Anarquizado
institucionalmente, o Brasil virou a casa da mãe Joana sob ditadura de um Judiciário que se aproveita do
caos para prevalecer sobre direitos de cidadania, ignorando solenemente
prerrogativas do Executivo e do Legislativo. Estes poderes, por sua vez – o
senador Requião chama todos os três de “proderes” – capitularam à anarquia
judiciária e tentam a suprema vilania de impedir a votação da Lei do Abuso do
Poder, proposta pelo próprio perjurado Renan Calheiros, antes de negociar a
aprovação já da PEC da Morte.
Tendo
concentrado em si todo o poder do Judiciário - do poder de prender sem provas
ao poder de condenar sem o devido processo legal -, Sérgio Moro é o dono de fato da república
da mãe Joana. Em nome do combate à corrupção, tese ressuscitada da velha UDN
golpista, o juiz de Curitiba, que iniciou sob aplausos merecidos o processo de
limpeza da política brasileira, acabou extrapolando de limites legais para se
tornar, na prática, um agente da CIA capaz de entregar provas contra a
Petrobrás a potências estrangeiras.
E
isso não é o mais grave. O esquema da Lava Jato alcançou, prendeu e pôs na
cadeia, com uma sentença de 39 anos o almirante Othon Pinheiro da Silva, o
herói do programa nuclear brasileiro. O crime, pelo que se pode deduzir dos
escaninhos sombrios do processo, foi que o Almirante prestou um serviço
excepcional ao povo brasileiro na medida em que, sob sua direção, e abertamente
contra a posição do governo norte-americano, se desenvolveu o programa das
centrífugas com tecnologia genuinamente brasileira.
Agora,
por dedução, como é comum no campo da espionagem, vou tentar esclarecer como
tudo aconteceu. Diante da tenaz resistência norte-americana ao desenvolvimento
pelo Brasil de um programa nuclear independente, mesmo que pacífico, o
Almirante não tinha outro acesso a equipamentos e projetos nucleares que o
mercado negro. Obviamente, o governo americano e sua subsidiária internacional,
a Agência Internacional de Energia Atômica, tentam de toda a forma monitorar e
controlar esse mercado para seus propósitos.
Como
não podia entrar abertamente no mercado nuclear paralelo como um oficial das
Forças Armadas brasileiras, Othon foi obrigado a fazer um caixa dois para
comprar os equipamentos e projetos. Sua filha, especialista em linguagem
nuclear com larga experiência, era a pessoa de confiança que trouxe para ajudar
no processo de tradução. Parece – sim, parece porque tudo é obscuro nesse
processo, que ela teria recebido 4 milhões de reais ao longo de seis anos para
ajudar no programa. Dinheiro alto?, não. Considerada a responsabilidade, algo
absolutamente razoável.
Por
que então o almirante Othon não contou toda essa história a seus
interrogadores? A resposta é simples. Se contasse a seus interrogadores, sendo
eles amigos do governo americano, iriam entregar imediatamente à CIA
informações que levariam ao rastreamento do único mercado nuclear a que o
Brasil tem acesso. Se Moro vai duas vezes por mês aos Estados Unidos para levar
aos americanos segredos da Lava Jato, imaginem o que não faria caso levasse os
segredos nucleares do Brasil aos insaciáveis “irmãos” do norte!
A
respeito do programa nuclear brasileiro, poucos sabem que foi desenvolvido no
Brasil um processo de centrífugas para enriquecimento do urânio ainda não
dominado pelos países centrais. É um método mais eficiente e mais barato do que
o comumente utilizado. Vale bilhões de dólares. Se não fosse o complexo de vira
lata, isso seria motivo de grande orgulho para o povo brasileiro. O que está
sendo feito com o inspirador e executor desse programa vitorioso, porém,
constitui, ao contrário, uma vergonha para o Brasil. O Almirante que fez tudo
pela Pátria está preso. Seus carcereiros estão soltos, à espera de uma delação
premiada que entregue os segredos brasileiros aos americanos, como feito com a
Petrobrás. Será que as Forças Armadas não se mobilizam junto ao Governo para
coibir esses atos de alta traição?
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