sexta-feira, 21 de março de 2025

Bolsonaro, Braga Netto, 'kids pretos': relembre núcleos do inquérito do golpe e datas de julgamento no STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar, na próxima terça-feira (25), se vai acolher a denúncia da Procuradoria-Geral da República e tornar réus os acusados de tramar um golpe de Estado no país, em 2022.

As acusações estão divididas em núcleos, e incluem indiciados como o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general e ex-ministro Walter Braga Netto, o ex-diretor-geral da Abin Alexandre Ramagem e o ex-ministro Anderson Torres.

Ao todo, a PGR denunciou 34 pessoas.

O primeiro julgamento começa na próxima semana, e trata do chamado núcleo "crucial" do golpe. Segundo a PGR, esses são os principais integrantes da suposta organização criminosa, acusada dos seguintes crimes:

  • golpe de Estado
  • abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • organização criminosa armada
  • dano qualificado
  • e deterioração de patrimônio tombado.

A decisão caberá à Primeira Turma do Supremo, composta pelos ministros: Cristiano Zanin (presidente da turma), Alexandre de Moraes (relator do caso), Luiz Fux, Flávio Dino e Cármen Lúcia.

<<<<< Veja, abaixo, quem participa de cada núcleo, e as datas de julgamento confirmadas até esta quarta-feira (19):

<><> Núcleo 1: chamado de 'crucial'

🗓️Data do julgamento: marcado para a próxima terça-feira (25) e quarta-feira (26).

Integrantes:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin;
  • Almir Garnier Santos; ex-comandante da Marinha do Brasil;
  • Anderson Torres; ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
  • General Augusto Heleno; ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência;
  • Mauro Cid; ex-chefe da Ajudância de Ordens da Presidência;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

<><> Núcleo 2: gerenciamento de ações

O grupo inclui ex-integrantes da PRF e ex-assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusados pelo Ministério Público de gerenciar ações para sustentar a permanência ilegítima do ex-presidente no poder.

🗓️Data do julgamento: marcado para 29 e 30 de abril.

Integrantes:

  • Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF)
  • Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça na gestão de Anderson Torres;
  • Fernando de Sousa Oliveira, delegado da Polícia Federal (PF) e ex-secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública (SSP);
  • Mário Fernandes, ex-número dois da Secretaria-Geral da Presidência, general da reserva e homem de confiança de Bolsonaro;
  • Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva e ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro;
  • Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor especial de Assuntos Internacionais de Bolsonaro.

<><> Núcleo 3: de ações táticas (que inclui os 'kids pretos')

Os "kids pretos" — também chamados de "forças especiais" (FE) — são militares da ativa ou da reserva do Exército, especialistas em operações especiais. Ao g1, em 2023, o Exército confirmou a existência das tropas e disse que elas operam desde 1957.

Segundo a Polícia Federal, entre as ações elaboradas pelos indiciados neste grupo havia um "detalhado planejamento operacional, denominado 'Punhal Verde e Amarelo', que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022" para matar os já eleitos presidente Lula e vice-presidente Geraldo Alckmin.

🗓️Data do julgamento: marcado para 8 e 9 de abril.

  • general Estevam Gaspar de Oliveira
  • tenente-coronel Hélio Ferreira Lima
  • tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira
  • tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo
  • Wladimir Matos Soares, agente da Polícia Federal (PF)
  • coronel Bernardo Romão Corrêa Netto
  • coronel da reserva Cleverson Ney Magalhães
  • coronel Fabrício Moreira de Bastos
  • coronel Marcio Nunes de Resende Júnior
  • general Nilson Diniz Rodriguez general
  • tenente-coronel Sérgio Cavaliere de Medeiros
  • tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Júnior

<><> Núcleo 4: desinformação

Este é o núcleo que reúne os acusados de criar e disseminar informações falsas com objetivo de descredibilizar o processo eleitoral brasileiro, por meio das urnas eletrônicas.

