Washington Araújo: EUA em Declínio -- A Roma
do Século XXI?
Os Estados Unidos, outrora o farol da
democracia e a superpotência incontestável do século XX, encontram-se em uma
encruzilhada crítica. A discussão sobre o declínio americano, antes relegada a
círculos acadêmicos e críticos marginais, ganhou força no debate público,
impulsionada por análises contundentes como as do economista Richard Wolff e
pelas turbulências políticas e sociais que marcaram o início do século XXI.
A ascensão de Donald Trump à presidência,
longe de deter esse processo, como prometido em sua retórica nacionalista,
expôs e acelerou as fissuras e contradições que corroem a estrutura do império
americano. A analogia com o declínio e queda do Império Romano, popularizada
por Edward Gibbon em sua obra monumental, ressurge com força, oferecendo um espelho
sombrio para a trajetória dos Estados Unidos no século XXI.
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Este ensaio busca aprofundar a análise dessa
encruzilhada, ampliando os aspectos comparativos entre o declínio romano e o
americano, explorando a demolição da "cerca de Chesterton" na era
Trump, e incorporando insights de pensadores contemporâneos como Noam Chomsky e
Slavoj Žižek.
·
A Sombra de Roma:
Paralelos entre Declínio Imperial
Edward Gibbon, em "Declínio e Queda do
Império Romano", descreveu um processo multifacetado e gradual, marcado
por uma série de fatores interconectados que minaram a força e a estabilidade
de Roma. Ao traçar paralelos entre a trajetória romana e a americana, é
possível identificar semelhanças alarmantes:
» Corrupção e Degradação das
Instituições: Gibbon destacou a corrupção generalizada nas
instituições romanas, desde o Senado até o exército, como um fator crucial para
o declínio. Nos Estados Unidos, a influência do dinheiro na política, o lobby
desenfreado, a polarização partidária e a erosão da confiança nas instituições
democráticas refletem uma crise de governança e legitimidade. A nomeação de
juízes para a Suprema Corte com base em critérios ideológicos, a politização do
Departamento de Justiça e os ataques à imprensa livre são exemplos da corrosão das
normas e instituições que sustentam a democracia americana.
» Apatia Popular e Perda de Valores
Cívicos: Gibbon observou uma crescente apatia entre os cidadãos
romanos, que se tornaram mais preocupados com o luxo e o entretenimento do que
com o bem-estar da República. Nos Estados Unidos, o consumismo desenfreado, a
cultura do espetáculo, a polarização ideológica e a despolitização de amplos
setores da população contribuem para uma erosão dos valores cívicos e um
enfraquecimento do senso de comunidade e responsabilidade social.
» Desigualdade Social e Econômica: A
crescente desigualdade entre ricos e pobres foi um fator de instabilidade
social em Roma. Nos Estados Unidos, a concentração de riqueza nas mãos de uma
elite cada vez menor, a estagnação dos salários da classe trabalhadora, a
precarização do trabalho e a falta de mobilidade social criam um abismo
crescente entre os "ganhadores" e os "perdedores" da
globalização, alimentando o ressentimento e a polarização.
» Sobrecarga Militar e Extensão
Imperial: Roma estendeu seu império por vastos territórios, o que
exigiu um enorme esforço militar para manter o controle e defender as
fronteiras. Essa sobrecarga militar, combinada com as dificuldades econômicas,
enfraqueceu o império. Os Estados Unidos, com sua rede global de bases
militares, seu envolvimento em conflitos em diversas partes do mundo e seus
gastos militares exorbitantes, enfrentam um dilema semelhante. As derrotas
militares no Vietnã, Afeganistão e Iraque, e o atual impasse na Ucrânia,
evidenciam os limites do poderio militar americano e o alto custo da projeção
de força.
» Invasões Externas e Pressões
Migratórias: Roma enfrentou constantes invasões de povos bárbaros em
suas fronteiras, o que contribuiu para a fragmentação e o colapso do império.
