Entenda por que Eduardo Bolsonaro não é um
"exilado político"
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo
Motta (Republicanos-PB), rebateu, na quarta-feira (19), a declaração de Eduardo
Bolsonaro (PL-SP), que se autodenominou "exilado político" e afirmou
que pediria asilo nos Estados Unidos. Segundo Motta, "não existem exilados
políticos no Brasil".
A fala de Eduardo Bolsonaro gerou críticas,
especialmente porque o termo “exílio” é associado a perseguições políticas,
como as sofridas na Ditadura (1964-1985). Em entrevista à CNN, o cientista
político e professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Leandro
Consentino, explicou que o conceito de exílio historicamente se aplica a casos
de perseguição, nos quais opositores do regime militar foram forçados a deixar
o Brasil sob risco de prisão, tortura ou morte.
“O exílio aqui estava muito mais ligado a
pessoas perseguidas pela ditadura militar, onde essas pessoas saíam do Brasil e
buscavam se proteger de uma perseguição que estava ocorrendo aqui no território
brasileiro. Então elas meio que se auto-exilavam, eram meio que forçadas a
deixar o país por conta do temor que tinham ali, de que acontecesse alguma
coisa, mas elas não eram obrigadas, elas eram forçadas pela condição que
ocorria de perseguição, porque, se elas ficassem, provavelmente seriam presas,
torturadas e até mortas”, ressaltou Consentino.
Na quarta-feira, em sessão solene pelos 40
anos da redemocratização brasileira, Motta também reforçou que o país não vive
censura e perseguição política desde o fim do regime militar.
“Nos últimos 40 anos, não vivemos mais as
mazelas do período em que o Brasil não era democrático, não tivemos jornais
censurados, nem vozes caladas à força, não tivemos perseguições políticas, nem
presos, nem exilados políticos. Não tivemos crimes de opinião ou usurpação de
garantias constitucionais. Não mais, nunca mais”, afirmou.
<><> “Eduardo Bolsonaro está nos
EUA às custas dos cofres públicos”, diz Zeca Dirceu
O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR)
afirmou nesta quinta-feira (20) que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ainda não
oficializou seu afastamento junto à Câmara dos Deputados e, portanto, está nos
Estados Unidos “às custas dos cofres públicos”. Eduardo anunciou na terça-feira
(18) que iria se afastar do seu mandato como deputado federal para ficar nos
EUA articulando sanções a autoridades brasileiras.
Segundo Dirceu, o filho de jair Bolsonaro
fugiu utilizando dinheiro público. “Eduardo Bolsonaro está nos EUA às custas
dos cofres públicos! Ele ainda não oficializou o pedido de afastamento junto à
Câmara dos Deputados. Esteve lá em missão oficial até 24 de fevereiro e,
depois, comunicou ao presidente que estaria fora do Brasil até 18 de março,
conforme exigem as normas da Casa. É
fuga, às custas do povo brasileiro! Deve explicações: tá fugindo de quê?”,
questionou o petista.
Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos
desde o final de fevereiro, quando parlamentares do PT ingressaram no Supremo
Tribunal Federal (STF) com um pedido de apreensão de seu passaporte. A sigla
acusava Eduardo de atentar contra a soberania nacional ao atacar e tentar
organizar uma reação ao Judiciário brasileiro a partir do exterior. No entanto,
a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra a apreensão do
passaporte de Eduardo.
• A
bizarra dramatização de Jair Renan sobre a fuga de Eduardo Bolsonaro aos EUA
Jair Renan (PL-SC), filho mais novo de Jair
Bolsonaro e vereador em Balneário Camboriú, protagonizou uma performance
bizarra no plenário da Câmara Municipal da cidade catarinense nesta
quarta-feira (19).
Eleito em 2022 sem proferir uma única palavra
durante a campanha – ele foi proibido por seu pai de falar para evitar que
prejudicasse sua candidatura e a de aliados –, Jair Renan decidiu, enfim,
discursar. O resultado foi uma dramatização amadora sobre a fuga de seu irmão,
Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para os Estados Unidos.
Com dificuldades para construir frases e
forçando um choro, ele afirmou que "foi duro" ver seu pai
"naquele estado", em referência à coletiva concedida por Jair
Bolsonaro logo após Eduardo Bolsonaro anunciar que permaneceria nos EUA e pedir
licença de seu mandato de deputado para conspirar contra o Brasil junto ao
governo de Donald Trump.
Durante sua fala constrangedora, Jair Renan
ainda tentou confrontar o vereador Eduardo Zanatta (PT-SC), que havia
discursado no plenário dizendo que Eduardo Bolsonaro fugiu para os EUA por
"medo de ser preso".
"Sabemos o que está acontecendo no
Brasil e sabemos o motivo de meu irmão Eduardo ficar nos Estados Unidos e pedir
asilo lá. Foi duro ver o discurso dele na timeline, foi duro ver meu pai
naquele estado. Eu, que sou irmão, já senti bastante, mas meu pai... o que ele
sentiu, muitos aqui sabem, muitos são pais. Quando você for atacar alguém,
ataque a pessoa, não ataque o familiar. Nunca desrespeitei nenhum familiar
desta casa", disse Jair Renan.
