Terminado o
espetáculo da Copa do Mundo, o Brasil entra agora no espetáculo midiático do
processo eleitoral. Dentre a série de variantes desse espetáculo, é dada
extrema relevância às pesquisas eleitorais. Toda semana é encomendada uma dada
pesquisa eleitoral a um dado instituto para que a população engaje, de alguma
forma, em alguma das candidaturas preferencialmente fabricadas pela grande
mídia burguesa. Isso não é casual. As pesquisas eleitorais funcionam também
como um jeito político de promover-legitimar-fabricar políticos dentro do
processo.
Sabendo-se da
cultura popular acrítica que vota em candidatos favoritos para não
“desperdiçar” o voto, a mídia burguesa joga bem com as pesquisas eleitorais no
intuito de induzir-inculcar-promover-construir, via repetição exaustiva, os
nomes dos políticos preferidos para disputar um provável segundo turno. No
Brasil, o grande esforço da mídia burguesa, com suas pesquisas eleitorais encomendadas,
passa, por exemplo, por construir o favoritismo das candidaturas presidenciais
alinhadas com a manutenção do sistema capitalista, como Dilma Rousseff (PT),
Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
Ao mesmo tempo em
que a mídia burguesa, através das pesquisas eleitorais, no caso das eleições
para Presidente, constrói as candidaturas supostamente confiáveis ao sistema
capitalista, a mesma mídia também tenta potencializar simulacros de possível
segundo turno entre Dilma Rousseff e Aécio Neves ou entre Dilma Rousseff e
Eduardo Campos, buscando, ao agir com essas simulações de segundo turno,
polarizar o país entre o atual governo petista e as oposições supostamente
“viáveis” e “confiáveis” que, segundo olhar da burguesia capitalista brasileira
e internacional, são as únicas legítimas, afora o atual governo, que poderiam
governar.
Cabe lembrar,
entretanto, que existem outros candidatos inscritos na disputa do processo
eleitoral, como os partidos da esquerda socialista, a quem, criticamente,
apoiamos, como PCB , PCO, PSOL, PSTU, mas, dadas as regras das eleições
republicano-burguesas, estas candidaturas serão escondidas pela grande mídia
até que o espetáculo das pesquisas eleitorais semanais já tenham pavimentado o
caminho para não haver nenhuma surpresa indesejável ao sistema capitalista de
plantão.
Portanto, não há
pesquisa eleitoral inocente, a serviço do esclarecimento do povo: trata-se de
um jeito político de fazer políticos.
Por: Gílber Martins Duarte – Militante
Socialista Livre do CSL/CAEP – Sind-UTE/Uberlândia/MG – Doutor em Análise do
Discurso/UFU – Professor da Rede Estadual de Minas Gerais – Membro MEOB –
CSP-CONLUTAS.
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