O colonialismo de Israel está causando essa
guerra
As
terríveis injustiças inerentes à expulsão dos palestinos e à negação de sua
existência nacional precisam ser reparadas. O professor Rashid Khalidi é um
historiador palestino-americano da Universidade de Columbia e uma autoridade na
questão do que se refere ao conflito no Oriente Médio. Em seu livro The Hundred Years’
War on Palestine (A
guerra dos cem anos na palestina), ele explora as raízes mais profundas de
uma campanha de limpeza étnica, que hoje está atingindo novos patamares de
violência.
Khalidi
participou da conferência “Witnessing Atrocities: Dissent in the Wake of
Gaza”, realizada pela Spore Initiative. Na conferência, ele
conversou com Hanno Hauenstein sobre os protestos contra a guerra nos Estados
Unidos, as ações de Israel em Gaza e o clima político atual na Alemanha, onde
seu livro foi recentemente publicado. Este texto baseado em sua conversa foi
ligeiramente editado para oferecer maior clareza.
LEIA A
ENTREVISTA:
Atualmente,
estão ocorrendo protestos nos campi de todos os Estados Unidos, principalmente
na sua Universidade, a Columbia. Muitas vezes, eles são rotulados de “antissemitas”. Como o senhor vê
esses protestos?
Rashid
Khalidi - Tenho acompanhado de perto o que está acontecendo desde 07 de
outubro, já que nosso campus tem sido palco de protestos desde então. Não acho
que as pessoas que organizam as manifestações sejam antissemitas. Na verdade,
uma grande parte delas é judia. Portanto, estamos falando de uma fusão entre o
ódio aos judeus, ou seja, o antissemitismo, e uma crítica a Israel e ao
sionismo em resposta a um fenômeno político realizado por um Estado. Fora do
campus, alguns dos grupos que se manifestaram podem ter incluído slogans
antissemitas. De fato, as manifestações de direita pró-Israel lideradas por
pessoas como os Proud Boys e grupos nacionalistas cristãos são bastante
antissemitas. Mas a tentativa de argumentar que o uso de um termo como
“intifada” é antissemita é absurda.
“Acho
que há algo novo e sem precedentes. Nunca houve nada nessa escala em termos de
deslocamento e mortes.”
·
Como assim?
RK -
Intifada significa “levante”. No caso palestino, uma revolta contra uma
ocupação violenta e ilegal de 56 anos. Agora, se você acredita que a ocupação e
o controle israelenses sobre a Cisjordânia são dados por Deus e que qualquer
oposição a eles é antissemita, o problema é seu. O ocupante pode muito bem ser
dinamarquês, isso realmente não faz diferença. Se dinamarqueses perseguidos e
divinamente inspirados estivessem ocupando a Palestina, certamente não seria
anticristão resistir ou criticar seu projeto de colonização. Mas, de alguma
forma, é antissemita resistir ou criticar esse mesmo projeto de colonização?
Isso não faz sentido.
·
No entanto, os dinamarqueses não têm exatamente nenhuma
conexão ancestral com a terra da Palestina – ou de Israel, por falar nisso. No
entanto, há um argumento para explicar por que o povo judeu consideraria a
terra como um lugar de pertencimento, em termos históricos e religiosos.
RK - É
claro que isso está correto. Como cito no início de meu livro, quando um
antepassado meu escreveu uma carta a Theodor Herzl, ele disse: “Você tem uma
conexão ancestral com este país.”
Os
palestinos cristãos e muçulmanos acreditam na conexão do povo judeu com esta
terra. Isso lhes dá um título de propriedade? Os romanos têm o direito de
assumir o controle da Líbia, do norte da África e da Turquia porque Roma já os
controlou no passado? Os muçulmanos têm o direito de retomar a Espanha porque
já a controlaram? Era uma vez uma minoria judaica em uma parte da Palestina.
Isso dá aos nacionalistas israelenses modernos uma escritura de propriedade da
terra? É claro que não.
