, cooperação em órgãos multilaterais e de temas regionais e globais.

Na semana passada, a administração Biden deu mais um passo na escalada do conflito entre a OTAN e a Rússia na Ucrânia, anunciando planos para treinar pilotos ucranianos para pilotar caças F-16 na Europa. Moscou criticou a medida e avisou que levará essas medidas "em consideração" em sua estratégia militar.

Os detalhes sobre a possível entrega de caças multifuncionais F-16 para a Ucrânia permanecem obscuros, com o governo Biden não oferecendo nenhuma informação sobre se os próprios EUA forneceriam os jatos, enquanto vários de seus principais aliados da OTAN, inclusive a Itália e a Polônia, já indicaram que não enviarão os seus.

Com a mídia descartando a possibilidade de Kiev obter F-16s de clientes dos EUA no Oriente Médio – onde há mais caças de quarta geração voando do que em toda a Europa juntos – pode ser que Dinamarca, Noruega, Bélgica e Países Baixos, Estados com um estoque estimado de 125 F-16s, façam a "doação" para abrir espaço para seus novos F-35.

·         Após 5 anos de rompimento, Canadá e Arábia Saudita voltam a normalizar relações diplomáticas

A relação entre os dois países foi suspensa em 2018 por causa de um tweet da Embaixada do Canadá na Arábia Saudita.

Nesta quarta-feira (24), Ottawa e Riad anunciaram o retorno de sua diplomacia e nomeação de novos embaixadores desde o rompimento entre suas relações diplomáticas em 2018.

A decisão decorre "do desejo de ambas as partes de restabelecer as relações diplomáticas entre os dois países com base no respeito mútuo e nos interesses comuns", disseram as declarações de ambos os países citadas pela Reuters.

A nota emitida por ambas as nações ainda diz que a decisão segue discussões mantidas entre o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, e o primeiro-ministro saudita, Mohammed bin Salman, à margem da cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês) em Bangkok em novembro do ano passado.

O rompimento dos laços aconteceu em 2018 é anterior ao assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, no final do mesmo ano, ação que o Canadá condenou junto a outros países, visto que supostamente o governo saudita mandou matar e esquartejar o jornalista.

Tudo começou quando a embaixada do Canadá em Riad publicou um tweet em árabe pedindo a libertação imediata de ativistas dos direitos das mulheres detidas pela Arábia Saudita, relembrou a mídia.

"As medidas comerciais punitivas serão suspensas", disse uma fonte do governo canadense familiarizada com o acordo sob sigilo.

A Arábia Saudita foi o maior mercado de exportação do Canadá na região em 2021, segundo dados oficiais, quando totalizaram US$ 1,65 bilhão (R$ 7,4 bilhões). As importações foram de US$ 2,4 bilhões (R$ 11,8 bilhões).

Quase todas as importações do Canadá foram de petróleo e petroquímicos. Mais de 80% das exportações para a Arábia Saudita foram equipamentos de transporte.

 

Ø  Na Alemanha, Brasil é aceito como membro de fórum internacional dos transportes ligado à OCDE

 

Nesta quinta-feira (25), o Fórum Internacional dos Transportes (ITF, na sigla em inglês), aceitou o ingresso do Brasil na instituição que é vinculada à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O anúncio foi feito durante o fórum anual que acontece em Leipzig, na Alemanha, e contou com a presença do ministro dos Transportes, Renan Filho, segundo o jornal O Globo.

"O ingresso do Brasil neste fórum se dá em momento de extrema importância, em que o nosso país reassume o seu papel de líder regional e retoma o seu protagonismo no combate à fome e no enfrentamento das questões associadas às mudanças climáticas. Queremos construir com os nossos parceiros uma agenda global que gere crescimento econômico com distribuição de renda e sustentabilidade ambiental" disse Renan Filho citado pela mídia.

O órgão atua como uma plataforma para temas relacionados ao transporte, por meio da qual os países compartilham experiências e discutem políticas para o setor, relata a Folha de São Paulo.

O Brasil passou a integrar a organização intergovernamental, que conta agora com 66 nações, seis delas da América Latina. O ITF atua como uma plataforma para temas relacionados ao transporte, por meio da qual os países compartilham experiências e discutem políticas para o setor.

