segunda-feira, 24 de março de 2025

Produzir vacinas é ter mais segurança na saúde, diz VP da Sinovac

A empresa farmacêutica Sinovac busca expandir e fortalecer a capacidade produtiva de vacinas em território brasileiro para o combate de crises sanitárias. A iniciativa surgiu após a emergência causada pela pandemia da Covid-19. Na época, a empresa chegou a fornecer cerca de 100 milhões de doses da CoronaVac para o país nos meses críticos da doença.

No Brasil, em visita à CNN, o vice-presidente da companhia para a América Latina, Weining Meng, evidenciou que a maior produção de vacinas no país significa ter mais segurança sanitária.

“Durante a pandemia, percebemos que a indústria de vacinas não é apenas uma indústria normal. Ela também significa segurança na saúde. Isso quer dizer que a indústria local de vacinas é crucial para a próxima pandemia. A partir daí, vemos que todos os países têm essa vontade, e também queremos tornar a localização do nosso produto como algo regional. Dessa forma, estamos muito confiantes e otimistas de que a produção se torne localizada”, afirmou Meng em entrevista à CNN.

O maior foco no Brasil chega após atuações bem-sucedidas da Sinovac em outras regiões, como a Turquia e a Colômbia, locais onde reduziu a dependência de importações expandindo a capacidade produtiva do país. Segundo o representante da companhia, com o investimento, “podemos fazer mais pesquisas e estudos para finalmente desenvolver um bom produto e trazer mais benefícios para a população local”.

“A América Latina é uma prioridade estratégica para a Sinovac. Nossa experiência durante a pandemia reforçou a necessidade de investimentos contínuos para garantir que países da região tenham acesso rápido e seguro a vacinas”, explicou Meng.

O vice-presidente também explicou mais sobre o plano de expansão da produção de vacinas.

“Durante a pandemia tivemos a capacidade de construir uma capacidade de produção muito lógica. Estamos dispostos a colaborar com nosso parceiro aqui [Butantan]. Podemos trazer nossos outros parceiros para construir rapidamente as instalações de produção, temos experiência para produzir em grande escala, trabalhando em conjunto com um parceiro local”, ressaltou ele.

“Com isso, então, podemos construir e terminar rapidamente e também realizar a transferência técnica com agilidade. Normalmente, falamos sobre a transferência tecnológica da vacina normalmente em 10 anos, mas estamos muito confiantes em encurtar esse período. Por exemplo, na Turquia, concluímos toda a estrutura de produção em 14 meses. Estamos muito confiantes nisso. Ao encurtar o período de construção e o período técnico, podemos estimar uns cinco, seis ou sete anos e realmente fazer a vacina ser produzida localmente aqui.”

A Sinovac já estabeleceu parcerias para transferência de tecnologia ao Brasil e segue negociando novas colaborações no Brasil, incluindo sua participação no processo de Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) com o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), um instituto público brasileiro.

“Este não é apenas um projeto. Até mesmo a colaboração com o Tecpar, trabalhando juntos. Depois disso, podemos trazer mais vacinas, mais produção, para expandir o escopo. Podemos colaborar com nossos parceiros para fazer pesquisas locais estudos com animais… esses também precisam de mais investimentos”, contou.

“Tenho uma forte consciência de que o Brasil é um grande país, grande população, já tem condições muito boas para indústrias farmacêuticas. Queremos trabalhar em conjunto com institutos públicos e privados. Também estamos dispostos a trabalhar em conjunto com a Anvisa. Finalmente, faça uma boa preparação para a próxima pandemia”, concluiu Meng.

¨      VP da Sinovac: “Trabalhamos para encurtar período de produção de vacinas”

A Sinovac, empresa chinesa responsável por fornecer a vacina Coronavac contra a Covid-19 para o Brasil durante a pandemia, quer fortalecer sua presença no Brasil e investir na produção local de vacinas em nosso país.

Em entrevista à CNN durante visita ao Brasil, o vice-presidente da companhia para a América Latina, Weining Meng, destacou o interesse da empresa em diminuir o tempo de transferência de tecnologia para acelerar o processo de produzir vacinas localmente.

“Temos muita experiência, e também podemos trazer nossos outros parceiros para construir rapidamente as instalações de produção. E também já temos muita experiência em produzir em grande escala, o ‘know-how’ tecnológico, trabalhando em conjunto com um parceiro local”, disse Meng, relembrando o trabalho em conjunto com o Instituto Butantan durante a pandemia.

Coronavac, primeira vacina contra o novo coronavírus aprovada pela Anvisa durante a pandemia, foi produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

“Então, podemos construir rapidamente, terminar rapidamente a construção e fazer rapidamente a transferência de tecnologia”, acrescentou. “Normalmente, a transferência de tecnologia da vacina demora 10 anos, mas estamos muito confiantes em encurtar esse período.”

A empresa já obteve sucesso em diminuir esse prazo em outros países. Utilizando esse mesmo modelo de transferência tecnológica, a Sinovac concluiu o processo de construir uma fábrica e obter certificação regulatória na Turquia em apenas 14 meses.

“Ao diminuir o período de construção e o período [de transferência] tecnológica, podemos encurtar o prazo para talvez 5, 6, ou 7 anos, e realmente começar a produzir a vacina localmente aqui”, acrescentou Meng.

A Sinovac anunciou, em junho do ano passado, a intenção de investir US$ 100 milhões em pesquisa, desenvolvimento e produção local no Brasil. A empresa já possui um acordo em andamento com o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), mas também busca colaborar e estabelecer outras parcerias com instituições públicas e privadas.

“Tenho uma consciência muito forte de que o Brasil é um grande país, com uma grande população, que já tem condições muito boas para indústrias farmacêuticas. Queremos trabalhar em conjunto com institutos públicos e privados. Também estamos dispostos a trabalhar em conjunto com a Anvisa. Finalmente, fazer uma boa preparação para a próxima pandemia“, disse Weng.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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