O
país acompanha estarrecido as revelações de Paulo Roberto Costa e Alberto
Youssef sobre as estripulias da corrupção de larga escala. Todos já sabem e
mesmo sentiram na pele a perene corrupção de pequena escala, aquela do fiscal
da prefeitura ou do Trabalho. Se a corrupção é intrínseca ao homem, ela o é
mais ainda ao Estado, que defino como o mal potenciado e comprimido, capaz de
realizar grande devastação.
Basta rememorar as guerras, pequenas e grandes, para vermos do que o Estado é capaz. E também as crises financeiras, a inflação e toda sorte de trapalhadas que o Estado moderno tem realizado. É possível dizer que o Estado é, desde o Renascimento, o lobo do homem. É para isso que existem Forças Armadas e polícias, para matar gente quando a ocasião se apresenta. Diante de um agente estatal o indivíduo torna-se insignificante, pois não está diante de um semelhante, mas da própria expressão de uma encarnação demoníaca, que é puro poder mundano.
A face mais sinistra do Estado pode ser um avião de caça-bombardeiro em missão de ataque. É ali representada toda a expressão do poder estatal, sua força, seu poderio devastador. Beleza sinistra. Mas a má ação estatal contra o homem está presente nos tempos de paz também. Veja-se a política de controle de natalidade e a permissão legal para permitir o infanticídio que é o aborto. E também as políticas racistas que violentam a natureza das coisas. As prisões são o signo de nosso tempo, cada vez mais abarrotadas, humilhando seus “clientes” e tornando-os incapazes de vida em sociedade. Ser prisioneiro do Estado é como dar um primeiro passo para a morte.
Nunca deixo de frisar que o Estado “é” a sua burocracia. O uso do termo genérico despersonifica o autor da obra maligna. O agente estatal mesmo quando cumpre a lei pode praticar o mal, pois nos últimos quinhentos anos o direito foi desconectado de sua fonte natural. O Estado deixou de ter como fim o bem comum e passou a se mover pela sua própria lógica. Essa é a origem das razões de Estado.
Além de perder toda conexão com o sagrado, o Estado tornou-se um substitutivo das religiões, é a própria expressão de uma religião materialista e ateia. A burocracia estatal é sua classe sacerdotal e os balcões do Estado são os seus altares. São os agentes dessa religião laica que pregam diuturnamente a laicidade do Estado, em ação hipócrita e mentirosa. Os ateus querem ter o monopólio da expressão religiosa, disfarçada de simples ação do Estado.
A propósito dessa realidade, que não é apenas histórica, mas que tem raiz transcendente, quero lembrar uma citação de Ortega y Gasset, que colhi na leitura de sua Biografia, escrita por Jordi Garcia: “A venalidad es parte de la naturaliza del exercício de la política, y aceptarlo es parte del combate contra la hipocrisia y el ‘misticismo ético’”.
Ninguém compreendeu melhor a natureza do Estado do que Ortega y Gasset, ele próprio que foi um sacerdote intelectual do Estado. Enquanto materialista, tudo que propunha Ortega para redimir sua Espanha e a Europa era a ação estatal nos termos que entendia. A questão para ele não era discutir a natureza do Estado, mas apenas encontrar o formato capaz de “melhorar” o homem.
Na frase de Ortega vê-se uma primorosa análise fisiológica do funcionamento estatal, mas também uma falsa justificação moral, uma falsa moral de nietzschiano. Ortega sempre soube que o Estado moderno era apenas a manifestação do poder – que digo maligno –, mas foi incapaz de tirar as conclusões morais de sua descoberta, posto que perdera os parâmetros do cristianismo.
Nenhuma surpresa com as revelações de Paulo Roberto Costa e de Alberto Youssef. Trata-se apenas de mais do mesmo, aqui como em toda parte. O único antídoto é a receita liberal, de reduzir o Estado a suas funções ditas clássicas. Mas, em tempos socialistas, essa meta é cada vez mais uma quimera. Há o risco de todos perecermos vítimas do puro poder.
