domingo, 25 de junho de 2023

Ucrânia não controla nada, pois armas que lhe foram fornecidas surgem perto de Israel, diz analista

Todas as questões políticas e militares são decididas em Washington, Kiev não tem controle sobre nada desde o início do conflito, disse o especialista do Instituto Internacional de Estudos Políticos e Humanitários Vladimir Bruter à Sputnik.

Ele comentou assim as palavras do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu de que algumas armas que os países ocidentais haviam entregue à Ucrânia já foram encontradas perto das fronteiras de Israel.

"A Ucrânia não tem controle sobre absolutamente nada desde o início ou mesmo antes do início [do conflito]. Não existe nenhuma Ucrânia em termos de tomada de decisões políticas ou político-militares há muito tempo. Todas essas decisões são tomadas em Washington", disse Bruter.

Segundo ele, os Estados Unidos estão bem cientes de que algumas armas se desviam do caminho, mas não se importam com isso, uma vez que isso não represente uma grande ameaça para eles.

O diretor do Instituto de Avaliações Estratégicas e vice-presidente da Associação Rússia-EUA, Sergei Oznobischev, acredita que não há nada de surpreendente no fato de armas ocidentais fornecidas à Ucrânia serem encontradas perto das fronteiras de Israel.

Onde "há muito dinheiro e suprimentos militares colossais, há uma falta de controle adequado", afirma.

"Tenho certeza de que Netanyahu está pintando um quadro que realmente existe, e isso o preocupa. É bom que ele tenha dito isso, porque suas palavras são um sinal para que se comece a reagir. Mas quem e como vai reagir é uma grande questão", disse o especialista.

Oznobischev acrescentou que a recusa de Israel em fornecer ajuda militar a Kiev só pode ser avaliada positivamente, pois Tel Aviv está adotando uma postura sábia e equilibrada, o que "permite que Israel seja um mediador em muitos processos mundiais importantes".

Perguntado pela agência se a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) pode, assim, fomentar conflitos no Oriente Médio, o especialista observou que "tudo é possível por parte da OTAN".

Em abril, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, disse que as armas entregues à Ucrânia caem nas mãos de terroristas e que as entregas de armas a Kiev apenas prolongam o conflito, causam mais vítimas e destruição de infraestrutura e, por fim, voltam como um bumerangue, afetando a estabilidade na Europa e no mundo em geral.

 

Ø  Premiê de Israel: armas ocidentais entregues à Ucrânia já aparecem em nossas fronteiras

 

Armas ocidentais entregues à Ucrânia aparecem perto das fronteiras israelenses, disse o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu em entrevista ao The Jerusalem Post.

"Também temos preocupações de que quaisquer sistemas que dermos à Ucrânia sejam usados contra nós porque podem cair nas mãos iranianas e serem usados contra nós. A propósito, isso não é uma possibilidade teórica. Na verdade isso aconteceu com as armas antitanque ocidentais que agora encontramos em nossas fronteiras. Portanto temos de ter muito cuidado", disse Netanyahu.

Além disso, ele citou outra razão de o seu país recusar fornecer armamento à Ucrânia.

"Temos uma fronteira militar estreita com a Rússia. Nossos pilotos estão voando ao lado de pilotos russos nos céus da Síria", observou o premiê israelense.

Ele afirmou que, pelas razões indicadas, considera correta a abordagem equilibrada de Tel Aviv.

"Acho que a maneira equilibrada como estamos agindo é a certa. Você tem que ser muito prudente nos assuntos internacionais", explicou Netanyahu.

Moscou declarou repetidamente que a ajuda militar ocidental não augura nada de bom para a Ucrânia e apenas prolonga o conflito, enquanto os transportes com armas se tornam um alvo legítimo para a Força Aeroespacial russa.

 

Ø  Cisjordânia corre risco de 'sair do controle' com uso de 'armas avançadas' de Israel, alerta ONU

 

Tiroteio com uso de helicóptero israelense nesat semana correspondeu a primeira vez, desde o ano 2000, que Israel realizou ataque em territórios muito além da fronteira com a Faixa de Gaza.

