sexta-feira, 21 de março de 2025

Entenda por que Eduardo Bolsonaro não é um "exilado político"

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), rebateu, na quarta-feira (19), a declaração de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se autodenominou "exilado político" e afirmou que pediria asilo nos Estados Unidos. Segundo Motta, "não existem exilados políticos no Brasil".

A fala de Eduardo Bolsonaro gerou críticas, especialmente porque o termo “exílio” é associado a perseguições políticas, como as sofridas na Ditadura (1964-1985). Em entrevista à CNN, o cientista político e professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Leandro Consentino, explicou que o conceito de exílio historicamente se aplica a casos de perseguição, nos quais opositores do regime militar foram forçados a deixar o Brasil sob risco de prisão, tortura ou morte.

“O exílio aqui estava muito mais ligado a pessoas perseguidas pela ditadura militar, onde essas pessoas saíam do Brasil e buscavam se proteger de uma perseguição que estava ocorrendo aqui no território brasileiro. Então elas meio que se auto-exilavam, eram meio que forçadas a deixar o país por conta do temor que tinham ali, de que acontecesse alguma coisa, mas elas não eram obrigadas, elas eram forçadas pela condição que ocorria de perseguição, porque, se elas ficassem, provavelmente seriam presas, torturadas e até mortas”, ressaltou Consentino.

Na quarta-feira, em sessão solene pelos 40 anos da redemocratização brasileira, Motta também reforçou que o país não vive censura e perseguição política desde o fim do regime militar.

“Nos últimos 40 anos, não vivemos mais as mazelas do período em que o Brasil não era democrático, não tivemos jornais censurados, nem vozes caladas à força, não tivemos perseguições políticas, nem presos, nem exilados políticos. Não tivemos crimes de opinião ou usurpação de garantias constitucionais. Não mais, nunca mais”, afirmou.

<><> “Eduardo Bolsonaro está nos EUA às custas dos cofres públicos”, diz Zeca Dirceu

O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) afirmou nesta quinta-feira (20) que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ainda não oficializou seu afastamento junto à Câmara dos Deputados e, portanto, está nos Estados Unidos “às custas dos cofres públicos”. Eduardo anunciou na terça-feira (18) que iria se afastar do seu mandato como deputado federal para ficar nos EUA articulando sanções a autoridades brasileiras.

Segundo Dirceu, o filho de jair Bolsonaro fugiu utilizando dinheiro público. “Eduardo Bolsonaro está nos EUA às custas dos cofres públicos! Ele ainda não oficializou o pedido de afastamento junto à Câmara dos Deputados. Esteve lá em missão oficial até 24 de fevereiro e, depois, comunicou ao presidente que estaria fora do Brasil até 18 de março, conforme exigem as normas da Casa.  É fuga, às custas do povo brasileiro! Deve explicações: tá fugindo de quê?”, questionou o petista.

Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde o final de fevereiro, quando parlamentares do PT ingressaram no Supremo Tribunal Federal (STF) com um pedido de apreensão de seu passaporte. A sigla acusava Eduardo de atentar contra a soberania nacional ao atacar e tentar organizar uma reação ao Judiciário brasileiro a partir do exterior. No entanto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra a apreensão do passaporte de Eduardo.

•        A bizarra dramatização de Jair Renan sobre a fuga de Eduardo Bolsonaro aos EUA

Jair Renan (PL-SC), filho mais novo de Jair Bolsonaro e vereador em Balneário Camboriú, protagonizou uma performance bizarra no plenário da Câmara Municipal da cidade catarinense nesta quarta-feira (19).

Eleito em 2022 sem proferir uma única palavra durante a campanha – ele foi proibido por seu pai de falar para evitar que prejudicasse sua candidatura e a de aliados –, Jair Renan decidiu, enfim, discursar. O resultado foi uma dramatização amadora sobre a fuga de seu irmão, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para os Estados Unidos.

Com dificuldades para construir frases e forçando um choro, ele afirmou que "foi duro" ver seu pai "naquele estado", em referência à coletiva concedida por Jair Bolsonaro logo após Eduardo Bolsonaro anunciar que permaneceria nos EUA e pedir licença de seu mandato de deputado para conspirar contra o Brasil junto ao governo de Donald Trump.

Durante sua fala constrangedora, Jair Renan ainda tentou confrontar o vereador Eduardo Zanatta (PT-SC), que havia discursado no plenário dizendo que Eduardo Bolsonaro fugiu para os EUA por "medo de ser preso".

"Sabemos o que está acontecendo no Brasil e sabemos o motivo de meu irmão Eduardo ficar nos Estados Unidos e pedir asilo lá. Foi duro ver o discurso dele na timeline, foi duro ver meu pai naquele estado. Eu, que sou irmão, já senti bastante, mas meu pai... o que ele sentiu, muitos aqui sabem, muitos são pais. Quando você for atacar alguém, ataque a pessoa, não ataque o familiar. Nunca desrespeitei nenhum familiar desta casa", disse Jair Renan.

Na sequência, o vereador extremista declarou que não vai se calar, afirmando que combaterá "o sistema de Balneário Camboriú", uma cidade majoritariamente bolsonarista. Por fim, avisou, sem causar medo em ninguém: "A cobra vai fumar".

•        "M* do seu filho": lágrimas de Jair Renan escondem relação conturbada com Eduardo Bolsonaro

As lágrimas derramadas por Jair Renan (PL-SC) na Câmara Municipal de Balneário Camboriú nesta quarta-feira (19) escondem uma relação nem um pouco amistosa com o irmão Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que resolveu fugir para os EUA em meio à iminente prisão do pai, Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente começa a ser julgado por tentativa de golpe de Estado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na próxima semana.

Totem do bolsonarismo, a "família tradicional" - descrita no slogan "Deus, Pátria, Família e Liberdade" - não encontra respaldo dentro do próprio clã, que vive em pé de guerra nas três relações de Jair Bolsonaro, que resultaram em cinco filhos com três esposas.

Filho de uma gravidez conturbada de Ana Cristina Valle, a esposa "02" de Bolsonaro, Jair Renan buscou mostrar proximidade com o irmão Eduardo na performance na Câmara da cidade catarinense.

Com dificuldades para construir frases e forçando um choro, ele afirmou que "foi duro" ver seu pai "naquele estado", em referência à coletiva concedida por Jair Bolsonaro logo após Eduardo Bolsonaro anunciar que permaneceria nos EUA.

Renan declarou que não vai se calar, afirmando que combaterá "o sistema de Balneário Camboriú", uma cidade majoritariamente bolsonarista. Por fim, avisou, sem causar medo em ninguém: "A cobra vai fumar".

<><> "Merda do seu filho"

No entanto, longe da tribuna da Câmara na paradisíaca cidade catarinense, a cobra já fumou na relação entre Jair Renan e Eduardo Bolsonaro, filho de Rogéria Nantes Bolsonaro.

Ex-vereadora no Rio, Rogéria separou-se de Bolsonaro em meio ao romance do marido com Ana Cristina, que resultou na gravidez de Jair Renan. À época, Bolsonaro emancipou o filho Carlos para, aos 16 anos, roubar o eleitorado da mãe e ser eleito para a cadeira do clã no legislativo carioca. Ana Cristina foi alçada à chefia de gabinete.

Em 2017, a Fórum divulgou em primeira mão o flagra feito pelo fotógrafo Lula Marques, que captou uma troca de mensagens entre Eduardo e o pai, então candidato à presidência da Câmara.

Coincidência - ou não -, Eduardo, que já era deputado, estava nos EUA, bem longe dos trabalhos legislativos. “Papel de filho da puta que você está fazendo comigo”, disparou Bolsonaro ao filho.

“Tens moral para falar do Renan? Irresponsável”, emendou o ex-presidente, sobre a relação entre os dois filhos. “Se a imprensa te descobrir ai, e o que está fazendo, vão comer seu fígado e o meu. Retorne imediatamente”, emendou, sem revelar o que o filho fazia nos EUA.

“Quer me dar esporro tudo bem. Vacilo foi meu. Achei que a eleição só fosse semana que vem", resmungou Eduardo, que completou sobre a comparação com o irmão. "Me comparar com o merda do seu filho, calma lá”.

<><> Aborto e treta com Michelle

Em entrevista à revista Playboy no ano 2000, Bolsonaro admitiu, ao responder sobre "legalização do aborto", que chegou a falar com Ana Cristina sobre a gravidez indesejada de Jair Renan.

Ao responder sobre "legalização do aborto", Bolsonaro afirmou que "tem de ser uma decisão do casal".

No entanto, indagado se já havia passado pela situação, ele mostrou Jair Renan, então com um ano e meio, e respondeu: "Já. Passei para a companheira. E a decisão dela foi manter. Está ali, ó".

Bolsonaro exigiu, de acordo com informações do livro “O negócio do Jair”, da jornalista Juliana Dal Piva, um exame de DNA para confirmar se o filho era realmente dele. Depois que o exame confirmou a paternidade, ele rebatizou o filho com seu nome.

Já presidente, Bolsonaro teve que resolver outra desavença familiar envolvendo Jair Renan, dessa vez com sua terceira esposa, Michelle Bolsonaro.

Segundo revelações feitas por Marcelo Luiz Nogueira de Santos, ex-funcionário do clã, Bolsonaro teve que alugar um apartamento para o filho, então com 16 anos.

Em entrevista a Guilherme Amado, Santos contou que Ana Cristina chantageava Bolsonaro para reassumir o comando do esquema das rachadinhas nos gabinetes de Carlos e Flávio Bolsonaro após ter sido demovida da função por suposta traição.

Jair Renan teria sido usado pela mãe para pressionar o pai. Nesse sentido, a mãe estimulava um comportamento rebelde do 04, principalmente contra Michelle Bolsonaro.

"Jair Renan, que estava na adolescência, infernizava a mulher dentro de casa com rebeldias de adolescente. A Michelle era dona da casa e tinha regras, educação, e coisa e tal. E ele não aceitava, ele queria fazer o que quisesse", disse Nogueira.

"Era rebeldia de adolescente. O negócio ficou tão quente, tão quente, que não tinha nem como cobrar. Aí tu imagina o inferno que devia ser, né? Tanto que o negócio ficou tão quente, tão quente, que quando o Renan estava com 16 anos o pai dele alugou um apartamento lá do lado do condomínio para ele morar sozinho", completou.

"Ele [Jair Bolsonaro] alugou um apartamento lá e botou o garoto lá, pra tirar o Renan de dentro de casa porque o inferno era tanto", acrescentou.

<><> Bebidas e eleição

A treta entre Jair Renan e Michelle chegou ao Palácio da Alvorada e provocou a ira de Bolsonaro, que teria quebrado a porta da adega da residência oficial após a ex-primeira-dama mandar trancar o local.

A ordem de Michelle teria sido dada após Jair Renan fazer incursões para furtar bebidas alcoólicas e levá-las embora, segundo informações do Metrópoles.

Ao receber um convidado e pedir que servissem bebida, Bolsonaro teria ouvido dos funcionários que a adega havia sido trancada por ordens de Michelle, que não estava em casa naquele momento.

O ex-presidente, então, teria tido sido tomado por um acesso de fúria e na base da ‘voadora’ (golpes com os pés) arrombou a porta, para então entrar no local e pegar o vinho fino para presentear o visitante daquela noite.

Michelle e Jair Renan também chegaram a brigar publicamente nas redes sociais, por causa de Ana Cristina Valle.

Através o Instagram, Michelle mandou uma indireta para Ana Cristina, que é foi candidata a deputada distrital no DF pelo PP com o nome "Cristina Bolsonaro" em sua campanha.

"Em Brasília, o meu irmão Eduardo Torres é o nosso único candidato ao cargo de deputado distrital. Não existe apoio a nenhum outro candidato. Fica o alerta para 'os alpinistas' que estão tentando subir na vida, usando o nosso sobrenome", escreveu a primeira-dama, desautorizando Ana Cristina, apesar não citá-la nominalmente.

Jair Renan, então, tomou as dores da mãe e resolveu rebater a atual esposa de seu pai. "Minha mãe Cristina Bolsonaro teve uma história de vida com o atual Presidente Jair Messias Bolsonaro, onde foram casados por 16 anos, e sou fruto desta relação; onde houve parceria e muito amor. Portanto, não podemos negar o fato de que minha mãe teve sua contribuição com a chegada do meu pai à Presidência da República", disse.

"Por esse motivo, minha mãe tem direito de usar o sobrenome do meu pai, não por vaidade, mas por fato e direito", prosseguiu o filho de Bolsonaro.

Após a treta, o filho "04" de Bolsonaro virou alvo de operação da Polícia Federal. A reação de Michelle nas redes deu o tom para como se dá a relação na "tradicional" família Bolsonaro: "Senhor, obrigada por mais este dia".

•        Malafaia chora ao descobrir que presidente do partido de Tarcísio não apoia anistia

O pastor bolsonarista Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, chorou em um vídeo em que xinga o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira, que é ligado à Igreja Universal, pelo fato do cacique não apoiar o projeto de anistia aos golpistas.

Malafaia foi o responsável por organizar o ato fracassado de Jair Bolsonaro por anistia no último domingo (16) na praia de Copacabana, que contou com a presença do governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, filiado ao Republicanos.

Apesar do Republicanos abrigar nomes da extrema direita, como o de Tarcísio e da senadora Damares Alves, a legenda compõe o chamado centrão e até mesmo o governo Lula, com o Ministério de Portos e Aeroportos, comandado por Silvio Costa Filho.

Em entrevista recente à CNN Brasil, Marcos Pereira se posicionou contra o projeto de anistia aos golpistas, afirmando que a pauta “contamina o debate da eleição presidencial” e atrapalha a “governabilidade e a própria atuação da Câmara e do Senado”.

Silas Malafaia, então, decidiu gravar um vídeo, divulgado nesta quarta-feira (19), em que xinga Marcos Pereira aos berros e, em determinados momentos, com a voz embargada de choro.

"Cretino! Que vergonha, Marcos Pereira! (...) Que cristão é você, cara? (...) Fica aqui minha indignação. Se prepare, Marcos Pereira, porque a justiça divina vai te alcançar", disparou o bolsonarista.

O pastor ainda cobrou a saída de Tarcísio, Damares Alves e outros extremistas do Republicanos. “Governador Tarcísio, Damares, Mourão, Silas Câmara, ou saem ou se posicionem contra", declarou.

 

Fonte: Brasil 247/Fórum 

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