🗓️Data do julgamento: ainda não foi marcada. A PGR ainda está analisando as respostas das defesas dos acusados.

Integrantes:

  • Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão reformado;
  • Ângelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército;
  • Carlos César Moretzsohn Rocha, engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal;
  • Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército;
  • Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel do Exército;
  • Marcelo Araújo Bormevet, policial federal e ex-membro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

<><> Núcleo 5: desdobramento da desinformação

De acordo com a PF, Figueiredo Filho atuou em suposta operação de “propagação de desinformação golpista e antidemocrática”. Ele está no exterior, e foi notificado em 5 de março para apresentar a defesa.

🗓️Data do julgamento: ainda não foi marcada.

Integrante:

  • Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, empresário e neto do ex-presidente do período ditatorial João Figueiredo.

 

¨      Base na Câmara teme manobra da oposição para votar PL da Anistia na ausência de Hugo Motta

Governistas e aliados no Congresso Nacional temem que a oposição faça uma manobra para colocar em votação na Câmara dos Deputados, na próxima semana, o projeto de lei que anistia os crimes dos envolvidos nos atos terroristas de janeiro de 2023.

A ideia da "manobra" seria aproveitar a ausência do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que vai compor a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na viagem oficial ao Japão.

Sem Motta, quem estará na presidência será o primeiro vice da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ) – do mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, principal defensor do texto.

Em conversa, líderes, deputados e integrantes do governo levantaram a preocupação.

A ideia de colocar o projeto pra tramitar em regime de urgência foi levada pelo PL à reunião de líderes partidários nesta quinta.

O líder da sigla na Câmara, Sóstenes Cavalcanti (RJ), afirmou no ato de Copacabana no último domingo (16) que 92 deputados já tinham assinado o requerimento de urgência.

Hugo Motta deixou a reunião de líderes sem dar declarações – e de forma considerada abrupta até mesmo pelos colegas deputados.

Na próxima semana, além da viagem de Motta ao Japão, há outro fator relacionado ao mesmo tema: a Primeira Turma do STF deve começar a julgar se torna réus, ou não, Jair Bolsonaro e os outros acusados de tramar um golpe de Estado no país em 2022.

¨      PF diz ao STF que rede X permitiu financiamento de perfis bloqueados no Brasil

A Polícia Federal afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a plataforma X permitiu que usuários financiassem ou apoiassem contas de bolsonaristas que são investigadas e estavam bloqueadas no Brasil por ordem da Corte.

Os investigadores afirmam que, apesar das mensagens informando a restrição da conta, a plataforma exibia dados adicionais que permitiam o financiamento desses perfis, inclusive, com o recebimento de valores em criptomoedas.

O sistema, diz a PF, foi identificado nas contas:

  • @tercalivre e @allanldsantos, ligadas a Allan dos Santos, que é considerado foragido;
  • @Rconstantino, do jornalista Rodrigo Constantino;
  • @realpfigueiredo, do empresário Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, que foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República acusado de participação na trama golpista.

"Ao invés de apenas ser exibida a mensagem indicando que a conta está retida, os perfis exibem alguns botões e informações que permitem, no Brasil, sem uso de Virtual Private Network (VPN), aos usuários financiarem/apoiarem essas contas por meio da assinatura da plataforma X e, no caso de Allan Lopes dos Santos, o fornecimento de um endereço para o recebimento de valores em Bitcoin", escreveu a PF.

O relatório aponta que ao clicar no botão "resumo do perfil" é aberta uma janela, que exibe uma mensagem feita por inteligência artificial, que coloca Allan do Santos como crítico ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, e ao presidente Lula.

A assinatura de Allan dos Santos, de acordo com as investigações, seria de R$ 25,90 ao mês.

A PF já havia identificado que o X permitiu na própria plataforma transmissões de lives de perfis bloqueados.

 

Fonte: g1

 

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