Os Estados Unidos, embora não enfrentem invasões militares tradicionais, lidam
com pressões migratórias, tensões raciais e culturais, e a ascensão de
potências rivais como a China, que desafiam sua hegemonia global.
·
A Demolição da Cerca de
Chesterton
Como observado por Richard Wolff, a retórica
de Donald Trump, ao proclamar o fim do declínio americano, revela uma
compreensão superficial dos processos históricos. Trump, ao atribuir os
problemas do país a administrações anteriores e prometer soluções fáceis e
rápidas, encenou um "teatro barato" que desvia a atenção dos
verdadeiros desafios estruturais.
A negação dos problemas estruturais, como a
desigualdade crescente, a estagnação da classe trabalhadora, a crise do sistema
de saúde e a deterioração da infraestrutura, agrava a crise. Essa negação se
manifesta na relutância dos líderes políticos em reconhecer a realidade do
declínio e em propor soluções abrangentes e de longo prazo.
G.K. Chesterton, escritor e filósofo inglês,
formulou o conceito da "cerca de Chesterton" para ilustrar a
importância de preservar as instituições e tradições que nos trouxeram até o
presente. A cerca representa as normas, valores e práticas que, embora possam
não ser imediatamente compreendidas, desempenham um papel importante na
manutenção da ordem e da estabilidade social.
Trump, em sua presidência, agiu como um
demolidor dessa cerca. Ele ignorou as normas e tradições da política americana,
atacou as instituições democráticas, desrespeitou o Estado de Direito e semeou
a divisão e o caos.
» Ataque às Instituições
Democráticas: Trump questionou a legitimidade das eleições, atacou a
imprensa livre, interferiu no trabalho das agências de inteligência e desafiou
o sistema de freios e contrapesos. Suas ações minaram a confiança nas
instituições democráticas e polarizaram a sociedade americana.
» Desrespeito ao Estado de Direito: Trump
demonstrou desprezo pelas leis e normas, concedendo indultos controversos a
aliados políticos, obstruindo a justiça e incitando a violência. Suas ações
enfraqueceram o Estado de Direito e corroeram a confiança no sistema legal.
» Polarização e Divisão: Trump
explorou as divisões raciais, culturais e ideológicas da sociedade americana,
semeando o ódio e a intolerância. Sua retórica divisiva alimentou o
ressentimento e a polarização, tornando o diálogo e o compromisso cada vez mais
difíceis.
» A demolição da cerca de Chesterton por
Trump deixou um legado de instabilidade, desconfiança e divisão. A reconstrução
dessa cerca, a restauração da confiança nas instituições e a promoção da
unidade nacional serão os maiores desafios para a América no futuro.
·
A Crise da Hegemonia
Econômica e o Deslocamento do Poder Global
A supremacia econômica dos Estados Unidos,
que sustentou sua hegemonia global no século XX, está sendo desafiada pela
ascensão de novas potências, como a China e a Índia. A ascensão dos BRICS, com
um PIB combinado já superior ao do G7, reflete a mudança do eixo de poder
global.
A globalização, que inicialmente beneficiou
os Estados Unidos, também contribuiu para o deslocamento da produção industrial
para países com mão de obra mais barata, o que resultou na perda de empregos e
na estagnação dos salários da classe trabalhadora americana.
A crise financeira de 2008 expôs as
fragilidades do sistema financeiro americano e abalou a confiança na capacidade
dos Estados Unidos de liderar a economia global.
·
A Crise Social e o
Aumento da Desigualdade
O declínio econômico se traduz em crise
social. A desigualdade cresce a passos largos, e a classe média e os
trabalhadores de baixa renda pagam o preço. O salário-mínimo federal, estagnado
em 7,25 dólares por hora desde 2009, é um exemplo gritante dessa deterioração.
A crise do sistema de saúde, com milhões de
americanos sem acesso a cuidados médicos adequados, e a crise da educação, com
o aumento dos custos universitários e o endividamento estudantil, são outros
exemplos da deterioração das condições de vida da maioria da população.