Na sequência, o vereador extremista declarou
que não vai se calar, afirmando que combaterá "o sistema de Balneário
Camboriú", uma cidade majoritariamente bolsonarista. Por fim, avisou, sem
causar medo em ninguém: "A cobra vai fumar".
• "M*
do seu filho": lágrimas de Jair Renan escondem relação conturbada com
Eduardo Bolsonaro
As lágrimas derramadas por Jair Renan (PL-SC)
na Câmara Municipal de Balneário Camboriú nesta quarta-feira (19) escondem uma
relação nem um pouco amistosa com o irmão Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que
resolveu fugir para os EUA em meio à iminente prisão do pai, Jair Bolsonaro
(PL). O ex-presidente começa a ser julgado por tentativa de golpe de Estado
pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na próxima semana.
Totem do bolsonarismo, a "família
tradicional" - descrita no slogan "Deus, Pátria, Família e
Liberdade" - não encontra respaldo dentro do próprio clã, que vive em pé
de guerra nas três relações de Jair Bolsonaro, que resultaram em cinco filhos
com três esposas.
Filho de uma gravidez conturbada de Ana
Cristina Valle, a esposa "02" de Bolsonaro, Jair Renan buscou mostrar
proximidade com o irmão Eduardo na performance na Câmara da cidade catarinense.
Com dificuldades para construir frases e
forçando um choro, ele afirmou que "foi duro" ver seu pai
"naquele estado", em referência à coletiva concedida por Jair
Bolsonaro logo após Eduardo Bolsonaro anunciar que permaneceria nos EUA.
Renan declarou que não vai se calar,
afirmando que combaterá "o sistema de Balneário Camboriú", uma cidade
majoritariamente bolsonarista. Por fim, avisou, sem causar medo em ninguém:
"A cobra vai fumar".
<><> "Merda do seu
filho"
No entanto, longe da tribuna da Câmara na
paradisíaca cidade catarinense, a cobra já fumou na relação entre Jair Renan e
Eduardo Bolsonaro, filho de Rogéria Nantes Bolsonaro.
Ex-vereadora no Rio, Rogéria separou-se de
Bolsonaro em meio ao romance do marido com Ana Cristina, que resultou na
gravidez de Jair Renan. À época, Bolsonaro emancipou o filho Carlos para, aos
16 anos, roubar o eleitorado da mãe e ser eleito para a cadeira do clã no
legislativo carioca. Ana Cristina foi alçada à chefia de gabinete.
Em 2017, a Fórum divulgou em primeira mão o
flagra feito pelo fotógrafo Lula Marques, que captou uma troca de mensagens
entre Eduardo e o pai, então candidato à presidência da Câmara.
Coincidência - ou não -, Eduardo, que já era
deputado, estava nos EUA, bem longe dos trabalhos legislativos. “Papel de filho
da puta que você está fazendo comigo”, disparou Bolsonaro ao filho.
“Tens moral para falar do Renan?
Irresponsável”, emendou o ex-presidente, sobre a relação entre os dois filhos.
“Se a imprensa te descobrir ai, e o que está fazendo, vão comer seu fígado e o
meu. Retorne imediatamente”, emendou, sem revelar o que o filho fazia nos EUA.
“Quer me dar esporro tudo bem. Vacilo foi
meu. Achei que a eleição só fosse semana que vem", resmungou Eduardo, que
completou sobre a comparação com o irmão. "Me comparar com o merda do seu
filho, calma lá”.
<><> Aborto e treta com Michelle
Em entrevista à revista Playboy no ano 2000,
Bolsonaro admitiu, ao responder sobre "legalização do aborto", que
chegou a falar com Ana Cristina sobre a gravidez indesejada de Jair Renan.
Ao responder sobre "legalização do
aborto", Bolsonaro afirmou que "tem de ser uma decisão do
casal".
No entanto, indagado se já havia passado pela
situação, ele mostrou Jair Renan, então com um ano e meio, e respondeu:
"Já. Passei para a companheira. E a decisão dela foi manter. Está ali,
ó".
Bolsonaro exigiu, de acordo com informações
do livro “O negócio do Jair”, da jornalista Juliana Dal Piva, um exame de DNA
para confirmar se o filho era realmente dele. Depois que o exame confirmou a
paternidade, ele rebatizou o filho com seu nome.
Já presidente, Bolsonaro teve que resolver
outra desavença familiar envolvendo Jair Renan, dessa vez com sua terceira
esposa, Michelle Bolsonaro.
Segundo revelações feitas por Marcelo Luiz
Nogueira de Santos, ex-funcionário do clã, Bolsonaro teve que alugar um
apartamento para o filho, então com 16 anos.
Em entrevista a Guilherme Amado, Santos
contou que Ana Cristina chantageava Bolsonaro para reassumir o comando do
esquema das rachadinhas nos gabinetes de Carlos e Flávio Bolsonaro após ter
sido demovida da função por suposta traição.
Jair Renan teria sido usado pela mãe para
pressionar o pai. Nesse sentido, a mãe estimulava um comportamento rebelde do 04,
principalmente contra Michelle Bolsonaro.
