sábado, 6 de maio de 2023

Borrell descarta que Pequim forneça equipamentos militares para Moscou: 'Não aconteceu até agora'

A China não fornece equipamentos militares para a Rússia, disse o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

"A China não forneceu armas à Rússia até o momento. Os Estados Unidos estão avaliando essa possibilidade, mas isso não aconteceu até agora", disse Borrell em uma conferência da União Europeia (UE) na cidade italiana de Florença.

Borrell também elogiou a conversa que o presidente chinês Xi Jinping teve com o presidente ucraniano Vladimir Zelensky em 26 de abril, mencionando o plano proposto por Pequim para resolver o conflito na Ucrânia.

No entanto, ele enfatizou que "a única coisa que pode ser considerada um plano de paz [para a Ucrânia] é a proposta de Zelensky".

Zelensky, falando na cúpula do G20 na Indonésia em meados de novembro, propôs uma "fórmula de dez pontos para restaurar a paz na Ucrânia" que inclui, em particular, a recuperação da integridade territorial do país, a retirada das tropas russas e a restauração da justiça.

Em fevereiro, o Ministério das Relações Exteriores chinês emitiu uma declaração de 12 pontos propondo uma solução política para a crise ucraniana. Entre os pontos principais estão a necessidade de respeitar a soberania e a integridade territorial de todos os países, de retomar o diálogo direto entre Moscou e Kiev e um apelo para evitar uma nova escalada.

·         MD da Rússia: EUA recrutaram na Ucrânia especialistas em armas de destruição em massa

O chefe das Tropas de Defesa Radiológica, Química e Biológica das Forças Armadas russas relatou novos detalhes sobre o programa biomilitar dos EUA na Ucrânia.

O Departamento de Energia dos EUA recrutou especialistas na Ucrânia com experiência e conhecimento de armas de destruição em massa, comunicou na sexta-feira (5) o tenente-general Igor Kirillov, chefe das Tropas de Defesa Radiológica, Química e Biológica das Forças Armadas da Rússia.

"O documento apresentado confirma que uma das atividades do Departamento de Energia é o recrutamento de especialistas com experiência e conhecimento no campo de armas de destruição em massa que trabalhavam anteriormente na Ucrânia", disse Kirillov em uma coletiva de imprensa.

Segundo explicou, os EUA estão promovendo na Ucrânia projetos de pesquisa de doenças que podem ser transmitidas de animais para humanos.

Ele ligou o programa à morte em massa de aves em 2021 no território da reserva de Kherson, devido a possíveis experimentos e uma atitude negligente em relação aos requisitos de biossegurança.

Segundo ele, os participantes do projeto fugiram às pressas após a libertação da região de Kherson e sugeriram aos restantes funcionários que ficaram na reserva, em troca de uma recompensa, que removessem ou destruíssem os resultados da pesquisa, especialmente a documentação que confirmava a morte em massa das aves.

Igor Kirillov assegurou que o projeto envolvia cepas que podiam provocar epidemias. O tenente-general referiu que nos últimos três anos os prejuízos causados pela gripe aviária na Rússia ultrapassaram 4,5 bilhões de rublos (R$ 290,15 milhões), e morreram mais de dez milhões de aves domésticas. Por sua vez, nos países europeus, as perdas devidas à doença para o setor agrícola chegaram a cerca de € 3 bilhões (R$ 16,38 bilhões).

"De acordo com especialistas, enquanto na região europeia a gripe aviária costumava ser uma doença sazonal, hoje em dia seus surtos são registrados em qualquer parte do ano", sublinhou.

Kirillov assinalou que o Departamento de Energia se tornou o principal financiador de projetos biomilitares na Ucrânia, em estreita colaboração com o Departamento de Defesa dos EUA.

"A natureza opaca das atividades do Departamento de Energia é ressaltada pelo fato de que ele tem o direito exclusivo de não devolver ao Tesouro dos EUA as dotações do ano fiscal não gastas e de as alocar para despesas futuras não orçadas. Tal fato é confirmado por um relatório do Tesouro dos EUA datado de 25 de julho de 2022. Essa abordagem não exige solicitações adicionais ao Congresso dos EUA e permite o financiamento irrestrito dos programas de armas biológicas dos EUA."

"Desde o início dos anos 2000, Washington tem gastado mais de US$ 2 bilhões [R$ 9,94 bilhões] por ano em programas de armas biológicas. Mas o Pentágono é cauteloso com esse tipo de atividade, porque desenvolver armas biológicas prevê responsabilização em conformidade com a Convenção de Genebra", destacou o oficial.