Mais de mil pessoas de diferentes nacionalidades, entre especialistas, pesquisadores e ministros, participaram do encontro intitulado "O transporte a serviço das economias sustentáveis".

"O governo brasileiro está convicto de que é com diálogo, respeito e união entre os países que vamos avançar e proporcionar aos nossos povos um mundo com melhores oportunidades para todas e todos. O setor de transportes tem muito a contribuir com o desenvolvimento sustentável e com o bem-estar dos nossos povos", completou Renan Filho.

O secretário-geral do ITF, Young Tae Kim comemorou a entrada de dois países latino-americanos no grupo.

"O Brasil traz uma riqueza de conhecimentos sobre transportes que beneficiará todos os membros da FIT. O Brasil deu ao mundo o Bus Rapid Transit, tem o segundo maior número de aeroportos do mundo, o segundo porto mais movimentado da América Latina e é sede do terceiro maior fabricante de aeronaves do mundo", relembrou.

O ministro Renan Filho ainda destacou que o Brasil tem um plano integrado de logística em desenvolvimento e que o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, prometeu investir cerca de R$ 23 bilhões em infraestrutura em 2023.

 

       Mercosul e União Europeia devem assinar acordo até fim do ano

 

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (24) que o Brasil deve assinar, até o fim do ano, o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Segundo o chanceler, o governo brasileiro está examinando um documento enviado pelos europeus com novos itens ambientais, que desequilibrariam as negociações.

 “Desejamos um instrumento equilibrado, com ganhos concretos para ambos os lados, tanto em matéria de comércio como de investimentos. Ao mesmo tempo, não aceitamos que o meio ambiente – preocupação legítima e que compartilhamos – seja utilizado como pretexto para exigências despropositadas, para a adoção de medidas de viés protecionista ou, no limite, para retaliações descabidas”, afirmou durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.

O chanceler Mauro Vieira lembrou que o país já se reintegrou à Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e defendeu a Unasul, dizendo que muitas crises foram resolvidas no âmbito do grupo. Ele lembrou o compromisso de Lula – durante a campanha eleitoral – de revalorizar a integração regional.

“Estamos cientes de que há diferentes expectativas e visões na região em relação à integração, mas estamos também convencidos de que há denominadores comuns, a começar pelo reconhecimento da necessidade de trabalhar conjuntamente com nossos vizinhos imediatos para fazer frente aos múltiplos desafios que compartilhamos”, disse Vieira.

•        Conflito Rússia e Ucrânia

Viera destacou ainda que o país adota um “equilíbrio construtivo” na posição sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia, ao mesmo tempo condenando a invasão do território ucraniano e criticando o que chamou de “cancelamento” da Rússia pela comunidade internacional, o que dificultaria o diálogo pelo fim da guerra.

Durante a cúpula do G7, realizada no último fim de semana em Hiroshima, no Japão, havia previsão de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrasse com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O encontro não ocorreu. A organização de uma reuniãoentre Brasil e Ucrânia foi inicialmente um pedido do país europeu.

•        Balanço

O ministro das Relações Exteriores disse que já se encontrou com 90 interlocutores estrangeiros e que o presidente Lula manteve conversas com representantes de 30 países. O chanceler citou ainda negociações com os países sul-americanos sobre segurança das fronteiras e com os Estados Unidos sobre mudanças climáticas.

 

Ø  MD russo e belarusso assinam acordos para armazenar armas nucleares táticas russas em Belarus

 

Os ministros da Defesa de Belarus e da Rússia assinaram acordos que estabelecem as regras de armazenamento de armas nucleares táticas russas no território belarusso.

"Durante o encontro, foram assinados documentos estabelecendo o procedimento de manutenção de armas nucleares táticas russas em um depósito especial no território de Belarus", afirmou o MD belarusso.

O ministro da Defesa belarusso, Viktor Khrenin, declarou que Minsk está interessada em continuar a desenvolver as relações de aliança estratégica com a Rússia na esfera militar.

Além disso, o MD belarusso afirmou que a implantação destas armas é uma resposta à política agressiva dos países hostis.