“O
número de palestinos mortos em 1948 foi de cerca de 15 mil. O número de
palestinos mortos no Líbano em 1982, palestinos e libaneses, foi de menos de 20
mil. Em Gaza, estamos falando de provavelmente mais de 40 mil pessoas mortas
até agora.”
Essa é
uma crença compartilhada apenas por israelenses e, infelizmente, por alguns
cristãos evangélicos. Ela tem peso em termos religiosos. Infelizmente, devido a
pessoas como Arthur James Balfour e a muitos políticos americanos, ela também
tem peso político. Isso é uma tragédia porque envolve uma violação dos direitos
de uma população autóctone.
·
Vamos falar sobre seu livro. O relato da história da
Palestina que você apresenta é de uma colonização desde o início, desde o
período do mandato até hoje. Muitos concordarão que o que está acontecendo na
Cisjordânia é um processo de colonização de assentados. Mas definir a criação
do Estado de Israel nesses termos não é exatamente uma visão consensual.
Considerando isso, você realmente diria que a criação do Estado de Israel foi
historicamente legítima?
RK - O
sionismo não é apenas a colonização de um povo. O sionismo não é apenas o
resultado da perseguição europeia ao povo judeu. O sionismo não é apenas o
reflexo de um antigo anseio de retorno à terra de Israel. O sionismo é tudo
isso – combinado. E é um movimento que, consciente e explicitamente, desde o
início, se viu como um projeto de colonização. A agência de compra de terras
para o projeto sionista era chamada de Jewish Colonization Agency [Agência de
colonização judaica]. Isso não é uma fantasia antissemita de um historiador
fanático tentando difamar um movimento nacional purista com raízes bíblicas.
Esse movimento se viu como um projeto colonial desde o início: foi o que Herzl
disse, foi o que [Ze’ev] Jabotinsky disse e foi o que [David] Ben-Gurion disse.
Eu realmente não entendo como os historiadores podem contestar isso.
·
Os críticos podem argumentar que o projeto de Estado de
Herzl não era um projeto colonial da maneira como o entendemos hoje.
RK -
Era um projeto de caráter nacional. Herzl foi um dos fundadores de um movimento
nacional cujos meios eram explicitamente coloniais. Há um precedente histórico.
Temos os Estados Unidos da América. Temos o Canadá. Temos a Austrália. Temos a
Nova Zelândia. Todos esses são projetos coloniais que se tornaram projetos
nacionais.
·
Essa pergunta também representa uma divisão na forma como
o chamado Sul Global tem analisado a história palestina, em oposição às pessoas
do Ocidente. A seu ver, quem mais luta contra a noção de colonialismo
israelense?
RK -
Isso é algo que os palestinos têm defendido desde o início. Até a Segunda Guerra
Mundial, os próprios sionistas nunca contestaram essa noção. Somente depois da
Segunda Guerra Mundial é que Israel começou a se promover como um projeto
“anticolonial”, porque durante alguns anos lutou contra os britânicos. Um dos
motivos pelos quais a natureza anticolonial e original de Israel e do sionismo
foi aceita no Ocidente era o sentimento de culpa e a convicção de que a
compreensão sionista da narrativa bíblica estava correta. Muitos evangélicos e
protestantes fazem uma leitura da Bíblia que dá crédito a esse argumento. Isso
encobriu o aspecto colonial secular para muitos ocidentais.
·
Qual é o papel dos israelenses na sua compreensão da
história palestina?
RK -
Você precisa se perguntar: existe um povo israelense e ele tem direitos? Bem,
você tem um povo americano. Os direitos do povo americano são exercidos às
custas da população indígena até hoje, como acontece na Nova Zelândia, no
Canadá e na Austrália. Essas terríveis injustiças devem ser corrigidas. Mas há,
sem dúvida, um povo americano. Hoje existe um povo israelense. As terríveis
injustiças inerentes à desapropriação dos palestinos e à negação de sua
existência nacional precisam ser reparadas. Não há como contornar isso.