Ele citou as declarações do candidato a presidente norte-americano Robert Kennedy Jr.

"O que o ministério tem a ver com o combate às ameaças biológicas e com a implementação de projetos com características de uso duplo?", questionou Kirillov.

 

Ø  Colunista aponta principal trunfo do Exército russo antes da contraofensiva das forças ucranianas

 

O colunista americano Brendan Cole revelou a vantagem das Forças Armadas da Rússia sobre as Forças Armadas da Ucrânia. Em seu artigo para a Newsweek, ele afirmou que o principal trunfo de Moscou é a aviação.

"A Força Aeroespacial do país [Rússia] ainda é a segunda maior do mundo e inclui cerca de 900 caças e 120 bombardeiros, o que é uma vantagem significativa perante a amplamente esperada contraofensiva ucraniana", escreveu o autor.

De acordo com o diretor-geral do Global Guardian, Dale Buckner, a Rússia tem grandes reservas da frota aérea que excedem as ucranianas em dez vezes.

Os russos "têm um nível quase esmagador de superioridade aérea que ainda não introduziram", disse Dale Buckner à Newsweek. "A Rússia tem em reserva uma frota muito grande que é dez vezes a da Ucrânia".

"Portanto, há um risco tático real no terreno para os ucranianos se eles não tiverem defesa antiaérea adequada e se não tiverem múltiplas camadas de defesa antiaérea", acrescentou Buckner, referindo-se ao modo como diferentes tipos de armas interceptam aeronaves e mísseis voando em diferentes altitudes.

No início de abril, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, sugeriu que as Forças Armadas da Ucrânia pudessem realizar o contra-ataque nas próximas semanas. Por sua vez, o ministro da Defesa ucraniano, Aleksei Reznikov, apelou para esperar até o fim da época de lamaçal nas estradas.

O porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, observou que quaisquer declarações sobre a planejada contraofensiva dos militares ucranianos são cuidadosamente monitoradas e levadas em conta no planejamento da operação militar especial.

O New York Times observa que, na ausência de sucesso sério das forças ucranianas no front, o apoio ocidental à Ucrânia pode enfraquecer.

 

Ø  EUA apoiam as Filipinas e acusam a China de 'assédio' e 'táticas agressivas'

 

Um membro do Departamento de Estado dos EUA criticou o comportamento de Pequim no mar do Sul da China em meio à visita do líder das Filipinas ao país norte-americano.

Os EUA apoiam as Filipinas diante do "assédio" da Guarda Costeira da China, disse na terça-feira (2) um alto responsável dos EUA, citada na quarta-feira (3) pela agência britânica Reuters.

Na sexta-feira (28) as Filipinas acusaram a Guarda Costeira do país asiático de "manobras perigosas" e "táticas agressivas" no mar do Sul da China. Pequim disse que os navios das Filipinas fizeram "movimentos provocativos deliberados".

Daniel Kritenbrink, secretário de Estado assistente dos EUA para Assuntos do Leste Asiático e do Pacífico, destacou a visita ao país norte-americano nesta semana pelo presidente filipino Ferdinand Marcos Jr. como mostrando a força e a resistência da aliança entre os dois países.

"Continuamos profundamente preocupados com a intimidação e o assédio contínuos [da China] às embarcações filipinas, pois elas continuam realizando patrulhas realmente rotineiras dentro da zona econômica exclusiva das Filipinas", disse ele em uma teleconferência nos EUA.

"Tais ações e comportamentos por parte de Pequim são realmente inaceitáveis", continuou ele, acrescentando que os Estados Unidos e seus parceiros reconhecem a importância de manter a paz no estreito de Taiwan.

Na segunda-feira (2) Marcos Jr. e seu homólogo americano Joe Biden reafirmaram a aliança de segurança de longa data, com o último afirmando o compromisso "de ferro" de Washington com Manila.

·         Filipinas revelam por que bases dos EUA no país seriam 'úteis' no caso de ataque a Taiwan

O presidente filipino explicou a abordagem do país em um conflito na região durante a visita aos EUA, onde reafirmou o compromisso de um pacto assinado com os norte-americanos em 2014.

As bases dos EUA nas Filipinas poderiam ser úteis se a China tentasse tomar Taiwan, disse na quinta-feira (4) Ferdinand Marcos Jr., presidente filipino, citado pela agência britânica Reuters.