A polarização racial e cultural, a violência
armada e a crise dos opioides são outros sintomas da crise social que aflige os
Estados Unidos.
·
A Urgência de uma
Mudança Real
Para evitar um colapso ainda maior, os
Estados Unidos precisam abandonar a arrogância e reconhecer a necessidade de
reformas estruturais. A solução não está em medidas cosméticas, mas em uma
revisão profunda das instituições, no fortalecimento da democracia e na redução
da desigualdade.
É preciso repensar o papel dos Estados Unidos
no mundo, abandonar a política de intervenções militares e buscar uma
diplomacia mais eficaz e multilateral.
É preciso investir em educação, saúde,
infraestrutura e energias renováveis, criando empregos e oportunidades para
todos.
É preciso reformar o sistema político,
limitando a influência do dinheiro na política, fortalecendo a democracia e
garantindo o direito ao voto para todos os cidadãos.
A história ensina que nenhum império é
eterno. Os Estados Unidos podem seguir os passos de Roma e sucumbir aos mesmos
males ou aprender com a história e tentar reverter esse ciclo. Mas o tempo está
se esgotando.
·
A Encruzilhada e o
Futuro da América
Os Estados Unidos se encontram em uma
encruzilhada crítica. O declínio imperial, a sombra de Roma, a demolição da
cerca de Chesterton e as crises econômica, social e política convergem para um
momento de profunda incerteza. A retórica da negação, o teatro político e a
falta de liderança agravam a crise. A reconstrução da confiança, a restauração
das instituições e a promoção da unidade nacional serão os maiores desafios
para a América no futuro. O futuro da América dependerá da capacidade de seus
cidadãos e líderes de reconhecer a realidade do declínio, abandonar a
arrogância, aprender com a história e promover as reformas estruturais
necessárias para construir um futuro mais justo, próspero e sustentável. A
encruzilhada é desafiadora, mas ainda há espaço para a esperança. Se a crise
atual serve como um chamado para uma transformação mais profunda, que
transcende as fronteiras nacionais e abraça a visão de que 'A Terra é um só
país e os seres humanos seus cidadãos', conforme ensinado por Bahá'u'lláh
(1817-1892), então a América, e o mundo, podem emergir mais fortes e unidos. O
futuro dirá se a nação será capaz de superar seus desafios e reinventar-se para
o século XXI, não apenas como uma potência, mas como um participante ativo na
construção de uma civilização global mais justa e pacífica.
¨
Fiori: o ciclo que se
fecha na Ucrânia
Ao se completarem dois meses da nova
administração americana, o histrionismo de Donald Trump e a perplexidade dos
europeus criam uma impressão duplamente falsa com relação à Guerra da Ucrânia.
Por um lado, o presidente americano se comporta como se os EUA fossem o “país
ganhador”, exigindo uma “reparação de guerra” do país derrotado, a Ucrânia, que
foi seu grande aliado até anteontem. Por outro, os europeus, em estado de
pânico, atribuem à traição de Trump e à sua decisão de acabar com a guerra, a
responsabilidade por sua divisão e derrota eminente. Como se fosse possível
fazer, desfazer e refazer a história real através apenas da manipulação de
“narrativas” que são inventadas e repetidas incansavelmente pelas potências que
se acostumaram a controlar o “imaginário coletivo” do sistema mundial.
Na verdade, o que estamos assistindo é o
reconhecimento norte-americano de um fato consumado: a vitória da Rússia no
campo de batalha contra as tropas da Ucrânia, e contra os
armamentos da OTAN, mesmo que durem ainda a
resistência e os ataques pontuais dos ucranianos. Neste momento, os EUA estão
exigindo que seus vassalos se rendam, na forma inicial de um “cessar-fogo”, mas
na verdade se trata de uma vitória russa sobre os próprios EUA, que forneceram
a maior parte do equipamento bélico, base logística, apoio de inteligência e
financiamento, que permitiram aos ucranianos resistirem durante três anos,
promovendo uma escalada militar que chegou às portas de uma guerra atômica, no
final do governo de Joe Biden.
Neste momento, a situação ainda está muito
confusa, mas mesmo assim já é possível reconstruir os caminhos e principais
passos que levaram a essa guerra. Uma história que começou em 1941, com a
assinatura da Carta do Atlântico, pelo presidente americano, Franklin Delano
Roosevelt, e pelo primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, em
Newfoundland, nas cercanias do Canadá. Carta Atlântica que se transformou na
“pedra
fundamental” da “aliança estratégica” entre
EUA e Grã-Bretanha (GB), que foi vitoriosa na Segunda Guerra Mundial, e que foi
em seguida sacramentada pelo bombardeio atômico norte-americano das cidades
japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Uma aliança inquebrantável que durou 80 anos
e que esteve na origem do projeto globalista de construção de um mundo
unificado e tutelado pelos anglo-saxões, seguindo as regras e valores da
“civilização
ocidental”.
Esse projeto anglo-saxônico mudou de rumo,
entretanto, depois do discurso de Winston Churchill, em Fulton, Missouri, EUA,
em março de 1946, quando o ex-primeiro-ministro britânico propôs aos seus
aliados norte-americanos a construção de uma barreira de contenção militar –
que ele chamou de “cortina de ferro” – separando o “mundo ocidental” da zona de
influência comunista da União Soviética. Uma política inglesa, de demonização e
confronto permanente com a Rússia, que foi formulada pela primeira vez logo
após o Congresso de Viena, em 1815, um século antes da Revolução Soviética. A
grande novidade desta proposta,
portanto, foi o convencimento e mobilização
do governo norte-americano de Harry Truman a favor dessa estratégia que deu
início à Guerra Fria, em 1947, seguida pela formação de um bloco dos países do
Atlântico Norte, consagrado pela criação da OTAN, em 1949, e pela inauguração
da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, em 1951, embrião da União Europeia,
que viria a ser formalizada em 1993.
Quarenta anos depois, no momento da queda do
Muro de Berlim, em 1989, e da dissolução da União Soviética, em 1993, as duas
grandes potências anglo-saxãs voltaram ao seu projeto de
1941. Foi quando se falou em “fim da
história” e da vitória definitiva da democracia e do capitalismo liberal e
anglo-saxônico, sobretudo depois da arrasadora vitória militar dos EUA na
Guerra do Golfo, de 1991/2, quando os americanos expuseram ao mundo sua nova
tecnologia de guerra teledirigida, equivalente às bombas de Hiroshima e
Nagasaki, do ponto de vista do impacto sobre o sistema mundial.
A partir de então, os EUA se desfizeram do
seu compromisso com as Nações Unidas, e com as regras de funcionamento do seu
Conselho de Segurança, e transformaram a OTAN – progressivamente – no seu braço
armado de intervenção nos Balcãs, no Oriente Médio, na Ásia Central e Europa do
Leste”. Primeiro foi a Bósnia, em 1995, e depois a Iugoslávia, em 1999, que foi
bombardeada pela OTAN sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU. E o
mesmo voltou a acontecer em 2003, quando EUA e Grã Bretanha invadiram e
destruíram o Iraque, apesar do veto da Assembleia Geral e do Conselho de
Segurança das Nações Unidas,
e da oposição de Alemanha, França e de vários
outros aliados tradicionais dos anglo-saxões. Começaram ali as “guerras sem
fim” dos EUA, da GB e da OTAN no Grande Oriente Médio, e se estenderam até sua
e “retirada” do Afeganistão, em 30 de agosto de 2021.