·
Em seu livro, você divide a história da Palestina em 6
capítulos – desde o período do Mandato e da Declaração de Balfour, passando
pela fundação de Israel até os últimos anos. O ataque a Gaza constitui um novo
capítulo?
RK -
Acho que há algo novo e sem precedentes. Nunca houve nada nessa escala em
termos de deslocamento e mortes. O número de palestinos mortos em 1948 foi de
cerca de 15 mil. O número de palestinos mortos no Líbano em 1982, palestinos e
libaneses, foi de menos de 20 mil. Em Gaza, estamos falando de provavelmente
mais de 40 mil pessoas mortas até agora. E esse número será muito maior quando
todos os milhares de desaparecidos forem contados e enterrados. Em muitos
aspectos, isso não tem precedentes.
·
Qual é a sua perspectiva para um futuro em
Israel-Palestina?
RK - É
preciso uma reorganização fundamental do movimento nacional palestino. E é
preciso que haja um consenso unificado entre os palestinos. Esse é um problema
palestino. Israel, por outro lado, precisa superar sua obsessão pela violência
ao lidar com os palestinos. Precisa superar a ideia de que há apenas um povo
com direito à autodeterminação em Israel.
“É
preciso haver uma mudança por parte do Ocidente. O apoio americano, soviético,
posteriormente francês, britânico e alemão a Israel tem sido indispensável para
a opressão do povo palestino.”
Em
2018, a lei Israel como Estado-Nação do Povo Judeu, aprovada pelo Knesset
[parlamento judaico] com força constitucional, declarou que há apenas um povo
nesta terra com direito à autodeterminação nacional, que é o povo judeu. Se
você não lidar com isso, nunca terá uma solução, apenas mais guerra e
resistência.
Por
fim, é preciso haver uma mudança por parte do Ocidente. O apoio americano,
soviético, posteriormente francês, britânico e alemão a Israel tem sido
indispensável para a opressão do povo palestino. Sem esse apoio, nada do que
estamos vendo hoje poderia acontecer.
·
Então, sem pressão internacional, não haverá mudança?
RK -
Os EUA estão fornecendo
armas para
bombardear os palestinos. Enquanto os EUA estiverem fazendo guerra contra os
palestinos com seus F-15s, F-16s e F-35s, helicópteros Apache e etc., não
haverá mudança, e a guerra contra os palestinos continuará. Não é nem mesmo uma
questão de pressão. É uma questão de obedecer à lei dos EUA e parar de dar a
Israel os meios para realizar essa guerra contra os palestinos.
·
A Cisjordânia está em chamas, a violência dos
colonos está em alta neste momento. Muitos palestinos também foram mortos nas
últimas semanas. Gaza é o centro das atenções do ataque israelense em curso.
Até que ponto essas diferentes formas de violência estão interconectadas?
RK - Na
verdade, centenas de palestinos foram mortos na Cisjordânia desde 7 de outubro
de 2023. Acho que essas coisas estão intimamente ligadas. A ligação pode ser
encontrada nas declarações de ministros do atual governo israelense, como
Bezalel Smotrich e Itamar Ben-Gvir, mas também de muitos outros ministros do
partido Likud. Eles não escondem o fato de que esperam limpar etnicamente tanto
a Cisjordânia quanto a Faixa de Gaza. Eles não escondem que querem expandir as
terras controladas pelos colonos e restringir as terras controladas pelos
palestinos. Eles até falaram em reassentamento na Faixa de Gaza.
·
Você acha que esse cenário – de reassentamento de Gaza –
é possível?
RK -
Não estou sugerindo que seja um cenário realista, mas se você quiser entender o
que eles estão fazendo e por quê, esta é a lógica por trás disso. Alterar o
equilíbrio demográfico na Palestina em favor dos colonos, às custas dos
palestinos, sempre foi a intenção do projeto sionista – desde Herzl, passando
por [Chaim] Weizmann, até Ben-Gvir – e não criar um Estado binacional. A convicção
dos primeiros sionistas era de que a Europa não os deixaria viver em segurança.