O alto responsável contou à Reuters durante sua visita aos EUA que o Acordo de Cooperação Reforçada de Defesa (EDCA, na sigla em inglês) de 2014 entre Washington e Manila foi originalmente concebido para melhorar a resposta a desastres provocados por mudanças climáticas.

Outra utilização para as bases, diz, seria para evacuar moradores filipinos de Taiwan no caso de uma invasão.

"Portanto, esses lugares do EDCA também serão úteis para nós caso essa terrível ocorrência se concretize", acrescentou ele.

Um acordo de fevereiro entre as Filipinas e os EUA permitiu aos últimos usarem mais quatro bases militares no país asiático, algo que provocou críticas por parte da China, que vê tal passo como agravador das tensões. Ao mesmo tempo, Marcos garantiu que Washington "não propôs nenhum tipo de ação para as Filipinas em termos de participação na defesa de Taiwan".

"É de natureza defensiva e talvez de natureza de defesa civil, quando falo sobre os desastres e a evacuação de nossos cidadãos filipinos", apontou ele, referindo que assegurou ao ministro das Relações Exteriores da China ser esse o objetivo, e que os EUA nunca referiram a possibilidade de que esses lugares fossem usados como "pontos de preparação" militar.

 

Ø  Inteligência: China ultrapassa EUA no número de lançadores de mísseis balísticos intercontinentais

 

Diretor da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA (DIA, na sigla em inglês), o general Scott Berrier disse na quinta-feira (4) que a China ultrapassou os Estados Unidos na quantidade de lançadores fixos e móveis terrestres de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM, na sigla em inglês).

"Eu concordo", disse Berrier durante uma audiência no Congresso ao ser perguntado se consentia com a avaliação de que a China tem agora ultrapassado os Estados Unidos na quantidade de lançadores terrestres fixos e móveis dos mísseis balísticos intercontinentais.

Berrier também confirmou relatórios recentes da DIA de que a China implantará 1.500 ogivas nucleares até 2035.

Anteriormente, a agência Reuters informou que, de acordo com um relatório do Pentágono, a China, pela primeira vez, mantém pelo menos um submarino de mísseis balísticos com armas nucleares constantemente no mar, o que aumenta a pressão sobre os Estados Unidos e seus aliados enquanto eles tentam combater o crescente Exército chinês.

Por sua vez, a Marinha dos EUA mantém cerca de duas dezenas de submarinos nucleares de ataque no oceano Pacífico, inclusive em Guam e Havaí, de acordo com a Frota do Pacífico dos EUA.

 

Ø  Irã possui urânio enriquecido suficiente para criar 5 bombas nucleares, adverte ministro israelense

 

O Irã continua seu esforço de enriquecimento de urânio e já acumulou urânio suficiente para fabricar cinco armas nucleares, disse o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant.

"Não se enganem: o Irã não ficará satisfeito com uma única bomba nuclear. Até agora, o Irã conseguiu material enriquecido a 20% e 60% para cinco bombas nucleares", disse Gallant durante o seu discurso com o ministro da Defesa grego Nikolaos Panagiotopoulos durante uma visita a Atenas na quinta-feira (4).

O ministro israelense não esclareceu como os estoques de urânio do Irã seriam suficientes para fabricar cinco bombas, dado que o urânio deve ser habitualmente enriquecido a 90% ou mais para ser considerado de grau militar.

A bomba nuclear dos EUA lançada na cidade japonesa de Hiroshima em agosto de 1945 teve uma taxa média de enriquecimento de cerca de 80%.

"O progresso iraniano e o enriquecimento até 90% seriam um erro grave da parte do Irã, e poderia incendiar a região", alertou o ministro israelense.

Teerã tem negado ter quaisquer ambições de construir uma bomba nuclear e criticou o Ocidente sobre o seu silêncio relativamente aos estoques de armas nucleares que Israel alegadamente possui.

No ano passado, os EUA e Israel assinaram uma declaração conjunta prometendo "nunca permitir que o Irã obtenha uma arma nuclear".

Os dois países realizaram exercícios militares conjuntos simulando ataques a instalações nucleares iranianas, com Tel Aviv reservando um fundo especial de US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 7,5 bilhões) em seu orçamento militar especificamente destinado aos preparativos para atacar o Irã.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

Nenhum comentário: