Achamos que
as Cartas Magnas brasileiras, desde a primeira em 1824 até a última de
1988, foram peças literárias ortodoxas elaboradas por juristas e outros
intelectuais, muitas vezes, sem a vivência cotidiana das pessoas e do espaço
que as cercam. O atual sistema republicano governamental do nosso país é
estranhíssimo.
Temos
três poderes básicos, pela ordem de importância: Judiciário, Executivo e
Legislativo. Destes três, o único poder exercido por profissionais do ramo é o
Judiciário. Os demais são eleitos pelo povo sem nenhum critério de
ordem jurídica, intelectual, capacitação para o cargo ou uma seleção dos
melhores. Na verdade, quem manda mesmo é o presidente da República que pode
sancionar ou vetar qualquer lei elaborada pelo Legislativo, portanto este
Poder legislativo é supérfluo e não tem autoridade para elaborar
nada.
Os
irmãos Executivo e Judiciário é quem exercem o verdadeiro poder na nossa República
“de mentirinha”. Apenas chegamos à conclusão de que o Executivo domina tudo
ficando o Legislativo apenas para fazer figuração e onerar o erário. É a
pura verdade. Não existe nenhuma das constituições brasileiras desde a de 1824
que, no artigo 1º, determine taxativamente de que “o mandatário do país é o
Presidente da República e o restante é mera escória”.
Criam-se
uma constituição para "modernizar" o país tendo por meta a felicidade
do povo. Mentira. Todas elas são figuras de retórica com fraseado erudito e
sofisticação literária sem nenhuma consistência. Todas são cópias da
original com as ressalvas do progresso da ciência. Portanto, temos muito
chão pela frente até criarmos um modo original de governar o
Brasil porque o que deu certo na Inglaterra e nos Estados Unidos nem
sempre corresponde aos anseios dos brasileiros que têm o seu modo de vida
totalmente divergente de outros povos, de outras raças.
Cremos
que, com o nosso país marchando nesta linha governamental que copiamos dos
outros, não chegará a lugar nenhum. Muitas gerações ainda vão comer o pão que o
diabo amassou até se chegar a um consenso de que a atual república
brasileira não deu certo. Temos que inventar outra. E, façamos justiça, o
brasileiro é bastante inventivo.
Autor: José Batista Pinheiro –
Cel Rfm EB
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