Sua visão de um Judenstaat [Estado judeu] exigia uma
transformação demográfica. Um processo de limpeza étnica, de espremer a
população nativa em áreas cada vez menores, semelhante ao que aconteceu na
Irlanda sob Oliver Cromwell ou com as reservas indígenas na América do Norte. É
isso que está sendo testado aqui.
“Não há
razão para que os palestinos sofram pelos pecados da Alemanha. Eles não são os
autores do Holocausto.”
·
A Alemanha tem uma profunda história antissemita, que
culminou no genocídio que foi o Holocausto. Hoje, a Alemanha deriva dessa
história um profundo compromisso com Israel. Em sua opinião, como deve ser a
responsabilidade alemã hoje?
RK -
Acho que a Alemanha e os países ocidentais obviamente têm uma enorme
responsabilidade pelo Holocausto e pelo sofrimento do povo judeu. E não apenas
a Alemanha. Antes da “solução final” ser decidida em 1942, as pessoas poderiam
ter fugido, mas muitas vezes não conseguiam porque os países ocidentais
fechavam suas portas. Os EUA e a Grã-Bretanha, com seu enorme império, poderiam
ter salvado centenas de milhares de pessoas. A França também. Mas muitos judeus
não puderam entrar nesses países devido às leis de imigração racistas e antissemitas.
Não há razão para que os palestinos sofram pelos pecados da Alemanha. Eles não
são os autores do Holocausto. Atualmente, a Alemanha e os países da Europa
Ocidental, de diferentes maneiras, parecem transferir sua responsabilidade
histórica para os palestinos.
·
Como você vê isso acontecer publicamente?
RK -
Principalmente na forma de um discurso virulento
antipalestino.
A Alemanha é o exemplo mais extremo. Mas é essencialmente a mesma coisa nos EUA
e em muitos outros países ocidentais. Você ouve isso quando se menciona o que
aconteceu em 7 de outubro em relação ao Holocausto. É uma invocação do terrível
sofrimento dos judeus na Alemanha e em Chişinău e dos pogroms no império russo
como uma comparação com o que aconteceu na Palestina. Mas o que acontece na
Palestina se deve ao colonialismo violento dos colonos e à resistência a ele.
Essa resistência foi violenta e gerou atrocidades horríveis. Isso é
indiscutível. Mas isso não é resultado do antigo antissemitismo europeu.
·
Você afirmou que o objetivo israelense em sua guerra em
Gaza não será alcançado – o Hamas provavelmente não será destruído.
Pesquisadores como Tareq Baconi apontaram tendências
dentro do Hamas. Por um lado, a carta de 2017 indica a disposição de fazer
concessões de terras anteriormente palestinas e de estabelecer um Estado
palestino dentro das fronteiras de 1967 ao lado de Israel. Por outro lado,
fala-se em “libertação” – “do rio ao mar”. O que o Hamas realmente quer?
RK - O
Hamas surgiu porque a OLP [Organização para a Libertação da Palestina] se
afastou da luta armada quando renunciou formalmente à violência, reconheceu
Israel e aceitou negociar com base na Resolução 242 do Conselho de Segurança
das Nações Unidas, a partir do final da década de 1980. O Hamas assumiu, em
outras palavras, a tocha da luta armada. Se a OLP tivesse alcançado o que
estava tentando alcançar, que era um Estado palestino em uma fração minúscula
de cerca de 20% da Palestina, o Hamas não estaria entre nós hoje.
O Hamas
se opôs a esse processo e foi bem-sucedido ao fazê-lo, em parte porque em
nenhuma circunstância um Estado palestino totalmente independente e soberano
poderia ser realizado no processo de Oslo. Esse processo levou ao
fortalecimento da ocupação e da colonização israelense, à subjugação do povo
palestino, à divisão da Cisjordânia em pequenos rincões. Foi isso que
transformou o Hamas em um movimento popular.
