O
Paraná foi um dos destinos prediletos de Aécio Neves na campanha de 2014.
Garantir uma ampla vantagem em relação à candidata do PT nas urnas era uma
obrigação estratégica do presidenciável no Estado do aliado de primeira hora, o
também tucano Beto Richa.
Em
Curitiba ou no interior, a cada desembarque, Aécio repetia um mantra: o governo
Beto Richa fora extraordinário e sua gestão seria um modelo para Brasília.
Prometeu ampliar no governo federal as medidas econômicas e programas sociais
experimentados no Paraná pelo amigo tucano.
Aécio
pode não ter sido avisado do retumbante fracasso que foi o primeiro mandato do
aliado tucano no Paraná. Se foi, virou solenemente as costas à verdade.
Richa
foi eleito em 2010 com o discurso da modernização da gestão, que "faria
mais com menos". Fez o oposto. Mostrou-se desqualificado e passou longe de
cumprir todas as tarefas que prometeu.
Logo
no primeiro ano no Palácio Iguaçu ultrapassou os limites da Lei de
Responsabilidade Fiscal. Passou quase todo o primeiro mandato descumprindo a
LRF, fato que impediu o Paraná de tomar empréstimos e executar investimentos.
Com a crise financeira vieram a paralisação de obras de infraestrutura e atraso
de pagamento de funcionários.
Descumpriu
a obrigação constitucional de destinar 12% da arrecadação para a saúde. Os
gastos com publicidade cresceram 668%. Em dezembro de 2013, assumiu
publicamente uma dívida de mais de R$ 1 bilhão com fornecedores.
Fotos
de policiais civis e militares empurrando viaturas que ficaram sem combustível
inundaram as redes sociais e se tornaram a marca de seu governo. Mesmo o canil
da PM ficou sem dinheiro para ração dos animais.
Se
foi um desastre na condução das finanças do estado, fato reconhecido por
aliados governistas, conseguiu capitalizar politicamente os investimentos
federais e privados no estado. Foi reeleito.
Em
dezembro, o aliado de Aécio promoveu um tarifaço na tentativa de recuperar a
saúde financeira do Estado: aumentou o IPVA e tributos da gasolina; acabou com
a isenção do ICMS sobre uma centena de produtos e aumentou o ICMS sobre outros,
entre materiais escolares e eletroeletrônicos.
Economistas
projetaram aumento da inflação e perda do poder de compra das famílias
paranaenses por conta da medida.
Dados
recentes da execução orçamentária estadual mostram uma explosão da arrecadação
na gestão Richa (2011-2014) se comparada com a gestão anterior, do senador
Roberto Requião (2007-2010). Foram R$ 99 bilhões no último quadriênio e R$ 76
bilhões no anterior, um crescimento de 30%. Em paralelo, o aumento dos
investimentos foi de apenas 4%. Os números refletem a incapacidade gerencial e
irresponsabilidade do atual governo paranaense.
A
vitória da presidenta Dilma nas eleições de outubro não representa apenas
continuidade de um projeto de governo voltado para o povo, mas impediu que Aécio
repetisse em Brasília um governo comprovadamente fracassado.
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