Nesta sexta-feira (23), a ONU informou, através de um porta-voz do alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, que a situação na Cisjordânia ocupada por Israel está se deteriorando acentuadamente, e pediu que Tel Aviv redefina suas políticas e cumpra a lei internacional.

"A violência desta semana na Cisjordânia ocupada corre o risco de sair do controle, alimentada por uma retórica política estridente e uma escalada no uso de armamento militar avançado por Israel", disse o porta-voz em Genebra.

De acordo com a Reuters, a autoridade se referiu aos ataques aéreos com helicópteros no campo de refugiados de Jenin na segunda-feira (19), chamando-os de "grande intensificação do uso de armamento mais geralmente associado à condução de hostilidades armadas, ao invés de uma situação de aplicação da lei".

Os helicópteros foram chamados enquanto as tropas travavam um longo tiroteio que matou sete palestinos, incluindo dois menores, relata a mídia.

"Israel deve redefinir urgentemente suas políticas e ações na Cisjordânia de acordo com os padrões internacionais de direitos humanos, incluindo a proteção e o respeito ao direito à vida […]. Esses últimos assassinatos e a violência junto com a retórica inflamada servem apenas para levar israelenses e palestinos ainda mais fundo no abismo", disse Turk.

Ao mesmo tempo, o ex-secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon – que recentemente esteve na região –, disse que Israel está se aproximando do apartheid e se afastando cada vez mais das esperanças de criar um Estado palestino, segundo o The Times of Israel.

"Acho que a situação piorou. Só estou pensando que, como muitas pessoas estão dizendo, isso pode constituir apartheid", disse Ban acrescentando que a solução de dois Estados para o conflito Israel-Palestina está "desaparecendo".

Até agora neste ano, o escritório de direitos humanos da ONU registrou assassinatos de 126 palestinos na Cisjordânia ocupada. Esse número segue o de 155 palestinos mortos no ano passado.

Desde janeiro deste ano, 24 israelenses e um estrangeiro foram mortos em ataques de palestinos, dizem as autoridades israelenses.

 

Ø  'Estamos em estado de guerra estrutural com a Rússia hoje', diz ex-comandante da OTAN na Europa

 

Durante a cúpula de julho em Vilnius, a OTAN deve propor um caminho claro e rápido para a Ucrânia se juntar às estruturas da aliança - caso contrário, a arquitetura defensiva do flanco oriental ainda será permeável, afirmou o general britânico Richard Shirreff.

"Hoje a Aliança Atlântica está em estado de guerra estrutural com a Rússia, e até mesmo a recuperação de todos os territórios perdidos pela Ucrânia não trará um fim a este conflito", disse o ex-segundo comandante supremo aliado na Europa, Richard Shirreff, durante o Congresso 590 em Varsóvia.

Em seu discurso, o militar britânico criticou fortemente o governo e a sociedade do Ocidente que, em sua opinião, por muitos anos ignoraram a crescente ameaça da Rússia.

Ele também reprovou o Ocidente por ter ficado bastante indiferente aos eventos na Geórgia em 2008 e à reunificação da Crimeia com a Rússia em 2014, escreve o jornal Dziennik.

"Para as capitais europeias, era mais importante fazer negócios com a Rússia, isto é, usar matérias-primas baratas e reduzir o orçamento de defesa, a fim de usar esse dinheiro para outros fins. Os americanos também são culpados: todos nos lembramos das declarações do ex-presidente Trump desvalorizando a OTAN ou a retirada caótica das tropas americanas do Afeganistão. Tudo isso só levou Putin a mais ações agressivas", afirmou o general britânico.

O general também chamou a atenção para o fato de que, mesmo sem a Polônia, vizinha da Ucrânia, a arquitetura defensiva do flanco oriental da OTAN continuará tendo lacunas.

"E mesmo a vitória do mundo livre no atual conflito não significará que Moscou deixe de ser uma ameaça real", advertiu o militar.

