quarta-feira, 19 de março de 2025

Existe segredo para a felicidade? Estudo pode dar uma dica

Um estudo da Universidade de Harvard sobre o desenvolvimento adulto encontrou o que pode ser o segredo para uma vida longa, saudável e feliz.

A pesquisa, realizada pela Escola de Medicina de Harvard, começou em 1938. A ideia original era acompanhar a vida de 268 alunos da universidade a fim de identificar pistas dos fatores que podem levar a uma vida feliz. Durante as décadas seguintes, os grupos de controle se expandiram. Hoje, a pesquisa acompanha mais de 2 mil indivíduos.

<><> O que influencia na felicidade?

Ao longo dos últimos 80 anos, os pesquisadores estudaram o histórico de saúde, como hábitos de fumo e consumo de álcool, assim como elementos mais amplos de suas vidas. As análises incluíram os triunfos e fracassos na carreira e no casamento dos participantes, por exemplo.

Quando os pesquisadores reuniram os dados, a descoberta foi que os relacionamentos próximos, mais do que dinheiro ou fama, são o que mantém as pessoas felizes ao longo de suas vidas.

<><> O impacto dos relacionamentos no grau de felicidade

De acordo com o estudo, aqueles que mantiveram relacionamentos calorosos conseguiram viver mais e mais felizes, enquanto que os solitários muitas vezes morreram mais cedo. 

Segundo os responsáveis pela pesquisa, os laços que as pessoas mantêm durante a vida ajudam a retardar o declínio mental e físico, além de proteger contra altos níveis de estresse gerados por descontentamentos da vida.

No estudo, as pessoas que estavam mais satisfeitas em seus relacionamentos aos 50 anos eram as mais saudáveis aos 80 anos.

<><> Solidão é tão prejudicial à saúde quanto fumar

Os pesquisadores chegaram à conclusão que a qualidade dos relacionamentos – conjugais, família ou amigos – são melhores indicadores de vidas longas e felizes do que a classe social, o QI (quociente de inteligência) ou mesmo os genes.

Em contrapartida, o efeito da falta desses relacionamentos para a saúde foi comparado a hábitos como fumar ou consumo excessivo de álcool. “A solidão mata”, afirma Robert Waldinger, diretor do estudo, psiquiatra do Hospital Geral de Massachusetts e professor de psiquiatria em Harvard.

•        Qual é o hormônio da felicidade?

Os fatores que influenciam na felicidade podem ser apontados tanto no comportamento, em indicadores sociais e econômicos, como em questões biológicas, cognitivas e de personalidade.

Segundo um artigo disponível na Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, entre os indicadores da biologia para a felicidade está um hormônio que costuma se destacar na função de melhorar o humor: trata-se da serotonina.

<><> Como o hormônio da felicidade afeta o humor

Segundo o artigo, intitulado "Felicidade e Saúde: Os Fatores Biológicos", a serotonina é diretamente associada aos estados emocionais que medem a satisfação, a felicidade e o otimismo. Ela é responsável por inibir sensações como ira, agressividade, calor corporal, mal humor, insônia, náusea e falta de apetite.

O neurotransmissor é uma substância produzida no Sistema Nervoso Central e está presente em abundância no trato gastrointestinal. Entretanto, ela atua no corpo inteiro, sendo considerada como um estabilizador natural do humor.

Quando a serotonina está em seus níveis normais, ela proporciona sensação de felicidade, calma, foco e estabilidade emocional. Além disso, ela ajuda a regular o sono, a fome e a digestão, sendo importante para manter a saúde óssea, curar feridas, estimular os movimentos intestinais e reduzir a depressão e a ansiedade.

<><> Como estimular a produção de serotonina

Outro estudo, publicado pelo "Jornal de Psiquiatria e Neurociência", e intitulado “Como aumentar a serotonina no cérebro humano sem drogas”, existem algumas formas naturais de estimular a produção de serotonina pelo corpo.

Entre elas, a publicação menciona a exposição à luz do sol, o exercício físico e a meditação como ações que aumentam a função da serotonina no cérebro humano.

•        7 ideias para estimular o hormônio do bem-estar

Há um grupo de hormônios conhecido como "hormônios do bem-estar". Eles são a dopamina, a serotonina, as endorfinas e a ocitocina, e têm esse nome porque tendem a produzir sentimentos que deixam as pessoas alegres, com uma sensação de bem-estar e contentamento.