Talvez por isso que as eloquentes revelações tenham pouco ou nenhum impacto nas eleições que teremos amanhã. No fundo, cada um de nós sabe que, ganhe quem ganhar, todos perderemos.
Quem viver verá!
Basta rememorar as guerras, pequenas e grandes, para vermos do que o Estado é capaz. E também as crises financeiras, a inflação e toda sorte de trapalhadas que o Estado moderno tem realizado. É possível dizer que o Estado é, desde o Renascimento, o lobo do homem. É para isso que existem Forças Armadas e polícias, para matar gente quando a ocasião se apresenta. Diante de um agente estatal o indivíduo torna-se insignificante, pois não está diante de um semelhante, mas da própria expressão de uma encarnação demoníaca, que é puro poder mundano.
A face mais sinistra do Estado pode ser um avião de caça-bombardeiro em missão de ataque. É ali representada toda a expressão do poder estatal, sua força, seu poderio devastador. Beleza sinistra. Mas a má ação estatal contra o homem está presente nos tempos de paz também. Veja-se a política de controle de natalidade e a permissão legal para permitir o infanticídio que é o aborto. E também as políticas racistas que violentam a natureza das coisas. As prisões são o signo de nosso tempo, cada vez mais abarrotadas, humilhando seus “clientes” e tornando-os incapazes de vida em sociedade. Ser prisioneiro do Estado é como dar um primeiro passo para a morte.
Nunca deixo de frisar que o Estado “é” a sua burocracia. O uso do termo genérico despersonifica o autor da obra maligna. O agente estatal mesmo quando cumpre a lei pode praticar o mal, pois nos últimos quinhentos anos o direito foi desconectado de sua fonte natural. O Estado deixou de ter como fim o bem comum e passou a se mover pela sua própria lógica. Essa é a origem das razões de Estado.
Além de perder toda conexão com o sagrado, o Estado tornou-se um substitutivo das religiões, é a própria expressão de uma religião materialista e ateia. A burocracia estatal é sua classe sacerdotal e os balcões do Estado são os seus altares. São os agentes dessa religião laica que pregam diuturnamente a laicidade do Estado, em ação hipócrita e mentirosa. Os ateus querem ter o monopólio da expressão religiosa, disfarçada de simples ação do Estado.
A propósito dessa realidade, que não é apenas histórica, mas que tem raiz transcendente, quero lembrar uma citação de Ortega y Gasset, que colhi na leitura de sua Biografia, escrita por Jordi Garcia: “A venalidad es parte de la naturaliza del exercício de la política, y aceptarlo es parte del combate contra la hipocrisia y el ‘misticismo ético’”.
Ninguém compreendeu melhor a natureza do Estado do que Ortega y Gasset, ele próprio que foi um sacerdote intelectual do Estado. Enquanto materialista, tudo que propunha Ortega para redimir sua Espanha e a Europa era a ação estatal nos termos que entendia. A questão para ele não era discutir a natureza do Estado, mas apenas encontrar o formato capaz de “melhorar” o homem.
Na frase de Ortega vê-se uma primorosa análise fisiológica do funcionamento estatal, mas também uma falsa justificação moral, uma falsa moral de nietzschiano. Ortega sempre soube que o Estado moderno era apenas a manifestação do poder – que digo maligno –, mas foi incapaz de tirar as conclusões morais de sua descoberta, posto que perdera os parâmetros do cristianismo.
Nenhuma surpresa com as revelações de Paulo Roberto Costa e de Alberto Youssef. Trata-se apenas de mais do mesmo, aqui como em toda parte. O único antídoto é a receita liberal, de reduzir o Estado a suas funções ditas clássicas. Mas, em tempos socialistas, essa meta é cada vez mais uma quimera. Há o risco de todos perecermos vítimas do puro poder.
Talvez por isso que as eloquentes revelações tenham pouco ou nenhum impacto nas eleições que teremos amanhã. No fundo, cada um de nós sabe que, ganhe quem ganhar, todos perderemos.
Quem viver verá!
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