 

Ø  Pyongyang condena 'bobagem' de Blinken sobre a Coreia do Norte durante sua visita à China

 

O funcionário da chancelaria norte-coreana responsável pelos assuntos de Washington criticou fortemente a posição americana, que afirma ser a causa do antagonismo entre os dois lados.

A Coreia do Norte condenou as declarações de Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, que, durante sua recente visita oficial à China, disse que Washington tomaria medidas militares contra Pyongyang se Pequim não pressionasse seu vizinho, noticiou no sábado (24) a agência norte-coreana KCNA.

Blinken concluiu recentemente sua viagem de dois dias à China, onde, entre outras questões, abordou a situação na península coreana. Posteriormente, Blinken teve uma conversa telefônica com Park Jin, ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, a quem relatou suas discussões com as autoridades chinesas.

Durante sua visita à China, Blinken fez "comentários ameaçadores" no sentido de que "somente Pequim está em posição de pressionar Pyongyang" e que, caso ela não agisse, "os EUA, juntamente com o Japão e a Coreia do Sul, tomariam medidas militares que a China não gostaria", disse no comunicado Kwon Jong-gun, diretor-geral do Departamento de Assuntos dos EUA do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte.

"Ao dizer tal bobagem, Blinken mostrou [...] que ele não passa de um diplomata de baixa classe que defende a 'diplomacia' baseada no poder, que é incapaz de discernir a natureza das relações entre os países", acrescentou o funcionário norte-coreano.

Kwon aponta como principal causa das tensões na península coreana, não Pyongyang ou seus vizinhos, mas os EUA, que "violaram seriamente a soberania e a segurança da Coreia do Norte".

Ele advertiu que a resposta da Coreia do Norte será proporcional à "ampla implantação" de recursos militares estratégicos e aos exercícios em larga escala dos EUA na região, que sugerem como estando direcionados contra Pyongyang "sob o pretexto de proteger aliados".

"A menos que Washington pare de nos ameaçar e violar nossa soberania, ignorando nossos direitos e interesses [...] não haverá contenção nem alteração no exercício pela última [Coreia do Norte] de seu direito de autodefesa", alertou Kwon Jong-gun.

 

Ø  Brexit: apenas 18% dos que votaram a favor estão satisfeitos com a decisão, diz pesquisa britânica

 

Anos depois, há uma maior proporção de pessoas no Reino Unido que está descontente com o Brexit do que a que aprova. Ao mesmo tempo, uma grande maioria dos entrevistados não se arrepende de seu voto.

Apenas 18% das pessoas no Reino Unido que votaram a favor da saída da União Europeia (UE) no referendo de 2016 acreditam que o Brexit foi um sucesso para o país, segundo uma pesquisa divulgada na quinta-feira (23) pela empresa Public First para o think tank britânico UK in a Changing Europe.

Solicitados a avaliar o sucesso geral do Brexit, 3% dos inquiridos disseram que a decisão foi "muito boa", 15% avaliaram que foi "boa", 30% afirmaram que "não foi boa nem ruim", 14% ajuizaram que foi "ruim", 8% declararam que foi "muito ruim" e 26% opinaram que ainda era "muito cedo para dizer".

O impacto geral do Brexit na economia do Reino Unido foi avaliado como "positivo" por 15% e como "negativo" por 29%, enquanto 45% creem que não foi nem positivo nem negativo, e 11% disseram não saber.

Cerca de metade dos eleitores que votaram a favor da saída da UE está insatisfeita com os resultados do Brexit, afirmando que a culpa é dos políticos, e que não conseguiram chegar a um acordo melhor.

Ao mesmo tempo, 72% de todos os entrevistados disseram que teriam votado da mesma forma, mesmo em retrospectiva. Outros 72% também disseram que gostariam de parar completamente de falar sobre o Brexit.

A pesquisa foi realizada de 26 de maio a 2 de junho entre pouco mais de 4.000 cidadãos do Reino Unido de mais de 18 anos, via Internet.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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