“Os
britânicos e os irlandeses nunca teriam chegado a um acordo se a Grã-Bretanha
não tivesse concordado em negociar com o Sinn Féin em 1921 e com o Exército Republicano
Irlandês (IRA) durante a década de 1990.”
·
O Hamas é tão popular hoje entre os palestinos como
sugerem algumas pesquisas?
RK -
Para determinar a popularidade de um grupo, você pode analisar as eleições, das
quais houve apenas duas, em 2005-6. Em 2005, o Hamas perdeu a eleição
presidencial. Em 2006, venceu a eleição parlamentar, com cerca de 44% dos
votos. Eles não obtiveram a maioria dos votos, mas obtiveram a maioria no
Conselho Legislativo Palestino. Desde então, as pesquisas de opinião têm aumentado
e diminuído.
·
Então, se entendi bem, você está dizendo que negociar com
o Hamas pode ser inevitável no futuro?
RK - A
ocupação e a colonização contínuas produzirão inevitavelmente uma resistência
contínua. Quer seja armada e violenta, quer produza esses tipos de atrocidades
que vimos em 7 de outubro ou não, a ocupação e a colonização produzirão
inevitavelmente resistência. Se esse conflito tiver que ser resolvido, terá que
ser resolvido entre quem estiver no poder de cada lado. Não posso dizer que não
me sentarei com o governo israelense porque este general ou aquele ministro têm
sangue nas mãos. Esse é o governo eleito do Estado de Israel. Quem quer que os
palestinos acabem decidindo que é seu representante, espero que
democraticamente, é com quem Israel e o mundo terão de lidar.
·
No entanto, países ocidentais como os EUA e a Alemanha
definem o Hamas como uma organização terrorista.
RK - Os
britânicos e os irlandeses nunca teriam chegado a um acordo se a Grã-Bretanha
não tivesse concordado em negociar com o Sinn Féin em 1921 e com o Exército
Republicano Irlandês (IRA) durante o processo de paz da sexta-feira santa na
década de 1990, depois que o IRA matou centenas de soldados e policiais
britânicos e muitos civis na Irlanda do Norte. O sistema do apartheid
sul-africano não teria acabado se a África do Sul não tivesse negociado com o
Congresso Nacional Africano (ANC), um grupo armado e violento. O mesmo acontece
com os franceses e a Frente de Libertação Nacional (FLN) na Argélia. Os
israelenses e os americanos querem escolher seus próprios representantes dos
palestinos e fingir que isso é uma negociação. Isso não é uma negociação. É
um diktat. E isso não levará a uma solução.
·
Quando se observa o discurso sobre Israel-Palestina nos
últimos anos, ele é dominado por termos como “construção da paz” e
“estabilização”. Hoje, em manifestações nos campi, mas até certo ponto também
nas redações, fala-se mais de termos como “responsabilidade”. O discurso mudou?
RK -
Houve uma mudança discursiva, com certeza. Hoje estamos falando de apartheid,
genocídio, colonialismo e responsabilidade. Nunca na história desse conflito
houve um debate tão aberto. Isso pode ser revertido? Claro que sim. Houve uma
mudança semelhante em 1982 por causa do que Israel estava fazendo no Líbano. Os
israelenses conseguiram, com o apoio dos EUA, consertar isso. Houve outra
mudança durante a Primeira Intifada. A mudança atual pode ser revertida? Não
sei.
Certamente
há um esforço feroz para revertê-la por parte dos políticos e da mídia ocidental.
Espero que, apesar desses esforços de retaguarda de um status quo injusto,
essa mudança discursiva leve a uma séria responsabilização e reflexão por parte
dos países ocidentais cujo apoio é tão indispensável a essas atrocidades, a
esse genocídio em Gaza. Isso não poderia acontecer sem vocês, europeus, e sem
nós, americanos. Nós somos responsáveis. Não apenas os israelenses.
Fonte: Entrevista com Rashid Khalidi – Tradução
Gercyane Oliveira, para Jacobin Brasil

Nenhum comentário:
Postar um comentário