E o mesmo aconteceu na Europa, onde a OTAN se
expandiu de forma contínua, multiplicando suas bases militares na direção da
Europa do Leste da fronteira ocidental da Rússia. Apesar da
promessa do secretário de Estado
norte-americano James Baker ao primeiro-ministro russo Mikhail Gorbachev, feita
em 1991, logo após o fim da Guerra Fria, de que a OTAN não avançaria na direção
da Europa do Leste, em 1994, o presidente Bill Clinton autorizou sua primeira
expansão, e em 1999 a Otan começou sua “marcha para o Leste”, com a
incorporação de Hungria, Polônia e República Tcheca. E em 2004, a OTAN
incorporou Estônia, Lituânia, Letônia, Bulgária, Eslovênia e Eslováquia,
enquanto experimentava suas
novas formas de intervenção através das
chamadas “revoluções coloridas” contra governos desfavoráveis aos interesses
americanos – como foi o caso da “revolução das rosas”, na Geórgia, em 2003; da
“revolução laranja” na Ucrânia em 2004; da “revolução das tulipas” no
Quirguistão, em 2005.
Por fim, em abril de 2008, na cidade de
Bucareste, a OTAN anunciou seu xeque-mate, com a incorporação da Geórgia, e
sobretudo da Ucrânia, que Zbigniew Brzezinski (o grande geopolítico do Partido
Democrata norte-americano), considerava ser uma peça central da disputa dos EUA
com a Rússia, pelo controle da Europa do Leste e de todo o continente
eurasiano. Tão importante que Brzezinski chegou a propor que a Ucrânia fosse
conquistada pelos EUA e pela OTAN, até no máximo 20152 – o que acabou acontecendo depois do golpe de
Estado de 2014, que derrubou o governo eleito de Viktor Yanukovych, considerado
hostil
pelos EUA e pela OTAN.
A Rússia protestou inutilmente contra esses
sucessivos avanços da OTAN sobre sua fronteira ocidental. E, em 2007, na
Conferência de Segurança de Munique, o presidente russo, Vladimir Putin,
advertiu pessoalmente as potências ocidentais de que a Rússia não toleraria os
avanços da OTAN na Geórgia e na Ucrânia. Sua advertência foi ignorada uma vez
mais e, no ano seguinte, a Rússia foi obrigada a fazer uma primeira intervenção
militar direta na República Autônoma da Ossétia do Sul, para impedir sua
incorporação à OTAN. E mais à frente, em 2015, voltou a intervir diretamente
contra o golpe de Estado apoiado pelos EUA e pela OTAN, ocupando e incorporando
a Crimeia ao território russo.
Por fim, em 15 de dezembro de 2021, a Rússia
entregou um memorando às autoridades americanas e da OTAN, e aos governantes da
União Europeia, propondo a interrupção da expansão da OTAN, o afastamento de
suas tropas das fronteiras russas e a desmilitarização da Ucrânia. Não houve
resposta a esse memorando e o silêncio das “potências ocidentais” foi o estopim
que deflagrou a invasão russa do território da Ucrânia, iniciando de fato uma
“proxy-war” entre Rússia e EUA.
Três anos depois do início da guerra, já não
cabe dúvida de que a Rússia venceu no campo de batalha, mas também no campo da
competição tecnológico-militar com relação aos equipamentos fornecidos aos
ucranianos pelos EUA e pelos países da OTAN. Além disso, a Rússia também venceu
a guerra econômica contra as sanções que lhe foram impostas pelas potências
ocidentais, e sua economia vem crescendo sistematicamente à frente dos demais
países europeus.
Não há dúvida de que a vitória russa se
acelerou e consolidou nos dois últimos meses: i) com a saída dos EUA da guerra
e a ruptura do seu “casamento estratégico” com a Grã Bretanha;
ii) com a divisão interna da OTAN e a ameaça
de saída dos EUA;
iii) com a fragilização da União Europeia,
depois do seu afastamento dos EUA;
iv) e
finalmente, com o desmonte do “bloco ocidental” e de sua hegemonia mundial
exercida nos últimos 200 anos.
Como consequência, o mais provável é que as
negociações post-bellum entre Rússia e EUA se transformem no
primeiro passo de uma nova “ordem mundial multipolar” e “pós-europeia”, a mais
importante de todas as reivindicações e vitórias russas.
Fonte: Brasil 247/Outras Palavras
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