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medicamentos comuns no dia a dia que podem ser fator de risco para a
hipertensão
Silenciosa
e perigosa, a hipertensão arterial, popularmente conhecida como pressão alta,
está por trás das maiores causas de morte no país. Segundo os médicos, a doença
é um desafio para o diagnóstico porque na maioria dos casos não manifesta
sintomas. Com isso, os médicos alertam para medicamentos comuns no dia a dia,
mas que podem colocar a saúde do coração em risco.
🫀 A doença é caracterizada pelos níveis
elevados da pressão sanguínea nas artérias. É considerada hipertensão se, de
forma persistente, a pressão sistólica for maior ou igual a 140 mHg e/ou a
pressão diastólica maior ou igual a 90 mmHg, o famoso 14 por 9.
O único
jeito de diagnosticar é acompanhando a pressão arterial, o que não é um hábito
tão comum. Por isso, a doença passa despercebida em muitos pacientes, o que é
extremamente perigoso, já que a hipertensão está presente em até 60% dos casos
de infarto e 80% dos casos de AVC.
Com
isso, médicos alertam para medicamentos que fazem parte do dia a dia do brasileiro,
mas que podem ser um risco para quem tem a doença e não sabe.
São
eles:
• 💊 Anti-inflamatórios
como nimesulida, o remédio mais vendido no Brasil, e o ibuprofeno, usado em
medicamentos para cólica menstrual, entre outros;
• 💊 Descongestionantes
nasais com corticoide, principalmente para quem tem o vício no uso desse tipo
de medicamento;
• 💊 E até o
anticoncepcional hormonal com estrogênio.
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Como isso acontece?
• Anti-inflamatórios
Um
grupo de medicamentos bastante usado pela população para aliviar dores comuns,
como dor de cabeça e dor na coluna, são os anti-inflamatórios.
Entre
os mais conhecidos estão: nimesulida – que é um dos medicamentos mais vendidos
do país – e o ibuprofeno, que está em remédios populares para dor e
medicamentos contra cólica menstrual.
🔴 O problema é que esses medicamentos
agem bloqueando uma enzima do corpo chamada COX, responsável pela produção de
outra substância: as prostaglandinas. Em condições normais, as prostaglandinas
ajudam a dilatar as artérias e regulam o fluxo sanguíneo, mantendo a pressão
arterial sob controle.
Ao
inibir a enzima COX, o anti-inflamatório impede que as prostaglandinas sejam
produzidas adequadamente. Sem essa substância, as artérias acabam contraídas,
dificultando a passagem do sangue e aumentando a pressão arterial.
🔴 Além disso, o risco dos
anti-inflamatórios é ainda mais preocupante porque eles atuam diretamente no
rim, órgão responsável por controlar a regulação hormonal que afeta diretamente
a pressão sanguínea.
Os
médicos alertam que para quem tem hipertensão e não sabe, eles são considerados
de alto risco, mas não só isso. Quem acompanha os níveis de pressão e não tem
índices altos, também precisa acompanhar.
“É um
medicamento de alto risco para quem tem pressão alta, principalmente idosos.
Mas, eu diria que pessoas acima dos 45 anos já devem evitar esse tipo de
medicamento e não fazer uso sem indicação médica, principalmente”, explica o
médico cardiologista do Sírio Libanês, Matheus Marques.
• Descongestionantes nasais
Outro
grupo muito comum, especialmente nas épocas mais frias, são os
descongestionantes nasais. Muitos desses medicamentos têm como princípio ativo
o corticoide, uma substância com efeito vasoconstritor— ou seja, ela atua
contraindo os vasos sanguíneos no nariz, que é o causa o efeito de alívio
rápido da congestão nasal.
🔴 O problema ocorre quando esses
medicamentos são usados em excesso ou fora das recomendações descritas na bula.
De forma geral, a recomendação é de uso três vezes ao dia.
Quando
passa esse limite, o corticoide pode acabar sendo absorvido pela corrente
sanguínea, causando a vasoconstrição não só no nariz, mas em todo o corpo. Como
consequência, há aumento da frequência cardíaca e elevação da pressão arterial.
“É
preciso cuidado porque tem muita gente que tem dependência desse tipo de
medicamento, que faz uso de várias vezes ao dia, rotineiramente. Isso é um
risco para a saúde do coração”, explica o cardiologista Matheus Marques.
Pílula
anticoncepcional também está entre medicamentos de risco — Foto: Reproductive
Health Supplies Coalition
• Anticoncepcional hormonal
Outro
medicamento que merece atenção são os anticoncepcionais hormonais,
especialmente aqueles que contêm estrogênio.
🔴 Nesse caso, o risco de aumentar a
pressão arterial acontece por dois mecanismos principais:
1. O corpo passa a reter mais líquidos,
aumentando o volume sanguíneo;
2. Com isso, ocorre uma mudança na estrutura
dos vasos, que ficam mais apertados — é a chamada vasoconstrição.
Isso
não significa que todas as mulheres que usam anticoncepcionais terão aumento da
pressão arterial. Isso vai acontecer com aquelas que já têm a doença
diagnosticadas ou que não sabem ainda que tem.
“Isso
não é motivo para não tomar mais o medicamento em que faz isso com
acompanhamento médico. O ideal é acompanhar a pressão arterial junto com a
ginecologista e estar atenta às alterações”, explica o médico.
• Se a pressão arterial estiver em 14 por
9 significa que tenho hipertensão?
Não
necessariamente. O diagnóstico de hipertensão arterial só é validado após
outras medições, em duas ou mais visitas médicas. Se o número se repetir, isso
é um diagnóstico positivo para a doença.
O que o
cardiologista recomenda é que as pessoas façam visitas periódicas ao médico e
mantenham o relacionamento com o especialista para que ele possa acompanhar os
níveis. E que seja feita também a medição em casa, com o uso de equipamento,
principalmente a partir dos 40 anos.
🔴 Mas, atenção: para medir a pressão
você não pode estar com a bexiga cheia, ter praticado exercícios físicos
recentemente, ingerido bebidas alcoólicas e café ou ter fumado antes de medir a
pressão.
A
doença tem como principal fator a genética, mas há outros fatores de risco
como: fumo; consumo de bebidas alcoólicas; obesidade; consumo elevado de sal; níveis
altos de colesterol e sedentarismo.
• Quais são as doenças associadas à
pressão alta?
Segundo
os especialistas, a pressão alta pode causar uma série de risco à saúde,
incluindo:
• Doenças cardíacas: aumenta o risco de
ataque cardíaco e insuficiência cardíaca.
• Acidente Vascular Cerebral (AVC): pode
causar AVC isquêmico ou hemorrágico.
• Danos aos rins: pode levar à doença
renal crônica e insuficiência renal.
• Problemas oculares: pode causar danos à
retina, levando à perda de visão.
• Aneurismas: a pressão alta pode
enfraquecer as paredes das artérias, levando a aneurismas.
• Demência: pode contribuir para a
demência vascular.
“É uma
doença que não tem cura, mas tem controle. Quando isso é feito de forma eficaz,
com a medicação correta e mudança do estilo de vida, que é importantíssimo, a
gente consegue controlar os índices e manter a saúde a longo prazo”, explica o
cardiologista Matheus Marques.
Fonte:
g1

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