Por sua vez, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, afirmou que o Ocidente está travando uma guerra não declarada contra a Rússia e Belarus, e que as ações da OTAN adquiriram um carácter altamente agressivo.

"Hoje, enfrentamos juntos o Ocidente coletivo, que, na prática, está travando uma guerra não declarada contra nossos países", afirmou Shoigu.

"Está sendo implementado um conjunto de medidas para aumentar a prontidão de combate das forças armadas aliadas no Leste Europeu. Estão sendo implantados contingentes militares adicionais e infraestrutura militar, bem como intensificados os exercícios militares e ações de reconhecimento próximo das fronteiras do Estado da União´[da Rússia e Belarus]", enfatizou.

Shoigu também afirmou que os dois países estão reforçando o espaço conjunto de defesa de acordo com a situação político-militar.

A Rússia e Belarus são forçadas a tomar medidas de resposta na esfera nuclear em meio a um forte agravamento das ameaças da OTAN, afirmou Shoigu.

Shoigu recordou que a Rússia já entregou a Belarus sistemas táticos Iskander-M, capazes de disparar mísseis com ogivas convencionais e nucleares.

"Parte dos aviões belarussos foi reequipada para um possível uso de armas nucleares. Os militares já foram treinados", declarou Shoigu.

Em relação aos documentos assinados, Shoigu afirmou que as medidas foram tomadas em conformidade com todas as obrigações legais internacionais.

·         MRE russo: palavras de Borrell sobre ataque de sabotadores ucranianos a Belgrado é deslize freudiano

Os comentários do chefe de política externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, sobre o ataque de um grupo de sabotadores ucranianos à região "de Belgrado" são um deslize freudiano, significando que não é mais uma pessoa decente, disse a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.

Na terça-feira (23), o Ministério da Defesa da Rússia confirmou que em 22 de maio um grupo de sabotadores ucranianos invadiram a região russa de Belgorod. Mais de 70 combatentes adversários, quatro veículos de combate de infantaria e cinco picapes foram eliminados e o resto fugiu de volta à Ucrânia.

Borrell, em uma coletiva de imprensa após a reunião dos ministros da Defesa da UE sobre o fornecimento de armas à Ucrânia, não conseguiu responder a uma pergunta sobre os eventos na região russa de Belgorod, confundindo Belgorod com Belgrado, capital sérvia.

"Para ele tanto a região de Belgorod como Belgrado – tudo se misturou. Talvez seja um deslize freudiano, porque da mesma forma que eles trataram Belgrado, eles também tratam qualquer coisa que saia de seu sistema [ocidental] de vassalagem", disse Zakharova na Rádio Sputnik na quarta-feira (24).

No dia 24 de março de 1999, sem aprovação do Conselho da Segurança da ONU, as forças da OTAN lançaram uma intervenção militar contra a Iugoslávia que durou 78 dias. Até agora não há dados oficiais finais sobre números exatos de vítimas entre a população civil. No entanto, o governo da Sérvia afirma que foram ao menos 2.500 mortos e 6.000 feridos.

Zakharova enfatizou que a declaração de Borrell indica que ele "deixou de ser uma pessoa decente".

"Não é uma questão de sua posição política. É uma questão de que mentiram tanto que eles se contradizem, que essa mentira se torna óbvia, que eles são motivo de piada total com essas declarações totalmente falsas que por vezes já saem dos limites da sanidade mental", acrescentou Zakharova.

Mais tarde em um briefing, a representante oficial da chancelaria russa acusou Borrell de ter desacreditado completamente seu posto durante seus 3,5 anos no cargo.

"Ele se tornou, se não um ideólogo da política de confronto da UE, pelo menos um cantor dela e continua a se engajar na justificativa de prolongar a ação militar na Ucrânia", disse.

Zakharova enfatizou que a propaganda antirrussa de Borrell esconde os "erros geopolíticos grosseiros cometidos pela UE a fim de garantir novas esferas de influência na Europa".

Ela observou que não há mais nada de diplomacia genuína em seu trabalho.

 

Fonte: Sputnik Brasil/Agencia Brasil

 

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