"Jair Renan, que estava na adolescência,
infernizava a mulher dentro de casa com rebeldias de adolescente. A Michelle
era dona da casa e tinha regras, educação, e coisa e tal. E ele não aceitava,
ele queria fazer o que quisesse", disse Nogueira.
"Era rebeldia de adolescente. O negócio
ficou tão quente, tão quente, que não tinha nem como cobrar. Aí tu imagina o
inferno que devia ser, né? Tanto que o negócio ficou tão quente, tão quente,
que quando o Renan estava com 16 anos o pai dele alugou um apartamento lá do
lado do condomínio para ele morar sozinho", completou.
"Ele [Jair Bolsonaro] alugou um
apartamento lá e botou o garoto lá, pra tirar o Renan de dentro de casa porque
o inferno era tanto", acrescentou.
<><> Bebidas e eleição
A treta entre Jair Renan e Michelle chegou ao
Palácio da Alvorada e provocou a ira de Bolsonaro, que teria quebrado a porta
da adega da residência oficial após a ex-primeira-dama mandar trancar o local.
A ordem de Michelle teria sido dada após Jair
Renan fazer incursões para furtar bebidas alcoólicas e levá-las embora, segundo
informações do Metrópoles.
Ao receber um convidado e pedir que servissem
bebida, Bolsonaro teria ouvido dos funcionários que a adega havia sido trancada
por ordens de Michelle, que não estava em casa naquele momento.
O ex-presidente, então, teria tido sido
tomado por um acesso de fúria e na base da ‘voadora’ (golpes com os pés)
arrombou a porta, para então entrar no local e pegar o vinho fino para
presentear o visitante daquela noite.
Michelle e Jair Renan também chegaram a
brigar publicamente nas redes sociais, por causa de Ana Cristina Valle.
Através o Instagram, Michelle mandou uma
indireta para Ana Cristina, que é foi candidata a deputada distrital no DF pelo
PP com o nome "Cristina Bolsonaro" em sua campanha.
"Em Brasília, o meu irmão Eduardo Torres
é o nosso único candidato ao cargo de deputado distrital. Não existe apoio a
nenhum outro candidato. Fica o alerta para 'os alpinistas' que estão tentando
subir na vida, usando o nosso sobrenome", escreveu a primeira-dama,
desautorizando Ana Cristina, apesar não citá-la nominalmente.
Jair Renan, então, tomou as dores da mãe e
resolveu rebater a atual esposa de seu pai. "Minha mãe Cristina Bolsonaro
teve uma história de vida com o atual Presidente Jair Messias Bolsonaro, onde
foram casados por 16 anos, e sou fruto desta relação; onde houve parceria e
muito amor. Portanto, não podemos negar o fato de que minha mãe teve sua
contribuição com a chegada do meu pai à Presidência da República", disse.
"Por esse motivo, minha mãe tem direito
de usar o sobrenome do meu pai, não por vaidade, mas por fato e direito",
prosseguiu o filho de Bolsonaro.
Após a treta, o filho "04" de
Bolsonaro virou alvo de operação da Polícia Federal. A reação de Michelle nas
redes deu o tom para como se dá a relação na "tradicional" família
Bolsonaro: "Senhor, obrigada por mais este dia".
• Malafaia
chora ao descobrir que presidente do partido de Tarcísio não apoia anistia
O pastor bolsonarista Silas Malafaia, da
Assembleia de Deus Vitória em Cristo, chorou em um vídeo em que xinga o
presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira, que é ligado à Igreja
Universal, pelo fato do cacique não apoiar o projeto de anistia aos golpistas.
Malafaia foi o responsável por organizar o
ato fracassado de Jair Bolsonaro por anistia no último domingo (16) na praia de
Copacabana, que contou com a presença do governador de São Paulo, Tarcísio
Gomes de Freitas, filiado ao Republicanos.
Apesar do Republicanos abrigar nomes da
extrema direita, como o de Tarcísio e da senadora Damares Alves, a legenda
compõe o chamado centrão e até mesmo o governo Lula, com o Ministério de Portos
e Aeroportos, comandado por Silvio Costa Filho.
Em entrevista recente à CNN Brasil, Marcos
Pereira se posicionou contra o projeto de anistia aos golpistas, afirmando que
a pauta “contamina o debate da eleição presidencial” e atrapalha a
“governabilidade e a própria atuação da Câmara e do Senado”.
Silas Malafaia, então, decidiu gravar um
vídeo, divulgado nesta quarta-feira (19), em que xinga Marcos Pereira aos
berros e, em determinados momentos, com a voz embargada de choro.
"Cretino! Que vergonha, Marcos Pereira!
(...) Que cristão é você, cara? (...) Fica aqui minha indignação. Se prepare,
Marcos Pereira, porque a justiça divina vai te alcançar", disparou o
bolsonarista.
O pastor ainda cobrou a saída de Tarcísio,
Damares Alves e outros extremistas do Republicanos. “Governador Tarcísio,
Damares, Mourão, Silas Câmara, ou saem ou se posicionem contra", declarou.
Fonte: Brasil 247/Fórum

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