Quem explica é a Harvard Medical School (da sigla HMS), escola de medicina de uma das universidades mais reconhecidas dos Estados Unidos. Ainda de acordo com eles, alguns gestos simples, como meditar, fazer exercícios ou rir, são suficientes para estimular esses hormônios.

<><> Quais são os hormônios do bem-estar?

A Escola de Medicina de Harvard explica em seu site que os hormônios são mensageiros químicos do corpo. Quando liberados na corrente sanguínea pelas glândulas, eles agem em vários órgãos e tecidos para controlar tudo, desde o funcionamento do corpo até como cada pessoa se sente.

Entre os chamados “hormônios do bem-estar”, a dopamina ajuda a sentir prazer como parte do sistema de recompensa do cérebro. Como explica a instituição norte-americana, ela desempenha um papel no aprendizado e na atenção, no humor, no movimento, na frequência cardíaca, na função dos rins e dos vasos sanguíneos, além de atuar ainda no processamento da dor e na lactação.

Já a serotonina age em diferentes partes do cérebro e afeta uma variedade de funções e comportamentos. Entre eles estão a memória, o medo, a resposta ao estresse, a digestão, a sexualidade e o descanso.

Enquanto isso, as endorfinas são consideradas os analgésicos naturais do corpo, pois são liberadas pelo organismo em resposta à dor ou ao estresse.

Por fim, a ocitocina é um hormônio cuja principal função é facilitar o parto. Depois que o bebê nasce, a ocitocina ajuda na produção do leite materno e a promover o vínculo entre a mãe e o bebê.

Além disso, é a responsável pelo chamado "hormônio do amor" quando as pessoas se apaixonam. Além disso, acredita-se que a ocitocina reduz os níveis de estresse e ansiedade.

<><> Como estimular os hormônios do bem-estar

Algumas mudanças simples no estilo de vida são suficientes para aumentar os níveis dos hormônios do bem-estar, diz a HMS. Essas mudanças incluem dieta, exercícios e meditação. Saiba como eles agem no corpo:

1. Ter uma dieta adequada

Como a dopamina é feita de tirosina, obter mais desse aminoácido por meio dos alimentos poderia aumentar os níveis de dopamina no cérebro, diz a faculdade de medicina.

Os alimentos ricos em tirosina incluem frango e outras aves; laticínios, como leite, queijo e iogurte; abacate; banana; sementes de abóbora e gergelim; e soja.

A serotonina é outro hormônio que os especialistas de Harvard informam ser capaz de estimular por meio dos alimentos. De acordo com a entidade, o triptofano (aminoácido usado pelo cérebro para produzir serotonina) pode ser obtido de fontes de carboidratos complexos, como verduras, frutas, legumes e grãos integrais.

2. Meditar aumenta os níveis de certos hormônios

Também é possível aumentar a dopamina e a endorfina por meio da meditação. Através desta atividade, a respiração profunda e a concentração do cérebro acalmam a mente e aliviam a dor.

3. Praticar exercícios físicos

A atividade física é outra ação capaz de ajudar a aumentar esses hormônios. De acordo com Harvard, andar de bicicleta ou levantar pesos ajuda o corpo a liberar triptofano e, portanto, serotonina.

Ao mesmo tempo, caminhadas ou exercícios aeróbicos são maneiras de aumentar as endorfinas e a ocitocina.

4. Passar tempo ao ar livre e sob a luz do sol

Outro aspecto que aumenta naturalmente os níveis de serotonina é a exposição ao sol ou a uma luz brilhante projetada para reproduzi-la. Já passar o tempo ao ar livre sob o sol estimula a liberação de beta-endorfinas na pele, a Escola de Medicina de Harvard.

5. O riso influencia nos hormônios

Rir pode fazer maravilhas pelo seu humor, afirma a Harvard School. Além de liberar endorfinas, o riso altera os níveis de serotonina e dopamina.

6. Fazer atividades artísticas

Ainda de acordo com Harvard School, cantar, dançar ou tocar um instrumento ajuda a liberar uma "onda de endorfinas" com capacidade de aumentar a tolerância à dor.

A música também parece ter a capacidade de aumentar os níveis de ocitocina, especialmente quando as pessoas cantam em um grupo, o que acrescenta o elemento de união, dizem os especialistas da HMS.

7. Abraçar outra pessoa

Por fim, o ato de tocar uma pessoa querida serve para estimular a liberação de ocitocina. Massagear alguém, acariciar, fazer sexo ou abraçar leva a níveis mais altos desse hormônio e a uma maior sensação de bem-estar.

 

Fonte: National Geographic Brasil

 

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