quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Artigo: “O que levou a queda de Marina”. Por Francklin Sá


Elevada ao topo da candidatura com a morte de Eduardo Campos, Marina Silva agitou a campanha política pela primeira vez, transformando a calmaria que reinava no mar da campanha eleitoral, diante da ameaça de uma possível derrota do PT, partido que não admite largar a boquinha, já que segundo seus seguidores, o Brasil só foi descoberto a partir de sua ascensão ao Poder.
Antes do PT nada existia, apenas os nativos e nada mais justo que eles que descobriram e construíram tudo que aí se encontra, também sejam eles e apenas eles que devam ter o direito de usufruir.
E foi esta possível ameaça que bagunçou o ambiente, principalmente a partir do momento que as pesquisas passaram a identificar uma ‘forte onda’ que levavam as pessoas a desaguarem suas esperanças e seus sonhos na candidata do PSB, cansados que se encontravam e se encontram, com tantos desmandos e tamanha corrupção e em sua grande maioria envolvendo e ou patrocinada por membros de alta patente dos partidos politicos aliados ao governo Dilma, tendo sempre como partícipe alguém ligado ao PT.
A partir da entrada de Marina no jogo, começou a ser ensaiada a “onda anti-PT”, que ainda é vista em alguns lugares, levada pela desesperança que hoje se abate na população resultante de tantos mal – feitos, como diz a presidente em relação a roubalheira que se instalou no centro do Poder, sem que qualquer atitude dura, rigorosa e punitiva sejam tomadas ou vistas, principalmente, ao saber que a maioria dos envolvidos sempre estiveram sob suspeitas quanto a conduta e o zelo do patrimônio e dos bens públicos e que mesmo assim, jamais estiveram no centro de qualquer faxina ética, ética esta, que o PT ao chegar ao Poder fez e faz questão de jogar no lixo. 
Marina Silva se transformou por um momento, no desaguadouro desses sonhos que, infelizmente, ela e sua equipe não souberam capitalizar, diante dos vacilos e dos constantes recuos das suas afirmativas políticas.
Esperava a população que Marina Silva trouxesse o novo, como pregava Eduardo Campos, que mostrasse firmeza nas tomadas de decisões e que não demonstrasse vacilos nas questões decisivas que a sociedade exigia, que não confudisse ideologia política com ideologia religiosa, até porque vivemos em um País em que a sua Carta Magna afirma ser “laico”.
Infelizmente, antes mesmo que a sua preferência estivesse consolidada junto à população, Marina Silva começou a deixar de ser o sonho esperado e, passou a mostrar para a sociedade uma outra Marina desconhecida ainda pelo eleitor.
Independente das críticas apresentadas pelos seus opositores, da qual ela por ser ex-militante petista tão bem conhecia e deveria está preparada e vacinada, porém, não se esperava tantos vacilos como os apresentados, os quais com certeza fizeram muitos eleitores reavaliarem suas posições e começarem a rever seus conceitos, principalmente a partir do momento que ficou claro ser a sua  candidatura a preferida do sistema financeiro – diante da sua declarada aliança com Neca Setúbal -; dos especuladores internacionais e dos fundamentalistas religiosos – a partir do momento em cedeu a menor pressão recebida do que há de mais execrável no movimento religioso, Silas Malafaia, símbolo maior da homofobia deste país, ao retirar os trechos do programa que o incomodavam e aos fundamentalistas que o seguem -, Marina Silva começou a perder o apoio da juventude e da classe média formadora de opiniões na velocidade da queda de um jato, como se observa pelas últimas pesquisas.
Ao se aliar a políticos cujo passado nada os recomendam, como por exemplo a família Bornhausen, que fizeram toda caminhada política  apoiada pela ditadura militar, homens ligados à linha dura da bancada ruralista, que sempre defenderam  e andaram na contramão daquilo que outrora defendeu Marina Silva, e cuja  trajetória política, como a dos Bornhausens,  marcada pela guerra ao ambientalismo, levaram ao eleitor dá uma parada e repensar sobre o possível apoio e a questionar sobre essas novas alianças e a se perguntar, em que os Bornhausens e Silas Malafaia por exemplo, são melhores que os Sarney, os Renan e os Maluf?
Aliado a esta dúvida, veio acoplada a ela o perigo do fundamentalismo religioso, que já é um perigo hoje, na forna como está sendo difundido por alguns lideres que se passam por religiosos, como o já citado e outros menos voltados, difundindo a intransigência, a homofobia em nome de um líder maior que viveu em uma época muito diferente da atual e que se hoje estivesse entre nós, seria o primeiro a fazer como o fez quando nasceu, a expulsar os vendilhões dos templos, os quais transformaram hoje, onde tudo é feito em nome do dinheiro e do enriquecimento pessoal, imaginem como não se sentirão tendo uma presidente que os apoiam.
Portanto, foram e tem sido os vacilos das suas afirmativas, aliados as alianças nada recomendáveis que fizeram o eleitor a retroceder e a começar a pensar entre o PÉSSIMO (ou rouba mais faz), o RUIM ( rouba e não faz - seria Aécio)e o DUVIDOSO (Marina) mais como o apoio do segmento sanguessuga – os banqueiros – e do fundamentalismo religioso, o eleitor começou a refluir a “onda” e começou a pensar em sua segurança e retornar seu voto para aquele que se apresenta menos perigoso e que poderá pelo menos trazer mais segurança nas relações interpessoais e dos Direitos Humanos, apesar de saberem que as promessas de hoje são as mesmas de 04 anos atrás e com certeza serão as mesmas daqui a 04 anos.


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